Graças a um professor maldito

Graças a um professor maldito



Luna e eu estávamos na biblioteca. Eu tava ajudando ela a fazer o trabalho de história da magia. Sinceramente eu gostava mais de feitiços, vivia inventando. Claro eu isso me rendeu um apelido: Louca dos Feitiços...


Aff.


-Angel, por que você não entrou pra AD mesmo?


-Por que eu sou uma doida varrida esqueceu? –Ri, mas minha vontade era de chorar. Quem gosta de ser isolada? Luna não entedia que eu não gostava de ser do bando dos maluquinhos. Aliás, nem mesmo os esquisitos gostavam de mim. Só Luna, mas ela via o mundo de um jeito diferente. Ela era um ano mais nova que eu.


-Ah, droga! –Luna falou mais alto do que o permitido po Madame Pince, mas a velha maníaca estava ocupada brigando com um garoto do segundo ano que tava comendo sapos de chocolate. –Ainda falta um centímetro!


-Eu dou um jeito. –Peguei minha varinha, apontei para o pergaminho e a letra de Luna aumentou e o pergaminho ganhou três centímetros.


-Hermione não aprovaria isso, mas de qualquer forma, você salvou minha nota.


Eu sabia disso. Eu era do mesmo ano que a garota mais inteligente de Hogwarts.


-É, mais não vai ser ela que vai corrigir sua redação.


Depois de me despedir de Luna, fui até o campo de quadribol. O time da grifinória estava treinando e eu não podia deixar de ver o Rony, minha paixão platônica. Eu me permiti ter esperanças quando ele terminou com a Lilá, mas parecia que ele e a Hermione estavam prestes a namorar. Tentei me sentar sem fazer barulho, mas quando eu olhei o Rony fazer uma defesa me desiquilibrei e os garotos na minha frente se viraram.


-Ei sua maluca, o que você tá fazendo aqui?


-Veio azarar os jogadores?


-Eu sou da grifinória, por que iria azarar os jogadores da minha casa? –Tentei ser lógica.


-Por que você é doida!


-Se manda!


Não teve jeito. Voltei pra torre da grifinória antes de azarar um daqueles garotos e pegar uma detenção.


Eu sabia que o que fazia todo mundo pensar que eu era doida era minha aparência. Eu não fazia questão se o meu uniforme estivesse amassado ou não. Eu não passava horas no banheiro ajeitando meu cabelo. De maquiagem, a única coisa que eu fazia questão era um lápis pra marcar meus olhos meio castanhos, meio verdes. Muito diferente das outras garotas que só saiam se estivesse com tudo no lugar. Eu estava disposta a mudar. Só não sabia como e por onde começar.


(N/A)A Angel!
(N/A) A Angel aí!
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História da Magia. Como eu odeio essa matéria! Como eu tava ocupada aperfeiçoando o meu feitiço repelente(os mosquitos são uma desgraça!) eu não fiz minha redação. Realmente eu rezei praquele fantasma esquecesse que eu não tinha entregado, mas nada nunca dava certo pra mim mesmo...


-Senhorita... –O prof. Bins me chamou no fim da aula. Naturalmente, ele não se lembrava do meu nome.


-Simmons. –Suspirei.


-Onde está sua redação?


Eu tava irritada a muito tempo por ninguém saber meu nome. Um professor era o cúmulo.


-Já experimentou olhar no seu túmulo? –Empinei meu nariz.


-O que disse? –Ele avançou pra mim, irritado.


-Se não estiver lá, pode olhar na sua bunda. –Eu não acredito até agora que eu dei aquele sorrisinho cínico. Quanto ao professor, ele só não teve um infarto porque já estava morto.


-Escute aqui, você não pode falar assim comigo...


-Senão o que? Não me importo com detenções, e o Senhor não pode me bater, porque fantasmas não são sólidos! Ah é o senhor não percebeu, então lhe dou a triste nóticia: O senhor morreu!


