Vinte e dois.
E tal pensamento fizera efeito, tornando-se mais firme em sua mente quando viu a mãe entrar na sala. Nem mesmo as expressões sérias em seu rosto foram suficientes para esvair seu sorriso. Tão pouco fazê-la mudar de ideia. Hermione estava decidida no que faria. Levaria isso até o fim.
- Para uma mocinha que está grávida anda passando muito tempo fora de casa, não acha? - Susan a olhou, cruzando os braços.
- Estava resolvendo umas coisas... – Hermione respondeu. – E precisei ficar o dia todo fora.
- Precisamos conversar. - Susan sentou-se no sofá. Indicando para a filha que o assunto era sério. E Hermione andava evitando tais conversas com a mãe, pois sempre terminava em discussão. Pelo visto, não teria como fugir desta. Aproximou-se, sentando ao seu lado, porém afastada. - Estive no hospital hoje pela manhã, conversando com uma assistente social.
- E pra que esteve conversando com uma assistente social, mamãe? – a garota perguntou rígida. Novamente seria pega por aquela conversa insana. E mais uma vez brigaria com Susan por isso.
- Você sabe o motivo, Hermione. - a olhou calma, tentando persuadir a filha a pensar como si. - Ela me disse que essa criança tem grandes chances de ser adotada por uma família que possa lhe dar uma boa vida. Tudo que ela merece. Assim não terá que se preocupar com ela e dedicar-se apenas ao seu futuro.
- Lá vem você de novo com essa história... – Hermione falou irritada. Levantou-se do sofá e olhou para a mãe. – Como acha que vai ser meu futuro, carregando a culpa de ter dado um filho meu para um estranho criar? Como acha que eu vou me sentir depois disso?
- Você é nova, Hermione. Vai superar tudo isso. - Susan também disse em mesmo tom, farta daquela teimosia. - Como acha que será o seu futuro cuidando dessa criança sozinha e sabendo que teve que abandonar seus sonhos? Como vai ser seu futuro se tiver um emprego medíocre como o meu e viver sempre endividada?
- Vai ser como tiver que ser mamãe. – respondeu séria. – Eu não me importo de não ir à universidade, ou de não ser uma profissional excelente e viajar o mundo todo. Eu já disse. Meu sonho é o meu filho, agora. E não vou abrir mão dele. Entenda de uma vez! Se eu tiver que passar a vida toda tendo um emprego medíocre, mas estando com meu filho, eu vou estar feliz...
- Isso é idiotice. - a mulher riu, irritada. - O mundo não é esse conto de fadas que você pensa ser. Quando a situação apertar para o seu lado, você vai se arrepender das escolhas que fez Hermione. Todo mundo se arrepende um dia. Você precisa se dedicar aos seus estudos no momento...
- Então quer dizer que se arrepende de não ter feito o mesmo? Podia ter me dado para alguém... – ela murmurou deixando as lágrimas escaparem. Susan a feria duplamente dizendo tais coisas. E não poder contar nem com sua própria mãe, era doloroso demais.
- Meu estado foi completamente diferente do seu, Hermione. - ela disse após um longo suspiro. - Embora seu pai seja um cretino hoje, ele me apoiou na época. Esteve do meu lado. Será que não percebeu ainda que Harry não está do seu lado? Que essa responsabilidade é só sua e de mais ninguém?
- Não precisa me lembrar que estou completamente sozinha... – sussurrou baixando os olhos, deixando as lágrimas caírem fartas. – Harry pode não estar comigo, mãe. Mas eu vou estar pro meu filho. Custe o que custar, eu vou ficar com ele. E vou criá-lo... – a encarou decididamente. - A vida pode não ser um conto de fadas, mas eu sei que farei o meu melhor. Não preciso de ninguém para isso. De ninguém.
- Tudo bem, Hermione. Continue pensando como deseja. - Susan concordou, respirando fundo e passando a mão no rosto cansado. - Só espero que não faça coisas agora que possam ser incorrigíveis no futuro. Como abandonar seus estudos.
