6 - Amada Durmstrange





Capítulo 6 Amada Durmstrange


 


Obs: Esse capítulo terá várias fases da personagem Letícia White ao longo de sua estadia em Durmstrange.”


“Alguns anos atrás...


- Você vai se sair bem! – Garantiu Edgar White para a filha de apenas onze anos. Letícia sentiu lágrimas virem-lhe aos olhos.


- Mas... mas se o pessoal não gostar de mim? – Perguntou temendo a resposta. – Eu tenho medo. – Disse baixinho com a cabeça enterrada entre as mãos. Edgar suspirou e abaixou-se até ficar na altura da filha.


- Ouça – pediu tirando as mãos de frente do rosto de Letícia. – Você é uma White, não deve temer nada – disse passando a mão no rosto da filha. – Não se preocupe quanto às amizades e aos inimigos. Lembre-se de ser forte, tomar decisões que farão bem a você! Pense sempre em como você se sairá na situação e se possível, para espantar esse medo, faça amizades que falham a pena no futuro.


- No futuro? – Perguntou a criança sem entender olhando para o pai. Edgar White sorriu bagunçando o cabelo da filha.


- Lembre-se: você sempre conseguirá o que quer perto daqueles com poder. Se não pode contra eles, junte-se.


Letícia franziu o cenho, mas concordou com a cabeça. O pai deu-lhe um beijo na testa, e encaminhou a filha até uma fila de estudantes.”


 


“A garota acabara de entrar no que seria uma sala comunal nos aspectos de Hogwarts, mas ao contrário de lá, não tinha senha. As normas na escola eram rígidas, ninguém as desobedecia com medo do diretor. Ninguém se atrevia a entrar na sala dos dormitórios que não pertencesse. Homens e mulheres não se arriscavam a fazer algo naquelas salas com medo de serem dedurados. A maioria preferia se arriscar a ir a um dormitório vazio inutilizado. Aquilo era parte da escola.


Assim que entrou, chamou atenção. O fato de ter apenas onze anos e um corpo já desenvolvido para sua idade, com os cabelos longos e pretos caindo em cascata deixava passar seu rosto de criança.


Sentiu-se tremer dos pés a cabeça enquanto era analisada pelos antigos estudantes. Caminhou para um sofá de couro em frente a uma lareira.


 Assim que se sentou, começou a pensar em como seria a primeira carta a seu pai. Sorriu lembrando-se das maravilhosas férias pré-escola que tivera. A carta de Durmstrange viera um pouco depois do que a de Hogwarts. Sua prima Rachel acabara indo para Hogwarts, mas seus pais optaram pela Durmstrange. Um ensino mais rígido e de acordo com eles, que daria muito mais influência. Não que sua mãe fosse presente... ao contrário, deixava com raiva o fato de sua mãe sempre estar ausente viajando ou gastando a fortuna de seu pai.


- Olá – uma voz masculina sendo sussurrada, em seu ouvido, a fez pular no sofá. Virou-se e viu o rosto do garoto que falara com ela. Parecia ter por volta quatorze anos, tinha os cabelos pretos e os olhos extremamente azuis. O sorriso sincero tinha uma pontada de malícia.


- Oi – disse sorrindo timidamente ficando escarlate.


- Não precisa ficar assim – disse o garoto passando o braço pelos seus ombros. Aquilo lhe causou um tremendo desconforto, mas não foi corajosa o suficiente para tirar os braços do garoto de si. – Meu nome é Greg.


- Letícia – disse a garota desconfortavelmente. O suposto Greg apenas sorriu sacana.


- É um prazer conhecê-la. – Disse de forma canalha enquanto passava no dedo pelo ombro de Letícia. – Por que nós não...


- Sai daqui, Fred – mandou uma voz autoritária por cima do ombro do garoto. Letícia suspirou aliviada agradecendo a quem quer que fosse.


- É Greg – reclamou o garoto olhando com desprezo para a voz. Uma garota com os cabelos tão negros quanto de Letícia, porém ondulados e olhos extremamente escuros, sorriu com escárnio.


- Pessoas sem importância não merecem um bom tratamento. Agora, por que você não larga da novata e vai traçar uma de suas cadelas? – Perguntou cruzando os braços. Greg olhou para a pessoa que estava atrás da garota e bufando desapareceu sem nem olhar mais uma vez para Letícia.


A garota que salvara Letícia a observava com o nariz empinado.


- Obrigada – disse Letícia sincera. Rapidamente uma expressão de repulsa apareceu no rosto bronzeado da sua salvadora.


- Não agradeça. Agradecimento é para fracos, apenas lembre-se do que eu fiz no futuro – mandou exigente sentando-se ao lado de Letícia.


- Ook... – disse Letícia temendo dar outra resposta. – Você está em que ano? – Perguntou timidamente.


- Primeiro – disse a garota como se fosse um absurdo aquela pergunta. – De que ano você achou que eu fosse? Não precisa responder. Sou Lana Miller, e esse é meu irmão, Jason.


- Prazer – disse Letícia sorrindo para Jason. O garoto retribuiu o sorriso. O primeiro sorriso totalmente sincero que Letícia vira naquela escola.


- Prazer é para os íntimos. – Disse Lana encostando-se no sofá.


Letícia prendeu o riso diante do que a garota dissera. Quem ela pensava que fosse? Era apenas uma novata. Claro que parecia ter poder... poder o suficiente para tirar aquele garoto de cima dela.


“- Lembre-se: você sempre conseguirá o que quer perto daqueles com poder. Se não pode contra eles, junte-se.” A frase que seu pai lhe dissera veio-lhe a cabeça. Letícia balançou nervosamente as pernas olhando para Lana. Mordeu o lábio com força e só depois de parar de tremer que teve coragem de perguntar:


- Você gostaria de ser minha amiga? – Perguntou Letícia com pânico na voz. Lana que estivera olhando para o fogo, virou-se lentamente para Letícia com uma expressão de incredulidade.


