Capítulo um.
Capítulo um.
No grande salão central do castelo de Trinovante, os principais lordes do reino discutiam aquilo que achavam ser o futuro da guerra entre eles e seus vizinhos, o reino de Gália.
Há muito tempo as terras celtas não eram mais as mesmas, muito por culpa da eminente ameaça em que os romanos se transformaram. O povo estava cada vez mais assustado, era difícil manter a paz desse jeito.
- Ainda acho que o prudente seria que nós nos aliássemos aos nossos vizinhos...
Um jovem de cabelos negros e com certeza com a aparência mais desleixada de toda a reunião demonstrou sua impaciência pelo que seria a terceira vez só naquele dia.
- Desculpe ter que discordar de novo Alteza, mas uma trégua não nos é viável no momento.
O senhor da guerra disse com uma calma que não lhe era usual. Sinceramente não via necessidade da presença do príncipe ali. Ele nem era o príncipe herdeiro!
- Eu sei o que você acha tio, mas não me parece VIÁVEL manter uma guerra por mais vinte anos!
Não restava mais nada da antiga paciência do príncipe Sirius. Para falar a verdade essa nunca foi uma das suas virtudes. Sirius agora estava de pé e andava nervosamente de um lado pro outro do salão.
- E o que você nos sugere? Que nos rendamos e aceitemos todas as imposições do rei Horace?
O senhor Potter agora estava tentando a muito custo não perder a pouca calma que lhe restava assim como o sobrinho tinha feito, senhor da guerra ou não ele ainda devia respeito aquele moleque atrevido.
-Mande-lhe uma torta... Sei lá! Só sei que já passou da hora de pormos fim nisso!
Régulos agora olhava para o irmão atentamente. Sempre soube que, de todos os Blacks, Sirius sem dúvida era o mais impulsivo, mas de uns tempos para cá o irmão além de impulsivo também estava extremamente imprudente.
Aquelas não eram características aceitáveis para um rei. Sentia-se estranho por estar preocupado com isso, afinal de contas Sirius nunca seria rei. Essa era SUA responsabilidade e apesar de temer o futuro de seu reino sabia que, ao menos seu irmão mais novo nunca teria que se preocupar com problemas como aquele e com certeza não sofreria as mesmas pressões políticas que seu pai estava sentindo e que logo passariam a ser suas.
Rei Henry estava quieto, parecia analisar o comportamento do filho mais novo também. Não lhe agradava em nada o jeito com que ele lidava com as situações políticas, mas não se sentia capaz de reverter aquilo. “Sirius é uma força da natureza” pensou e quase teve que conter um sorriso ao lembrar-se das explosões do jovem no alto de seus dez anos. “Aquela sim foi uma época difícil!” pensou divertido.
Mas Sirius não tinha mais dez anos. Seu jeito de ser assustava aos lordes e preocupava a todos. O príncipe apesar de “tempestuoso” ainda era muito querido pelo povo, principalmente pelas mulheres. As pessoas tinham medo que o príncipe, imprudente como era, resolvesse ganhar a guerra sozinho e acabasse morrendo no campo de batalha.
Rei Henry maneou a cabeça para afastar tais pensamentos. Estava na hora de intervir novamente, porque a seu ver, aquela discussão não daria em nada.
-[...] voce deveria voltar aqui apenas quando tivesse barba na face, vossa alteza!
- E VOCÊ NÃO DEVERIA VOLTAR AQUI NUNCA MAIS! Já está ficando caquético...
- Já chega vocês dois! – O rei não alterou nem uma oitava da voz para conseguir um silêncio sepulcral. – Não sei se perceberam mas os verdadeiros inimigos não estão nessa sala. Estão lá fora!
O rei agora se encontrava de pé, Sirius ao ver a atitude do pai cruzou os braços automaticamente. Odiava quando seu pai referia-se aos seus vizinhos como inimigos. Ambos faziam parte do grande território celta e a paz reinava antes de todos naquela sala se quer sonhar em existir, ele sabia disso.
Passava grande parte do seu dia na biblioteca real lendo os livros da antiga Trinovante. Era um local calmo que nem de longe se parecia com aquele que via agora.
Há muito tempo não podia cavalgar além dos limites do reino para uma simples caçada, pois esse havia se tornado um hábito perigoso. O pior de tudo é que seu tio estava de certa forma com a razão. Não havia jeito de se conseguir paz, não depois que eles tinham se aproximado tanto do caos.
