Prólogo



Prólogo ou
Duas vidas, uma carta

The game only begins when it ends.”


 



Narrado por: Marlene McKinnon




“Tudo vai dar certo, tudo vai dar certo. Você vai ver só.” Eu repassava isso na minha cabeça a cada um segundo enquanto o carro seguia em direção à Igreja. Era meu grande dia. Ou melhor, mais um dos meus grandes dias.


Teve o grande dia em que eu saí da casa dos meus pais no meio do nada e vim para Nova York; o grande dia em que eu consegui um emprego na Vogue e que, depois de três anos, me fez aparecer na capa de todas as revistas de moda como a nova diretora da Runway, a maior e mais famosa revista fashion de Nova York; o grande dia em que eu criei minha própria grife; e, finalmente, o grande dia que acabava de começar: o meu casamento.


É, eu realmente achava que eu não tive uma vida tão ruim até aqui. Pra quem morava em uma cidade aonde a maior revista que você achava era um gibi do Batman, eu realmente acho que consegui mais coisas do que qualquer um que me visse há 15 anos pudesse imaginar. Agora tudo que eu tenho que fazer pra conseguir mais um dia é sair de um carro, vestindo meu vestido de noiva Oscar de La Renta e meus sapatos Jimmy Choo, pegar meu buquê, entrar na Igreja cheia de rosas vermelha e de pessoas (cuja maioria não choraria se eu morresse, a não ser que me colocassem uma roupa tão ridícula no caixão que causasse tal efeito) e caminhar em direção ao meu futuro marido, leia-se Damon Tribbiani.


Eu também não podia reclamar do meu futuro marido. Ele é parte italiano, ou seja, nossos futuros filhos terão sangue azul (que, particularmente, foi o que sempre quis pra mim, e digamos que eu tenha conseguido um sangue verde, já que não sou nenhuma from roça mais), tem uma multinacional de publicidade, ganha rios de dinheiro por dia e não é impotente sexualmente e sem as mínimas condições e/ou aptidões para ser gay um dia e me trocar pelo meu melhor amigo. Se eu tivesse um melhor amigo.


Bom, em relação aos meus pais, eu não os vejo praticamente desde que eu saí daquele fim de mundo pra Nova York e eu tenho certeza que, agora, toda e qualquer pessoa daquela cidadezinha que pode adquirir uma revista que não seja gibi, é graças a mim. Eu não sou nada familiar devido ao fato de meu pai ter negado precisamente que eu jamais conseguiria qualquer bônus profissional na minha vida em Nova York, a não ser rodar bolsinha, vulgarmente falando, ou dançando em canos sujos de lugares ainda mais imundos. Ou seja, meu pai jamais acreditou aonde eu realmente pudesse chegar. Tudo que ele achava era que trabalhar com moda em Nova York era sinônimo me despir e que eu devia ficar naquele fim de mundo chupando prego e segurando galinhas pela cloaca.


Como eu já disse, eu realmente acho que eu fui mais longe do que qualquer pessoa que me conheceu pensou que eu iria. Naquele momento eu era uma mulher independente, prestes a me casar e ter uma nova família e que não dependia do meu marido economicamente para nada.


Ou melhor, era assim que eu pensava que as coisas seriam se aquele cachorro, bandido, idiota, playboy italiano metido a projeto de publicitário, sem cérebro, burro, dependente intelectualmente de um bando de escravos mal pagos feito oompa-loompas pra conseguir um pouco crédito e fama, ignorante, macumbeiro, ladrão, ninfomaníaco, sem coração, abusador sexual de mulheres, mal educado, pobre de espírito, doente mental, canalha, cafajeste, horrendo, nojento, sem escrúpulos, viciado em cocaína, usuário compulsivo de camisinhas, asqueroso, filho de uma mãe sem dono que roda a bolsa da feira na esquina da casa dele, obsessivo, chupador de prego de nádega de palhaço não tivesse feito o que ele fez.


- Sra. McKinnon! Sra. McKinnon! – gritou a minha secretária, Sara, enquanto eu descia do carro, e todos os fotógrafos de várias revistas não paravam um minuto de clicar em cada máquina. Eles me perguntavam coisas do tipo: “Como você se sente nessa situação?”, “O que você pretende fazer com o seu noivo?”, “Você voltará pra casa dos seus pais?”.

