#cuatro.



 



 
-Então quer dizer que já te viram de maneiras piores? – disse Lene de repente enquanto comiam.



-O que? – perguntou Sirius sem entender do que se tratava.




-Hoje quando você me disse para não ficar constrangida por ter te visto de toalha, disse também que já tinham te visto de maneiras piores e não ficaram constrangidas.




-Hum, ficou curiosa pra saber como elas me viram? – Sirius tinha um sorriso malicioso.




Naquele exato momento, Lene se arrependeu de ter aberto a boca.




-Ah Sirius, por favor! Tente ser um pouco menos convencido.




-Não sou convencido, querida – e subitamente se aproximou de Lene – apenas realista.




Lene não entendia porque seu coração dava pulos quando Sirius se aproximava e sussurrava algo com sua voz macia.




-Menos ok? Mas então – queria mudar de assunto o quanto mais rápido – será que o todo poderoso Sirius Black pode me dizer o que fazia em Londres?




-O cara mais popular da escola, que tem todas as garotas ao redor, ah você sabe, essas coisas de sempre. – e mais uma vez Sirius sorriu com toda malicia de que desfrutava.




-E largou essa vida maravilhosa para vim pra cá?




-Às vezes você quer algo mais. Algo melhor do que festas sábado à noite e todos a sua volta por simples interesse. Você quer algo verdadeiro.




“Que conversinha de conquistador barato!”


 


-Nossa Sirius – e começou a se aproximar do rapaz como se estivesse comovida – que coisa mais clichê!




-Caramba Lene, você não tem um pingo de romantismo!




-Essa conversinha pode colar com as inglesas, mas não comigo Black.




-Porque você é fria.




-Porque eu não sou fácil.




-Ok, sem brigas. Será que podemos comer em paz agora e deixar essa conversa de lado.




-Esta bem, Don Juan. E, além disso, tenho um convite pra te fazer.




-Convite?




-Minha amiga, Emmeline, é aniversário dela e vai dar uma festa. Quer ir?




-Não sei Lene.




-Ah vamos Sirius, qual a graça de ficar em casa numa noite de sexta feira?




-Vou pensar ok?




-Esta bem.






*            *             *




Lene já tinha terminado de se arrumar, mas ainda continuava sentada em sua cama, encarando seu reflexo no espelho. Tentava entender tudo que estava acontecendo. Sentia-se esgotada por causa das provas, e de repente aparece na sua vida um rapaz que a deixa sem reação, sem atitude. Sirius mexeu com ela de um jeito que nunca havia acontecido, e se conheciam há tão pouco tempo, mas sentia que estivera esperando por ele há tempos, era o que faltava para ela.




A garota foi despertada de seus pensamentos por uma buzina. Lily tinha chego e iria lhe dar uma carona ate a casa de Emme. Pegou sua bolsa e foi em direção da porta.




Enquanto descia as escadas, Lene o viu largado no sofá.




-Então, não vai mesmo à festa? – tentava disfarçar a decepção em sua voz.




-Não, tenho outros planos para essa noite.




-Ah, tudo bem – Lene sentiu uma estranha fisgada, e não lembrava se alguma vez havia sentido aquilo – Aqui esta o endereço e o telefone da casa da Emme, por favor, entregue a minha mãe quando ela chegar. – e deixou o pedaço de papel sob a mesa.




-Como quiser madame, tenha uma boa festa.




Mas Lene não escutara as ultimas palavras do rapaz. Após deixar o endereço sob a mesa, saiu apressada imaginado quais seriam os outros planos de Sirius.








-Animada pra festa? – perguntou Lily enquanto atravessavam os jardins da casa de Emme.




-E como – Lene tentava disfarçar o desanimo, mas não tinha nenhum sucesso, mas Lily apenas a olhou e logo entrou na casa.




A festa estava cheia, como a maioria das reuniões que faziam. Na escola, Lene era uma garota popular, sempre tinha pessoas a sua volta, mas o que mais importava eram os seu amigos, que com certeza eram os melhores do mundo.




-Posso saber o que esta passando por essa linda cabecinha? – a garota escutou uma voz atrás de si enquanto cruzava a sala da casa.




Nem precisou virar para saber quem era. James Potter. Seu melhor amigo, seu porto seguro em todas as horas.




-Oi Jay.




-Não vai responder a minha pergunta?




-Quem sabe no fim da festa.




