- Único. VouTeEsperar
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Cluster – Vou te esperar
Desde os meus 16 anos, sou totalmente apaixonado por ela. Não é aquela coisa, eu sou afim dela, não. É amor, mesmo. Sempre foi.
Conheci ela com 15, no ensino médio. Diferente dela, eu não havia estudado com todos no ano passado ou até mesmo desde o primário, havia me mudado apenas naquele ano, no segundo semestre. Eu era/sou, tímido então pra mim foi difícil no começo. Como todos, eu me mudei pensando:
‘Não vou ser tímido, vou ser uma pessoa sociável’, essas coisas, e como sempre não deu certo. Na noite anterior não consegui dormi, meu estômago estava inquieto. Cochilei no máximo duas horas e fui pro colégio. Ao subir no ônibus escolar a palma das minhas mãos já estavam suadas e parecia que todos me encaravam. O que obviamente me fez entrar em pânico e comecei a procurar algum rasgo na minha roupa ou qualquer defeito, porém não encontrei nada, afinal havia escolhido a roupa minuciosamente no dia anterior. Quem escolhe a roupa no dia anterior? Eu escolho. Não sou gay nem nada assim, sou só um pouco paranóico e talvez naquela época um pouco nerds. Conhecendo meu cabelo, provavelmente deveriam estar o encarando, mas nesse aspecto eu não podia fazer nada. Desde que me conheço por gente minha mãe tenta controlá-lo, ou pelo menos ajeitá-lo. Se ela não conseguia quem diria eu. Dei de ombros e fui me sentar num banco vazio.
Durante as aulas as coisas não melhoraram muito, pois em todas as aulas que fui, os professores me fizeram ir à frente para me apresentar. De novo, sou tímido, então gaguejei, engoli as palavras e tropecei nos meu próprios pés. Classificar-me como desastrado era ser gentil.
O dia inteiro andei de cabeça baixa, evitando qualquer olhar ou atenção dirigido a mim. Nos próximos dias e isso já havia virado quase uma rotina. Ainda não havia feito amigos, não tinha coragem pra tal coisa. Então ela entrou na minha vida. Nunca vou esquecer como ela sentou perto de mim no laboratório de química, comentando depois que derrubei um daqueles tubos:
- Hm, acho que você é meio desastrado né? – Ela sorria pra mim, formando uma covinha um pouco em cima da sua boca.
- É.. hm.. a-acho que sim – Gaguejei, droga. Era a única coisa que conseguia pensar, afinal alguém daquele colégio tinha entrado em contato comigo e como sempre eu havia gaguejado ou feito alguma coisa pra me queimar.
Depois disso não me lembro direito como nos tornamos amigos, só sei que aconteceu. Começamos a andar juntos. Ficamos bem unidos, pois mesmo estudando com as mesmas pessoas desde sempre, ela não possuía amigos, pelo menos não no colégio. Havia me justificado a falta de amigos, alguma coisa sobre ter sido gaga, mas não liguei afinal eu gaguejava às vezes. Não que fosse algum problema crônico ou algo assim, era apenas efeito colateral da maldita timidez. Desde esse dia ela vivia na minha casa e eu na dela. Éramos inseparáveis.
Eu fiz loucuras pra te encontrar
Fui paciente pra te esperar
Fui seu amigo pra te entender
Sempre disposto a te escutar...
A primeira vez que senti alguma coisa além de amizade foi quando descobri que ela tinha um encontro. Fiquei me mordendo de ciúmes, mas não demonstrei isso, ou pelo menos tentei. Naquela época, achei que senti ciúmes porque não queria dividir a minha amiga com ninguém. Só porque eu era anti-social e não tinha uma vida que não incluísse ela em todos os minutos, não significava que deveria fazer o mesmo.
Sendo uma boa amiga como era, tentou me convencer a ir junto, pois segundo ela, aquilo era um encontro entre amigos. Eu poderia ser um nerds, mas não era idiota nem nada. Então me esquivei do convite facilmente, mentindo sobre ter prometido a minha mãe que assistiria uma maratona do seu seriado favorito.
