De Volta ao Castelo
Algum tempo atrás...
De Volta ao Castelo
Naqueles dias, chuva e frio desolador não eram novidades. Afinal o inverno estava mesmo se aproximando, a tendência seria algo ainda pior nos próximos dias, e James Potter estava ciente disso, ainda que praguejasse estar debaixo da chuva, todo ensopado e congelando. Ao seu lado se encontrava Sirius e Remus, seus estados tão ruins quanto o pobre James. Os três empunhavam suas varinhas e se misturavam a escuridão da noite com suas capas negras os cobrindo da cabeça aos pés.
James foi paciente ao esperar o portão a sua frente se abrir. Ainda não conseguira acreditar na tamanha sorte que os três tiveram em não serem pegos. Tinha precisado abater um guarda, mas o que era um comparado ao tantos outros que faziam a vigília naquele momento?
O barulho lá dentro alertou de seus devaneios, e, segundos depois, a porta foi aberta por um rapazinho miúdo que se vestia como um camponês. Ele não parecia surpreso com a presença dos visitantes tão estranhos àquela hora da noite.
- Entrem. O lorde os espera. – disse, sua voz soando quase um sussurro.
E, no entanto, ninguém teria ouvido o garoto, mesmo que berrasse aos quatro ventos. Um trovão ecoou próximo dali enquanto Sirius, Remus e James se apressavam em adentrar no que se mostrou um corredor estreito e mergulhado na penumbra.
- E se isso for uma cilada, James? – finalmente Sirius fez a pergunta que até então estivera em sua mente. – Olhe, não quero ser estraga prazeres, mas isto está me cheira a armação.
- Ele tem razão, James. – foi à vez de Remo protestar.
James permaneceu em silêncio, voltado para os próprios pensamentos. Admitia que o motivo que levara ele e seus escudeiros – não tão menos seus amigos fiéis – até ali não era nada esclarecedor. Uma carta de um soldado a serviço do rei, enviada por um mensageiro há dois dias, exatamente, fizera James achar a princípio que tudo não passava de um engano. Mas então o nome Pearce rabiscado muito rapidamente no final da carta mexeu em algum ponto da memória de James Potter. Pearce tinha sido um conhecido, diria até um amigo, mas que há muito tempo não se falavam.
- Não vamos nos precipitar - ele disse por fim, com sinceridade – Seja o que for que Pearce queira, viemos até aqui para averiguar, não é mesmo?
Os dois homens balançaram suas cabeças em uníssono, e o garoto olhou fascinado para aquele trio de cavalheiros que portavam espadas e traziam varinhas em suas mãos. Nunca antes tinha visto bruxos tão de perto.
Atravessaram o corredor em silêncio. Sirius jurou ter ouvido vez ou outra o som de roedores, mas não teve certeza. Isso não importou quando no final a penumbra foi substituída por um clareado que vinha da janela de um enorme salão, vazio, a exceção apenas de uma escrivaninha e um banco de madeira esculpido em detalhes ricos.
- Meu senhor pediu que os senhores aguardassem aqui, até que possa vir vê-los. – o garoto avisou.
James estava prestes a perguntar por que não poderiam encontrar Pearce naquele momento, mas o menino já havia desaparecido pelo mesmo lugar de onde tinham entrado.
- Ótimo, - zombou Sirius - acabastes de entrar numa armadilha, Sir James!
- Porque não amola outro, Sirius? – James grunhiu.
Na carta, Pearce tinha sido de poucas palavras. O chanceler dissera apenas que Potter devia se lembrar dele pelos velhos tempos, e por tal estava na hora de cobrá-lo um velho favor. Também acrescentara ser necessário aquele encontro na calada da noite, no castelo do rei, pela entrada lateral que costumava usar os empregados. Mais além, uma nota no final exigira que descrição fosse imprescindível, mas que talvez fosse precisar de algum reforço.
Bom, Sirius e Remus tinham lhe parecido um ótimo reforço.
