Escapada
Uthart está morto. Mas a casa está lentamente sucumbindo e aparentemente, a única saída foi selada. E agora?
Lugh: Eu devia ter... matado ele... Agora, eu condenei a todos nós... Não, vocês podem aparatar.
Dan tentou aparatar, mas reapareceu segundos depois no mesmo lugar. Tenso.
Charles: Uma magia realmente avançada... Acho que Uthart resolveu desistir de seu Império decadente e ao mesmo tempo se livrar de nós, que causamos a queda definitiva. Os trouxas vão pensar que a casa simplesmente sucumbiu por peso excessivo e achar corpos indefinidos. Indefinidos, mas não os nossos.
Sophie: Não os nossos... mas, Charles... como o faremos?
Thomas: Entendo o que você quer dizer... Uthart pensou na possibilidade de sobreviver à magia... Então ele deve ter alguma saída em algum lugar por aqui... Só temos que achá-la antes que tudo desabe.
Pensei um pouco... e percebi uma enorme falcatrua:
Charles: Ele não está morto!
Nergal: Isso é impossível, Charles! Você viu a enorme magia que ele executou!
Olhei para o lugar onde Uthart estava caído. Ele tinha sumido.
Charles: Não vê? Um esquema envolvendo meios trouxas. Ele ativou o selo antes de usar a última magia e armou para que a casa desabasse. A névoa? Gelo seco. O estrondo? Explosivos que tinham sido colocados embaixo da casa. Ele só cometeu o erro mais clássico de todos: nos subestimou. Agora, só temos que achar a saída que ele pegou.
Dan: ...Antes que todo o piso se torne isso!
Um cristal simplesmente surgiu no meio de nós, quebrando o piso. Calculei que tínhamos cerca de um minuto e meio antes do chão inteiro ficar daquele jeito...
Charles: Ok, eu sou um psicopata paranóico de uma dinastia mágica decadente que quer se livrar de seus inimigos e de seus rastros sem morrer... Onde eu ocultaria uma passagem?
Sophie: Não esconderia em um lugar muito óbvio como atrás de uma estante... nem em um lugar de acesso difícil demais, porque eu não iria querer que me vissem antes de escapar...
Um estrondo. Outro cristal tinha perfurado o solo, entre nós. A terra cedia ao peso, mas os cristais não o faziam, perfurando tudo. Uthart devia ter premeditado isso... Cristais... ótimos condutores de magia... Será que daria certo? Apontei para o cristal que estava logo à minha frente e bradei:
Charles: Wingardium Leviosa!
Nada, claro. Uthart tinha colocado o selo. Afinal, ele conhecia o Imperador... Era tudo um grande estratagema deles, desde o começo... O Selo, claro! Antes que se pudesse entonar “quadribol”, falei:
Charles: A FACA! NO GLOBO!
Thomas olhou para mim como se eu fosse maluco, mas assentiu e jogou a Faca de Kyrar no globo dourado de Uthart. Não ia fazer falta mesmo, não é? O globo soltou uma onda translúcida e desapareceu. Senti um enorme alívio. Realmente era o Selo, não é? Três cristais surgiram ao mesmo tempo, quebrando o chão em três partes e fazendo uma estante quase esmagar Lugh.
Lugh: Aparatar. Vamos?
Segurei Sophie e aparatei sem nem pensar nos outros, rapidamente. Só quando todos nós nos vimos no jardim dos Ereshkigal, todos vivos, que nos tranqüilizamos de novo. Eu então peguei Thomas, Lugh e Sophie e os coloquei junto comigo.
Charles: Nergal. Dan. Foi divertido, mas creio que não possamos continuar dessa forma. Vocês se arriscam demais; é hora de ficarem para trás.
Nergal: Do que está falando, Charles?
Charles: A verdade, então?
Em um instante, olhei para Sophie e ela olhou para mim. Ela pegou Lugh, eu peguei Thomas, e antes que eles pudessem reagir, já tínhamos aparatado para outro lugar...
Thomas: Charlie, cara! Por que você fez isso?
Charles: Ora, precisamos deixá-los fora disso... Já envolvi Dan em coisas demais e... não me perdoaria se eu perdesse um deles... Vocês já lidaram com coisas desse tipo... Isso, assumindo que virão comigo...
Lugh: Está brincando? Nunca me diverti ou vi tanto naquele castelo!
Sophie: E você, Thomas?
Thomas: Eu não poderia deixar vocês terem toda a diversão sozinhos, não é?
Sophie: Então vamos! Sei onde encontrar Anna!
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