Hermione não ousava se meter na nossa relação mãe e filho, ninguém ousava, não que eu tivesse algum outro amigo para tentá-lo. Enquanto supostamente me deliciava assistindo televisão, apenas conseguia pensar em como ela estava linda. Não havia imaginado que por baixo das várias camadas de roupa Hermione seria bonita... E me perguntava por que não morávamos em outra cidade, aonde chovia menos, apenas para vê-la com roupas de verão. Esses pensamentos não permaneceram mais do que uma noite, pois no dia seguinte ela voltara a usar as suas roupas usuais, acabando rapidamente com a minha fantasia. Ela era minha melhor amiga! Eu pensava em quão retardado era, por pensar em achá-la bonita. Novamente ela era minha melhor amiga e única, ponto final.
Nunca imaginei que precisaria da minha mãe para descobrir que estava apaixonado. Não estou falando de uma atração puramente física, igual sentimos pelas líderes de torcida, mas sim de paixão, que te faz delirar quando vem falar com você. Aquela que faz teu coração disparar toda vez que a vê, que te faz suspirar em frente à tela do computador ao olhar a sua foto - o quê confirmou a suspeita que minha mãe estava tendo sobre eu estar apaixonado, começou após eu ter chorado feito um bebê assistindo uma reprise de friends, aonde Ross foi atrás da Rachel no aeroporto, e a Phoebe o levou ao aeroporto errado.
Ela era linda, com seus olhos e cabelos castanhos escuros. Tão linda doía olhar. Hanna. Essa foi a minha primeira paixão no ensino médio. Mione me dizia que eu era uma moça, por ficar suspirando por ela nos corredores, e me lembrava quão ridículo era fazer tal coisa, mas não me importava. Nada mais importava ou fazia sentido. Apenas ela, Hanna, a única. Quando Mione finalmente cedeu, não sem antes me ameaçar caso eu arruinasse a sua amizade, me apresentou para Hanna. Elas trabalhavam juntas na locadora, e desde o momento que pousei os olhos nela meu coração foi à mil. Piegas, eu sei. Mas o que posso fazer? Começamos a ficar uma semana após o ocorrido. Foi maravilhoso! E como tudo que é bom, durou pouco. Um mês depois, ela saiu da locadora e nunca mais nos vimos.
Depois da Hanna, minha próxima paixão foi... Mione. Novamente quem descobriu minha paixão foi minha mãe. Ela já havia comentado comigo como Hanna e Mione eram parecidas, mas na época não dei muita bola, mandando-a parar de inventar coisas.
Enquanto estávamos no meu quarto escutando o novo CD do 30 seconds to mars e conversávamos sobre nada em especial, senti uma súbita vontade de beijá-la. Beijar minha melhor amiga? Da onde eu havia tirado aquilo? Eu não fazia a menor idéia. Eu só queria, sem nenhum motivo aparentemente concreto.
COMO ASSIM? BEIJAR A MIONE? Eu devia estar retardado... O que ela acharia de virarmos amigos com benefícios? Seria uma coisa muito estranha pra perguntar? É, seria. Que idéia ridícula era essa que eu tive. Eu pensei, mas agora eu não acho que seria tão ridícula assim.
Me fiz mais forte para agüentar
Essa angústia de te esperar
No primeiro porre que tomamos juntos, eu a beijei. Não lembro como aconteceu ou quem foi beijou quem. Só sei que aconteceu. E que foi bom. No próximo dia perguntei discretamente se havíamos feito alguma coisa vergonhosa ontem, ela só riu e falou:
- Nada fora do normal, não que eu me lembre... Por quê? A gente fez alguma coisa? – Seus lindos olhos castanhos estavam duvidosos. Eu neguei.
Desde aquele beijo, comecei a sentir vontade de beijá-la consecutivamente. Quando estávamos na aula eu a observava, e reparava como ela ficava linda toda concentrada... E bum! Lá estava a vontade. Quando discutíamos qual filme iríamos assistir ou qual CD iríamos escutar, bum de novo! Quando passava a tarde com ela na locadora e a observava catalogar os filmes, pronto. Já era. Quando ela sorria, mostrando todos os dentes, quando gargalhava, ou quando dava aquele sorrisinho que formava aquelas covinhas. Eu sentia vontade de beijar os dois furinhos acima do seu lábio, a vontade era quase, quase incontrolável. Não ia estragar a nossa amizade por causa da minha vontade de agarrar uma garota, malditos hormônios!
