he's fucking crazy



Capítulo 4


- Você ‘tá doido? Nós somos primos! 

- Por isso mesmo que vamos fingir, gatinha. E ele nem sabe que somos primos, ponto pra você.

- Não sei não, Jake.


- Ah qual é? Sou tão feio e chato assim que você não poderia, ao menos, fingir ser a minha garota?


- Não é isso, Jake. É que... é estranho. – falei com uma careta. Não era estranho. Era medonho!


- Nós nem precisamos nos beijar. Só andar de mãos dadas, alguns carinhos. Somo completamente contra MPA!


- MPA?


- Manifestações públicas de afeto, Lily. Qual é? Eu só quero te ajudar, priminha!


- ‘Tá bom, vai. É bom que isso realmente funcione, Jake.


- Vai funcionar sim. – ele sorriu pegando minha mão.


Ele só poderia estar louco. E eu também. Jake era lindo, isso eu não podia negar. Mas era meu primo! Tudo bem, existem histórias entre primos e tal, mas para mim tudo isso era bem estranho mesmo sendo fingimento. Nunca fui uma boa atriz e eu poderia muito bem estragar tudo.


No dia seguinte, Jake e eu chegamos de mãos dadas na escola. Eu podia sentir inúmeros olhares sobre nós e podia sentir meu rosto esquentar mais a cada segundo. Isso era tão constrangedor. A sorte é que ninguém sabia que éramos primos se não com certeza iriam comentar por séculos.


- Relaxa, Lily. – Jake murmurou pra mim.


- Eu to relaxada. – disse com a minha voz falha.


- Dá pra perceber. – ele deu uma olhada para nossas mãos e eu o segui, vendo a mão dele ficar cada vez mais vermelha de tão forte que era o meu aperto.


- Foi mal.


- Não sei pra que tanta vergonha. Até parece que nunca namorou antes.


- Eu nunca namorei antes.


- Esse James realmente só te fez perder tempo.


- Ei, tudo isso é pra transformá-lo em meu namorado. Foco, Jake!


- Foco, Jake! – ele me imitou.


Ele falou mais alguma coisa depois, mas eu não ouvi. Meus olhos se depararam com os de James, que pareciam surpresos e assustados ao mesmo tempo. Olhou repetidas vezes para meus olhos e meus dedos entrelaçados nos de Jake. E piscou como se tentasse ver e entender o que acontecia.


Uma alegria imensa se espalhou dentro de mim. Então Jake tinha razão. James tinha ciúmes de mim, e não importava se era apenas um ciúme de amigo.


Ainda nos olhávamos quando James saiu de seu transe com um empurrão da namorada estúpida dele. Jake olhou pra mim e deu sorriso vitorioso, sussurrando depois um ‘ponto pra você’. Jake estava certo, isso poderia funcionar. Tava na hora de eu ter aulas de teatro, então.


- Lily, você é muito fechada. Precisa se soltar. – Jake me dizia naquela mesma tarde.


- Não sou fechada. – murmurei teimosa.


- Você só consegue se soltar com as pessoas que você conhece. ‘Tá na hora de todos verem o quão animada e especial você é. Tenho certeza de que apenas três pessoas conhecem essa sua alegria: eu, vovó e James.


Só murmurei um ‘uhum’. Ele estava certo. James sempre foi meu amigo, ele me conhecia bem. Jake era meu primo e companheiro distante, mas também me conhecia bem. E vovó sempre cuidou de mim, desde pequena, desde que meus pais faleceram, ela me conhecia melhor do que ninguém.


Foi então que eu percebi. Meu círculo de amigos era bem pequeno. Era completo para mim, mas era pequeno.


Passando tanto tempo com um amigo homem eu não me vestia como a maioria das garotas. Não usava saia ou shorts muito curtos. Quase sempre saia de casa com meu boné pink e meus tênis brancos. Muitas vezes James disse que gostava do jeito que eu me vestia, não era igual às outras e ainda mantinha feminilidade.


E isso foi uma das coisas que Jake me chamou a atenção.


- Não que você se vista mal, é que chama pouca atenção. Você esconde esses cabelos ruivos lindos debaixo de um boné, o que, conseqüentemente, apaga essas esmeraldas que você herdou da família Evans.


Olhos verdes eram as marcas da família.


- Usar shorts mais curtos, também não faz mal algum. Você tem belas pernas, se me permite dizer.  – Jake disse me fazendo rir.


- Então isso significa shopping?


- Shopping! – ele fez uma cara feliz.


Passei a tarde toda experimentando roupas. Coisa que eu não estava nenhum pouco acostumada. James! O que eu não fazia por aquele imbecil. Apesar de xingá-lo mentalmente diversas vezes eu amava aquele cara com todas as minhas forças. Nossa amizade sempre foi forte demais. Ele me entedia e eu o entendia. Era simples. Havíamos sido feitos um para o outro. Só ele não percebia isso.


No dia seguinte, na escola, Jake me fez aparecer pela primeira vez em não sei quantos anos sem o meu querido boné pink.


Jake também me seguia por todo o lado, sem nunca deixa meu mão longe da sua. De tempos em tempos fazíamos a clássica cenas românticas. Ele parava me olhava nos olhos colocava uma mecha do meu cabelo, que agora sem o boné insistia em cair nos meus olhos, atrás da orelha. Eram gestos inocentes para nós, nada passava de uma ajudinha de Jake, mas não era isso o que os outros viam. Não era isso que James via.


- Jake, e se acontecer exatamente ao contrário? Se ao invés disso nos aproximar, isso nos afastar ainda mais? – perguntei preocupada.


- Se isso acontecer você se casa comigo! – Jake disse e eu mandei a língua pra ele. – É brincadeira, Lil. Fica tranqüila vai tudo dar certo.


A mesma cena se estendeu por toda a semana. E cada vez mais eu via os olhos de James em cima de mim. Talvez Jake estivesse certo. Talvez isso realmente funcionasse.







n/a: ooi, gente ! *---* tudo bem com vocês? mals pela demora é que eu fiquei dois dias sem internet ¬¬' e a minha faculdade começou *--------------------------*. bom, espero que gostem e o último capítulo já tá pronto :D alguém quer? beijo, beijo.


 

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