- Não abandonarei mãe... – mentiu, suspirando. – Vou pro meu quarto...
Susan a acompanhou deixar a sala com o olhar. Outra vez tinha falhado em convencer a filha sobre tudo isso. E só esperava que agora que Hermione seria mãe, ela entendesse um dia que só queria o seu bem.
**
Os últimos dias de aula que perdera começaram a surtir efeito naquele momento. Sempre tinha sido a melhor aluna da sala, dedicada com todos os estudos e trabalhos. E agora não sabia como resolver uma conta de matemática. Matéria nova e dada quando teve que sair mais cedo para trabalhar. Ainda não sabia ao certo se o fato de não conseguir resolver o exercício devia-se a falta de prática ou ao nervosismo.
A ideia de passar alguns minutos ao lado de Harry outra vez a deixava assim. Embora seu íntimo desejasse tal, tinha receio daquela aproximação. Eram raros os momentos em que ficavam perto um do outro. E sempre que isso acontecia, alguma coisa não saia bem.
- Você tem que usar a regra de La Place pra resolver isso. - a voz masculina atrás de si a despertou de seus devaneios. Ele forçou um sorriso quando ela ergueu seu olhar. - É mais fácil para resolver determinantes de terceira e quarta ordem.
- Nada é fácil para mim. Eu odeio matemática. – Hermione falou, suspirando fundo. Já estava com vontade de desistir e ir embora. Quem sabe se chegasse mais cedo no trabalho, pudesse fazer algo mais útil.
- E eu odeio literatura. Bem-vinda ao clube. - comentou enquanto se sentava ao seu lado. - Posso? - pegou o lápis da mão de Hermione, virando o caderno para o seu lado. - É só você somar os elementos de uma fila pelos seus co-fatores. - explicou enquanto fazia a resolução.
Ela o fitou surpresa, mas nem a súbita alegria que se apossara seu coração, podia deixar o receio de lado. Hermione engoliu em seco, ao observar o antigo namorado. Ainda o amava, e sentia-se entorpecida perto dele.
- Não precisa me ajudar... Eu perdi toda a matéria, não vai adiantar... – murmurou fitando o seu caderno.
- Não me custa nada fazer isso por você. E eu gosto de bancar o professor às vezes. - comentou divertido ao devolver o caderno para Hermione, com o exercício resolvido. A olhando com um sorriso. - É divertido.
A morena suspirou. Não sabia o que dizer. Não queria ser gentil com Harry, mas também não queria magoá-lo. Então decidira por ficar quieta. Quem sabe ele desistisse e fosse embora por conta própria.
Harry também permaneceu em silêncio. E o olhar de Hermione apenas o fez ter mais certeza das palavras de Rony. Ainda a amava e sabia que estava agindo errado. Principalmente, sabia que tinha algo de errado em tudo o que aconteceu entre eles. E faria o possível para descobrir isso, e o impossível para se redimir por seus erros.
- Não precisa fazer os exercícios comigo... Eu posso resolver sozinha. Assim você não perde nota também. – Hermione falou após alguns minutos de puro silêncio.
- Tudo bem. - Harry assentiu, voltando seu olhar para o caderno da morena. - Se você resolver o próximo sozinha, eu prometo que vou embora e te deixo em paz.
- Mas... Eu... – a morena tentou argumentar, mas sabia que seria impossível. – Não vou conseguir.
- Então aceite de que não me custa nada te ajudar. - sorriu, tomando o lápis outra vez. O fato é que ansiara por aquela resposta, pois também não queria se afastar de Hermione. - E pra dizer a verdade, fez bem em perder a aula de matemática. O professor substituto tem a língua presa e você não entenderia nada do que ele explicou. - emendou, rindo.
