Capítulo 9



- Cuidado com o que pode descobrir...


Aquela voz parecia um eco sibilante, muito distante, vindo das paredes ao seu redor. Logo a sua frente, no meio daquela sala branca sem janelas ou portas, encontrava-se a característica capa negra que conhecia tão bem.


- Você pode acabar...


As mãos enluvadas saíram de dentro da capa, repousando sobre o broche dourado. Sentiu seu coração disparar. Era como se o seu corpo se enrijece completamente, impossibilitando-o de tentar impedir os próximos acontecimentos.


- Se machucando...


Ouviu o abrir de um fecho e a capa deslizou por seus ombros e cabeça como se fosse apenas água.


Harry acordou suando. Seus olhos estavam arregalados e encaravam o teto acinzentado de sua cela tão conhecida sem compreender direito o que tanto o havia assustado. Seus músculos estavam enrijecidos e seu coração batia descompassadamente.


Fechou os olhos com certa força, passando as mãos sobre o rosto, retirando as gotículas de suor frio. Não compreendia como um sonho tão sem sentido poderia ter causado uma reação tão estranha em suas emoções, pensava enquanto retornava a olhar o teto de sua cela.


Após alguns segundos, em que tentava arranjar um significado mais sinistro sobre o sonho que, na verdade, parecia ter sido rapidamente esquecido por seu cérebro, decidiu sentar-se na sua "cama" e, automaticamente, virou o rosto na direção das grades à procura de seu cárcere.


Lacbel encontrava-se ali, de pé, parecendo encará-lo. Demorou milésimos de segundos para Harry ter uma reação à cena. Seus lábios formaram um enorme sorriso e um alívio percorreu seu corpo com a constatação de sua presença.


- Lacbel! - sua voz saíra animada enquanto apressava-se em pular da cama, ir de encontro às grades e ficar mais próximo dele.


Num ato instintivo, Lacbel dera um passo para trás, meio assustado com seu ato.


- Você está bem, Potter? - Harry se assustou com aquela fala. Por vários motivos.


Primeiro, porque Lacbel parecia defensivo com ele. Segundo, Lacbel nunca perguntara sobre como estava. Terceiro e mais alarmante... era perceptível que estava espantado, poderia perceber até um pouco assustado. E isso jamais era percebido com tanta facilidade. Nunca.


Novamente, um momento de silêncio. As estranhezas não paravam de aparecer... estaria ainda sonhando? Olhava-o intrigado, como se o observasse de um novo ângulo.


- É você mesmo, Lacbel? - Harry estreitou os olhos, desconfiado.


- Sou insubstituível.


Era uma resposta característica, o que já o fez ficar mais aliviado. Lacbel não gostava de dar respostas óbvias como "Claro que sim". Mas ainda era intrigante o estado em que ele estava. Como o tom de sua voz estava... emotivo.


- Você... está estranho... hoje. - Harry não sabia como explicar, enquanto estreitava os olhos levemente, como se tentasse reconhecê-lo. Seria meio indelicado dizer o que realmente pensava... apesar de que Lacbel pouco se importava. Ou ao menos era o que demonstrava a maioria das vezes.


- Você não está diferente... gemendo, gritando, implorando... quando acorda, me dá essa recepção acalorada. - retaliou. Havia um quê tão estranho ao notar um ar desconfiado e meio reticente, como se estivesse avaliando o perigo.


A primeira reação foi surpresa. Depois, lentamente, sentiu seu rosto esquentar e sentiu-se extremamente desconcertado, voltando as costas para Lacbel e colocando a mão sobre o rosto.


Idiota, idiota, idiota!”, pensava repetidamente enquanto outra parte de sua mente tentava encontrar algum motivo plausível para seu ato esplendorosamente escandaloso. Não ia admitir que sentiu falta de Lacbel.


- Eu só estava... – ele respirou fundo, enquanto voltava a encará-lo de modo sério, mas não conseguiu manter os olhos no capuz, por onde obviamente Lacbel devia estar encarando-o. – sentindo falta do barulho! – dissera o resto da frase rapidamente – Sabe, vozes... – complementara para não deixar a frase tão estranha.


- Compreendo... – o coração de Harry pulou enquanto sentia como Lacbel não parecia nem um pouco convencido pelo que falava. Parecia muito pouco interessado em saber o que ele realmente pensava, sentia ou mesmo queria naquele momento.