- Amiga? – Perguntou na duvida. Letícia sentiu o coração bater mais rápido.


- É... sabe... como eu não conheço ninguém... vai ser legal ter alguém... sabe? Nha... sei lá! Não precisa não ser se não quiser... a gente se vê por aí e tal... mas obrigada mesmo... é que eu pensei que você fosse legal e...


- Se eu falar que sou sua amiga você cala a boca? – Perguntou Lana na maior cara de pau. Letícia arregalou os olhos, mas concordou. Lana sorriu triunfante.


- Então seremos amigas – garantiu Lana sorrindo de lado. – Vai ser legal ter alguma amiga.


- Você não tem amigas? – Perguntou Letícia sentindo um pouco de pena da garota. Lana olhou para Jason que não ouvia mais a conversa. O garoto parecia estar longe daquela sala.


- Eu tenho meu irmão – disse Lana com o tom de superioridade de novo. – Não preciso de amiguinhas para me sentir bem comigo mesma. Eu sou auto-suficiente.


Letícia não teve como discutir. Lana levantara sem deixá-la falar.


- Por que não vamos para o quarto? – Perguntou Lana sorrindo, porém por mais sincero que pudesse ser aquele sorriso Letícia já percebera que era carregado de sarcasmo. – Vamos, “amiguinha”?


Letícia olhou em volta e levantou-se, sentindo um enjôo horrível.


Era impressão dela, ou Durmstrange era bem pior do que aparentava na carta?”


 


“- Você parece uma criança – disse Lana Miller revirando os olhos. – É apenas meu irmão.


- Pára com isso! Só porque você já fez não significa que eu tenha que fazer – disse Letícia com raiva olhando para a porta do dormitório masculino.


- Você está com doze anos, pretende fazer isso com quantos anos? Oitenta? – Perguntou Lana ironicamente.


- Eu tava pensando em deixar para os noventa – disse Letícia com raiva. – Isso não é da sua conta.


- Pára de choramingar e vai logo. – Disse Lana empurrando a garota para perto da porta.


- Não dá!!! Eu não quero! Ele não vai gostar – disse Letícia agarrando o braço de Lana, que apenas bufou e segurou a amiga pelo braço.


- Fecha os olhos – mandou Lana Miller. Letícia arregalou os olhos.


- Como é que é? – Perguntou tentando entender. Lana estava louca? – O que você vai fazer?


- Vou te matar! Relaxa! Eu não vou fazer nada demais – garantiu a garota.


Letícia estreitou os olhos balançando-se no mesmo lugar.


- Lana... você vai...? – Perguntou na dúvida sem ter coragem de completar. Lana revirou os olhos.


- Eu vou apenas te ajudar a relaxar – disse Lana e sorriu irônica –, só não se acostume. Anda, ninguém está vendo.


Letícia mordeu o lábio inferior, mas fechou os olhos.


- E agora? – Perguntou Letícia tentando abrir os olhos, mas sentiu as mãos de Lana tampar-lhe a visão. – Lana? É você?


- Não! O bicho papão – disse Lana rindo com humor. Letícia sentiu as risadas em seu ouvido, aquilo a fez se arrepiar.


- Isso vai ser estranho – disse Letícia com medo.


- Vai ser normal – Lana sussurrou dessa vez de propósito perto demais. Uma porta abriu-se com força perto das garotas. Letícia pulou de susto afastando-se de Lana.


- Como é que é? Vai demorar muito aí? – Perguntou uma voz irritada encostando-se na porta. Jason Miller sorriu malicioso. – Opa... podem voltar para onde estavam.


- Escroto. – Disse Lana balançando os cabelos. – Ela está com medo.


- Eu não estou com medo! – Disse Letícia com raiva dando um soco no braço de Lana. Jason riu sem humor.


- Relaxa garota, eu não mordo.


- Só late – disse Lana empurrando Letícia para Jason. O garoto a puxou pela cintura para dentro do quarto.


Letícia ouviu a porta sendo fechada e o riso de Jason.


- Minha irmã agora é sua professora particular? – Perguntou Jason com ironia. – Sabe... nunca pensei em você desse jeito... primeiro beijo com uma mulher?


Letícia arregalou os olhos e ficou muda por alguns segundos.


- Ela te contou! Eu sabia que ela te contar! Vadia! Ela te contou que eu sou BV! Odeio a Lana! Odeio! – Disse Letícia com raiva. Lágrimas vieram-lhe aos olhos. Jason se espantou.


- Ooooh! Relaxa! Não foi ela quem me contou, eu apenas adivinhei. Você está super nervosa, eu pensei que fosse isso.


- Aaahh... – Letícia sentiu-se corar. – Desculpa pelo desabafo.


Jason riu da amiga.


- Pode deixar, eu não vou fazer nada que você não quiser – prometeu o garoto levantando os braços em sinal de rendimento. – Eu juro, será apenas um beijo.


- Mas aí o pessoal...? – Letícia não terminou, pois Jason a interrompeu.


- Ninguém precisa saber o que se passou aqui, deixe que eles pensem o que quiserem. – Jason sorriu de forma simpática para Letícia. – Pronta?


Letícia sentiu um tremor percorrer sua espinha quando Jason a pegou pela cintura e aproximou-se dela. O rapaz era perfeito, já com doze anos, não tinha nenhum traço de garoto, apenas os olhos ainda estavam intactos desde que Letícia o conhecera, e permaneciam com um brilho de quem ama fazer arte.


- Eu nasci pronta – brincou Letícia fazendo Jason rir.


- É assim que se fala – murmurou Jason no ouvido de Letícia, sua voz já começara a mudar para melhor, era mais grave e sexy. Instantaneamente Letícia sentiu os olhos fechando enquanto Jason passava a mão pelo seu rosto.


- Obrigada Jason – agradeceu Letícia com ternura.


- Pelo que? – Perguntou o garoto sem entender.