James lembrava pouco de Pearce, bem como os velhos tempos a qual estes se referiu. Na época ainda não era casado com Lilian, fato este que levaria uns bons dois ou três anos depois do incidente que quase tirara sua vida. Pearce tinha salvado sua pele. Não estava mentindo quando dizia que lhe devia um favor.
Os minutos passaram como horas naquele local. Remus manteve o jeito calmo, embora Sirius fosse seu oposto. Estava quase abrindo um buraco no chão por andar de um lado a outro. James pensou em mandar o amigo se acalmar, mas sabia que seria inútil.
As badalas da meia noite soaram numa igreja próxima dali, o sino ecoando como os trovões que vez ou outra apareciam através da janela. Finalmente, depois do que pareceram aos três homens uma eternidade, a porta da frente se abriu rangendo levemente.
- James! Graças a Deus!
Pearce estava tão mudado que James surpreendeu a si mesmo perguntando se aquele era o mesmo homem que havia lhe salvado a vida uma vez. Estava mais velho, claro, agora alguns fios brancos no cabelo negro. As rugas tinham aumentado, e decididamente sua barriga estava mais avantajada.
Não tinha reparado no homem encapuzado que veio atrás, não antes de Sirius e Remus terem empunhado suas varinhas contra o estranho. Surpresa tomou conta do rosto de Pearce ante a recepção pouco calorosa, mas James ergueu o braço, pedindo num gesto silencioso que abaixassem as varinhas. Muito a contra gosto os dois obedeceram.
Pearce ficou aliviado. Atravessou a distância e abraçou James como dois grandes amigos inseparáveis. James por sua vez não retribuiu com tanto afeto, apenas deu alguns tapinhas calorosos no ombro do homem.
- Sinto tanto tê-los feito esperar, não tive escolha. – afastou-se e acenou para Sirius e Remus. Em seguida, seus olhos focaram em James – Agradeço que tenha vindo meu bom e velho amigo. Não sei por onde começar!
- Que tal apresentar esse aí? – Sirius fez um gesto de cabeça, indicando o homem que continuava encapuzado.
- Ah... bom, sim, é claro. – respondeu o clérigo – Mas porque não começar explicando algumas coisas?
Os três deixaram que Pearce falasse a vontade, afinal tinha sido este o motivo principal de estarem ali. Suas curiosidades falavam tão alto quanto o assombro e espanto que o invadiram logo em seguida a explicação. Pearce já esperava esse tipo de reação, e não foi surpresa ao ouvir Sirius praguejar e Remos balançar a cabeça, num gesto como quem não acreditava em uma única palavra.
- Só pode estar brincando.
- Não, não estou não.
- Isso é ridículo – falou Sirius, irritado. – Está dizendo que esse homem aí na frente é...
- O rei sabe? – Remus por sua vez perguntou.
- Louis subiu ao trono hoje, não foi? É óbvio que sabe. Ele tentou matá-lo. Eu o salvei.
- Tire o capuz dele. – falou James, com tom autoritário.
Não foi preciso Pearce obedecer, o homem puxou o próprio capuz e James olhou espantado para o que via. Um murmúrio de espanto proveio de Sirius e Remus
- Peço que tirem ele do castelo e o levem em segurança até o seu, James. – continuou o homem. – É o favor pelo qual vocês estão aqui esta noite.
James deu um passo à frente.
- Pediste muito, velho amigo.
Houve um silêncio por algum tempo, em que ninguém falou. O rapaz a sua frente não tinha mais que vinte e poucos anos, talvez nem essa faixa de idade tivesse atingido ainda. Os cabelos eram sujos e embaraçados, ficou claro que há muito tinham sido deixados de cortar e cuidados. James reparou no modo como ele o encarava, muito assustado. Será o que o jovem falava?
- Pearce, pedes pra trair meu rei.
- Não. – negou o homem - Peço a ti que cuide da segurança do futuro Rei da Inglaterra.
Mais tarde, James não sabia como tinha acabado por aceitar aquela proposta tão absurda. Lá fora Pettiew os esperava com quatro cavalos. Montando logo em seguida, os cinco homens partiram o mais rápido possível daquele lugar.