Eu sempre me pergunto qual o problema com esses repórteres. É meio óbvio que o que eu vou fazer depois do meu casamento com o meu marido é sexo. E por que eu voltaria pra casa dos meus pais? Francamente.


Quando avistei Sara, podia jurar por Deus que se ela viesse me perguntar qualquer coisa do tipo “Estou liberada para ir ao banheiro, senhora?”, eu iria enfiar esse buquê na boca dela em frente a todos, independente de haver testemunhas ou não. Acredite, ela faz isso, e eu só não a demiti porque realmente ela organiza minha agenda como ninguém. Nem eu consigo fazer as coisas funcionarem como ela faz. Talvez seja por isso que eu a tenha como secretária, não?


- Oi, Sara! Belo vestido – eu disse enquanto sorria pra ela. É, eu sei, eu sou realmente falsa, mas aprendi que nem tudo que passa pela nossa cabeça precisa ser transparecido pela nossa garganta.


- Ãhn...obrigada – realmente, é um caso incomum eu elogiar minha secretária, mas, hoje, para mim, até mesmo o cabelo do Papa estaria bonito. Ah, esqueci, ele não tem cabelo. – Eu tenho uma coisa realmente importante pra lhe falar, Sra. McKinnon, antes da senhora entrar na Igreja.


- Tudo bem Sara, se você estiver grávida pode continuar trabalhando comigo. Eu pago seu pré-natal e qualquer outra coisa que precisar – eu disse, enquanto ia subindo os degraus da Igreja, sem olhar pra ela. Via que uma grande quantidade dos meus convidados estava ali na entrada. Isso era o cúmulo da falta de consideração e educação pra mim. Eu jamais fiz isso no casamento deles e exigia que não o fizessem no meu. E olha que a maioria dessas mulheres já se casaram mais de sete vezes.


- Na verdade, é bom saber isso, mas eu ainda não estou grávida. É sobre o Sr.Tribbiani – ela disse, enquanto ia seguindo, ao meu lado, nos degraus da Igreja. Eu realmente estava quase dando uma voadora na cabeça de Sara e torcendo pra que ela caísse de toda aquela escadaria e sumisse dali do meu casamento por uns minutos, ou, quem sabe, se eu tivesse sorte, da minha vida inteira?


- O que é que tem o meu futuro marido? – eu disse sorrindo docilmente enquanto um repórter enfiava um microfone na minha boca, e eu o lançava um olhar que o fez retirá-lo dali com dois quentes e um fervendo. O resto dos repórteres continuava a fazer aquelas perguntas idiotas e no meio de várias eu reconheci uma que perguntava se eu havia batido no meu marido para ele fugir desse jeito. Eu ainda queria saber qual o problema desses imbecis.


- Ér... ele esteve aqui algum tempo atrás e... sabe, ele disse algumas coisas e... bem.. – foi dizendo Sara, e o meu sentimento de raiva por ela crescia cada vez mais. Qual é a dificuldade das pessoas entenderem que no dia do nosso casamento é proibido transmitir qualquer tipo de problema ou ficar parada na porta da Igreja balbuciando palavras sem sentido pra noiva se você não tem nada de mais interessante pra fazer ou um homem pra agarrar e se casar também.


- Sara, se você não quiser ser demitida segunda-feira ou então não quer que eu te jogue por essa escada abaixo, quebre seu pescoço e não pague mais seu convênio médico, você vai abrir a sua boca ou então me deixar seguir em frente com meu casamento – eu disse, baixinho, pra que nenhum repórter escutasse, por mais que eu acredite que eles sempre tem um grampo ou qualquer coisa que sempre ouvem as coisas mais absurdas que nós dizemos.


- Sinto muito, Sra.McKinnon, mas eu não acho que haverá mais casamento. O Sr.Tribbiani acabou de deixar a Igreja e disse pra qualquer um que estivesse lá dentro esperando por você que não podia casar com a senhora, que agora ele já tem tudo que precisa, e isso não a inclui – disse Sara, olhando pra mim.