-Isso é golpe baixo Lene, você sabe que qualquer coisa que você me disser no fim da festa, amanha não vou lembrar de modo algum.




Lene baixou os olhos para as mãos do rapaz, e vi que ele segurava um grande copo vermelho.




-A festa mal começou e você já esta bebendo!




-A festa mal começou pra você. – James deu um dos seus melhores sorrisos e logo uma piscadela para a garota.




-Tenho dó das garotas com as quais você sai Jay.




-Saia, você quer dizer.




-Agora que você falou – Lene começou a vasculhar seus pensamentos – faz tempo que eu não escuto algum comentário sobre você e qualquer magrela estranha do colégio.




-Faz tempo que não saio mais com magrelas, gordinhas ou qualquer outro tipo de garota. A escola esta tomando muito o meu tempo.




Lene pensou ter entendido errado o que o amigo falou. Não podia ter dito aquilo.




-Como assim, James Potter, estudando?




Ele apenas assentiu com a cabeça.




-Vamos, me diga a verdade, que tipo de droga você esta tomando?




-Ora Lene, assim você me ofende. Apenas percebi que estava com a corda no pescoço.




-Com a corda no pescoço e com alguém na cabeça? –As coisas começaram a clarear na cabeça da garota.




-Não sei o que você quer dizer – o garoto passou as mãos no cabelo, Lene sabia que era pra esconder o nervosismo.




-Ah Jay, eu tenho reparado o modo como você olha para a Lily, o jeito como você fala com ela. Você sabia que ela nunca iria aceitar sair com um galinha como você. É por isso que você ta tomando juízo, não é? – Lene começou a sorrir quando percebeu que o amigo começava a corar.




-Lene, você ta louca amiga. Eu vou pegar alguma coisa pra beber. – disse tentando sair rápido dali.




-Jay, você esta com um copo na mão e ele esta cheio. – gritou para o rapaz que se afastava não sabendo se ele ainda podia ouvi-la.




Se podia ouvi-la ou não, Lene não soube, pois James já estava longe e a garota resolver sair à procura de Emme. Depois de algum tempo encontrou a garota, rodeada por alguns amigos.




-Lene! – quando viu a garota, Emme saiu correndo ao encontro dela.




-Hey, feliz aniversário! – e entregou um pequeno pacote que tirava da bolsa – Pra você.




-Obrigada amiga – disse a garota pegando o presente – porque você não vai la na cozinha? A Dorcas ta la, por favor, convença ela a deixar um pouco da tequila pros outros.




-Ok, vou ver o que posso fazer. – disse Lene se afastando. Por ela, beberia a garrafa inteira pra parar de imaginar o que Sirius estaria fazendo.




-Fala Lene! – disse Dorcas para Lene, na cozinha, segurando a garrafa de tequila.




-Caramba amiga, deixa um pouco para mim também.




-Ta bem, mas só pra você – disse com um sorriso divertido – e ai, quais são as novidades?




-Nenhuma, apenas que tem um cara maravilhoso como hospede na minha casa e que esta me dando nos nervos.




-E como você não me disse isso antes?! Podia ter ido estudar lá, sabe como é, te ajudar um pouco.




-Dorcas, não me leve a mal, mas o dia que eu pedir ajuda a você para alguma coisa, com certeza não será uma matéria escolar.




-Lene, eu apenas não coloco a escola como minha prioridade. Mas não tente mudar de assunto, qual é a do gato?




-Boa pergunta, chegou de Londres e esta na minha casa. Faz o tipo conquistador discreto. Discreto na minha frente, tenho certeza. E esta me deixando mais do que inquieta.




-Então é melhor você ficar com isso aqui – disse Dorcas estendendo a garrafa de


tequila – você esta precisando muito mais do que eu.




-Obrigada – Lene pegou a garrafa e deu um longo gole.




-Mas vai com calma, não vou me responsabilizar por ninguém essa noite, nem por mim mesma.




-Relaxa Dorcas, não precisara cuidar de mim. Eu espero.




Lene levou a garrafa até a boca para mais um gole, mas quase engasgou com a entrada repentina de Emme.




-Lene! Ele chegou – disse à garota que estava em êxtase – Nem acredito que ele veio!




-Lupin esta na área, galerinha. – disse em tom zombeteiro




-É serio, o Remus ta ai, e agora?




-Ué, você não conversaram ainda?