Dino e Simas, os únicos que não tinham saído, correram. Com certeza pra contar que a Louca dos Feitiços pirou de vez. Pirei mesmo.


-Um. Mês. De. Detenção. –Foi só que o professor conseguiu dizer.


Sorri cinicamente de novo. E sai correndo. Queria chegar logo na minha aula de transfiguração. Corri xingando mentalmente cada pessoa que tinha me chamado de Luca dos Feitiços na minha vida. Então, eu colidi com um garoto e nós dois caímos no chão, ele por cima de mim. Levou um segundo pra eu perceber que era Draco Malfoy. Ele se levantou, e eu já estava esperando que ele berrasse comigo, todo mundo sabia que ele usava qualquer pretexto pra brigar com alguém da grifinória. Mas ele me deu a mão pra me ajudar a levantar, e eu aceitei. Olhei pros meus livros no chão, mas eu já tinha começado a chorar e sai correndo sem apanhá-los.


Narração:Draco.


Eu tava indo até a biblioteca pegar um livro que eu tinha esquecido quando aquela garota veio correndo e esbarrou em mim, derrubando meus livros e os dela. Eu cai por cima dela e olhei dentro daqueles olhos castanho-esverdeados tão diferentes do que eu já tinha visto. Eu me levantei e numa ação reflexa, estendi a mão pra ajudar a garota a se levantar. Eu não acredito que fiz aquilo. Eu devia gritar com aquela garota da grifinória. Mas ela já estava quase chorando... ela olhou pros livros dela no chão e saiu correndo chorando.


-Que garota esquisita...


Apanhei meus livros e olhei pros dela. Olhei pro fim do corredor, mais não parecia que ela ia voltar no momento. Eu não devia me preocupar mas quando eu me lembrei dela... Ela tinha os cabelos castanho-claros bagunçados e a pele clara. Eu não achei aquele cabelo feio. Achei diferente. Me peguei sorrindo.


“Preciso ir ao St. Mungus. Depois dos meus pais serem inocentados to tentando ajudar pessoas demais...”


Eu sempre me pegava fazendo boas ações. Tantas que meus amigos nem falavam mais comigo.


Eu já tinha dado alguns passos e olhei de novo pros livros dela espalhados no chão... Eu não podia deixá-los ali largados...


“Eu definitivamente estou enlouquecendo!”Eu pensei. Eu estava procurando aquela garota por toda a escola, o que não é fácil. Então eu olhei pela janela e vi ela perto do lago e fui lá. Ela me deixava intrigado. Eu tinha a impressão de que já conhecia ela. Então eu me lembrei do ano anterior. Ela tinha enfeitiçado Crabbe, fazendo ele comer terra de um vaso perto das estufas. Só podia ser ela. Ninguém mais tinha aqueles cabelos castanho-claros bagunçados em toda a escola. “Eu estou sorrindo de novo? Certo que ver o Crabbe comendo terra foi engraçado mais...” Então me lembrei de outra vez que eu tinha visto aquela garota, já nesse ano. Ela estava na ponta mais distante da mesa da grifinória, isolada. Eu já tinha visto ela muitas vezes, agora que eu parei pra pensar. Ela estava sempre sozinha.


-Seus livros. –Eu coloquei os livros ao lado dela. –Meu nome é Draco Malfoy, qual é o seu? –Eu tava me apresentando? E por que eu to tão ansioso pra saber o nome dela?


-É... é Angel Simmons. –Ela olhou pra mim. Parecia tão curiosa como eu pra saber o motivo dessa aproximação. Mas eu notei algo mais importante que me fez esquecer que eu tinha um trabalho pra entregar e uma aula pra assistir. Angel estava chorando.


-O que fizeram com você? –Eu não me importei que eu não estava no meu normal, eu só queria saber porque ela tava assim.


-Ninguém fez nada comigo. Quem começou foi eu. –Ela parecia uma criança pirracenta de cinco anos. Uma graça.


-E o que foi que você fez?


-Eu nasci.