Eu podia sentir cada parte do meu corpo se desgrudando de mim e cada vez mais e mais perguntas daqueles projetos de futuros entrevistadores e correspondentes internacionais que trazem as desgraças pros jornais invadiam minha cabeça. Eu sabia que o Damon jamais faria isso comigo, mas, ao mesmo tempo, não teria por que a Sara brincar com algo desse tipo. Instantaneamente, interpretei todo esse caos como mais uma daquelas pegadinhas com pessoas famosas e comecei a rir. Eu fui andando até dentro da Igreja aonde eu sentia cada olhar me acompanhando com pena. Eu podia suportar qualquer coisa, mas não que as pessoas me olhassem com pena. É o mais desprezível dos sentimentos, porque ele simplesmente não significa nada: ele é neutro.


Eu não via nem sinal de Damon Tribbiani em qualquer lugar da Igreja. Nem mesmo na cruz, que era onde eu queria colocá-lo se aquilo fosse verdade.


Nem mesmo o melhor canal de TV poderia fazer com que todos os meus convidados agissem dessa forma, sem ao menos rir. A maioria ali tinha menos inteligência que uma folha de papel no vento e seriam incapazes de se controlar por tanto tempo. Eu voltei à porta da Igreja e todos os repórteres continuavam ali. Será que nenhum incompetente no qual eu enfio dinheiro em todos os cantos do corpo pra fazer seu trabalho podiam tirar esses imbecis dali? Uma raiva crescente foi se apoderando de mim e quando um desses imbecis me perguntou como eu estava me sentindo naquele momento eu respondi:


 - Eu vou te contar como eu me sinto, seu demente. Imagina que acabaram de te chutar numa parte não muito confortável. Imagina que tudo que você quer no momento é chutar cada pessoa que aparece na sua frente pra bem longe de você. Imagina que a sua mãe é uma sacoleira de feira que sai por aí catando todo e qualquer pedaço de alface murcha no chão pra refogar e comer no jantar. Imagina uma pessoa obesa que odeia cada pedaço afundado de celulite que tem no corpo. Imagina que eu sou você – eu disse e empurrei ele pra longe e entrei no carro antes que qualquer outra pessoa me fizesse mais uma dessas perguntas. Havia muito tempo que eu não ia a um bar com esse propósito, mas eu era Marlene McKinnon, abandonada na Igreja, e tinha o direito de fazer o que quiser. Eu estava em Nova York, aonde todo mundo é normal por mais estranho que seja, quem iria ligar pra mim vestida de noiva?


- Jason, pro primeiro bar que você encontrar entupido de gente. Tudo que eu quero hoje é me enfiar no barril de uísque mais barato que existir e só sair do bar nua e sem consciência. Não me espera na porta e não diz pra onde eu fui.

O jogo só começa quando alguma coisa acaba.





Narrador por: Sirius Black


 


Eu ouvi a campainha tocar uma, duas, três vezes seguidas até que finalmente resolvi abrir os olhos e me localizar. Tinha sido mais uma daquelas noites. Aquelas que você sai do seu emprego que só te aborrece, junta dois ou três amigos solteiros - porque casados não são legais - e rumam em direção ao primeiro bar entupido de gente que vocês passarem na porta e no qual as mulheres te chamam com o dedo. Essa é sexta-feira.


Eu juro que não fiquei com nenhuma mulher, porque, afinal, apesar de não ser casado, sou noivo. Posso não amar Sofia como minha mãe acha que eu amo, mas ainda assim seria uma sacanagem com ela.


E foi. Ah, vamos ser honestos, vocês estão falando com Sirius Black e não com o padre Vigário. Eu me encaixaria mais no perfil do Padre Amaro, aquele que trai a Igreja e fica com uma mulher, isso mesmo. Obviamente não seria nojento de trazer qualquer uma dessas mulheres de ontem pra casa, porque eu nunca sei quando Sofia vai chegar aqui no meu apartamento, então eu mantenho relações longe dali. Ninguém precisa saber; leia-se Sofia e minha amável mãe.


