Gina Weasley



Ai, a vida, a vida… Muitas vezes nos interrogamos para que viemos ao mundo, mas depois percebemos que é para estes momentos. Eu explico: hoje, quando eu acordei, fui tomar meu pequeno-almoço e sento-me ao lado de quem: Harry! Ele me parecia estranho, parecia que o facto de eu me ter sentado ali o incomodava. Ao principio pensei que fosse por eu gostar dele e isso (sim, eu ainda sou apaixonada por ele!), mas depois percebi que não, porque quando eu ia a sair do Salão Principal ele veio ter comigo com uma conversa estranhíssima. Ele me perguntou se eu ainda gostava dele, ao que eu respondi muito envergonhada que sim. Ele disse “tudo bem”, mas com uma cara de caso. Ele queria alguma coisa, tenho a certeza! Quando eu contei isto à minha melhor amiga, a Sarah Williams, ela me disse que talvez ele estivesse interessado e quisesse ter a certeza de que podia tentar alguma coisa. Eu não sei se hei-de acreditar, pois Harry Potter, que é dos gatinhos mais famosos aqui da escola, gostasse de mim, Gina Weasley, uma rapariguinha vulgar que nunca pensou que tal coisa acontecesse! Eu disse p’ra minha amiga que não acreditava, mas ela insistiu e eu fiquei com uma pontinha de esperança.

Durante as aulas, tudo correu normalmente, nada de mais… Mas foi quando ia almoçar que eu me senti um pouco mais “desconfortável”. Não é que eu deparei com o estúpido Sonserino do Draco Malfou me olhando! Eu fiquei com uma raiva! Mas ao mesmo tempo, não sei porquê, senti qualquer coisa estranha…alegria ou assim! Eu fiquei tão confusa!!! Tentei não ligar e segui meu caminho para o Salão Principal, mas reparei que ele sempre me olhava, parecia obcecado, sei lá!

***

Na parte da tarde eu passeei pelo descampado em frente ao castelo. Estava um dia lindo e por isso não podia desperdiçá-lo, pois seria dos poucos, visto que o Outono, e depois o Inverno, vinham aí.

E foi aí que aconteceu. Eu me sentei à beira do lago para pensar na escola, na vida…E ele chegou. Harry chegou:

- Posso em sentar? – disse ele. Eu fiquei derretida.

- Claro. Esteja a vontade! – ele assim o fez. Eu mal conseguia falar, mas melhor o fiz, pois o que ele teve para me dizer foi simplesmente, lindo!

- Olha, em primeiro lugar, eu queria te pedir desculpa. Espera, não diga nada! Apenas me oiça. Eu queria pedir desculpa porque eu fui um estúpido durante esses anos todos. Eu sempre te tratei como uma bebêzinha que não sabe tratar de si. Sempre te tratei como uma irmãzinha mais nova. E eu não devia ter feito isso. Eu demorei muito a perceber o que eu sentia por você. Sempre tentei esconder, de todos mas, principalmente, de mim mesmo. Mas eu finalmente descobri. Eu descobri que…que…QUE EU TE AMO, GINA!!!!! – nesse momento eu não sabia o que dizer. Fiquei estupefacta! Harry disse que me ama!!!! Ele disse isso!!!! Ai eu não acredito!!! Por fora eu estava quieta, muda que nem uma porta. Apenas olhava boquiaberta para aquele mocinho ali…Por dentro, eu pulava de alegria, quase que deitava foguetes!!! E depois eu me apercebi que ele já estava olhando para mim com ar de desesperado, então tive que responder:

- Harry, eu estou sem palavras. Eu…eu também te amo, Harry.

- Então namora comigo, Gina. Namora?

- Sim! Claro que sim! – e depois, nós nos beijamos. Foi lindo! Foi tão especial que eu acho que vou recordar este dia para toda a minha vida!


***

Desde hoje, a minha filosofia passou de “…eu apenas vivo para os estudos, tento agradar ao Harry e passo despercebida.” Para “…eu vivo para tudo o que me rodeia, vivo cada dia como se fosse o último, por isso tento o viver da melhor forma, com Harry a meu lado, claro.”

Mas mesmo assim, qualquer coisa não andava bem. Desde que eu e Harry tínhamos começado a namorar, eu tinha começado também a ter uns sonhos esquisitos. Eu andava sonhando que eu, um dia, deixava o Harry e ia ter com outro rapaz, o beijava, e ali passávamos muito tempo! E o pior de tudo, é que esse rapaz era nem mais nem menos do que… Draco Malfoy! Ele parecia lutar para ver minha cara, mas eu não deixava (e ainda bem!). Mas depois pensei: e se o meu sonho e os olhares que ele me mandou estivessem relacionados? E se isso fosse verdade, porquê? Decidi que devia falar com alguém que soubesse dessas coisas. E quem mais do que os livros de minha família?