Harry olhava para o chão. Parecia que a conversa havia terminado, enquanto Lacbel simplesmente voltava-se para o corredor, aderindo a sua postura estática.


Havia sido um sonho apenas? Começara a ter alucinações pela falta de companhia? Teria imaginado a visita de Voldemort? Mas e Lacbel? Também seria gerado pela sua imaginação...? Conjurado ali, com voz emotiva, para facilitar sua mente já completamente embaralhada de tantas respostas indiretas?


- O que aconteceu ontem? – ele perguntou aos sussurros para si mesmo, sentindo seu coração apertado pelas dúvidas que percorriam sua mente. – O que será que aconteceu ontem? – perguntara mais enfático, enquanto escorregava pela parede até o chão, com as mãos sobre a cabeça.


- Porque insiste em tal pergunta, Potter? – perguntou Lacbel, mesmo que não se virasse para encará-lo. – O que passou é passado.


- Acho que tive alucinações ontem... – respondera com as mãos o apoiando para que ficasse a encarar o chão entre os joelhos meio abertos – Acho que estou tendo alucinações agora... Seria algum sintoma?


- O que acha que aconteceu ontem? – percebeu uma movimentação ao seu lado, enquanto percebia um leve interesse em sua voz. Isso era impossível saber tão rápido... era alucinação.


- Eu não aguentava aquele silêncio... aquele eco dos meus passos. Aquelas mesmas paredes. Não havia nada... e acho que... minha cabeça criou um Voldemort para falar comigo. Poxa, com tantas pessoas nesse mundo, porque tinha que criar um Voldemort?! – ele reclamava consigo mesmo, indignado.


- E o que Ele falava? – Lacbel parecia cada vez mais interessado. Sentia a silhueta negra a aproximar-se mais das grades.


- Eu não lembro bem... algo sobre travesseiros, avisos... uma história sem sentido envolvendo uns deuses, um tigre... dragões. Algo confuso que eu não gravei. – nesse momento, deu de ombros, colocando os braços em cima dos joelhos e olhando para frente, franzindo as sobrancelhas – Estava com raiva... aquele idiota era tão bom de lábia! Até na minha mente ele ganha de mim! Saco!


- Não tem lembrança de mais nada, Potter? Tem certeza que não se lembra bem dessa história? – ele poderia perceber, por debaixo de tanto interesse, algo até mesmo sôfrego ao mencionar a história. Por que suas alucinações decidiram por se interessar por coisas que ela mesma havia inventado?


- Não lembro de quase nada da história. Tudo é meio vago, a única coisa que me lembro nitidamente foi o aviso estranho. Aquilo é inesquecível. Por que ele me daria um aviso?! – perguntava, olhando para o lado de modo intrigado e ao mesmo tempo indignado, encontrando Lacbel em pé, bem próximom prva, olhando para o lado, encontrando Lacbel em toelhos e olhando para frente, franzindo as sobrancelhas -to das grades.


- E sobre o que se tratava o aviso? - havia um ar cauteloso em sua voz daquela vez. - Qual foi o aviso?


- Cuidado com o que pode descobrir... Você pode acabar se machucando... - Harry repetira as palavras exatas que ouvira - Isso só me deu mais razão para saber que era uma alucinação! Voldemort jamais se preocuparia em ficar me avisando de alguma coisa! Ele quer me matar! Além disso, se ele soubesse que estava descobrindo mais sobre você, não me avisaria que é perigoso... mesmo que fosse, ele com certeza nem se preocuparia. Não tem porque ele fazer isso!


Lacbel movera-se bruscamente, virando-se para o corredor. Percebia uma movimentação nervosa nele agora por debaixo da capa. Pouco depois, este começara a caminhar de um lado para o outro e a mexer em seu broche incessantemente, uma mania que já se acostumara a ver nele.


- Não sei por que converso com uma alucinação... seria o mesmo que conversar com a própria consciência. Só que, pelo visto, posso te criar do jeito que pra mim seria mais fácil. Com você emotivo... e nem sei para que eu fico mentindo também. Como se você não soubesse que estava sentindo a sua falta... mesmo os comensais. Mas eles não são tão legais... eles não estão na mesma situação que eu e você... mas é divertido irritá-los. - comentava Harry ao léu, voltando a sua cela vazia. De repente, percebeu o que estava fazendo. Conversando sozinho... - Meu Deus, não quero enlouquecer nessa cela...