A última coisa que me lembro da noite passada foi de um banheiro, uísque, mulheres e cartas. Geralmente é só isso que eu me lembro das minhas sextas-feiras e eu me contento em saber somente isso. Talvez eu me assustasse com o que eu descobrisse no dia seguinte. Melhor do que as sextas, somente os sábados, tirando a minha cabeça rodando de manhã. Eu realmente não tenho problemas pra beber e consigo me controlar por bastante tempo, mas parece que a noite anterior àquela realmente foi forte pra eu estar de ressaca.


E ainda tinha o problema da campainha. Algum infeliz sem ter o que fazer insiste em acordar um pobre coitado que teve sua cabeça atingida por uma cachoeira de uísque na noite passada e um semana inteira de bombas de bosta do seu chefe saindo da boca dele. Eu trabalho em uma revista, aonde meu trabalho se resume em dizer aos outros o que fazer com o seu dinheiro, quando eu mesmo não sigo meus conselhos e me encontro em uma situação financeira nada estável. Além de tudo, meu apartamento não é tão ruim assim, eu vivo confortavelmente em 70 m², decorado com roupas jogadas no chão do meu quarto. Eu não sou sujo, meu apartamento é bem limpo e organizado, obrigado.


- Você é um idiota! – eu disse, mais pra mim mesmo do que para o ser ou objeto não identificado que tocava a campainha, quando eu levantei e senti como se todo o globo terrestre estivesse sido empurrado conta minha testa e a parede. “Se essa dor de cabeça passar eu juro que nunca mais traio a Sofia.” Não anotem isso, por favor, eu não tinha condições nem de me levantar, quanto mais de prometer alguma coisa assim tão séria que muda os rumos da minha vida.


Eu sentei na cama, tateando o criado-mudo ainda com os olhos fechados enquanto eu percebia que a cortina ainda estava fechada. Levantei me apoiando nele com uma mão e a outra na cortina, tentando abri-la. Somente o sol pra fazer meus olhos abrirem, assim eles são obrigados, porque no que dependesse de mim, não abririam nunca. Eu puxei a cortina com tanta força e tão rápido pra que fosse uma coisa imediata que tudo que eu pude fazer foi gritar por causa da dor dos meus olhos e da dor de cabeça pela cortina ter acabado de cair em cima de mim.


- AUCH! Merda, eu sabia que não devia ter comprado persianas – eu disse, enquanto abria o olho lentamente e via o caos que havia se espalhado no meu quarto. A cortina estava caída, minha roupa estava no chão, eu estava só de cueca, o abajur estava aceso e a merda da campainha não parava de tocar. Eu procurei o meu roupão, ainda meio tonto, e o coloquei, enquanto me dirigia em direção a porta e gritava.


- JÁ VAI! POR QUE A PRESSA? – eu disse, enquanto dava um nó no roupão e olhava pelo olho mágico, sem distinguir nada além de uma sombra. Eu só queria que fosse minha vizinha e que de maneira nenhuma no mundo fosse Sofia ou minha mãe. Ah, esqueci do meu irmão. Eu também não queria fosse ele, se não ele começaria toda aquela longa de história de como eu devia tomar um rumo na minha vida e dar mais valor a Sofia. Na minha opinião ele é apaixonado por ela. Ele, minha mãe e Sofia formam um lindo triangulo amoroso. – Eu só queria saber quem é o infeliz...


Eu abri a porta e dei de cara com um homenzinho, baixo, nanico, gordo, careca, usando um terno e gravata combinando e sapatos lustrosos. Ele era baixinho, mas a cara dele quando eu abri a porta denunciava que me achava uma vergonha e que só podia estar ali pra me cobrar alguma coisa. O cara era uma ameba, mas ainda assim me metia medo. Eu, Sirius Black com 1,90 m de altura, com corpo bem estruturado (modéstia à parte, muito bem), estava intrigado com um anão que parecia mais o Dunga do que qualquer coisa.


- O senhor é o Sr. Black? – disse o homenzinho, visivelmente desapontado. Eu fiquei olhando para a cara dele e, por um momento, me pareceu que ele seria o cara ideal pra minha mãe, me medindo e olhando o meu apartamento com os olhos em busca de alguma coisa pra reclamar. Eu afastei uma imagem grotesca da minha cabeça e me foquei a responder a pergunta do sujeito.