- Por ser você. – Letícia abriu os olhos para mirar o garoto. – Eu confio em você.


Por um momento Letícia pensou ter visto uma sombra de afeto perpassar nos olhos do garoto, mas no instante seguinte seus olhos estavam novamente fechados ao sentir os lábios de Jason beijar-lhe com cuidado.


Para um primeiro beijo a experiência fora gratificante. Jason não tentara ultrapassar os limites, ao contrário, respeitou Letícia e não passou suas mãos para baixo da camisa da garota nem tentou fazer algo que a assusta-se. Fora o primeiro beijo de Letícia da vida. E o primeiro beijo de Jason com verdadeiros sentimentos, nem que fosse apenas amizade.”


 


“Terceiro ano...


Era como se pudesse mandar na escola. O fato de agora ser famosa acabara melhorando mais ainda sua vida.


Andava ao lado de Lana Miller. Do seu outro lado Jason bocejava como se andar pela escola fosse cansativo. Todos os olhares passavam por eles enquanto dobravam os corredores. Eram ímãs, exemplos de poder e muito mais do que desejados.


Boatos eram espalhados pela escola a seus respeitos...


Lana Miller: já se drogara; bebera; quase fora expulsa; já fora vista lançando feitiços proibidos e dormira com três professores.


Jason Miller: o gato dos gatos; já pegara todas as garotas da escola; bebera; se drogara; matara fora da escola; se metara em várias brigas; dormira com a diretora.


Letícia White: seguia de perto Lana Miller, porém seus boatos não eram tão exagerados.


E seus seguidores... apenas os seguiam.


Assim que viu sua vítima, os olhos de Letícia brilharam. Hannah Finger ia pagar por todos os pecados de sua vida e se sobrar tempo... os pecados de Letícia.


- Hannah amor – chamou Letícia quando se aproximou o suficiente da garota. A loira virou-se em sua direção, e o sorriso desapareceu dando lugar ao medo em seu rosto.


- White. – Disse com a voz seca. As amigas de Hannah se afastaram um pouco. O fato de uma garota do quarto ano estar tremendo por uma terceiranista fez todos que passavam pararem.


- Ouvi dizer que foi a senhorita a autora do boato, em relação aos meus possíveis casos amorosos com membros docentes dessa escola. – Disse Letícia fingindo descaso. Hannah Finger sentiu as pernas tremerem enquanto encarava a garota, mas deixou o orgulho falar mais alto.


- Talvez, por quê? Vergonha do que fez? – Perguntou Hannah com ódio. Letícia sorriu de lado.


- Vergonha? Eu sentir vergonha? Nem um pouco. Você que sentirá vergonha de sair por uma semana do quarto depois disso. – Antes que a garota pudesse reagir, Letícia enterrou o punho no olho esquerdo de Hannah fazendo-a ser empurrada para trás. Quando pensou em fazer algo, Hannah viu que era tarde, pois a varinha de Letícia já floreava o ar enquanto a garota praticava um feitiço não-verbal. O baque na parede fez Hannah Finger ficar desacordada por três dias, e aquele mesmo baque foi o responsável por um novo membro fazer parte da mais alta classe de Durmstrange.”


 


“Eram as férias antes de seu quinto ano... sentiu alguém bater na porta com força.


- ENTRA! – Berrou Letícia impaciente. Uma mulher com a aparência extremamente parecida com a de Letícia entrou no quarto. Letícia revirou os olhos e voltou a ler o livro em que estivera concentrada.


- Não vai jantar? – Perguntou Sophie White com os olhos, carregados de rímel, reprovadores.


- Janto a hora que eu quiser – disse Letícia sem traço de humor em sua voz. Sophie White olhou com raiva para a filha.


- Se seu pai estivesse em casa, você...


- MAS ELE NÃO ESTÁ! – Gritou Letícia fechando o livro com força. – Porque a senhora fez questão de brigar com ele mais uma vez! Você pretende o que? Acabar com nossa família? Sabe, garanto que você já está chegando à vitória!


Sophie andou com passos rápidos até a filha e Letícia levantou da cama para encarar a mãe de frente a frente.


- MAIS RESPEITO COMIGO! – Mandou a mãe com o dedo apontando para Letícia.


A situação já não estava boa desde o começo das férias. Assim que voltara para casa, Letícia percebera que preferia estar em Durmstrange. Sentia falta daquela escola mais do que nunca.


- Para ter meu respeito, primeiro você tem que conquistá-lo. – Disse Letícia com nojo na voz.


- Eu sou sua mãe, você faz o que eu mandar – disse Sophie pegando a filha pelo braço.


- Minha mãe morreu para mim – disse Letícia com certo tom de mágoa na voz. – E acredito que foi assim desde que eu nasci.


A prática de cuspir no chão na frente de alguém que você despreze não era rara em Durmstrange, e Letícia sem pensar duas vezes cuspiu em frente a sua mãe.


Aquela fora a gota d’água. A ardência tomou conta do rosto de Letícia assim que a mão de sua mãe parou em seu rosto. Novas lágrimas tomaram conta de seus olhos.


- Quem é você e o que você fez com minha filha? – Perguntou a mulher com reprovação. Letícia passou a mão no rosto e afastou-se da mãe.


- Eu mudei – disse a garota com tom superior. – E se eu fosse você, mudava assim que pudesse.


Antes que a mãe pudesse dizer algo, a garota pegou o malão ao lado de sua cama, que já estava pronto desde que chegara da escola.


Carregando-o para o andar de baixo, pegou um bocado de pó ao lado da lareira e dizendo seu destino, desapareceu de sua casa.


O moreno que lia um livro no sofá tremeu de susto ao ouvir um barulho surgir.


Letícia saiu tossindo de dentro da lareira e deu de cara com Jason Miller sem camisa e apenas com uma cueca samba canção preta, deitado esparramado em um grande sofá.