Lacbel pareceu parar novamente de andar. Harry não via, apenas continuava observando a cela vazia, sentindo o medo do que acabara de falar. Teria capacidade de enlouquecer lá dentro? Claro que tinha...


- O que acabou de falar sobre mim? – Lacbel parecia perturbado ao quebrar o silêncio que tinha se instalado por alguns segundos. Provavelmente era o que seu cérebro achava de mais coerente caso ele fosse "descoberto" de modo tão fácil, claro.


- Que está emotivo. Olhe bem, eu consigo notar que está perturbado por ter falado isso... é claro que seria uma reação normal. Bom, provavelmente meu cérebro crê que o seja, imagino. Poxa, para que explicar algo que fui eu mesmo que fiz! - estava zangado e ao mesmo tempo meio temeroso por estar falando e repetindo o que pensava. Que coisa idiota. - Será que também consigo da minha própria mente o que fazer para bloquear minhas alucinações?


Houve um pequeno silêncio, que foi quebrado, para o alívio de Harry, pelo que pareceu ser a voz insensível de Lacbel. Era como algo onde apoiar-se, quando tudo parecia já ter desmoronado. No entanto, Harry poderia jurar que ele parecia aconselhá-lo, pelas palavras que dizia.


- Você ficou sozinho ontem... não havia ninguém, nem comensais. O silêncio é perturbador e você não deve ter entrado em contato com ele de modo tão brusco e contra a vontade. Mas você vê o silêncio como um inimigo, quando deveria fazer ao contrário. Silêncio é companhia, aprenda a conviver com ele e ele vai ajudá-lo a não entrar em colapso toda vez que for obrigado a estar sozinho e sem ajuda alguma.


Harry voltou a encarar Lacbel próximo a cela. Sentia-se estranhamente aliviado por aquelas palavras reconfortantes. Fora como um desejo realizado, talvez estivesse estressado demais... talvez aquelas palavras fossem verdadeiras. Só teria um jeito de saber... Testando-as.


- Silêncio... – Harry falara de modo pensativo e baixo, enquanto retornava o olhar para o chão.


- Durma. Tudo vai desaparecer. - Lacbel continuava a falar, mas percebia, estranhamente, que havia um certo esforço para manter a voz insensível daquele jeito, mas nem mesmo quisera dar importância a esse fato.


Harry já se encaminhava para ir dormir, deitando-se e observando Lacbel próximo as grades, ainda a observá-lo. Fechara os olhos, respirando fundo, sentindo-se mais calmo, mais relaxado, depois de todas aquelas alucinações confusas. Ao menos, era o que imaginava.


- Lacbel... - chamara Harry, de olhos fechados, já relaxando e bocejando. Com certeza dormir não era uma má idéia. Como o sono havia vindo tão rápido... – Por que fica letárgico com músicas natalinas? - perguntara interessado.


- Porque lembram Natais... e não tenho boas lembranças deles. - respondera de modo ríspido. Harry sentia que logo apagaria, mas precisava saber o que imaginava... tinha uma leve idéia de que poderia ser aquilo... algum acidente... alguma... tragédia... como estavam lentos seus pensamentos.


- Que lembranças está dizendo...? O que te lembra? - Queria complementar com alguma coisa... falando sobre ser uma época que deveria ser feliz. Mas não conseguia, sentia sua voz completamente grogue e já não conseguia controlar os bocejos.


- Natal, Potter, só me lembra neve, um profundo ódio e sangue. - Harry não conseguira se chocar com aquela resposta, não a tempo. Só percebera que a voz insensível desaparecia, dando lugar a um tom ríspido. O mundo escurecera, logo após isso.


_______________________


“Finalmente ele dormiu...”


Assim que Potter fechou os olhos, Lacbel lançou um feitiço de Sono Encantado sobre ele e esperou pacientemente Potter parar de resistir. Não soube para que ele queria saber as respostas àquelas perguntas, mas não sentiu perigo em respondê-las. Até porque, por estar quase desmaiando, ele não se lembraria mais tarde de sua resposta. Fizera o feitiço, pois não imaginava que ele fosse dormir com facilidade e, mesmo que o fosse, não queria que acordasse no dia seguinte.