Não conseguia passar muito tempo longe dela e já ligava para ela, para saber o que ela estava fazendo, essas coisas para dar uma disfarçada do meu objetivo. Então ela começou a ficar com um tal de Victor. Ok, até aí tudo bem. O problema é que a ficada já durava quase um mês e meio. Fiquei muito puto quando ela me falou que achava que ele ia pedir ela em namoro, eu sabia que ele era um filho-da-puta, de verdade. Ele era um galinha. Ele tinha 19 anos. Ela 16! Eu falei pra ela que não gostava muito dele e ela me veio dando soquinhos no meu ombro, e comentou:
- Pare de ser besta Harry, isso tudo é porque você vai ter que dividir meu tempo com mais alguém. Eu tenho que dividir meu tempo com aquele teu amigo retardado lá, o Rony. Agora é a sua vez. – Ela falou rindo. Fiquei com vontade de matá-la. Ele era meu amigo, porra. Não um namorado, como o Victor era dela.
Ela continuou fazendo piadinhas e eu apenas ria. O que eu ia fazer? Mandar ela terminar com o namoro agora, porque eu a desejava? Vamos acabar com a palhaçada agora? Eu nunca faria isso.
Era madrugada quando recebi uma ligação da minha melhor amiga, pedindo para buscá-la num bar.
- Cadê o Victor? – Perguntei sonolento.
- Terminei com ele.
- Hm? Por que não esperou pra terminar depois dele te dar uma carona?
- Ele ficou bêbado e começou a agir como um idiota machista. Sabe como odeio essas coisas né?
- Sei... tentou pegar um táxi?
- Harry, são 3:00 da manhã e você não quer que eu pegue um táxi sozinha, quer? E se o cara for um, sei lá, serial killer? Se liga! Além do mais, meu dinheiro acabou. – Eu bufei - Você vem me buscar ou não? Se não eu tento pegar uma carona com um desconhecido, você sabe que eu...
- Okaaaaaaaay. – Resmunguei. – Chego em 20 minutos. Tchau. – Pelo jeito não aconteceria namoro nenhum, então corri acordar a minha mãe.
Fiz palhaçadas pra te ver sorrir
Falei besteiras pra te alegrar...
Uns dois meses depois ela arranjou um namorado, dessa vez pra valer. Ela vivia me contando sobre os dois e eu só escutava. Ela não sabia o quanto escutar aquilo doía em mim. Tudo piorou quando ela descobriu que ele a traía. Vê-la chorando daquele jeito fez meu coração despedaçar. Mas eu sabia o quanto ela o amava. Era ridículo ela amar alguém que traía ela, eu falei isso, mas fazer o quê? No coração não se manda. Então cada vez que ela descobria uma traição ligava pra mim, chorando:
- Ele.. tá-tá c-com o-o-outra. – Quando ela chorava parecia que a gagueira já superada voltava, o que a irritava. Muito. – Q-que M-merda, - fungou - E-e-eu ai-i-inda fi-fi-co ga-gaguejando. – então ela chorava mais ainda.
- Mione... não chora, que merda. Ele não merece... – Eu funguei, então escutei uma gargalhada no outro lado da linha.
- Vo-você tá cho-chorando? – Ela ria meio chorando. – Mo-moça. Is-so que vo-você é.
Ou então ela vinha aqui em casa, chorava litros, então me pedia pra contar alguma coisa engraçada. Então passávamos a noite falando mal dos nossos ex-ficantes/namoradas(os), ou simplesmente falávamos besteiras, coisas sem nexo.
- Tenta falar cerebelo um monte de vez.
- Ãhn?
- Repeti. Cerebelo, cerebelo, cerebelo...
- Cerebelo, cerebelelo, cereberelo – Ela continuava tentando, enquanto eu gargalhava.
Eu virei noites pensando em você
E em uma maneira de explicar...
Como isso tudo foi acontecer
Como por você fui me apaixonar...
Tudo que eu faço pensando em você
É só o meu jeito de te falar
Que não importa o tempo que for
Eu vou te esperar, eu vou te esperar...
Tudo que eu faço pensando em você
Quem sabe assim você vá se tocar
Que é só você fazer acontecer
Eu vou te esperar, eu vou te esperar...
Quando finalmente terminou com o tal namorado, Mione não parava. Só pensava em ‘curtir seu último ano’. Quando ela fazia esses comentários eu guardava meu ciúme pra mim e soltava uma risadinha. Ela curtia o último ano dela, muito. Eu apenas levava o meu, tentando esquecê-la nos braços de outro. Cada vez que a via ficando com um garoto eu ficava mal, e normalmente agarrava a primeira garota que visse na minha frente. De noite eu pensava o que faria. Eu não conseguia tirá-la do meu pensamento. Acordava pensando nela, passava o dia pensando nela, e dormia pensando nela. Imagina os incidentes quando eu acordava, hmm, ok. Estava ficando quase louco. Na minha mente eu relembrava o nosso beijo. Aquele que aconteceu meses atrás, o único, mas pra mim parecia que havia acontecido ontem. Cada dia que passava minha necessidade de beijá-la aumentava.