- O que faz aqui? – Perguntou Jason sem entender. Letícia encarou o garoto com alívio estampado.


- Eu sei que está tarde... mas será que eu poderia ficar por aqui? – Perguntou a garota com a garganta seca.


- Letícia? – Lana Miller apareceu do outro lado da sala. Olhou para a visitante sem entender. – O que você está fazendo aqui?


- Estou foragida – disse Letícia com uma ironia acentuada na voz. Lana não pareceu se abalar com a notícia. Riu com gosto enquanto caminhava até amiga, ao contrário de Jason que estreitou os olhos na direção de Letícia e apenas ficou quieto.


- Vamos, eu te levo até o quarto de visitas – disse Lana estalando os dedos e saindo da sala. Letícia olhou para Jason que a analisava.


- Você está bem? – Perguntou o garoto com preocupação. Letícia deu um sorriso trêmulo para o garoto.


- Estou ótima – garantiu retirando-se atrás de Lana.


 


Acabara de guardar a última roupa dentro do armário do quarto de hóspedes. Olhou em volta e suspirou derrotada.


Sentia falta de casa e de seu pai ao seu lado. Por mais que o pai tivesse seus defeitos, fosse orgulhoso ou tivesse mania de poder, ela sabia que poderia contar com ele.


Sentiu o choro ficar entalado de volta a sua garganta.


Batidas na porta a fizeram erguer a cabeça com certo receio.


- Entre – pediu enxugando as lágrimas, mas não fora tão rápida. Jason Miller entrou a tempo de vê-la encolhida na cama, abraça com os joelhos e com os olhos inchados de lágrimas.


- Odeio te ver assim – disse o garoto fechando a porta e trancando-a. Letícia suspirou derrotada.


- É assim que eu tenho estado à maior parte do tempo em casa – disse a garota chegando para o lado. Jason sentou-se puxando Letícia, colocando os braços em volta de seu ombro.


- Se eu soubesse disso teria te resgatado há muito tempo. – Garantiu Jason com a voz rouca no ouvido de Letícia. A garota sorriu divertida.


- Olha! Eu tenho um super homem ao meu lado – brincou dando um beijo estalado na bochecha de Jason.


- Fico honrado de ser seu super homem – disse Jason com doçura. Letícia olhou para cima, procurando o rosto de Jason e encontrou seus olhos brilhando de uma maneira que jamais vira. Aquilo a vez se sentir mal... não fazia ideia do que Jason poderia estar sentindo, pois não era aquilo que sentia com toda a certeza.


- Jason, eu sinto muito... – disse arrependida. Jason não pareceu abalado. O garoto deu de ombros e passou o dedo pelo rosto de Letícia.


- Acho que você deve descansar – disse dando um beijo em sua testa. A culpa tomou conta de Letícia e antes que pudesse pensar, beijou Jason de maneira protetora.


- Você sempre será o melhor – prometeu Letícia sorrindo para o garoto. Jason riu das palavras da amiga e beijou-lhe possessivamente. Os lábios de Jason eram frios, mas pareciam queimar toda a pele da garota enquanto beijava-lhe no rosto e no pescoço. Letícia acabou suspirando ao sentir Jason morder-lhe no lóbulo da orelha.


- Eu sei que sou o melhor – brincou o garoto e Letícia riu enquanto tirava a camisa que Jason vestira para dormir. O garoto sentiu as unhas da visitante arranhando seu peito muito bem definido devido ao quadribol. Sem que nenhum dos dois percebessem, Letícia já tirara a própria blusa ficando apenas com as roupas íntimas na frente do garoto. Sorriu maliciosa para Jason o empurrando até o garoto ficar desequilibrado e deitar na cama.


- Com doze anos eu ainda muito ingênua – disse com a voz sexy no ouvido de Jason. – Mas garanto que agora eu já estou mais preparada que você.


Jason riu divertido sentindo os lábios de Letícia em seu pescoço.


- Olha, já não é a primeira vez que você vai perder algo comigo – brincou o garoto com a voz totalmente rouca e chamativa. Letícia parou de beijar-lhe por alguns instantes para olhar de forma marota para o amigo.


- Então não vamos perder o costume...”


 


“Quinto ano...


- Seu beijo varia – disse Letícia para Jason. O garoto a encarou sem entender. Os dois estavam em um dormitório vazio deitados em uma cama.


- Como? – Perguntou Jason curioso. Letícia suspirou aconchegando-se nos braços de Jason.


- Uma hora você está com a boca totalmente quente e outra hora fria! Até sua boca tem personalidade.


Jason riu da resposta de Letícia.


- Nossa... realmente, faz sentido. – Disse Jason recebendo um tapa de Letícia. Os dois ouviram a porta sendo aberta.


- Desculpa atrapalhar os dois – começou Lana Miller entrando no quarto na maior cara de pau. – Mas está acontecendo uma festa no dormitório dos meninos do sétimo ano, e eu sei como a Leeh estava louca para essa festa.


Letícia sorriu maliciosa para a amiga.


- Vai se fuder, Lana – rugiu Jason para a irmã, que apenas deu de ombros. Letícia se ajeitou saindo de perto de Jason.


- Eu já estou indo – disse a garota com um sorriso malicioso. – Me encontra lá, Lana.


Lana concordou saindo do quarto. Jason olhou boquiaberto para Letícia.


- Você está brincando? – Perguntou o garoto sem entender nada. Letícia olhou de esguelha para Jason.


- Não. Você sabe que o Nate vai estar lá. – Disse com um sorriso malicioso. – Faz tempo que eu quero vê-lo numa festa. Você sabe disso.


Jason demorou um tempo para perceber o que Letícia falara. Aquilo dera tempo para a garota se arrumar por completo.


- Eu não acredito que você disse isso – disse Jason incrédulo. Letícia riu marota.


- Miller, como se você fosse um santo. Eu sei o que se passa pela sua cabecinha de homem.


- Pelo visto você não sabe! – Garantiu Jason parecendo estar fulo. Letícia deu de ombros.


