Terra
Estou confuso. Nergal é muito bondoso, mas a verdade é que eu não sei nada sobre ele! Além disso, tem o misterioso aparecimento das “memórias” que eu nunca me lembrara antes! Sei não, as coisas estão mais e mais estranhas...
Charles: Estou pronto.
Nergal: Bem na hora! Preparado? Quando eu contar três, pegue a chave e não solte.
Charles: E vamos cair na Ilha, é?
Nergal: Um... Dois... Charles, você não está...
Charles: ...Aham, espera só um momento... O que foi?
Nergal: Não é hora de ficar no celular, Charles! Pegue a chave ou vai ficar para trás!
Charles: ...É, eu tenho que ir... Tá bom... Tá, entendo... Sim, eu vou... Tchau...
Peguei a chave de portal e desaparecemos no meio do ar. Não conseguia entender nada na minha volta, era só um turbilhão de cores. Tudo foi rapidamente clareando e assim que paramos, eu me vi em uma sala toda branca, com apenas algumas almofadas claras e uma luz que vinha do teto.
Charles: Já estamos em Valor?
Nergal: Sim. Uma ilha imapeável, com uma utopia pacífica isolada do mundo.
Charles: Bem, e onde exatamente estamos?
Nergal: Dentro do Palácio Real, na sala de recepção. Logo um dos guardas virá para checar se está tudo bem. Apenas siga o meu plano.
Charles: Seu... plano?
Nergal não disse nada; passadas rápidas foram ouvidas pelo corredor perto deles e logo um guarda apareceu, abrindo a porta.
Guarda: Lorde Nergal! O senhor já está de volta!
Nergal: Sim, o Rei resolveu me convocar...
Guarda: E quem é esse garoto?
Nergal: Meu enteado, Charles. A mãe dele faleceu e o deixou sob os meus cuidados.
Charles: ...
Guarda: Entendo. Podem passar, então.
Saímos daquele quarto estranho, passando por um interessante corredor. O chão era tão limpo que eu podia ver os reflexos nele. Percebi que aquele conjunto me deixava com um ar medieval. Olhei em volta e via colunas brancas, com detalhes em bronze: belo. O teto era abobadado e de certa forma, meio sujo, em tons de bege. Passamos pelos portões principais e Nergal parou. Eu parei logo em seguida.
Nergal: Você pode explorar a cidade, Charles. Só espero que esteja aqui às seis para que eu o leve para sua nova moradia. Eu vou ficar no Palácio. Tenho assuntos para resolver.
Charles: Na frente do Palácio, as seis. Tudo bem.
Nergal: E cuidado! Não quero ter que te tirar de encrencas logo que chegamos.
Charles: Encrenca, é? Ora, Senhor Nergal, eu nunca me meto em encrencas...
Nergal: E a situação com os bandidos?
Charles: Ei, eu não tenho culpa nessa!
Acenei para Nergal, saindo dali calmamente. Eu tinha um sorriso na cara e um monte de pensamentos maravilhosos sobre o meu futuro. Meu caro, como eu estava errado. Estranhamente, meu celular tocou. Fiquei confuso, mas o abri e ouvi a mesma voz que falou comigo antes de irmos para Valor.
Charles: Alô?... Oh, olá de novo, minha cara!...
Eu andava calmamente, falando no aparelho. As crianças olhavam confusas e um pouco fascinadas comigo, falando naquele aparelho esquisito com alguém que não estava lá. Os adultos só pensavam que ele era louco, por que um celular não podia de maneira alguma em uma ilha imapeável, onde a única civilização que existe é completamente mágica e não instalaria antenas de celular em seu recinto.
Charles: ...Não, não, ele é bem gentil, na verdade! ...É, eu sei, tenho que parar de abusar da hospitalidade dele assim que eu puder...
Eu só estava distraído, calmo, falando naquele aparelho confuso. Haviam muitas pessoas em volta, falando e conversando, com várias emoções diferentes. Apesar de tudo, uma simpes palavra, do outro lado da rua, em um beco, me deixou atento.
????: Incendio.
Charles: ...Caramba, eu tenho que desligar!
Um feitiço! Eu pulei rapidamente para o outro lado e fui parar na frente do beco. Dois homens estavam lá. Um deles usava uma armadura negra com detalhes dourados um tanto aterradores e uma capa vermelha. O cabelo dele era cor de areia e tinha uma franja muito feia. O outro homem usava roupas simples, tinha um machado colocado nas costas e cabelos verdes dessarumados. O homem de cabelo verde me notou, mas não falou nada. O outro continuou:
????: Acho que devo eliminá-lo.
???: Mas... mas eu não tenho...
????: A chance de um julgamento? Ora, teria se não se metesse com um General!
???: Senhor, eu...
????: Você saberá porque me chamam de General do Fogo. Mas de que serve? Você não sobreviverá o suficiente para contar para ninguém.
O General se preparou para lançar a bola de fogo, mas eu rapidamente peguei minha varinha e bradei, sem pensar nas consequencias:
Charles: Flipendo!
O feitiço acertou o General. Ele se desequilibrou e deixou a bola de fogo cair. Ele se virou e me olhou, seus olhos extremamente cheios de ódio. Só pude pensar:
Charles “Agora ferrou.”
????: Quem você pensa que é para me atacar?
Charles: Alguém que odeia injustiças!
????: Imbecil! A palavra de um General é lei!
Charles: Venha, então!
O homem criou uma bola de fogo em suas mãos e tentou jogá-la em mim. Naquele instante, tirei a bengala que Nergal me deu do cinto e rapidamente a usei para impulsionar-me e passar por cima do General, pulando por cima dele. Eu caí no chão e corri em direção ao outro homem, abraçando-o e começando a me concentrar.
???: O que você está fazendo?
Charles: O que o grande design quer.
Dan: Sou Dan. O que você vai fazer agora?
Charles: Fugir. Bombarda!
Um buraco se abriu na terra, espalhando poeira. Ficamos cegos, mas eu só pude sorrir. Eu peguei o braço de Dan e disse:
Charles: Segure-se!
Tirei uma pedra do chão depois de muito esforço. Pulei e puxei Dan para cima dela, que veio meio confuso. Em seguida eu fiz com que a pedra se mexesse, tendo cuidado para que nada mais se movesse. Eu percebi que subíamos rapidamente e o General parecia ficar para trás.
Gale: Não desafiem o General Gale, crianças! Vocês não sabem com quem estão lidando!
Dan: Temos que descer!
Charles: Nada disso! Pro meu destino funcionar, tenho que subir!
Dan: Mas o Palácio Imperial fica lá! É onde Gale e os outros Generais estão.
Charles: Sim, eu sei. E é por isso que vamos lá.
Dan: Me tire dessa!
Dan tentou pular, mas não, de alguma forma que eu ainda não sei, o impedi.
Charles: Sinto muito, mas é assim que vai funcionar.
Subíamos em direção ao Palácio e pensei que tudo daria certo. Bem, todo herói se ilude, não?
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