De certo, fora muito útil seu regulador emocional estar enfraquecido naquele momento, fazendo com que Potter o confundisse com uma alucinação. De outro modo, não estaria avisado de que seus passos estavam sendo vigiados por Ele.


O único problema seria se aquele insuportável soubesse que Potter poderia dar com a língua nos dentes e contar-lhe sobre a conversa com Ele.


Respirou fundo, não havia como saber. Mas sabia do objetivo. Também... era algo inesquecível...


"- Aprendiz exemplar e um belo potencial. A combinação perfeita desejada para os seguidores. Pena que tenha um defeito, não? Essa sua insolência e teimosia.


- Mate-me, então! Defeito de fabricação não tem conserto. - lembrava-se de ter respondido em um tom rancoroso. Na época perdia a paciência com facilidade.


- Que engano, que engano... na verdade, este defeito foi causado pelo mau uso. Agora que usarei corretamente, provavelmente possa ter salvação. Caso contrário, terei de desmontar e retirar o que tanto incomoda. - a voz polida, com um toque de ar sonhador, ecoava pela mente de Lacbel. Sabia ter se indignado no momento que ouvira aquela frase.


- Não tem como me desmontar! Não tenho como me desmembrar em peças!


- Você vai descobrir que pode se desmembrar, sim. Em duas peças, em especial. O corpo e a alma. Se a sua alma me der muito trabalho, creio que acabarei tendo de destruí-la. Não se preocupe, não deve doer muito... mas com certeza seu corpo me será muito útil. - ainda lembrava-se do sorriso irônico e o brilho perverso de seu olhar a encará-lo."


Obviamente, havia criado algum plano para ter se dado ao trabalho de ir até lá embaixo e convenientemente ter arranjado uma tarefa para fazer no mesmo dia. Já estava começando a executar o provável plano e sabia que ele envolvia Potter.


Já fazia algum tempo que os planos haviam parado quando se relacionavam ao “problema Lacbel”, mas, pelo que percebia, ainda não desistira.


Estreitara os olhos ao encarar Potter adormecido sobre a tábua. Teria poucos dias para imaginar os próximos passos que ele queria dar. Não pretendia fazê-lo acordar antes da quarta-feira, o que lhe daria bastante tempo para pensar. 


Lacbel só queria saber como era vigiado e provavelmente seus problemas poderiam ficar bem menores.


 


 


Na mesma hora em que ocorria tudo aquilo nas masmorras, no escritório dos diretores continuava a normal rotina matinal...


Bella encontrava-se em seu habitual mau-humor, que tentava, inutilmente, disfarçar enquanto estava na presença do Lorde das Trevas, enquanto via um comensal a depositar uma pilha de papéis sobre a escrivaninha, tremendo como vara verde e encarando Bellatrix apavorado. Os olhos negros e raivosos perseguiram o comensal até que ele saísse de suas vistas ao atravessar a porta do escritório e fechá-la – ainda bem que conseguira lembrar-se de fecha-la.


Voldemort, que se encontrava sentado calmamente na cadeira logo atrás da escrivaninha, lia tranquilamente um novo livro que pegara aquela manhã para se distrair do mau-humor irremediável de Bellatrix. Precisava suportá-lo até que ela lesse todas as fichas e separasse alguma que poderia ser interessante. Em alguns dias, milagrosamente, sobravam quatro de interessantes. Mas até ali nenhum candidato se mostrou realmente... intrigante, para querer conhecê-lo pessoalmente. O normal era sempre as fichas se mostrarem quase iguais umas às outras.


Bellatrix passava os olhos, pegando as fichas uma a uma. Nomes e mais nomes... idades e mais idades... tudo tão igual. As mesmas observações.


“Ainda muito a aprender, mal consegue fazer um simples roubo trouxa. Muito medroso e não consegue seguir direito as ordens.”


Os melhores, com observações um pouco mais relevantes, continham informações um pouco mais interessantes.


“Aprende rápido, pouco tem de escrúpulos contra trouxas, mas ainda não parece preparado para enfrentar um bruxo, muito menos auror.”


E em umas fichas mais raras, como tinha conseguido na mão naquele momento, informava às claras.


