Capítulo três.
Capítulo três.
- Quatrocentos e noventa e duas, quatrocentos e nove...
- Vossa Alteza, o senhor está bem?
- Claro que estou! Só estou a contar estrelas...
Sirius estava deitado no jardim lateral do castelo, olhando para as estrelas com uma expressão perdida. Quem via de longe pensava que se tratava de um morto abandonado ao relento. Não era um comportamento normal.
- Vossa Alteza, não me parece adequado o senhor...
- Não me parece muito adequado um vassalo dizendo ao príncipe o que fazer, não acha?
Agora o príncipe estava com o tronco levantado na direção do criado que lhe olhava atônito.
- E-e-eu na-não...
- Sei, sei, não queria me ofender... Não vou mandá-lo para o calabouço dessa vez, se me prometer ir chamar seu querido rei e dizer a ele que eu morri.
- Por que?
- Está me questionando?
Sirius o olhou severo, o rapaz quase teve uma síncope. Ele balançou a cabeça em sinal de negação, na verdade parecia que ele estava tentando se livrar dela. O príncipe quase riu, talvez aquilo fosse até mais divertido do que o susto que daria em seu pai.
- Assustando os servos de novo, Alteza?- Sirius pôde ver uma silhueta feminina contra a luz do luar. Era noite de lua cheia.
- Condessa Meadowes a que devo a honra?
A condessa simplesmente fez uma elegante reverência mas não conseguiu tirar o sorriso debochado do rosto. Não dava pra acreditar que estava prometida àquele lunático.
- Príncipe Sirius, por favor lenvante-se! Não sabe o quanto é pertubador ver o seu futuro marido deitado no chão sujo.
Ele riu. Dorcas era uma garota linda, provavelmente a mais bela do reino, mas mesmo assim não era isso que mais lhe chamava atenção nela. Ela era uma verdadeira dama e ainda conseguia ser uma das pessoas mais inteligentes que ele conhecia. Todo o reino lamentava o fato dela ser mulher. Seria um exelente general, melhor até mesmo do que o presunçoso do Potter.
Sirius se levantou rapidamente e avaliou sua noiva de cima a baixo. Adorava vê-la vestida de verde, sempre dava-lhe a impressão de que seus olhos eram mais misteriosos do que a mais densa floresta celta.
-Creio que não deveria estar fora da cama tão tarde condessa. Porque o fazes?
- Creio que não deveria pregar peças no nosso monarca, mas isso não o impede de fazê-lo, não Alteza?
-Tens razão... – Sorriu satisfeito. Ele era um homem de muita sorte. A companhia da condessa só lhe traria alegrias.- Mas ainda não me respondestes, o que fazes aqui?
Dorcas jogou os longos cabelos castanhos para o lado e sorriu timidamente, lhe agradava a ideia de casar-se com o príncipe, sabia que ele era um dos poucos homens no reino que apreciava tanto a sua beleza quanto inteligência. Mesmo sendo um lunático não seria sacrifício nenhum dar-lhe satisfações todos os dias. E o príncipe ainda conseguia ser despretensiosamente charmoso, não era à toa que fazia tanto sucesso entre a plebe.
- Lhe agradaria ouvir que estou aqui para vê-lo?
O príncipe alargou ainda mais o sorriso. Sim, isso muito o agradava. Era só questão de tempo até poder se casar finalmente com sua condessa, o problema todo era Régulos. Ele insistia que aquele não era o momento para casamentos.
Evitava a todo custo sua noiva, a marquesa Olívia Hornby, mas também pudera, a mulher era assustadoramente cruel! Dizem que ela foi a causadora da morte da camponesa que hoje assombra uma antiga ferraria. Murta-que-geme era mais uma das lendas locais de Braughing. Não deixava de ser engraçado pensar que a noiva do irmão era uma criadora de mitos...
-No que estava pensando meu senhor?
Só agora tinha percebido que não havia respondido a condessa, ele voltou sua atenção à face curiosa de sua noiva.
- Apenas pensava no quanto tenho sorte por estar desposando você e não a senhora que criou a Murta-que-geme.
Dorcas não conteve um riso, seu noivo com certeza nunca deixaria sua vida tediosa. Ele tinha uma incrível mania de ser o mais inusitado possível. Voltou apenas a sorrir quando sentiu o toque da mão de seu noivo no seu delicado rosto.
-Adoro vê-la rindo Dorcas. Espero sempre tê-la assim.
Dorcas juntou sua mão a de Sirius. Lá estava aquilo que talvez dificultasse o plano do noivo de vê-la sempre feliz, seu anel real.
- Espero que não tenhas sempre que ir para essas malditas batalhas. Nada me deixaria mais contente!
O sorriso do príncipe foi morrendo aos poucos. Já tinha tido aquela conversa com ela antes. Será que era tão difícil entender que como infante tinha a obrigação de lutar quando seu irmão assumisse o trono? Já o deixava incrivelmente irritado o fato de não poder ir para as batalhas agora, imagine se conseguiria ficar sem ir a guerra quando essa se fizesse necessária. Sim, porque para Sirius a guerra atual era totalmente dispensável.
- Já conversamos sobre isso. Quando chegar a hora irei lutar e você saberá se manter bem até o meu retorno.
Isso era inaceitável! Ela não era do tipo de garota que aceitaria seu destino de mãe zelosa enquanto seu marido estaria lutando em uma guerra qualquer. Sim, já haviam conversado sobre isso. Dorcas tinha deixado bem claro que não ficaria a sua espera como um carvalho enraizado. Se preciso fosse iria atrás dele. A decisão já havia sido tomada e não iria mudar só porque ele estava sendo carinhoso e lhe fitando com aqueles lindos olhos azuis acinzentados.
Tirou rapidamente sua mão da dele e deu lhe as costas bruscamente. Não iria continuar com aquilo, sabia que estava certa e se não podia convencê-lo através da gentileza o faria através da grosseria.
- Pareces não querer tanto assim minha felicidade, Vossa Alteza!
Já segurava as laterais do seu vestido, pronta para voltar aos seus aposentos quando foi impedida por um aperto no seu braço direito. Ela o fitou com raiva, mas quase amoleceu ao ver sua carinha de cachorro abandonado “Argh! Como eu odeio isso!”, disse a si mesma.
- Por que faz isso comigo Dorcas?
- Não sei do que estás falando Alteza, se me der licença...
-Acha que me agrada a ideia de partir e deixá-la aqui sozinha? Nunca o fiz, mas me dói só em pensar!
Ela respirou fundo. Sirius sabia como fazê-la se sentir atordoada.
-Que seja Alteza, com sua licença.
Ela virou-se e continuou seu caminho, sabia que o que estava fazendo era pedir demais, mas também sabia que ao pedir isso nunca mais teria que se preocupar com guerras!
Depois da morte de seu pai e irmão nos campos de batalha, nada lhe preocupava mais do que ficar viúva como sua mãe. A via chorar todas as noites desde o acontecido.
Estava gastando lágrimas agora para poupar a dor futura. Um dia Sirius a entenderia e não mais se oporia, isso ela tinha certeza. Tratou de enxugar as lágrimas que teimavam em descer. Amanhã, ela tinha certeza, o príncipe já a teria perdoado e estaria com o bom humor de sempre. Isso é o que ela esperava.
[N/A: Calma! Eu sei o q parece. Parece q eu troquei os casais, mas no final vai fazer sentido. É chato colocar n/a em capítulo antigo... Axo q vou fazer isso antes de entregar a beta. É, é um bom plano.
Bjuxxx e comentem!]
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