- Vai dizer que você achou que estivéssemos tendo algo sério – disse Letícia sarcástica. Jason passou a mão no rosto completamente zonzo.


- Eu não acredito! Você está igualzinha a ela! – Rugiu o garoto com raiva. Letícia o encarou sem entender.


- Igual a quem? – Perguntou ajeitando o cabelo.


- Igual a minha irmã. – Disse Jason. – Você é uma cópia dela! A própria.


- Não sou não – disse Letícia desdenhosa. – Além do mais, se for, problema é o meu não seu, certo?


Jason pigarreou antes de continuar:


- Pelo visto certo, não temos nada.


- Exato. – Disse Letícia vitoriosa e caminhou até o rapaz dando um beijo em sua bochecha. – Você sabe Jason, nós somos apenas amigos se divertindo. É nosso dever aproveitar o máximo a vida e não deixar passar oportunidades. Nossa vida está melhorando. Você, eu e sua irmã mandamos nessa escola. – Disse com arrogância. – Agora por que não vamos lá na festa e mostramos quem é que manda. Arrasa com eles como sempre, Miller.


Jason sorriu friamente.


- Parece que esse é meu dever. – Disse o garoto colocando a blusa. Letícia sorriu de lado.


- Seu dever é ser foda como sempre foi. Você manda aqui, você é o superior – brincou bagunçando o cabelo de Jason.


- Você mudou muito – disse Jason baixinho para Letícia. A garota pareceu refletir e depois sorriu.


- Obrigada. – Agradeceu saindo do quarto. Jason pegou a jaqueta colocando-a.


- Não foi um elogio. – Disse o garoto para si mesmo, saindo do quarto em seguida.


 


- Eu falei que você não ia se arrepender de vir a essa festa – disse Lana com uma garrafa vazia na mão. Letícia ao seu lado soluçou e começou a rir com a amiga.


- Você viu a cara do Nate depois de eu ter voltado com ele do quarto? – Perguntou Letícia para Lana. As duas se mataram de rir jogadas no sofá de um dos dormitórios que fora ampliado propositalmente.


- Meninas, se divertindo? – Perguntou um garoto do sétimo ano com uma expressão super maliciosa.


- Muito. – Garantiu Lana beijando o pescoço do rapaz. – Hm... que perfume você usa?


Aquilo fez Letícia morrer de rir e o garoto ao seu lado aproveitou para encher os copos das morenas.


 


- Olá Miller – disse uma voz feminina no ouvido de Jason. O garoto virou-se para a ruiva que o encarava.


- Olá Remy – disse Jason sorrindo de lado friamente. – Não estou no meu melhor humor, então não vamos conversar.


- E quem disse que eu quero conversar? – Perguntou a garota com a voz manhosa. – Por que não vamos para um dormitório mais reservado?


Jason estreitou os olhos para a ruiva e depois olhou para o grupo de garotos em volta de sua irmã e de Letícia.


- Foda-se – disse Jason dando de ombros passando o braço em volta da cintura de Remy. – Então... por que você não me mostra onde fica seu dormitório?!


 


- Verdade ou desafio?  – disse um garoto do sétimo ano para Letícia. Lana e ela haviam acabado de entrar em um jogo com mais três rapazes.


- Desafio – disse Letícia sentindo-se meio tonta por causa da bebida. Lana ria do nada ao seu lado. O garoto que perguntara, sorriu malicioso para Letícia.


- Por que você não beija a morena ao seu lado para nos divertimos um pouco? – Perguntou o garoto do sétimo ano. Letícia soluçou e estreitou os olhos.


- Não é o moreno não? – Perguntou na duvida olhando para os dois lados. O garoto riu.


- Estou falando da Miller – disse apontando para Lana. Letícia olhou para a amiga que agora a encarava esperando.


- O que eu faço? – Perguntou Letícia na dúvida. Lana riu com gosto e balançou a cabeça.


- Você ouviu o chefe! É desafio garota! Não seja covarde – disse esvaziando um copo de whisky.


Letícia riu enquanto chegava mais perto de Lana. A garota engoliu em seco antes de selar seus lábios no da outra morena.


- Isso aí!!! – As duas ouviram os “vivas” dos garotos da roda enquanto aprofundavam o beijo. Letícia sentiu a mão de Lana percorrer sua cintura enquanto beijava-a sem jeito.


- Acho que eu não estou me sentindo bem – disse Letícia afastando-se de Lana e colocando a mão na boca. Os garotos a sua volta a olharam com repulsa e Lana revirou os olhos.


- Meninos, a festa acabou. Vou levar essa daqui pro quarto e tacar-lhe em baixo do chuveiro – disse Lana rindo e levantando cambaleante. Letícia foi erguida pela amiga e as duas conseguiram sair da festa.


 


- Obrigada – disse Letícia quando chegaram ao quarto. Lana arrastou a amiga para o banheiro.


- Já disse que não se deve agradecer – disse Lana empurrando Letícia para baixo de um chuveiro. Letícia riu soluçando. – E lá vai a água!


Quando Lana abriu o chuveiro, Letícia sentiu a água fria escorrendo pelo seu corpo fazendo-a se sentir melhor.


- Aaaaahh! Água. – Brincou Letícia tacando água em Lana. – Vem logo medrosa. – Disse puxando a amiga e tacando-a debaixo d’água.


Lana riu enquanto sentia a água fria molhar-lhe.


Depois de alguns minutos as duas estavam sentadas no Box cada uma com uma toalha.


- Foi divertida a festa – disse Letícia rindo. Lana concordou com a cabeça. – E muito estranha.


Lana revirou os olhos.


- Não teve nada de estranho.


- Qual foi Lana! Nós nos beijamos – disse Letícia tentando lembrar à amiga. Lana ergueu uma sobrancelha.


- E o que isso tem de estranho? – Perguntou surpreendendo Letícia. A garota apenas sacudiu a cabeça.