- Depende. Se você veio me cobrar alguma coisa fique sabendo que eu não sou rico, mas também pago meus impostos em dia e que eu sempre usei camisinha todas as sextas-feiras e outros dias. Se alguém estiver grávida, sinto muito, não respondo por Sirius Black – eu disse me encostando na porta e abrindo-a um pouco mais. – Caso contrário, a gente pode conversar. Desculpe, você é...?


- Walter Duke, – disse o homenzinho enquanto entrava na minha casa com uma maleta marrom e olhava  minha sala. Eu fechei a porta atrás de mim depois de ficar um bom tempo olhando pro corredor vazio, admiti. Vamos lá, aposto que você já teve ressaca. – E não se preocupe: eu não vim lhe cobrar nada.


Eu fiquei olhando para a cara dele enquanto ele se sentava no meu sofá. Graças a Deus eu tenho uma faxineira, grande hora que o James resolveu ter uma idéia brilhante e dividir a dele comigo. Se não fosse ela eu teria medo de entrar no meu apartamento aos finais de semana. Sinceramente, acho que vou dar-lhe um aumento. Na verdade, quem precisa de uma aumento sou eu, e não ela.


Se esse tal de Walter não estava aqui pra me cobrar nada só podia estar vendendo livros. Ou melhor, enciclopédias. Ou então ele iria começar a narrar uma história comovente de como ele construiu um hospital para crianças com alguma doença incurável e como, agora, precisa de doações porque seu dinheiro acabou. Realmente seria muito comovente se ele não tivesse gastado todo o dinheiro em jogos de azar e não na manutenção do hospital. Senhor, você está falando com Sirius Black, o inventor das mentiras deslavadas.


- Pois não? – eu disse enquanto o sujeito ia passeando pelo meu apartamento e passando a mão em cima da mesa pra verificar se tinha pó. Francamente, por que todo mundo que entra aqui acha que vai encontrar um animal embaixo do meu sofá? Porra, eu tenho faxineira, ou melhor, empregada. Você só não pode entrar no meu quarto, mas é só.


- Pois bem, Sr.Black – disse ele enquanto me encarava com uma cara estranha. Ok, eu admito, eu não devo estar com uma das melhores caras do mundo. – O senhor conhecia o Sr. Armênio Black?


Olha, o homem entra na minha casa em plenas...alguma hora aí do dia, comigo morrendo de ressaca e vem perguntar se eu conheço um homem aí?


Ah, peraí, esse é meu tio. Ele morreu faz mais ou menos uns três dias, mas eu nunca gostei dele então nem me dei ao trabalho de ir no velório. Francamente, eu tinha mais o que fazer como... assistir TV. Eu aturei meu chefe o dia todo me mandando pra lá e pra cá e agora ia ter que aturar minha mãe me mandando pra lá e pra cá? Não, eu passo essa pro meu outro irmão, minha mãe ama ele e ele morre por ela, então eles que fiquem juntos. É, ela o ama mais do que a mim e eu não estou sendo sentimentalista.


- Conheço. Ele era meu tio, morreu há uns três dias. Nunca fui com a cara dele e ele também não devia gostar de mim. Só falei com ele uma vez nada vida, ele virou pra mim e perguntou se eu era rico e eu disse que não. Ele saiu andando – eu disse, enquanto sentava em frente ao homem e oferecia o mesmo a ele, com a mão. Quando eu acabei de falar, o homem olhava pra mim claramente desgostoso.


- Pois bem, parecia que ele gostava do senhor, Sr.Black – ele disse, enquanto retirava um bolo de papel da pasta. Eu olhei pra ele sem entender. – O senhor deve saber que ele tinha uma multinacional. Eu era o advogado pessoal dele e ele me deixou algumas instruções.


Eu olhei pra cara dele com uma sobrancelha levantada e logo em seguida, me arrependi, já que uma pontada me atingiu em cheio no lugar. Eu ainda não tinha entendido o que estava acontecendo e estava bem longe de entender. Ninguém da minha família tem orgulho de mim, o Régulo é o encarregado por isso. Eu não peço dinheiro pra eles, porque, Graças a Deus, eu vivo muito bem com o que eu ganho. Era previsível que ele falasse com o Régulo, não comigo. Depois sou eu que bebo até ficar inconsciente e não falar nada com nada. Eu respondi ao homem com um grunhido que parecia uma concordância.