“Apesar de não ter uma ótima habilidade em duelos, está preparado para ter um espaço entre os comensais de escalão mais baixo.”


Normalmente, necessitava de alguma aprovação que ela dava. Pelo que via da pilha que abaixava, nenhuma ficha das raríssimas encontrava-se ali. Seria só mais uma manhã monótona, mas, de certa forma, apesar de ainda estar aborrecida, sentia-se um pouco menos de lado fazendo aquilo.


Colocara a ficha de lado, dando um visto com a sua varinha, pegando a próxima. A primeira estranheza fora o nome da candidata. Mas seria possível que só porque achava não ter nada de interessante aquilo acontecera?


Passou os olhos, ficando cada vez mais interessada. Uma ficha das incomuns, que interessante. Passou para as observações, ficando impressionada com o que lia. Aquilo não era nem mesmo raro, aquilo era um milagre! Seu coração palpitava enquanto ia lendo aquela raridade, mal acreditando. Era impossível!


Verificou se haviam avaliado a varinha antes de aceitarem-na. O fizeram, havia batido com a declaração da jovem. Não podia esperar, precisava mostrar aquilo ao Lorde das Trevas.


- Milorde, precisa ver isso. – ela falou, erguendo os olhos negros na direção dele, que apenas movia os olhos vermelhos na leitura compenetrada.


Ele erguera os olhos com um quê de irritação, imaginava, por ter quebrado a concentração de sua leitura. Erguera a ficha para ele saber do que queria que visse.


- Não lhe disse para deixar de lado as fichas que julga serem interessantes para que eu avalie, Bella? – perguntara de modo frio, observando atentamente.


- Sim, disse, Milorde... mas esta com certeza parece peculiar. Demais.


Voldemort observava a ficha, fechando o livro e deixando-o repousado sobre a escrivaninha num lugar que as fichas não ocupavam.


Pegou-a entre os dedos, ainda observando Bellatrix com ar reticente, enquanto a abria e olhava, obviamente, primeiro o nome da candidata tão interessante de Bellatrix.


Nome: Sigrid A. Lavransdatter.


Um nome estranho. Devia ser estrangeira, obviamente. Seguiu pelas informações essenciais que todo candidato precisava preencher.


Idade: 29 anos.


Origem: Noruega.


Abaixo e na folha seguinte, havia um pouco da vida daquela candidata. Era fora do normal ter alguém de fora da Inglaterra entre seus aliados. Normalmente eles saíam correndo ao perceberem que estava havendo uma guerra.


Pela passada de olhos que dera, tinha uma vida normal. Mas o que tanto havia chamado a atenção de Bella? Virou finalmente para a última página, onde havia as observações, encontrando o que tanto era interessante.


Observações: Com alguns dias de observação, mandando-a em pequenos testes, Lavransdatter parece ter uma boa capacidade de liderar uma equipe, mas não conseguíamos ter uma idéia do tamanho de seu poder, pois sempre deixava que os outros fizessem o que era preciso. Com a intenção de avaliar isso, tivemos de mandá-la numa missão mais complexa, onde exigiria uma batalha. Lavransdatter demonstrou uma capacidade de liderança perfeita, além do nível das suas habilidades em luta serem avançados, principalmente para uma novata. Seus feitiços eram ferozes e certeiros. A missão, ao invés de ter sido um fracasso como esperávamos, foi um sucesso completo, sem qualquer defeito. Parece confiar muito em suas habilidades, pois, além de descobrir, não deixou que os dois comensais experientes que colocamos em seu grupo dessem auxílio. Ordenou aos únicos novatos, além dela, que estavam de pé que matassem os aurores e os repreendeu quando não o fizeram. Apesar de não ter matado nenhum auror que estava ali, não parecia nem um pouco desconfortável de vê-los sendo mortos. Pelo que parece, já deve ter matado antes e sabe seguir ordens à risca.


Que peculiar! Sorria com ar levemente satisfeito, enquanto fechava a ficha e a separava cuidadosamente. Finalmente, alguém decidiu infiltrar-se em meu território, passando por todos os obstáculos. Vai ser divertido descobrir quem é o autor dessa proeza.


- Parece que finalmente encontrei a candidata esperada. Mandem trazê-la em minha presença o mais rápido possível. Quero vê-la pessoalmente aqui, em meu escritório.

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