- Você não achou estranho me beijar? – Perguntou surpresa. Lana deu de ombros.


- Normal.


- Eu beijo bem? – Perguntou Letícia curiosa. Lana sorriu maliciosa.


- Se eu te contasse estragaria o mistério – sussurrou Lana fazendo Letícia franzir o cenho.


- Vadia – disse Letícia tacando a toalha que segurava, em Lana.


- Eu poderia dormir aqui mesmo – disse Lana bocejando. Letícia concordou cansada.


- Até que está confortável – disse colocando a cabeça no ombro de Lana. – Boa noite Miller.


- Boa noite, White.”


 


“Início do sexto ano...


- Olha só, uma vez dentro você nunca mais poderá pensar em sair – disse Jason caminhando pelo corredor com Letícia.


- Foda-se Miller, eu já sei o que eu quero. – Disse Letícia com decisão.  Jason deu de ombros.


- Você quem sabe, eu não mando em você. O problema vai ser seu e quem vai se dar mal é você. Você não é como a gente – disse Jason superiormente. Letícia inflou de raiva.


- Pelo visto seu ego ficou um pouco maior nessas férias. – Disse Letícia quase correndo.


- E desde quando a conversa é voltada ao meu ego? Deixe o Lim em paz!


- Lim? – Perguntou Letícia sem entender. Jason revirou os olhos.


- Meu ego, oras. Se chama Lim, você tem algo a ver com isso?


Letícia riu sem humor. Jason aproveitou para encher-lhe mais a paciência.


- Olha, me impressionei pelo fato de você ter demorado tanto para entrar de vez no grupo. As pessoas têm razão quando te chamam de covarde.


Letícia sentiu as lágrimas de raiva arderem em seus olhos.


- Eu te odeio, Miller – garantiu a garota com ódio.


- Eu digo o mesmo – disse Jason com rancor. – Vou adorar te ver entrar para o grupo, e se fuder um pouco na vida. Quem sabe esse seu pedestal não cai logo e você acorda pra realidade? Você não é a rainha daqui.


- Imagino que você seja o rei. – Disse Letícia com desdém.


- Estou mais para imperador – ironizou Jason enquanto Letícia abria uma porta.


- Estão atrasados – disse Lana sentada em cima de uma carteira.


- O babaca do seu irmão. – Disse Letícia apontando para Jason, que apenas riu sem humor, postando-se ao lado da irmã. Lana levantou-se e algumas pessoas que estavam a sombra vieram para o meio da sala.


- Tragam-no – mandou Lana. Gemidos foram ouvidos enquanto um grupo de estudantes arrastava um garoto que aparentava ter apenas treze anos para o meio da roda.


Lana sorriu de lado.


- Então Letícia, esse verme traidor merece uma boa lição. Você não acha? – Perguntou chutando a canela do garoto que gemeu de dor. Letícia olhou para os olhos azuis e infantis do menino no chão. Os cabelos loiros estavam bagunçados. – Você sabe o que fazer.


Letícia viu o horror tomar conta dos olhos do garoto enquanto ela própria pegava a varinha de dentro das vestes.


- Isso vai doer um pouco – brincou uma loira que estava postada ao lado de Lana.


- Quieta – mandou Lana com ódio. – Anda White, faça logo.


Letícia sentiu as pernas tremerem enquanto murmurava o feitiço.


Um clarão vermelho iluminou todo o ambiente. Gritos eram ouvidos. Altos e agudos, perfuravam cada tímpano da garota fazendo-a querer se ajoelhar junto da pessoa e fazer aquilo parar. Mas era impossível.


Risadas foram se misturando aos gritos. Acabou deixando-se ser levada pelas risadas e riu junto.


Lana ria da dor do garoto enquanto a própria Letícia sentia o prazer de fazer o outro sentir dor. O resto da roda observava atento, alguns rindo e outros tinham ódio nos olhos. Apenas Jason bocejava como se estivesse entediado.


Foi quando um barulho, diferente de todos os outros se sobressaltou. A porta fora aberta com magia de forma brusca, e a pessoa que vira a cena já correra para longe dali.


- Merda – disse Lana com raiva. – Andem! Todos para fora! Agora! – Mandou a garota pegando seus pertences o mais rápido possível.


Todos começaram a se dispersar e Letícia abaixou a varinha olhando para o corpo do garoto. Prendeu a respiração ao constatar o pior.


- Puta que pariu, eu acho que ele não está respirando – disse Letícia assustada indo até o meio da roda.


- Anda logo White – disse Jason da porta com um olhar aterrorizado. Letícia olhou para Lana e para Jason que haviam sobrado.


- Ele não está respirando! – Disse com lágrimas nos olhos. – O que a gente faz?


Antes que pudesse falar algo, Jason saiu da sala sem dizer uma palavra a mais. Letícia olhou para Lana que apenas urrou de raiva e saiu de perto da amiga correndo para o outro lado do corredor.


- O que você fez, Letícia? – Perguntou para si mesma ajoelhando-se ao lado do garoto e pegando-o pelo pulso. – Sem pulso... – sussurrou com horror tentando reanimar o garoto. – Acorda cacete! Acorda! ANDA SEU TROUXA, ACORDA! FOI SÓ UM FEITIÇO!


- Senhorita White? – Uma voz autoritária a despertou. Letícia não teve coragem de erguer a cabeça por um momento, mas se obrigou a encarar quem quer que fosse. O garoto ao seu lado soltou um gemido fazendo-a tremer mais do que nunca.


Engoliu em seco ao ver o diretor a analisando com ódio nos olhos.


Estava totalmente ferrada.”


 


“De volta para casa.


Não se despedira de ninguém em Durmstrange.


Agora nem pertencia mais a Durmstrange, não tinha mais para aonde ir e tivera que voltar ao zero.


Ao bater na porta de casa, foi atendida pelo pai. Edgar White tinha os olhos brilhando ao receber a filha.