***

Procurei muito, até que achei. Um livro sobre toda a família. E descobri coisas muito interessantes. Mas houve uma que me chamou a atenção.
“Reza a história que, no tempo que ainda reis mandavam em toda a terra mágica, havia uma princesa, linda. Tinha cabelos cor de fogo e pele cor de neve. Os seus olhos pareciam duas pequenas avelãs. Seu nome era Emília.

Quando Emília fez 18 anos, os seus pais acharam que era tempo de ela se casar. E disseram-lhe que o homem que conseguisse conquistar seu coração seria o escolhido. Ela ficou contente por os pais a respeitarem e deixarem que fosse ela a escolher o seu noivo! Mas mal sabia Emília o que estava por vir. Um certo dia, chegou ao reino um rapaz, príncipe de outro reino ali perto, que tinha ficado a saber que a princesa local andava à procura de noivo. Sedutor como ele era, e ganancioso por mais dinheiro, decidiu fazer de tudo para a conquistar, visto que ela também era muito bonita. Chegou ao castelo e apresentou-se, dizendo que era o príncipe Gustavo. Os reis reconheceram-no logo e sabiam que aquele príncipe não era o indicado para a filha deles. Eles sempre acharam que ele era um rapazinho mimado que só pensava em dinheiro. E tinham razão, pelo menos antes deste ter posto os olhos na filha do rei. Foi amor à primeira vista. E o mesmo aconteceu com ela. Ela não queria saber se ele era mimado, ganancioso, nada! Apenas sabia que o amava e que queria casar com ele.

Apresentaram-nos, e eles conversaram muito, até ao anoitecer. Depois ele teve de partir, mas ela sempre a pensar nele! Disse logo aos pais que não queria procurar mais, que já tinha encontrado o seu noivo! Os seus pais não quiseram acreditar quando ouviram. Casar com aquele maldito? Nem pensar! Proibiam-na de casar com aquele malfeitor. Ela ripostou logo pois os seus pais tinham dito que ela podia escolher seu noivo, e agora diziam que não podia casar com aquele rapaz por quem ela se tinha apaixonado?

Emília não pregou olho a noite inteira a chorar. O seu grande amor estava ali, mesmo perto dela, e não podia casar com ele! Mas ela decidiu, ia fugir com ele, tinha de casar com ele custasse fosse o que fosse!

E assim foi. No dia seguinte Emília mandou uma carta a Gustavo dizendo que queria fugir naquela mesma noite com ele pois seus pais não tinham aceitado o seu casamento com ele. Combinaram encontrar-se numa aldeia do reino dela, perto duma escola de magia e feitiçaria. O nome da aldeia era Hogsmead. Ele aceitou, pois seus pais também não tinham permitido seu matrimónio.

Nessa noite fugiram, para bem longe. Mas mal os pais da moça souberam foram atrás dela. Não podiam permitir tal coisa. Correram meio mundo atrás dos dois apaixonados, até que os encontraram na Austrália. Vendo que os dois não se queriam largar e tinham casamento marcado para no dia seguinte, não pensaram um minuto sequer e lançaram um Avada Kedavra em Gustavo Malfoy. O moço teve morte imediata, com era de esperar.

Emília chorou, chorou, chorou… não conseguia parar de chorar ali ao pé do cadáver de seu amado. E então decidiu. Lançou um feitiço as duas famílias. Um dia, uma Weasley e um Malfoy iriam se apaixonar e iriam acabar com todos esses preconceitos sem sentido! E de seguida morreu, do nada.

Vendo os dois ali mortos, o rei não conseguiu conter as suas lágrimas. E jurou que nunca mais ia tentar proibir um amor como o daqueles dois.”

Depois de ler isto vi a foto de minha antepassada (por sinal, tataravó) e de seu amado, que não chegou a ser esposo. E surpreendi-me com o que vi: a rapariga era tal e qual a minha cara. E o rapaz, bem, o rapaz era tal e qual um Malfoy. Aliás, era bem parecido a um certo Malfoy…

Decidi que por ali já tinha visto tudo e me fui. Mas não deixara de pensar naquela história, pensando que se calhar era por isso que eu andava tendo aqueles sonhos estranhos! Tinha de admitir que a história era bem bonita e o rapaz até que tinha mudado muito…estar disposto a casar com uma Weasley, para os Malfoys, era muito mau mesmo!

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