- Você está brincando comigo, não é? – Hermione falou atraindo o olhar dele. Como se este já não estivesse preso em si. – Você vem me evitando todo esse tempo. Disse coisas horríveis de mim. Duvidou de tudo que eu sentia. E agora... De uma hora pra outra decidiu me tratar bem? Acha que vai resolver tudo com um sorriso?
- Não, Hermione. Eu não acho. - Harry a respondeu após respirar fundo. Aquela atitude vinda da parte dela estava demorando, mas já era esperada por ele. - Eu sei que tudo o que eu fiz foi errado, mas eu não estou aqui brincando com você. Acontece que eu fui um idiota. E sei que tem algo de errado por trás de tudo isso. Se quiser me xingar ou me bater por ter percebido isso só agora, fique à vontade. Você tem todo o direito.
- Não me interessa nada, Harry. – ela falou suspirando. Então se ergueu. – Não me importo com mais nada a seu respeito. E não precisa colocar meu nome nessa lista de exercícios, eu não vou aparecer na aula.
- Eu vou colocar mesmo assim. Não se preocupe. - a olhou, forçando um sorriso.
Ela não disse nada, apenas juntou seus materiais, e os colocou dentro da mochila. Seu coração embora exultante pela aproximação de Harry estava magoado demais para aceitar essa investida logo de cara.
**
O jogo em uma cidade próxima levou o time de futebol e as líderes de torcida em uma viagem no dia seguinte. E logo após um jogo duro e acirrado, o time visitante conseguiu sua vitória. E isso em parte devia-se a concentração do capitão, que não deixou abalar-se por comentários ou investidas ofensivas dos adversários. O que não gerou em uma briga e arrecadou em táticas e lances para o jogo.
Mesmo após o fim do jogo, decidiram permanecer mais um pouco na cidade. O intuito era comemorar no território inimigo sua vitória. Alguns jogadores se espalharam por ruas e lugares bastante frequentados, outros decidiram ficar no campo e comemorarem no lugar conquistado. E como não estava animado para frequentar nenhum dos ambientes, Harry seguiu para o vestiário assim que o jogo terminou.
Trocou de roupa com o intuito de voltar para casa mais cedo. Assim teria tempo para planejar algo sobre tudo isso que vinha o incomodando constantemente. Porém, nem foi preciso tal. Ao deixar o vestiário, deparou-se com uma cena que o deixou extremamente irritado. Gina estava sendo pressionada na parede por Mark Jacobs, protagonizando uma cena de beijo nada agradável de assistir.
E o que o deixou irritado não foi isso. Não tinha relacionamento nenhum com a ruiva e pouco lhe importava o que ela fazia ou deixava de fazer. O que o deixou extremamente furioso foi vê-la com Mark, o mesmo que beijara Hermione meses atrás. Agora tudo fazia sentido. Riu-se, retirando a mochila de seus ombros e caminhando até o casal enquanto batia palmas. E o som fizera com que Gina empurrasse o garoto, olhando assustada para o moreno.
- Uau, eu tenho que dar os parabéns pra vocês dois. Sabiam que formam o casal de cretinos mais perfeitos que eu já vi? - comentou sarcástico, olhando de um para outro. - Realmente se merecem. Porque nenhum vale nada.
- Harry... Não é nada disso que está pensando. – Gina disse, alarmada. Limpando os lábios borrados de batom. – Ele me agarrou... Esse cretino!
- Eu o quê? - Mark a olhou, surpreso. - Foi você quem me chamou para cá, dizendo que o Potter estaria enchendo a cara pra afogar as mágoas e nem se lembraria que você existe.
- Enchendo a cara para afogar as mágoas? Que criativo. - o moreno desdenhou, mantendo o sorriso cínico ao olhar de um para o outro.
Gina arregalou os olhos, e fitou de um a outro. Agora estava perdida, mas continuaria mantendo a mentira que usara para enganar Harry, até o ultimo minuto. Então sorrira, nervosamente.