-Claro que não, quando vi entrando, vim correndo procurar você. – disse Emme como se tudo aquilo fosse obvio.




-Criatura! O aniversário é seu, então ele vai vim falar com você. Vamos, vou ficar ao seu lado pra você não falar nenhuma besteira e nem começar a ficar extremamente vermelha.




-Boa sorte então – disse Dorcas que ouvia a conversa – pra essa ai não ficar vermelha perto do loirinha, vai precisar de muito hein? E Lene – chamou novamente quando via a garota saindo da cozinha, segurando a garrafa – limão e sal vão muito bem com isso ai.




-Vou me lembrar disso Dorcas – e saiu da cozinha, seguida por Emme.




-Hey Emme! – disse Remus se espremendo por vários convidados para chegar às garotas – Feliz aniversário.




-Obrigada Remus – a garota começava a corar levemente – fico feliz por você ter vindo.




-Isso é pra você – disse estendeu um pacote para a garota. Era uma linda corrente com um pingente em forma de uma libélula.




-É lindo Remus. Coloca em mim ?




Enquanto o rapaz, meio sem jeito colocava o colar no pescoço de Emme, Lene novamente levou a bebida aos lábios, para se sentir menos deslocada do que estava se sentindo.




-Eu realmente gostei. Obrigado. – disse Emme sorrindo com todos os dentes.




-Que bom. Enfim Emme, parabéns. Se você não se importa, vou procurar o James.




-Claro que não – e enquanto o rapaz se afastava, a garota seguia ele com o olhar.




-Emme! – gritou Lene tentando chamar a atenção da amiga.




-Foi perfeito, não foi?




-Foi lindo – disse Lene ironicamente.




-É serio, sua estraga prazeres!




-Ok, foi legal mesmo, você nem ficou tão vermelha. Mas por que você só abriu o presente dele. Você nem abriu o meu!




-Amiga, a resposta é simples, por que ele é o Remus. – E com um grande sorriso, a garota se afastou, deixando Lene sozinha.




Havia muita gente conhecida na festa, e todos passavam e falavam com a garota, mas Lene se sentia mais sozinha do que nunca. Ninguém ali compensava o vazio que ela sentia. Aquilo estava se tornando insuportável. Se jogou em um poltrona perto da janela, e novamente bebeu a tequila. Lembrou do conselho de Dorcas, sobre sal e limão, mas não fazia a mínima idéia de como poderia arranjar os dois ali, varrendo a idéia de seu pensamento.




Já estava cansada de ficar olhando para todos e sorrindo em reposta dos “oi” que recebia, olhou para fora da janela e viu a piscina que havia nos fundos da casa de Emme. Aquela era a sua solução, a sua válvula de escape.




Levantou rapidamente da poltrona e perdeu um pouco o equilíbrio, a bebida já estava fazendo efeito, mas logo se recuperou e seguiu ate a parte de fora da casa.




Quando abriu a porta, a brisa gelada bateu em seu rosto clareando os pensamentos da garota. Não tinha sido uma boa idéia aceitar a garrafa de tequila que Dorcas oferecera, estava se sentindo tonta. Caminhou ate uma das espreguiçadeiras que havia perto da piscina e se sentou deixando a garrafa no chão em algum lugar próximo a ela.




-Qual é Marlene? Vai tomar um porre e ficar aqui curtindo fossa sozinha? – disse par si mesma, olhando para as estrelas, como se ali estivesse à resposta.




E ficou contemplando o céu por um bom tempo, esquecendo completamente dos amigos e da festa que acontecia a alguns metros dela. Quando olhou para baixou a procura da garrafa, sentiu seu sangue gelar e seu coração bater desesperadamente. 




Havia alguém vinda na direção dela. Um homem. Estava escuro e já estava tonta por causa da tequila mas aquele modo de andar e os incríveis olhos azuis denunciavam quem era.




Como se o destino quisesse colocar a prova todo seu autocontrole, ele estava ali. Caminhando na direção dela.


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n/a: Mais um capítulo para vocês! Esse é um dos que eu mais gosto e espero que curtam também. Mais uma coisa também, alguém viu Sherlock Holmes? A Irene me lembra muitoo a Lene, não me perguntem porque =S. Obrigada a  Fê Black Potter e lene_blackie pelos comentários, obrigada mesmo garotas, fiquei super feliz =D


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