- Entre – disse de maneira autoritária fazendo Letícia entrar com a cabeça baixa.


Os dois seguiram para dentro da sala de estar em um silêncio mortal.


- Onde está Sophie? – Perguntou Letícia engolindo em seco.


- Está no quarto. – Disse Edgar sem traço de humor. – Sente-se – mandou. Letícia obedeceu. Os dois permaneceram quietos por alguns instantes, até o pai suspirar revoltado.


- Eu não ousei acreditar quando eu soube – disse Edgar incrédulo. – Eu não acreditei quando soube o que minha própria filha havia cometido...


- O senhor que falou! – Disse Letícia com raiva. – O senhor falou para eu fazer as amizades certas, para ter poder, manipular e...


- Me arrependo de tudo isso! Era para você ter poder, não virar uma psicopata! – Exclamou Edgar White assustando Letícia. – Pois foi isso que você virou se ainda não percebeu. Ter poder é diferente de causar dor nos outros. Para ter poder basta impor respeito.


- E eu impus! – Gritou Letícia com lágrimas nos olhos.


- As pessoas não têm respeito por você, elas têm medo! – Disse Edgar parecendo cansado. O senhor suspirou passando a mão no rosto. – Eu não deveria ter te educado daquela maneira. É tudo culpa minha – disse com a voz embargada. Letícia sentiu ódio de si mesma ao ver as mãos do pai tremendo descontroladas. Nunca vira o pai chorar e aquilo a fez perceber que as coisas já haviam ultrapassado o limite do errado.


Levantando-se a garota ajoelhou-se na frente do pai passando a mão em seu ombro.


- Não foi sua culpa – disse Letícia chorando. – A culpa foi minha, eu quem amaldiçoei o garoto não você. Eu que agora tenho mais um pecado na minha vida. Pai... olha pra mim.


Assim que Edgar olhou para a filha, Letícia sorriu com tristeza.


- Eu sinto muito. Sei que temos errado muito. Não me orgulho de nada do que fiz e do que tem acontecido a nossa família. Vamos apenas... recomeçar. – Pediu baixinho. Edgar a olhou sem entender.


- Vamos embora daqui – explicou Letícia pausadamente. – Eu sei que o senhor tem uma boa reputação no trabalho, mas você mesmo disse que se arrepende da maneira como via o poder. Vamos deixar tudo para trás! Ir embora. Vamos voltar para Inglaterra.


- Voltar? – Perguntou Edgar surpreso com a proposta da filha. Letícia fez que sim.


- Durmstrange nunca vai dizer a nenhuma outra escola o motivo de eu ter sido expulsa, no máximo vão dizer que eu gritei com um professor. Seria uma vergonha contar a verdade. Acho pai... que eu sou capaz de ir à Hogwarts. E lá tem a Kell! Vou poder rever minha prima, ficar perto de pessoas que realmente se importam comigo. Você e a mamãe podem recomeçar.


Edgar pareceu refletir e colocou a mão na cabeça da filha.


- E você? Recomeçaria? – Perguntou com a voz trêmula. Letícia enxugou as lágrimas do pai.


- Por você eu faço tudo pai. – Prometeu beijando-lhe a face.


- Eu não quero que você faça isso por mim, eu quero que você faça por você mesma. – Pediu Edgar White. Letícia engoliu em seco e balançou negativamente a cabeça enquanto mais lágrimas caiam.


- Eu nunca vou me perdoar – disse a garota com a voz fina devido ao choro. Edgar abraçou a filha que parecia desesperada.


- Vai sim... um dia tudo isso vai passar.


- Eu agi como uma idiota. – Disse Letícia no ombro do pai. – Não mereço nada de bom na minha vida.


- Merece sim, só por admitir que errou você já merece uma vida muito melhor.”


 


“- Está pronta? – Perguntou Edgar pegando as malas da filha e as levando à sala. Letícia suspirou cansada olhando em volta a casa, que estava vazia. Como era fácil dizer adeus daquela situação.


- Vamos? – Perguntou Sophie para a filha. Letícia olhou com afeto e arrependimento para a mãe. Depois da conversa que tivera com o pai, fora a vez de conversar com a mãe.


- Só quero que vocês me levem em um lugar – pediu Letícia com firmeza. Edgar e Sophie se entreolharam, mas concordaram.


 


Assim que ouviu a campainha Letícia sentiu uma vontade de sair correndo, porém se obrigou a permanecer ali.


Uma senhora loira atendeu a porta e olhou-a com medo. Letícia sorriu tristemente.


- Senhora Kramer? – Perguntou Letícia sentindo as pernas tremerem.


- Sim, o que você quer White? – Perguntou a mulher com reprovação na voz. Letícia suspirou.


- Eu vim me desculpar pelo que eu fiz ao seu filho – disse com a voz tremendo.


- Você acha que eu deva te perdoar? – Perguntou a senhora com os olhos cheios de lágrimas.


- Não – disse Letícia com sinceridade. – Nem eu me perdôo, mas me sentiria mil vezes pior do que já estou se não viesse falar com a senhora.


A mulher observou Letícia por um tempo e chegou para o lado depois de alguns minutos.


- Ele está no quarto, no final do corredor. – Letícia arregalou os olhos ao ver-se em uma situação que não esperava.


- Ah... eu acho que é melhor eu não falar com ele e...


- Acho que a desculpa valerá mais para ele do que para mim – disse a mulher com um sorriso cansado. Letícia suspirou e entrou na casa.


O caminho até o último quarto do corredor pareceu rápido demais. Quando bateu na porta, sentiu outra vez aquela vontade de sair correndo.


- MÃE, EU JÁ DISSE QUE ESTOU BEM! – Gritou uma voz infantil de dentro do quarto. Letícia riu com gosto enquanto abria a porta.


Yam Kramer acabara de pular de volta para a cama sendo pego no flagra por Letícia.