Me pus em seu lugar pra compreender
Mudei meus planos pra te acompanhar
Fiz absurdos pra te surpreender
Roubei estrelas pra te encantar..
Criei desculpas pra poder te ver
Já tomei chuva só pra te abraçar
Na manhã que recebi minha carta de admissão na faculdade recebi uma ligação.
- HARRY, HARRY! EU PASSEI! PUTA-QUE-PARIU! EU PASSEI HARRY! – Ela gritava, eu a escutava gargalhando. Então eu corri para a porta. Precisava ir vê-la. Sai correndo na chuva, afinal a casa dela era umas 5 quadras da minha. Eu não tinha paciência para achar as chaves do carro, ligá-lo, e dirigir com cuidado na chuva.
Estava na Quadra da casa dela, quando a vi parada em frente à varanda. Ela também havia me visto e saiu correndo ao meu encontro. Estávamos abraçados, a chuva estava fria, mas não me importava, estava feliz por ela. Ficamos assim por algum tempo, até que ela se afastou e gritou:
- EU PASSEI PORRA! – estava girando com os braços esticados.
- ÉEE! VOCÊ PASSOU! – eu gritei de volta, e a agarrei novamente num abraço apertado.
- Você passou? – ela sussurrou no meu ouvido.
- Não sei... – sussurrei de volta. Na pressa esqueci-me de abrir o meu envelope.
- Como assim, ‘não sei’? Não chegou? – Ela se afastou e me encarou.
- Chegou. Eu ia abrir quando você me ligou... Acabei esquecendo... – Falei, passando a mão pelos meus cabelos encharcados.
- O que a gente tá fazendo aqui parado? Vamos pra tua casa agora! - Gritou, então agarrou a minha mão e saímos correndo para minha casa. No final eu também havia sido admitido. E conseguimos ganhar um resfriado.
Eu havia sido admitido em outras faculdades, Hermione tentou apenas uma. E conseguiu. Primeiramente ia pra faculdade de belas artes, mas decidi ir para a mesma de Hermione. O curso de artes não era o melhor, mas para ficar perto dela, qualquer coisa valia.
Logo que cheguei à faculdade fiquei chocado com a quantidade de garotas bonitas que havia naquele lugar! Eram todas gostosas, com o corpo sarado e tudo mais. Eu conseguia perceber isso mesmo com as camadas de roupa de frio. Naquele primeiro ano, me desencanei total da minha ‘paixonite’ pela Mione. Eu merecia ter um primeiro ano da faculdade divertido. Eu ocupava minhas horas vazias com garotas, mas todas às vezes que ia dormir, não era nelas que eu pensava. Por mais que eu tentasse me livrar da paixãozinha pela minha melhor amiga, era pensando nela que eu ia dormir.
A minha época de ‘diversão’ durou mais do que o esperado. Passei os meus dois primeiros anos da faculdade tentando preencher o vazio com garotas. Eu não entendia por que diabos ele existia.
Divertia-me com garotas de todos os tipos, não me importava com idade, cor de cabelo nem nada. Sendo bonita ou até mesmo aceitável, estava bom. Afinal fazer sexo com baranga, não rola. Mesmo estando nessa onda de ‘pegar qualquer coisa que se mova’, Hermione e eu continuávamos inseparáveis.
No aniversário de 20 anos de Hermione, decidi que seria o melhor de todos. Já estávamos na faculdade fazia dois anos, então preparei uma surpresa pra ela. Peguei todas as fotos dela que tiramos desde que nos conhecemos, aos 15 anos. Ampliei-as e recortei as partes que amava nela. Cobri uma parede inteira do seu quarto, com essas fotos. Fotos da sua boca, dos olhos, do nariz com um pouco de sarda, o cabelo castanho cacheado nas pontas, o ombro também com sardas, o sorriso. No centro coloquei uma foto da boca dela, sorrindo marotamente aonde formava as covinhas que eu tanto gostava. Fiz uma montagem totalmente abstrata. Eu gostei e esperava que ela também gostasse. Ao terminar de colar as fotos na parede que eu tinha passado horas recortando no dia anterior, liguei pra ela.
