outro grande choque
Apenas duas horas depois, Laura acordou, em sua grande cama, e se deu conta do que havia acabado de acontecer. Tudo, agora, parecia estranho e bizarro demais para ser verdade. Aquilo era burrice! Ela ia era voltar para casa! Como fora capaz de confiar em estranhos?? E mais? Como haviam feito-a acreditar que era outra pessoa? Como a fizeram acreditar que sua mãe estava morta, sua casa queimada, e que ela ia para uma escola de magia!! E ainda, que era bruxa!
Aquilo era demais, ela ia dar o fora, e era agora! Levantou-se de um pulo, e olhou em volta, procurando as roupas, encontrou-as e vestiu-se rápido. Em alguns minutos, ela já estava saindo em um corredor horroroso, com cabeças de animais nas paredes. Saiu pé ante pé, e ouviu vozes vindas do aposento em que estava antes de subir, e saiu, silenciosamente.
O lado de fora, parecia pior que o de dentro, mais quebrado, sujo, assustador e bizarro, enfim, algo inconcebível. Ela desatou a correr, e percebeu, na primeira esquina, que não estava em nenhum lugar que conhecesse, ao contrario, estava perdida e sozinha. Mas não havia o que fazer, teria que descobrir uma maneira de sair dali, de voltar para casa, de denunciar aquela gente. Continuou caminhando e caminhou a noite inteira, até que sentiu o desespero apoderar-se dela. Não sabia para onde ir, e nem como voltar para aquele lugar. Vagando por ali, ela encontrou uma praça e sentou-se em um dos bancos, olhando em volta, sem saber o que fazer. Até que sentiu alguém se mexer atrás dela. Uma mulher saiu das sombras, alguém que aparentava ser muito bonita, mas muito mal tratada pela vida, tinha os olhos frios, e uma expressão de triunfo.
-ora, ora, veja só que eu encontro por aqui...
E olhou lhe esperando algo em resposta, mas Laura manteve-se em silencio, e sentiu que aquilo não podia ser nada bom, ao contrario, em breve estaria em maus lençóis (se já não estava).
-não me reconhece, laurinha? Sou priminha do seu papai, meu nome é belatriz... Muito prazer- aquilo foi muito irônico, alem de suspeito.
-muito prazer... –respondeu ela, friamente.
Por alguma razão, Laura preferia quando estava sozinha, alguns momentos antes.
-vamos, eu vou te levar a um lugar onde as pessoas vão gostar de te conhecer...
-não, obrigada, estou bem aqui- uma mentira deslavada, devido à situação.
-ora, não seja mal educada... Eu esperei muitos anos para lhe conhecer, não me decepcione... –um sorriso medonho correndo pelos lábios dela.
-não, eu...- mas não terminou a frase, ao contrario, algo a fez desmaiar de um momento para o outro.
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