- Mãe, eu já disse que eu... ah! – O garoto parou ao ver Letícia e acabou tampando-se quase por completo debaixo dos lençóis. – O que você faz aqui?


Letícia olhou para o estado do garoto. Ele estava mais branco do que já era; seus olhos azuis tinham olheiras e estavam vermelhos. Tremia compulsivamente sem um motivo aparente e marcas vermelhas e veias saltadas eram vistas por todo seu corpo que agora já estava tampado. Letícia olhou para baixo.


- Eu vim me desculpar. Eu não deveria ter feito aquilo – disse Letícia arrependida. – Eu fui um monstro, você tem todo o direito de me odiar daqui para frente, mas eu só vim dizer que não foi nada pessoal, eu realmente nem te conhecia direito. Agi bancando uma babaca para impressionar os outros e me esqueci de que sou um ser humano como qualquer um. Então, me perdoe.


Um silêncio se fez no quarto por alguns minutos até que a voz infantil do garoto soou:


- Eu não te odeio. – Admitiu Yam fazendo Letícia erguer a cabeça, com os olhos arregalados.


- Você está brincando, né?! – Perguntou a garota sem entender.


- Não. – Disse Yam balançando negativamente a cabeça.


- Mas... por quê? – Perguntou Letícia curiosa.


- Porque você ficou para trás. – Disse Yam corando. – Você não correu como eles, você foi menos covarde, embora já tivesse estourado a cota com aquela maldição. Mas você ficou para trás, e talvez e eu nem estivesse aqui se não tivesse sido você a me amaldiçoar. Porque se tivesse sido qualquer um deles eu teria sido largado de qualquer jeito naquela sala ou teriam se livrado do meu corpo. Você me reanimou, eu poderia ter morrido.


- Você faz o que eu fiz parecer bom. – Disse Letícia enojada. Yam deu de ombros.


- Pelo menos, metade do seu ato foi nobre. Você tem bom coração – disse Yam gentilmente. – Eu já te perdoei há muito tempo. E torço para que você possa mudar longe daquelas pessoas.


- Não se preocupe! Estou indo para Inglaterra! Garanto que é bem longe daqui. – Disse Letícia rindo. – Não vou vê-los por um bom tempo.


- Fico satisfeito. Boa sorte com a sua nova vida – desejou Yam. Letícia chegou perto do garoto e se ajoelhou, dando-lhe um beijo estalado na bochecha.


- Eu não te desejo sorte, porque sei que como é uma pessoa maravilhosa, a sorte já anda colada com você.


Yam corou mais do que nunca e apenas concordou. Letícia sorriu para o garoto e encaminhou-se para a porta. Antes que saísse, virou-se para Yam:


- Se importa se eu manter contato? – Perguntou para o terceiranista. Yam fez que não e dessa vez pegou um livro para esconder o escarlate de seu rosto.


Sorrindo satisfeita, Letícia saiu da casa dos Kramer, renovada.


- Agora você está pronta? – Perguntou Edgar White sorrindo solidário para a filha. Letícia suspirou satisfeita.


- Agora eu estou pronta.”


***


 


N/a: Caracaaaaaaaaaaa! Eu fiz esse capítulo em uma noite! O.O’ Cacete! Eu tava com uma saudade de escrever! UASHHUASHUSAHUSAHU Olha gente, não reparem nos erros. Sabe que horas são? Duas e meia da manhã! Isso mesmo, eu comecei a escrever eram nove e pouca e acabei agora. Então, relevem os erros ook? Sério, to com a coluna doendo e tal. Ashuhasuas


Mas então, nem dá pra postar agora porque estou sem internet porque meus pais desligaram!


Aff... Só amanhã de manhã pra ver a reação de vocês! *--* Então, pra quem tinha suas teorias em relação a Letícia White, pra quem tinha dúvidas, e o melhor, pra quem queria saber o passado do Jason, ou metade do seu passado, aí está! E o da Lana também é claro. Mas melhor ainda, agora todas sabemos o porquê do Jason ser assim, certo? ;D A Letícia foi uma vadia com ele, não era pra menos que ele virasse o deus que virou. Eu não sei se eu agradeço a Letícia White ou se eu bato nela! UHSAHUASHUHASU


Falando sério: vocês gostaram do capítulo? Digam com sinceridade!!!! Eu tentei explicar o máximo que eu lembrava que era pra explicar nesse capítulo. E olha, sobre o beijo da Lana e da Letícia, desculpe-me se alguém não gostou, mas já estava programado e algumas leitoras sabiam que ia acontecer, só não sabiam que ia ser dessa forma!! Mas isso tudo pode ser explicado melhor nos próximos capítulos! ;9 HUASHUSHAU Jesus, os mistérios dessa Fic nunca acabam? Brinks... ainda tem muita água pra rolar nessa Fic.


Agora eu sei que vai ter gente torcendo pra Jason e Letícia acabarem juntos.


Vamos lá.


Enquete: Quem deve acabar com o gostoso do Jason Miller?


1º Roxanne Weasley


2º Dominique Weasley


3 º Letícia White


4º Ninguém. SOLTEIRO A VIDA INTEIRA!


5º A autora merece ele! UHSAHUASHUASHUUASHHUHASU


Respondam, porque sabe... eu posso mudar o rumo da história com base nos seus pedidos ;D


Agradecimentos:


Waal Pompeo, Rachel Weasley-Potter, Quézia, Jujuba Marangon, Domi Parkinson, Tamara J. Potter, Natáliia Peronico, Júlia Griebeler, ana carolina pereira da costa, Kandra Aquarius, Olívia Mirisola, Jully Padfoot.Malfoy, Leeh Malfoy, Lara Zabine Pena e Ray_Malfoy.


Beijos galera,


FUI!


Ps: Pra quem gosta de ficar a par da vida das autoras, essa semana eu tenho dois simulados e quatro testes. Desejem-me sorte e torçam por mim! *--*


AMO VOCÊS!

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