- Mark me agarrou sim. Ele não suporta vê-lo bem com alguém. Assim como beijou sua antiga e medíocre namorada. Está fazendo agora! – ela disse desesperada. – Não acredite nele, Harry. Não acredite.
- Cala essa boca, Gina. - Harry sibilou irritado ao olhar ferozmente para a ruiva quando mencionara Hermione no meio daquele assunto. Voltou seu olhar mordaz para o garoto ao lado. - Jacobs, eu já deveria ter quebrado sua cara meses atrás. Então saia da minha frente antes que eu faça isso agora.
Mark não pensou duas vezes antes de fazer o que ele dissera. E lançando um olhar de vingança e raiva para Gina, deixou o corredor rapidamente. Assim que se viu sozinho com a ruiva, voltou-se para ela. Extremamente furioso.
- Comece a falar. - ordenou ao cruzar os braços.
- Não sei do que está falando... – murmurou fingindo-se inocente.
- Deixe de ser hipócrita, Gina. - bradou cheio de raiva ao se aproximar da ruiva, fazendo-a recuar de receio. - Acha que eu vou continuar agindo como um idiota depois do que eu vi aqui? Pensa que eu não sei que isso tudo foi uma armação sua desde o princípio? Você e Mark armaram aquele beijo com Hermione para que eu visse e terminasse meu namoro com ela.
A ruiva ofegou ante a ameaça. Nunca vira Harry daquele jeito, somente no dia em que descobrira a “traição” de Hermione. E aquele brilho furioso não gostaria de ver nos olhos dele. Dava-lhe medo.
- Eu não fiz nada, eu juro. – insistiu naquilo, e ele bufou, socando a parede ao seu lado. Gina soltou um gritinho assustado. Harry a fitou sério, esperava sua confissão. – Ok! Eu armei tudo... Não suportava ver você e aquela idiota juntos. Então eu pedi ao Mark para agarrá-la a força se necessário. Isso claro, depois de eu envenenar você com ciúmes...
- Eu não acredito no que eu to ouvindo. - Harry riu entre sua fúria, afastando suas mãos trêmulas de Gina. Porque tinha vontade de estrangulá-la. - Hermione me disse a verdade o tempo todo. E eu fui um imbecil, porque estava cego de ciúmes. - dizia a si mesmo, passando os dedos entre os cabelos em um gesto de desespero. - Ela não vai me perdoar nunca.
- Fiz um favor pra você. Devia me agradecer. – a garota ousou dizer. – Não vai ter que assumir aquele bastardinho. Porque ele é seu com toda a certeza...
Harry voltou seu olhar cheio de ódio para Gina. A olhou com desprezo, culpando-se imensamente por todos os momentos que teve ao lado dela. Que nunca teve significado nenhum e agora lhe dava nojo. Todos o alertaram da verdade, mas estava cego de ciúmes. E o pior, envenenado por Gina para acreditar em tudo isso.
- Você é louca? - perguntou entre dentes ao segurar com força os braços de Gina e sacudi-la. - Será que não percebe o erro que cometeu? Hermione está sofrendo por minha culpa. Por sua culpa, Gina. Essa criança é inocente. E por pouco eu cometo uma loucura de não assumi-la porque eu fui idiota quando acreditei em você.
- Me solta! – exclamou assustada com a força que Harry usava para apertar-lhe os braços. – Você é quem é louco! Para com isso, ou eu vou gritar!
- Eu deveria acabar com você. - sibilou ao soltá-la de forma brusca, fazendo-a colidir com a parede atrás de si. - Eu odeio você, Gina. Tenho nojo de você. E pra dizer a verdade, não sei o que tinha na cabeça quando me envolvi com alguém como você.
- Foi tudo inútil, eu não sei o que tinha na cabeça quando tentei ter você de volta. É um idiota, igualzinho a Granger! Foram feitos um pro outro... – falou irritada. – Volte pra ela, e seja infeliz para sempre.