Ela abraçou os joelhos, e chorou. Eu tinha a necessidade absurda de ajudar ela. Puxei o seu rosto pra cima e enquanto enxugava suas lágrimas com o meu palito eu tentei consolar ela.


-Isso não parece um erro. O que aconteceu.


-Ninguém gosta de mim.


Mordi minha língua antes de dizer “Eu gosto.”


-E a Luna?-Eu me lembrei de ter visto ela com a Di-Lua algumas vezes.


-Luna vê o mundo de um jeito totalmente diferente.


-Mas ela gosta de você. –Ela realmente pareça uma criança fazendo pirraça.


-Só ela. Todo mundo acha que eu sou louca.


-E por que acham isso?


-Porque eu sou feia, meu hobbie é inventar feitiços e por que eu tenho medo de trovão.


Ela se achava feia? Eu tinha a absoluta certeza que ela era umas das senão A garota mais linda de Hogwarts. Eu adorava aquele cabelo bagunçado, aqueles olhos... Mas eu não podia ir por aí...


-Porque você tem medo de trovão?


-Eu... me lembro... do dia que minha mãe morreu. Estava chovendo muito, e trovejando.


-Isso não é um medo. É um trauma. Todo mundo tem um trauma. Muita gente inventa feitiços, e os seus são mais úteis do que a maioria. E você não é feia. –A última frase saiu do meu controle.


Angel me olhou sem acreditar nas minhas palavras.


-Tá de brincadeira, Draco?


Ignorei a estúpida alegria que senti quando ela disse meu nome e disse sem pensar.


-Eu não acho você feia. E eu tenho ótima visão. Você só é diferente. E é problema deles não verem isso, e não seu.


Ela tinha parado de chorar e eu achei isso um avanço... considerável. 


-Então, porque você está correndo e derrubando metade do castelo?


-Ah, é, desculpa por ter te derrubado.


-Sem sangue, sem crime. 


-Eu tinha acabado de ter um momento revolts e dito poucas e boas pro prof. Bins.


-O que você disse?


-Eu não entreguei uma redação e ele veio me cobrar. Ele não lembrou meu nome e eu pirei. Mandei ele procurar a redação no túmulo e depois na bunda. E ainda dei a triste notícia da morte dele.


-Uau.-Foi só o que eu consegui dizer. Me levantei e fui até a beira do lago e peguei uma daquelas flores que tem o cabo mais comprido do que tudo e entreguei pra ela. –Minha heroína...


Então ela abriu um sorriso. Mas não foi um daqueles sorrisos que as garotas davam pra parecerem mais bonitas. Ela me mostrou o sorriso mais bonito e mais sincero que eu já tinha visto na vida.


-A gente faz o que pode. –Ela pegou e amarrou o cabelo com o cabo da flor. Ela era linda, naturalmente, sem todas aquelas coisas que as garotas usavam na cara.


Narração: Angel


Eu não sabia de onde aquele garoto tinha surgido mais agradeci aos céus por Draco existir.


Parecia que ele via dentro da minha alma. Me lembrava que a primeira pergunta dele tinha sido se alguém tinha feito algo comigo. Eu tinha a sensação que ele me compreedia. Como não tinha mais condição da gente ir pra aula, ficamos ali na beira do lago. Ele me contou como era estar na pele dele, um filho de comensais. Eu sabia da estória, mas quando ele me contou, eu percebi o quanto aquilo o magoava.


Bom, o inevitável aconteceu e eu tive que ir pra torre da grifinória. Quando eu cheguei na minha cama, eu soltei o meu cabelo, e fiquei olhando a flor que ele tinha me dado. Parecia um lírio, minha flor preferida. Guardei dentro do meu livro preferido, eu não tinha nenhuma garantia de que ele ia falar comigo de novo, e eu precisava de uma prova de que essa tarde tinha sido real.


Mas de qualquer jeito, ele falando comigo de novo ou não, ela já tinha se tornado meu melhor amigo.

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