À noite fora a mais fria e longa do ano, e tiveram que acampar em qualquer ponto da mata que estivesse já longe suficiente de Londres. Deixaram os cavalos amarrados e naquela noite especial não ascenderam fogueiras, tampouco usado suas varinhas para se aquecerem, pois acreditavam que todo o cuidado seria pouco.
Decidiu-se que a vigília seria feita de hora em hora. Sirius foi o primeiro. Os demais se ajeitaram em camas improvisadas feitas por suas varinhas, tentando fazer o possível para que um amontoado de folhas reunidas transformasse em camas. Entretanto, Sirius, estava encostado num tronco, de olhos totalmente abertos e prontos pra qualquer sinal de perigo.
O rapaz que agora estava sob a proteção dos homens jazia deitado, porém seus olhos também estavam abertos, muito provavelmente o garoto não dormiria aquela noite. Embora muitos jovens daquela idade servissem como pajens, outros até mesmo eram sagrados cavaleiros; aquele ali parecia tão amedrontado e fora do mundo real que olhava a sua volta como se nunca tivesse visto ou acampado em uma floresta antes.
- Tu falas? – perguntou Sirius, de repente. O garoto levantou o olhar, mas não respondeu.
- Sabes escrever ou ler?
Silêncio.
- Bom, bom, estamos fazendo progresso. – zombou. – Não quero ser chato, mas ainda estou impressionado. James está arriscando o próprio pescoço, e não entendo porque nunca ouvimos falar de você antes.
- Deixe-o em paz. – ouviu James dizer, de onde estava.
Sirius por sua vez suspirou, mas não ousou contestar. Na manhã seguinte, os homens estavam novamente na estrada de terra, em cima de seus cavalos, seguindo pela estrada que basicamente era um atalho para o Castelo Potter. O sol, ainda que fraco, levantou um pouco o ânimo dos homens.
As horas se passaram sem nenhum problema. Em dado momento, o grupo se dividiu. Sirius ficou com garoto, não de bom grado uma vez que claramente não gostava da companhia dele. Pettiew mais atrás a fim de cobrir a reta guarda, e James e Remus ficariam para despistar acaso alguém os seguisse. Até então pareceu a James um bom plano, mas Sirius não estava gostando disso. Podia pressentir que alguém estava seguindo ele e o garoto.
Dito e feito. Tudo foi muito rápido. Os homens, quatro ao todos, saltaram dos arbustos empunhando espadas e com brilho perigoso em seus olhos. Sirius mantinha uma mão segura na rédea do cavalo, enquanto a outra estava no bolso, apertando forte a varinha. Ele grunhiu.
- Somos camponeses, não temos dinheiro. Por favor, não nos machuque.
Não era de seu feitio implorar, tão pouco faria agora. Tudo não passava de encenação. Os homens vestiam-se com trajes simples como de aldeões, e talvez, se acreditasse que não passavam de uns deles, então talvez os deixassem passar. Mas um deles sorriu de modo malicioso, e de repente o garoto, em cima do seu cavalo, começou a gesticular os braços de modo frenético.
- O que há? Oh droga... não tenho tempo com adivinhações, meu caro. Que diabos está dizendo?
- Acredito, senhor camponês, - disse um deles - que o menino esteja dizendo que viemos para levá-lo de volta ao castelo. Mais especificamente ao calabouço, de onde nunca deveria ter saído.
E então o homem sorriu, exibindo uma fileira de dentes podres e a promessa em seus olhos.
***
Tudo parecia muito silencioso.
De fato, não tudo. Os resmungos dos soldados na muralha podiam ser ouvidos vez ou outra, bem como o trincar de dentes e ossos estalando de frio. Um deles esfregava as palmas das mãos, vã tentativa de afastar o frio que assolava o castelo dos Potter. E embora todos sonhassem com uma lareira quente e um bom vinho, sabia que só poderiam desfrutar de tal prazer quando enfim a carruagem aparecesse.