- Hermione Granger, por favor, dirija-se para seu quarto, imediatamente.
- Alô? Harry? Você é retardado? Eu tenho aula daqui a pouco.
- Vaaaamos! É o seu aniversário e eu quero te levar pra matar aula!
- Eu odeio matar aula. Você sabe disso. – Ela brincou.
- Odeia naaaaada. Por favor, míiiiiii! – Eu implorei chamando-a pelo apelido que recebera quando criança. Ela odiava.
- Vai se foder Potter!
- Ok, eu passei horas aqui, programando o nosso dia e você me faz isso? Puta-que-pariu. – Fingi estar bravo. Ela sabia disso.
- Eu te odeio por me fazer matar aula. Já chego aí no meu quarto. – e desligou.
Quando ela entrou me deliciei com a sua feição surpresa. Seus olhos castanhos brilhavam, e suas bochechas estavam vermelhas por causa do frio que fazia.
- Ha-harry! O que é isso?
- É o teu presente de aniversário. - falei sorrindo – E você tá ga-gaguejando. – brinquei, recebendo um soco no braço.
- Auch! – Reclamei. Então ela me abraçou. O seu perfume me fez perder a consciência. Não era doce igual ao da maioria das garotas do campus usavam. Era forte, possuía personalidade.
- Obrigada Harry. Está tudo lindo. Você é o melhor. – Ela falou me dando um beijo no pescoço. Eu tremi.
- De-de Nada.
- Agora você tá gaguejando, hmm. – Ela brincou.
- Há, há. Agora vem. Vamos beber.
Naquela noite ela conheceu Drake. E novamente meu coração despedaçou. Por que doía tanto vê-la com outra pessoa? Deveria ser EU! Eu, Harry, seu melhor amigo ali, beijando-a, e não esse tal de Drake.
Angustiava-me vê-la agarrada com outra pessoa que não fosse eu. Novamente esse ciúme besta de melhor amigo. Como eu odiava isso. Então naquela noite depois de algum tempo, diria uma semana, agarrei a primeira garota que considerei bonita. Estava um pouco bêbado então não sabia quão bela era. Essa garota era a Pie. No final das contas ela era linda, com seus olhos azuis a cabelos pretos. Sentimos atração no momento que nos conhecemos, ou havia sido a bebida? Quem se importava afinal? Eu não. Passamos um ano juntos. Estava tudo ótimo. Até que eu a perdi.
Ao perder Pietra, me dei conta que não importava o quanto eu tentasse, sempre a amaria. Eu gostava da Pie, de verdade, ela me fazia bem. Ela me fez ver que a minha ‘obsessão’ por Mione não era por causa da nossa amizade ou a minha quedinha.
- Você é apaixonado por ela seu idiota! Eu sempre estranhei essa amizade de vocês. Você sempre dava mais atenção a ela do que a mim! Se ela te liga chorando você corre pra casa dela, independente se estamos fazendo alguma coisa ou não! Você saiu no meio da nossa transa por que ela te ligou! PUTAQUEPARIU HARRY! Como eu pude ser tão burra? Você A AMA. Não é uma quedinha ou uma paixãzinha. É amor...
Desde esse dia percebi que não importava com quantas mulheres eu estivesse ou falasse que as amasse. No fundo eu amava a Hermione. Depois de Pietra, não tive muitas relações duradouras. A mais longa durou 6 meses, e a nossa relação se baseava totalmente em sexo, parecia que eu estava num círculo vicioso. Se eu não tinha Hermione eu virava uma espécie de viciado. Viciado em sexo.
E o nosso beijo faz enlouquecer
Que eu perco a hora até perco o ar
É tão perfeito é tudo tão lindo
Parece que faz o tempo parar...
Como sempre após um término Hermione me ligou chorando, pedindo que eu fosse ao seu quarto e que por tudo que era mais sagrado levasse Vodka comigo. Ela destacou que uma não seria o suficiente. Eu odiava vê-la chorando, aquilo acabava comigo. Dessa vez até considerei a idéia de falar que não poderia ir, mas ouvi-la fungando do outro lado da linha me fez mudar de idéia.
- Mione, para, vai. Ele era um otário.
- Eu-eu sei. Mas é fo-foda. – Ela chorava enquanto bebia outro gole de vodka.