- Ah eu vou ser, Gina. Porque pela Hermione vale à pena qualquer coisa. Mesmo que eu tenha que passar o resto de minha vida pedindo perdão por causa de sua estupidez. - Harry bradou enquanto se aproximava, olhando-a nos olhos em forma de desprezo e fúria. - Porque você não passa de uma vadia.
- Desgraçado! Isso não vai ficar assim, Harry. Não vai... – murmurou vendo-o dar-lhe as costas e sair rapidamente, praguejando contra ela.
Harry ignorou os gritos de Gina, apanhando sua mochila e tateando os bolsos de seu casaco. Sentia um enorme peso sair de seus ombros. Peso este que adquiriu quando terminou com Hermione. No entanto, ainda tinha outro peso que o incomodava. E esse era o receio de que ela poderia não perdoá-lo. Mesmo sabendo disso, ainda correria o risco.
Amava Hermione e faria o possível para tê-la de volta. E também assumiria o filho que ela esperava, porque era seu filho também. Agora não tinha mais nenhuma dúvida quanto a isso. Caminhou até o carro, sentindo-se ansioso para encontrá-la. Precisava pedir perdão por tudo.
**
O peso em sua consciência tornava-se cada vez maior. As palavras de Gina não saiam de sua mente. E o arrependimento por ter tratado Hermione daquela forma o atingia ferozmente. Tudo porque fora idiota demais em deixara-se levar pelo ciúme e acreditar em seu orgulho. Principalmente nas palavras de Gina.
Embora soubesse que Hermione poderia não perdoá-lo jamais, Harry decidiu tentar. Porque ainda a amava, mesmo depois de seu erro cometido. E sabia que ela precisava de sua ajuda. Afinal, ela esperava um filho seu. Um sentimento agradável o invadira ao dar-se conta daquelas palavras, pois agora sabia que tudo era verdade desde o princípio. Sentia-se feliz em saber que seria pai.
Ligou o carro, ansioso para encontrá-la. Independente de ter seu perdão ou não, tinha que se explicar. E aquela vontade de recomeçar o deixava cego diante do volante. Seu pé não pisava com força no acelerador, estava na velocidade certa. Mas o sentimento de tirar um peso de seus ombros, adquirido ao terminar com Hermione, não o deixava perceber com razão os acontecimentos na rodovia. Como a chuva que começava a cair e misturava-se com o penumbre da noite.
Sua mente fazia vários planos durante a viagem. O principal era reconquistar Hermione e estar ao seu lado quando seu filho nascesse. O segundo, não menos importante, era fazer Gina pagar por tudo o que fez. Uma raiva imensa o invadia ao lembrar-se dela. Se não fosse por ela, Hermione não teria sofrido tanto por sua culpa. Reconhecia seu grande erro, mas este fora causado por Gina. E a odiava intensamente por isso.
Enquanto as palavras que iria usar passavam em sua mente, suas mãos mantinham-se firmes na direção. Harry não notou o deslizamento dos pneus de seu carro. Uma forte luz viera de encontro ao seu rosto e o som alto da buzina o assustou. Somente agora deu-se conta do carro que vinha em sua direção. Mas já era tarde demais para conseguir retornar à estrada. Girou o volante rapidamente para o lado, desviando-se do outro carro. E o seu só parou quando colidiu com força em uma árvore.
Levou alguns segundos para que o pânico passasse, deixando as batidas de seu coração e sua respiração lentos até demais. Tentou se mover para sair do carro, mas não conseguia. Seu corpo todo doía, principalmente as pernas. E seus olhos se fechavam lentamente, devido a colisão e aos ferimentos. Hermione foi a última coisa que veio em sua mente antes de Harry desmaiar.
**
- Sair de casa? - Katie indagou surpresa depois do que ouviu, desviando-se de outra pessoa que vinha em sua direção. Decidiu acompanhar Hermione ao shopping naquela tarde, já que Rony teve que viajar para o jogo de futebol. E a notícia da amiga de que ela iria sair de casa a deixou alarmada. - Mione, como assim? Você só tem dezoito anos. É cedo demais para sair de casa.