O frio era tanto, que alguns mal sentiam seus dedos, e aqueles que os sentiam dormente tentavam inutilmente esquentá-lo da forma mais cabível. Um homem tossiu forte, mais outro espirrou. A cena não tinha nada de acolhedor. Além do frio rigoroso, todos estavam apreensivos e nervosos.
- Algum sinal? – perguntou um dos homens.
O outro sacudiu a cabeça.
Por quase dois dias esta cena se repetia. Houve vezes em que se revezavam, quando já não podiam mais manter-se acordados para vigília, ou aqueles que tivessem família e precisassem voltar para suas acolhedoras casas no final da noite. Mas muitos permaneceram firmes em seus postos, pois também compartilhavam do mesmo sentimento de apreensão que todos do castelo Potter: enquanto a carruagem não aparecesse, ninguém sossegaria.
Foi no terceiro dia que o cenário mudou. A castelã mais do que apreensiva, subiu as escadas em direção a muralha, com o coração na mão. Naquela manhã seu vestido era em tom verde, sem muitos adornos. Uma capa de pele de animal sobre os ombros a protegia do frio, e levava o cabelo preso em um coque firme e os ombros retos, como uma verdadeira senhora do Castelo... Entretanto, por dentro, Lilian sentia um buraco no coração.
Aproximou-se de um dos homens.
- Alguma notícia de meu marido? De seus homens?
- Nada, senhora. – lamentou um dos soldados. Lilian notou que muitos deles carregavam rostos tristes, como de fato, houvesse todos perdidos suas esperanças.
Afinal, quem não teria? Certamente era a única tola que continuava rezando todas as noites para que Thiago voltasse são e salvo dessa missão. Lilian levou a mão ao colo, onde repousava um pingente de ouro, cujo marido lhe dera no dia de seu casamento. Tiago havia lhe dito que a jóia era para que se lembrasse dele sempre que estivesse longe, caçando, em uma missão real ou qualquer fosse à ocasião. E embora ela adorasse seu pingente, preferiria mil vezes que o marido estivesse ali ao seu lado, abraçado a ele.
- Senhora, por que não repousa um pouco? – o soldado disse, tirando-a de seus devaneios - Está um pouco pálida, e logo vai começar a chover. Se algo acontecer, poderemos chamá-la imediatamente.
- Estou bem. – ela mentiu.
Entretanto, não tinha sentido que continuasse ali, onde no máximo conseguiria atrapalhar a patrulha. Consciente disso, Lilian apertou a capa contra o peito, respirou fundo e pôs-se a dar meia volta. Sentia-se doente apenas por pensar que algo poderia ter acontecido à missão de Thiago.
Um grito estridente parou seu coração. Virando-se, um dos homens gritava animado, apontando para o horizonte. Os outros se amontoaram uns aos outros para ver quem se aproximava do castelo, e guardas postados nas torres soaram os clarins para alertar que alguém chegava.
Bom Deus... que seja Thiago!
Lily não esperou para saber a resposta. Rápida como uma raposa desceu as escadas e saiu correndo em direção aos portões, o coração na mão. Antes que os homens pudessem alertá-la sobre a prudência, saiu correndo campo a fora.
***
Thiago sentia o peso do amigo em seu peito, mas sustentou com firmeza Sirius na sela, tomando cuidado para que o cavaleiro desacordado não caísse e sofresse mais do que tinha suportado. A cabeça de Sirius descansava em seu ombro esquerdo, inerte como um saco de farinha.
Atrás deles vinham Remos Lupin, Peter e outros dois homens, além de uma carruagem que seguia a certa distante, onde carregavam sua carga preciosa. Depois de quase um mês longe, ver o castelo Potter era uma agradável bênção para os olhos de Thiago.
- Está vendo só, sarnento? – exclamou baixinho, de modo carinhoso – Estamos quase chegando. Agüente mais um pouco.
Ficou surpreso ao ouvir Sirius gemer na cela. Pensou que o amigo, até então, estava desacordado.