Os povos agora se odiavam e nem ao menos sabiam o porquê. Nas ruas de Braughing podia ouvir crianças chamando outras de gauleses. Estavam usando o nome de seus vizinhos como xingamento. “Dificilmente uma sociedade pode chegar a um nível mais baixo que este.” Pensou amargamente o princípe. Tentou voltar a atenção para mais um dos famosos sermões de seu amado pai.
- [...] não podem se alterar sempre que não concordam com algo! Espero que não precise chamar a atenção de mais ninguém, isso é extremamente patético!
O rei agora parecia cansado, voltou a se sentar em seu trono disposto a fingir que nada tinha acontecido, o senhor Potter também. Na verdade todos já estavam conversando paralelamente, o único que ainda mantinha uma expressão de poucos amigos era Sirius.
- Honestamente, vocês me irritam! Podem continuar com a festa da hipocrisia, pra mim essa reunião está encerrada!
Todos olharam surpresos do princípe Sirius para o rei. Princípe Régulos maneava com a cabeça. “Esse garoto não vai crescer nunca!” pensou. Aparentemente o monarca era o único que não estava surpreso com a reação de seu filho.
- Está dispensado então Sirius. Lorde Potter acompanhe Vossa Alteza, por favor.
- Não preciso de...
-Será uma honra Majestade! – James se apressou em dizer. Sirius parecia agora mais irritado do que nunca com a interrupção do amigo.
-Vamos Sirius, você já causou confusão de mais por um dia!
O lorde disse num tom apenas para que o príncipe pudesse ouvir. Estava quase tendo que empurrar Sirius porta a fora. “Imagine se estivesse bêbado!”pensou. Assim que alcançaram o corredor norte do castelo James achou prudente soltar o braço dele.
-Você é um idiota que nem seu pai, sabia?
Sirius estava visivelmente mais calmo apesar de tudo. Sabia que James era um dos poucos que não se irritavam com seu jeito de falar.
- Não posso dizer o mesmo do senhor, Alteza. Acabaria acusado de alta traição!
Sirius esboçou um sorriso. James parecia gostar de tratá-lo segundo os protocolos reais mesmo que ele não fosse um nobre comum.
- Por favor, diga! Adoraria vê-lo no calabouço, junto aos ratos.
-Meu pai tem razão... Você é um moleque mesmo!
James agora dava uma chave de braço no amigo, aproveitou o momento de surpresa dele pra bagunçar-lhe o cabelo como quando crianças. Sabia o quanto ele detestava isso.
- Me solta James! Não vou exitar em mandá-lo pra forca dessa vez!
Sirius agora estava rindo também. Parecia que ninguém daquele lugar sabia realmente como tratar um princípe!
James se aproveitava de seus dois anos a mais para levar vantagem sobre ele na sua “luta”, mas fazia muito tempo que a vantagem numérica não era mais determinante na briga e quando James se deu conta já estava sendo dominado pelo seu oponente.
- Que vergonha Potter, não é a toa que a duquesa Lílian se recusou a casar-se com você!- Alfinetou Sirius.
- Não envolva minha noiva nessa conversa!- James se aproveitou da distração do princípe e o empurrou contra a parede. Sirius afroxou o aperto que fazia no peito dele. Se soltaram, ofegantes.
- Empate?- Perguntou Sirius esperançoso, sabia que aquele era um grande feito.
Empatar numa luta com o filho do senhor da guerra era algo do que se orgulhar, mesmo sabendo que em uma briga verdadeira James teria acabado com ele.
O outro jovem pareceu avaliar a situação. Aquela era uma briga de brincadeira com um princípe... Ninguém consideraria aquilo como um verdadeiro empate.
- Tudo bem! Posso fazer uma criança feliz...
James abriu o sorriso maroto costumeiro e Sirius revirou os olhos. Ele já tinha dezoito anos! Quando o considerariam velho suficiente pra fazer qualquer coisa?
[N/A: olha aí o primeiro capítulo! O segundo eu posto amanhã, ele já está prontinho. Espero que gostem, não fiz prólogo dessa vez pq eu axo q as coisas vão se esclarecendo no decorrer da história...
Bjuxxx e façam uma autora feliz, comentem!]
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!