O inimigo, é meu melhor amigo.



  Não se via mais a estação aonde os pais de Alvo e Rosa estavam. Apenas o que se via, era a densa e clara fumaça que saia do trem vermelho e grandioso, que agora estava rumo a Hogwarts. Alvo estava um pouco mais calmo, por causa da conversa que havia tido com o pai, porém, ainda tinha um pouco de dúvida, e muito medo do pobre e velho Chapéu Seletor.
  Alvo ficou pensando em sua família, e na tradição de todos serem da Grifinória. Era uma tradição tão bonita, e encantadora. Só de pensar ele ficava com lágrimas nos olhos. Ele queria tanto ir para a Grifinória, se não fosse, não seria a mesma coisa, ele não poderia nem olhar na cara dos pais, e a conversa do pai, agora estava em um lugar da mente, como se tivesse acontecido a dois mil anos atrás, ou como se nunca tivesse existido tal conversa, que minutos atrás o animava.
  - Escórpio, até que enfim - Disse Rosa de repente, se levantando em apenas um pulo de sua cadeira e indo ao encontro do menino.
  O menino abriu um largo sorriso, e largou a coruja e o malão no chão, para dar um grande abraço na menina. Alvo ficou olhando, abobado, não sabendo se ele estava sonhando, ou se aquilo era um grande, mas grande, mal entendido. 
  O menino tinha uma cara pálida e um rosto pontudo e macilento. Seus olhos eram muito azuis, e seus cabelos muito louros. Ele usava um sobretudo igual ao do pai, e Alvo notou como eles eram parecidos, pela primeira vez.
  - Al, quero que conheça o Escórpio - Rosa disse sorrindo e pegando a coruja de Escórpio que piava indignada com a falta de atenção de seu dono.
  - Olá Alvo - Dise o menino abrindo um largo sorriso e se virando para Al, para dar a mão para o garoto. Ele era um pouco mais alto que Alvo, e mais educado também, pois dava na cara, que Alvo não estava gostando muito do novo ''amiguinho'' da prima.
  - Cadê a Annelise? - Perguntou Rosa, eufórica, colocando a coruja de Escórpio ao lado das outras duas corujas, a menina estava muito animada.
  - Está com a Victoire, contando a nossa viagem para Paris - disse Escórpio se sentando ao lado de Rosa - Ela lhe trouxe um presente - comentou Escórpio e Rosa sorriu animadamente, ela já estava curiosa para saber o que era o seu presente.
  Depois de conversar um pouco, Alvo se deu muito bem com Escórpio, e viu que o que tinha era um preconceito bobo, pensando que ele era igual ao pai, bobo e egoista, porém, agora que conhecia o menino um pouco melhor, via que eles tinham gostos em comum, e que pareciam que eram irmãos, pois um completava a frase do outro, e eles formavam uma boa dupla.
  Rosa não gostou muito de ser deixada um pouco de lado nas conversas, afinal, ela não sabia muita coisa sobre Quadribol, e eles adoravam conversar sobre isso, era um assunto em comum dos dois.
  - Oi gente, desculpa, a Vic não queria me largar mais - Disse uma bela voz, que depois de um tempo revelou uma bela menina, alta, de cabelos louro prateados com leves ondas. A menina tinha olhos azuis elétricos tão fascinantes, que parecia a imagem do próprio e mais belo mar. A menina usava calça jeans, uma linda bota branca, sobretudo branco e uma boina. Ela era a menina mais bonita que Alvo já vira, mas por ser bonita, tinha o ar esnobe e metida, o que era uma mentira deslavada.
  - Anne, que saudades! - Rosa se levantou mais animada do que quando Escórpio chegara, acho que era bom ter outra menina no compartimento, talvez ela não deixasse mais a menina de lado, como os garotos.
  - Também estava Rosa - A menina disse abraçando forte a Rosa. Depois do longo abraço das duas, a menina deu um sorriso para Escórpio e depois olhou para Alvo, que se sentiu nervoso na hora que percebeu que tinha a atenção da linda menina - Oi, você é o Alvo? Suas primas, falam muito de você - Ela disse abrindo um grande sorriso, quase tão bonito, quanto o de Rosa, e se sentou ao lado dele.
  A menina não levava nada nas mãos, apenas uma caixa que se mexia de vez em quando e tinha um lindo laço de seda vermelha, e uma sacola grande e branca com um lindo laço rosa no embrulho.
  - Pra você Rosa - A menina disse dando o grande embrulho a Rosa - Mas não abra agora, só em Abril - A menina disse sorrindo, porem sem tom de brincadeira, ela disse seriamente - Por favor.
  - Por que? - Rosa parecia confusa e um tanto frustada por não saber o que era seu presente, ela era bastante curiosa.
  - Porque você vai entender em Abril - A menina disse pacientemente e colocando a caixa grande com uma fita de seda vermelha no chão 
  Depois de um tempo, Alvo percebeu que a menina, não era nem de longe esnobe e nojenta, e sim muito divertida e inteligente e que ainda por cima, entendia de Quaribol.
  Rosa ficou contente, pois Anne falava de vários assuntos, mas nunca deixava a menina de fora, sempre dava um jeito de encaixa-la em qualquer assunto que estivessem conversando.
  - Vocês foram fazer o que em Paris? - Alvo perguntou intrigado, aquela pergunta estava na cabeça de Alvo fazia um tempo, e ele achara a hora certa para perguntar.
  - Fomos visitar os avôs do Cop em Paris. Eles estão curtindo o primeiro ano de Aposentadoria do avô do Cop - Disse Anne animadamente, com um largo sorriso nos lábios, ela adorava Paris, mesmo tendo ido muitas vezes para lá.
  - Por que você foi visitar eles também? Quer dizer...não que seja da minha conta, mas é apenas curiosidade - Disse Alvo sem saber o que dizer, a pergunta não foi muito legal da parte dele, mas ele estava muito curioso e queria muito saber, porque a menina que não era uma Malfoy, foi visita-los.
  - Porque os pais do Cop me chamaram. Quando não estou viajando, estou na casa do Cop ou da Vic. Eu e o Cop, somos amigos a muito tempo - Falou docemente Anne, como se fosse uma resposta óbvia.
  Começaram então uma nova conversa, sobre os testrálios e sobre as criaturas esquisitas que existiam no mundo bruxo.Depois de um tempo, a moça dos doces veio e todos compraram muitos doces e comeram até não poder mais.
  Alvo reparou, que agora, o que era um dia claro e revigorante como uma maçã, agora era escuro e bonito, com uns pontinhos de luz bem lá no fundo e ele percebeu pela primeira vez, que o que era pontinhos de luz, eram as luzes do castelo de Hogwarts.
  Alvo ficou paralisado, as perguntas que ele havia esquecido, passavam várias vezes em sua memória, revivendo tudo o que ele havia feito, como se ele estivesse prestes a morrer. Ele estava assustado, com medo, confuso, querendo apenas, saber logo para que casa ele iria. Olhou rapidamente para Escórpio, Rosa e Annelise, e se perguntou, se ficaria na mesma casa deles, ele queria muito ficar.
  Quando as luzinhas estavam ficando mais próximas, uma voz bela ecoou por todo o trem.
  - Por favor alunos, coloquem suas vestes de Hogwarts, estamos chegando. Por favor deixem seus malões e corujas aqui, que estes serão levados para as suas devidas Casas.
  Todos colocaram os seus uniformes, menos Rosa, que já estava vestindo as suas vestes.Assim que terminaram de se vestir, chegaram em Hogwarts e viram a multidão que se formava no corredor do imenso expresso de Hogwarts.

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