- Uma cama... preciso de... uma...
- Você terá tudo que quiser dentro de instantes, homem. Só mais um pouco. – tornou a repetir, dessa vez com o tom de voz sério. Se Sirius tivesse lhe pedido alfazemas e um harém ele teria lhe prometido isso também... embora não tivesse certeza de que fosse conseguir nem um nem outro.
A verdade é que Sirius não tinha bom aspecto, e isso o preocupava. Sirius era como um irmão para ele. Seu rosto estava coberto de suor, certamente tinha febre... Além disso, havia um ferimento grave em seu ombro. Decididamente chegou a conclusão que não tinha bom aspecto.
Thiago bem que tentara usar os meios da magia, ao menos para que aliviasse a dor que Sirius estivesse sentindo. Praguejou baixinho ao se lembrar do ataque que sofreram na estrada. Pelo modo como haviam sido abordados, estava certo que não havia se tratado de bandidos, mas sim de um ataque planejado, por homens da realeza que buscavam sua carga. O resultado disso era que Sirius quase tinha sido morto para proteger o que levavam dentro da carruagem.
- Não é Lilian ali? – Remus perguntou, apontando para alguém que se aproximava numa velocidade incrível.
Atrás de Lilian vinham outros homens, ninguém esperou que chegassem aos portões. Antes que Thiago percebesse tinha desmontado da cela e Lilian se jogado em seus braços. Mal dera tempo de entregar Sirius nos braços de seus homens e ordenado para que o levassem para dentro.
- Oh deus... deus... deus... senti sua falta! Oh meu deus...
- Querida, se continuar assim vai quebrar minhas costelas. – tentou brincar Thiago, abraçando a esposa e enterrando seu rosto no cabelo dela.
Ficaram assim por algum tempo. Quando então, ao perceber que a bochecha da esposa estava molhada, ele a afastou levemente e a encarou com o olhar preocupado.
- Não chore. Está tudo bem agora.
- Pensei que...
- Shhh. – levou um dedo aos seus lábios - Não vamos falar sobre isso. Será que conseguiria uma criada para cuidar de Sirius?
Ela prontamente assentiu.
Mais calma, Lilian abraçou Lupin e Pettiew, depois acompanhou Thiago até a entrada do castelo onde soldados e camponeses - até mesmo alguns cavaleiros sobre o amparo de Thiago -, esperavam para saudá-lo. Foi com imensa alegria ver que o senhor do castelo estava vivo, ainda que parecesse abatido e muito cansado.
Alguém pouco observador não teria notado a carruagem, que havia parado nos portões do fundo. Lilian, com olhar atento, decidiu sabiamente que perguntaria ao marido mais tarde.
As horas seguintes no castelo Potter foi literalmente uma festa. Rostos antes tensos mostravam-se aliviados, um lugar carregado pela pesada atmosfera, agora era motivo para felicidade. Lilian levou o marido ao quarto e saiu enquanto o pajem retirava a armadura. Em menos de uma hora ela havia providenciado as acomodações para que Lupin e Pettiew se instalassem e também tivessem todas as acomodações necessárias.
Foi atrás de seu filho, mas ao saber que Harry estava caçando – muito provavelmente com Rony, um garoto da vila cuja mãe servia no castelo, e que Lilian considerava como da família – soube que os dois só voltariam à noite ou na manhã seguinte. Normalmente as caças levavam dias, até mesmo semanas, e Harry já estivera fora por quatro noites.
Ao pensar em Harry, viu-se sorrindo enquanto atravessava o salão principal, indo em direção aos quartos de hóspedes para averiguar a saúde de Sirius. Harry poderia ser descrito como um menino diferente do comum, um orgulho para ela. Era alto, olhos azuis, e seu senso de proteção às vezes exagerado e seu dever pelos demais – levado tão a risca pelo rapaz -, tornara Lilian uma mãe protetora, embora James constantemente dissesse que o garoto estava apenas agindo como o futuro cavalheiro que um dia seria.