- Eu seeeeei... Não fica assim. – Estávamos abraçados. Eu acariciava seus cabelos enquanto ela fungava no meu ombro. Tomei um gole da Vodka. Assim passamos a noite. Acabamos com as duas garrafas que eu havia trazido.
- Vo-você me Descu-culpa Harry? – Ela falou entre um gole e outro.
- Por que está pedindo desculpas? Até aonde eu sei não estamos brigados nem anda assim.
- Me-Me de-desculpa po-por ser u-uma chata? – Ela me olhava com uma cara pidona que eu considerava irresistível.
- Você não é chata, Herm. – Acariciei seu rosto limpando as suas lágrimas.
- Na-não?
- Não. – Foi nessa hora que ela me beijou. Cara, foi maravilhoso. Eu sentia como se cada parte do meu corpo ardesse. Parecia que tudo a minha volta havia congelado, existindo apenas nós dois. Quando nos separamos em busca de ar, ela olhou pra mim e sorriu. Aquele sorriso que eu tanto amava, que fazia as suas covinhas surgir. Então se aninhou no meu peito e adormeceu.
Tudo que eu faço pensando em você
É só o meu jeito de te falar
Que não importa o tempo que for
Eu vou te esperar, eu vou te esperar...
Na manhã seguinte acordei com uma ressaca daquelas e senti um peso nos meus braços. Lembrei da noite passada, do nosso beijo. Quando Hermione acordou meu coração disparou. Dessa vez ela se lembraria do nosso beijo, ela precisava. Mas não fui recebido com um olhar cheio de alegria e sim com um olhar tímido. Apenas mais tarde, naquele mesmo dia, enquanto assistíamos a um filme, ela falou algo.
Tudo que eu faço pensando em você
Quem sabe assim você vá se tocar
Que é só você fazer acontecer
Eu vou te esperar, eu vou te esperar...
- Harry, me desculpa por ontem. Eu vim te agarrando assim, do nada. Me desculpe, mesmo. Eu nunca deveria ter feito aquilo. Da onde eu tirei a idéia de te agarrar? – Ela deu uma risada nervosa. – Só poderia estar mesmo bêbada, né? – Aquilo acabou comigo. As palavras não saiam da minha boca, eu apenas encarava a televisão. Não ia estragar a nossa amizade falando o quão intensamente eu a amava. Eu apenas dei uma gargalhada.
Eu vou te esperar...
Eu vou te esperar...
- É, só podia mesmo estar bêbada. – Falei cutucando-a nas costelas.
Me arrisquei para não te perder
Abri meus braços pra me entregar
Eu não fiz nada pra esse amor nascer
Mas faço tudo pra não se acabar...
Nós podíamos ser melhores amigos, mas um dia ela perceberia o quanto eu a amava. Que eu a queria mais do que melhor amiga. Mas não importava, o tempo que isso levasse ou quantos namorados mais ela precisasse, um dia ela repararia em como somos perfeitos um para o outro e eu estarei aqui. Esperando-a. Sempre estarei. O meu amor por ela não foi uma coisa esperada, apenas aconteceu. E eu nunca desistiria dele. Nunca.
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N.A.: Geente, minha primeira HHr. *-*, totalmentevirgem HAHA. Pra ser bem sincera eu não gosto muito desse shipper, mas como deu pra perceber o meu Harry, não parece o Harry (?) e minha Hermione também é um pouquinho diferente. hihi. :) (Depois de ser D&G eu sou HHR. :x)
Espero de verdade que vocês gostem da fic, eu sempre quis escrever uma short, faltava coragem, medo, sei lá (?), é foda tentar contar toda uma estória em um único capítulo, tanto que é por isso que a fic é bem corridinha. Eu não queria que a short começar a ficar enjoativa, e muito longa, afinal é uma short. :) Comentem, por favor, isso incentiva, sim. *-* E obrigada por lerem a fic, e a minha N.A enorme. (dúvido que vocês terminaram de ler essa n.a minúscula. HAHAHA)
Beeeeijo amores. :*
N/b: EU NÃO ACREDITO QUE ELES NÃO FICARAM JUNTOS! Olha que eu nem gosto de Hermione e Harry, mas isso foi totalmente injusto. Nessa Fic fica claro que eles foram feitos um pro outro - repito que eu não gosto desse casal. Mas a sua Fic ficou linda, maravilhosa. Faz uma continuação, por favor. Se não fizer eu te mato. Mas sem pressão! uashhuashsua Beijoooos
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