- Não tenho outra escolha, Katie. – Hermione respondeu. – Minha mãe está me pressionando demais, e eu escolhi seguir minha vida. Sem ninguém que me dê ordens.
- Bom, eu acho que depois de tudo o que você passou esse deve ser o menor dos problemas. - Katie murmurou. - Desculpe, falei demais. - redimiu-se ao perceber suas palavras.
- Você tem razão. Esse é o menorzinho de todos os meus problemas. – Hermione falou num suspiro. – Esse eu posso resolver, mas vamos ver o que consigo com meu salário. Tem que ser um lugar limpo pelo menos. – emendou e forçou um sorriso.
- E você já olhou algum lugar? - Katie perguntou curiosa, olhando-a. - Porque pelo que eu percebi você quer se mudar logo.
- Comprei um jornal, e o folheei na hora do almoço, mas não encontrei nada ainda. Tudo é muito caro e grande. Preciso do que seja o contrario disso. Pequeno e barato. – a morena falou. – Mas tenho que ter paciência. Um bom lugar pra eu morar, não vai aparecer assim do nada.
- Você vai encontrar um lugar bom logo. Eu tenho certeza. - a amiga lhe sorriu enquanto passavam pela vitrine de uma loja de bebês. E foi inevitável que os olhos de Hermione não recaíssem sobre o mostruário que tinha ali.
Eram tantas peças bonitas e delicadas que seus olhos se enchiam de encanto. E pensar que seu bebê não tinha quase nada, era doloroso. Mas sua prioridade era se mudar, depois pensaria no enxoval do filho. Com muito custo, obrigou-se a fitar Katie.
- Minhas roupinhas são mais fofas e delicadas. - a morena brincou, tentando animar Hermione enquanto envolvia seu braço ao dela e retomavam a caminhada. - Ontem eu fiz um vestidinho lindo. Ainda faltam alguns detalhes pra terminar, mas tenho certeza que você vai adorar quando vê-lo.
- Não duvido disso... – murmurou se entristecendo. – Às vezes penso que minha mãe tem um pouco de razão. Eu não vou poder dar muita coisa pra minha filha. Assim como foi comigo, ela vai viver sem luxo algum. – Hermione disse, afastando as lágrimas. Já estava farta de chorar, e embora tudo isso doesse, não derramaria pranto algum.
- Mione essa questão de luxo não é importante. - Katie cessou seus passos, fitando a amiga. - Você não cresceu cercada de luxo e é a melhor pessoa que conheço. Sua filha não precisa de dinheiro, precisa do amor da mãe. E isso eu tenho certeza que você vai dar e muito.
- E é só isso que tenho pra oferecer. – Hermione disse, suspirando, para conter as lágrimas que já inundavam seus olhos.
- E é o mais importante. - Katie lhe sorriu, porém ouvindo o toque de seu celular. Um sorriso bobo surgiu ao ver que a ligação era de Rony. Hermione rira de um comentário da amiga, que em seguida atendera a ligação. E com o passar dos segundos, a expressão no rosto de Katie havia mudado. Fazendo com que ela até se afastasse de Hermione.
A morena achara aquela atitude estranha. Porque seria natural Katie se afastar levando um sorriso nos lábios, para que ela não ouvisse a conversa pessoal, mas seu semblante sério estava deixando Hermione preocupada. Algo nos olhos da amiga despertara essa preocupação, e havia ainda algo muito intenso que apertava seu peito. E por conta disso já começava a cogitar coisas ruins.
Minutos depois Katie desligara o celular. Ainda permanecera de costas para a amiga, pensando nas palavras que usaria para dar aquela notícia. Notícia esta que também a deixou surpresa. E causaria um choque maior em Hermione. Sabia o quão era arriscado, já que ela estava grávida. Após algum tempo, pensando, virou-se para ela. E ao segurar sua mão, a conduziu até um dos bancos que tinha por ali perto.