- Enfim, ele faleceu e no seu testamento diz que toda a sua fortuna, cerca de 500 bilhões de dólares, mais a sua multinacional deviam ser entregues ao senhor – o homem disse e eu me pus de pé com um salto.


QUÊ? 500 BILHÕES DE DÓLARES PRA MIM MAIS UMA MULTINANACIONAL INTEIRINHA? Eu quero saber quem foi o idiota que mandou um programa de pegadinha na minha casa comigo de ressaca, essa pessoa vai comer prego com a língua. Sabia que não devia ter dado meu endereço pro James, veado. Isso não tem graça.


- Repete isso se você é homem – eu disse pro homem, ainda de pé. Ele me olhou com uma cara de interrogação e depois repetiu o que já havia dito, e completou:


- E não, não é uma piada. O próprio Sr.Armênio me disse que o senhor poderia reagir dessa forma e não, não está escrito Régulo no testamento. É completamente visível o nome Sirius, veja – e apontou um papel todo escrito e autenticado aonde não final dizia que tudo devia ser transferido a conta de Sirius Black. Eu desabei na cadeira mais próxima e fiquei em choque.


- O que acontece se eu não quiser o dinheiro? – eu perguntei. Era óbvio que se fosse verdade eu iria querer o dinheiro, mas nada do que parecer um pouco menos desesperado do que o normal. É bom manter a compostura, afinal, eu não estou morrendo de fome e com 16 filhos pra criar. Pelo menos, não que eu saiba.


- Bom, segundo as instruções do testamento, caso o senhor não aceite, tudo será passado a um hospital para crianças – disse o senhor Duke enquanto folheava algumas páginas. Ok, eu sei que criancinhas doentes precisam de dinheiro, mas eu também. Eu preciso me casar, construir uma família, ter dinheiro pra escola deles e pra assistência médica. E pros meus netos. E pros meus bisnetos. E tetranetos. Ou não.


- Isso não é mesmo uma brincadeira é? Eu só tenho que assinar meu nome num pedaço de papel e vou ficar bilionário? – eu perguntei, enquanto passava a mão pelo rosto. Eu acordei um pobre ressaquento de sexta-feira e do nada eu viro um bilionário dono de uma multinacional? Eu te amo tio... Armênio, é, é isso.


- Sim, senhor. Ah, e eu serei o seu próximo advogado se assim quiser. Seu tio achou que a empresa iria ter um bom andamento nas suas mãos já que trabalha dando conselhos financeiros – disse ele. Eu me levantei e pouco me importando se eu estava na frente de um homem que seria meu próximo advogado ou qualquer coisa, coloquei minha calça jeans e minha camisa xadrez, peguei meu celular e disse:


- Faz o seguinte, Walter – eu disse enquanto abria a porta de casa e ele acenava afirmativamente com a cabeça. – Doe 100 milhões pro tal hospital, faça o que tiver que ser feito e depois me conta. Eu preciso achar um bar e contar que eu sou milionário pra primeira pessoa que eu ver. MUITO OBRIGADO DEUS, TIO ARMÊNIO. O jogo só começa quando a minha ressaca termina.


Assinei o documento da minha fortuna e fechei a porta.




xx


N/B: OLÁ :D
quem me conhece sabe que eu não costumo fazer notas grandes , heheh. então, eu vou ser breve.. to adorando betar a fic, o Damon é um mané e o Sirius é irado :D
o jogo vai começar (6~
quero logo o cap 1 (:
eugenio.


N/As: Oi gente :) Então, pois é, esse aí é o prólogo de Drinks and Games. Juro pra vocês que vocês vão rir muito com essa fic. Como é uma fic aonde eu, Dine Black e mais uma amiga estamos fazendo, a Anne talvez demore um pouco pras coisas funcionarem, mas nada monstruoso. Enfim, espero que vocês gostem *-*'. Beijos Dine Black e Anne.

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