De volta para casa



15 de novembro de 2007  –  1:15 hs


Cheguei no aeroporto um pouco depois dos 40 minutos que Miguel falara. Ninguém a vista. Apressei o passo. Cheguei no lugar que eles revistavam as malas, acho que trouxas não confiam nenhum pouco nos outros.


Me dirigi ao avião. Olhei para a minha esquerda, e lá estavam. Quem eu menos queria encontrar. Acho que uns 30 pessoas, entre elas paparazzi, repórteres,  e pessoas que trabalham para rádios. Abaixei a cabeça. Tarde de mais.


Eles corriam igual loucos, desesperados por um furo. Os seguranças do aeroporto me cobriram. Entrei no avião a base de gritos e pedidos suplicantes por um palavra. Eu abaixei minha cabeça e entrei no avião.


Eu não suportava mais aquilo. Minha privacidade foi jogada fora e meu sorriso levado com o vento.


Sentei em minha poltrona e esperei o avião decolar. Abri minha bolsa. Olhei ‘aquilo’.


Era tentador. Eu queria morrer em algum momento daqueles segundos.


– Comissária de bordo, poderia me arrumar um copo da água? – pedi com delicadeza e calma.


A garota me trouxe o copo. E a outra comissária estava no microfone pedindo para todos apertarem os cintos. Eu já estava pronta para decolar, sair daquele lugar. Preenchi minha mão por comprimidos e cápsulas. Para que servia era uma pergunta que e não sabia a resposta nem a arriscando.


 


15 de novembro de 2007  –  13:27 hs


– Moça, com licença. Moça, por favor. Acorde! – dizia uma mulher desesperada.


–Deixe-me ver. Ela esta com pulso muito baixo! – dizia um homem com voz mais velha.


Meus olhos se abriram muito pouco. Como uma janela com uma fresta aberta, que dê para você enxergar o necessário da rua.


– Ela esta abrindo os olhos! – gritou um menino de cabelos escuros e curtos. Sua roupa e o conjunto da cena que estava ocorrendo me chamou


Olhei para ele, eu sentia uma energia estranha. Não era algo normal estar rodeada de vozes familiares e pessoas falando o tempo todo.


– Deixe-me passar. Eu tenho que ver a minha filha! – gritava uma mulher desesperadamente. Ela tinha uma voz agradável.


Me lembrou contos e músicas infantis, noites antes de dormir as escutando... Sim aquela voz pertencia a ela.


Não era a toa, eu estava me sentido mais forte.


Eu sussurre a minha resposta mais óbvia.


– Magia! – Sorri, mais infeliz.


– Minha filha, milha filha falou algo! – gritava Molly, desesperada.


– Calma querida! – Papai sempre tentando ser o mais calmo possível.


– Senhora tente-se se acalmar! Os enviados especiais do ministério da magia estão em depoimento, você pode conseguir mais informações do que houve com eles!


– Hermione e Ronald já me disseram o que aconteceu e estão ali na rua tão aflitos como eu! – Mamãe parecia desesperada.


Eu abri meus olhos por completo.


Alguma coisa dentro de mim acordou.


Há muito tempo não conseguia me sentir forte, determinada.


Fechei meus olhos. Só para ter certeza que não desmaiaria novamente.


– Que horas são? – Perguntei sentada na cama, enquanto todos estavam se virando para mim. – Devo ter dormido algumas horas. – Olhei para mamãe, ela parecia realizada. Enchi meus olhos de lágrimas. – Boa tarde mamãe. Como vai?


Sorri e abri meus braços. Nada mais me importou. Ela me abraçou com ternura e amor.


Logo após papai. Ele veio atrás de mamãe.


Abri meus olhos com a batida da porta na parede.


– Gina? Gina! Ginaa! – meu irmão gritou.


Rony correu com entusiasmo.


Eu via seus olhos brilharem com lágrimas de carinho.


Em ‘câmera lenta’ ele correu até mim, eu me levantei. Papai e mamãe se virão obrigada a me largar. Rony me abraçou e me rodou.


Como ele tinha crescido. Oh Merlin!


Quando me pôs no chão, me olhou e sorriu.


O silencio breve veio do corredor e atravessou paredes e a porta.


Pude saber que era ele vindo. Os comentários, mesmo depois de tanto tempo, sempre fora os mesmos: O menino que sobreviveu duas vezes!


Seu rosto era tomado com uma barba agoniante e um pouco feia.


Roupas escuras e mal cuidadas.


Tudo isso a primeira vista, foi só um vulto que vi. Não tive coragem de olhá-lo nos olhos.


Abaixei a cabeça, eu procurava coragem para olhar seu rosto.


Respirei. Levantei a cabeça e o olhei nos olhos, diretamente e com muita rispidez.


– Olá Harry Potter!

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