- Mione, eu tenho uma notícia... Ruim pra te dar. - Katie murmurou, mordendo o próprio lábio. - Mas eu quero que fique calma. Sabe que qualquer susto ou nervosismo pode te fazer mal.
- O que... O que aconteceu Katie? – perguntou aflita.
- Harry estava voltando do jogo agora a pouco. - ela começou de forma calma, mas apenas aumentando a ansiedade e o nervosismo de Hermione com aquelas palavras. - Ele... perdeu o controle do carro e... sofreu um acidente. Está no hospital agora.
Hermione sentira-se nauseada ao ouvir aquela notícia. Por nada no mundo imaginaria ouvi-la. Nem queria, pois apesar de ter acontecido tudo que acontecera entre ela e o moreno, não desejava algo tão ruim para ele. Afinal o amava do fundo do coração.
As lágrimas rapidamente banharam os olhos castanhos, e ela apertou as mãos, uma na outra de forma nervosa. Não podia acreditar que Harry estava hospitalizado. E pensar que quando o vira pela última vez fora tão seca.
- Hermione? - Katie a chamou pela terceira vez, já preocupada. Notando o rosto da amiga perder a cor lentamente. - Mione, não desmaia. Por favor, não faz isso. Fala alguma coisa.
- Eu... – ela disse voltando a olhar pra a amiga. – Eu... Preciso ir vê-lo... Ele... – então soluçou, levando as mãos para tampar o rosto.
- Primeiro se acalma. - aconselhou ao passar seu braço em volta dos ombros da amiga. - Não vai ser bom você chegar lá dessa forma. E talvez não tenha sido tão grave. Não tem porque se desesperar dessa forma.
- Por favor, Katie... Me leva até lá. Por favor. – Hermione pediu chorando, estava nervosa e trêmula, e não podia conter o sofrimento ao pensar em Harry.
- Ta bem. - a morena assentiu após um longo suspiro. Não queria que Hermione fosse daquela forma. Mas se evitasse, poderia ser pior. Então a ajudara se levantar, caminhando ao seu lado em direção ao estacionamento. Desejando, assim como ela, que não fosse nada grave.
Então é isso, pessoal. Espero que gostem do capt. e comentem muitooo!
Beijos das autoras.
Desculpe a formatação, mas essa negocio aqui tá doido... kkk
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Comentários (23)
Só pq a pessoa aqui ta ralando que nem uma escrava ela ta de recesso. É osso viu. ¬¬' Não liguem pro que a Jéssica fala. Eu ando cansada ultimamente. Meu trabalho ta me tirando o couro. Mas assim que der a gente escreve e atualiza.
2012-01-21OMG!!! Tadinha da Mioneeee, a mãe dela continua insistindo nessa ideia absurda deixando a filha mais tristinha ainda =( tomara que ela não desista mesmo dos estudos e nem do bebê!!! FINALMENTEEEE o Harry descobriu a verdade, demorou hein!!! aiaiai se eu estivesse no lugar dele teria socado a cara da Gina e não a parede, aquela bruxa!!! Pelo amor de Mérlin, um acidente nessa altura dos acontecimentos??? E ele não sente as pernas??? O que vai acontecer agora??? Ele não vai perder a memória né??? Ele vai conseguir falar com a Mione??? Não demora a postar pleaseeee!!! *-*
2012-01-20AH ME DIZ QUE ELE SOBREVIVEL (E TEM MEMÓRIA).-.- Cara ele demorou para sacar não?Depois quanod chama de idiota não gosta!!Espero que ele consiga resolver as coisas com a Mione o dois merecem (ela mais que ele mais mesmo assim).rsrsr Amei o capítulo, curiosa pela continuação, att assim que der, por favor.Beijos...
2012-01-20