Mas não era sua culpa, pensou. Ter o filho ao seu lado, depois de tantos anos, transformava mesmo qualquer mãe numa leoa protetora. Até então o menino estivera morando com os tios, num castelo que mais parecia uma espelunca. A idéia era que Harry fosse para lá a fim de começar seu treinamento como cavaleiro. Inicialmente, Valter tinha sorrido e dito que proporcionaria a Harry todo treinamento que o garoto necessitava. Não imaginava, porém, que o marido de sua irmã tratava-se de um farsante. Em pouco tempo descobririam que Valter não só tinha proibido Harry e outros pajens de fazerem magias, bem como os explorava com trabalhos no campo. James havia dado uma boa lição em Valter. Ao menos o Lorde asqueroso teria problemas cada vez que quisesse se sentar.
Seus pensamentos voltaram à realidade quando entrou no aposento onde Sirius estava. A lareira estava acesa e surpreendeu-se a encontrar a curandeira da vila ao lado da cama, sentada em um banco de madeira.
- Como ela está? – Lilian perguntou.
A curandeira sorriu, mostrando alguns dentes podres. Era uma mulher baixinha e robusta.
- Já vi piores. Lorde Potter fez um bom trabalho com suas mágicas, mas às vezes é preciso habilidades de mãos normais para curar as pessoas. – ela falou, com um tom que demonstrava certo desprezo.
Lilian sabia que a curandeira não era alguém que detestasse magia, mas tampouco era apreciadora assumida da arte.
- Quanto tempo ficara desacordado?
- Desmaiou agora pouco, não parava de chamar por um garoto... a quem este homem se refere, dama?
Lilian deu de ombros. Garoto? Não tinha visto ninguém além dos quatro homens e alguns poucos soldados que tinham acompanhado o grupo desde que entraram nas terras Potter. Mas não havia nenhum garoto entre eles, não que seus olhos tivessem visto.
Saiu do quarto e voltou para onde o marido estava, mas parou na porta ao escutar a voz de Lupin.
- Como ele está? – perguntou James, com a voz muito preocupada.
- Ainda na carruagem, sir. – Remus respondeu.
- O garoto não queria sair e parece muito assustado – respondeu uma terceira voz, talvez um dos soldados de seu marido.
Lilian franziu o cenho.
- Acha que o castelo é seguro? O rapaizinho não poderia circular livremente por aqui.
- Ele não pode circular em lugar algum. – James disse, e em seguida acrescentou – Viram o rosto dele? Seria reconhecido aonde quer que fosse. Não me admira se o jovem tivesse passado sua vida inteira no calabouço. – houve uma pausa, em que Lily jurou pelo barulho que James estivesse sorrindo – Por Favor, Remus, queira abrir a porta para que eu possa explicar a minha esposa curiosa de quem, exatamente, estamos falando.
***
N/A: Tá, eu sei estava sumida. Vamos lembrar que floreios ficou fora a quase duas semanas, então eu mereço um desconto, (até parece...rsrs).
Bom, espero que tenham gostado desse capítulo. Agradeço a todos os comentários até agora, eles que sempre me estimulam a continuar e continuar. Próximo capítulo terá nosso querido Harry Potter. =)
Críticas, sugestões, elogios? Qualquer disso é bem vindo em comentário. Beijos e até a próxima!
Comentários (2)
Lindoo!!!!!!...Poxa vida....faz tempo a fic.....continua...to amandoHarry e Hermione foreverrrrr
2013-08-15Esse capítulo foi perfeitooo XD Tadinho do Sirius ficou mesmo mal depois do ataque!!! Ahhh finalmente falou-se do Harry e do Rony *-* Fiquei super empolgada quando li os nomes de Remo e sírius, adorooo eles!!! Muitoooo fofo Tiago/Lily =D Acho tão parecidos com Harry/Mione *-* Agora estaão do lado do rei Louis? quem os atacou??? Foi Voldemort???? Quem é esse garoto??? Estou esperando ansiosa pelo próximo capítulo!!!
2011-10-01