Capítulo 04
Capítulo 04 – sobre cereais, ex-namoradas e encontros.
Ah, o sábado! Ao contrário das quartas-feiras, eu amo os sábados.
Motivos simples:
1) Não tem aulas.
2) Amanhã é domingo, o que significa mais um dia livre.
3) Não preciso acordar cedo.
4) O mais importante, não sou obrigada a aturar James Potter durante as aulas, monitoria ou qualquer outra coisa, já que não tenho nenhuma destas obrigações para cumprir!
Eu sei, você já não deve mais agüentar me ouvir pensando mal de James Potter, ainda mais depois que eu dei risada com ele. Mas entendam, já está em meu subconsciente, e não é porque existiu um momento de exceção em que ele não parecia tão irritante, que a regra tenha mudado.
De todo modo, o que eu mais queria naquela manhã de sábado, era dormir até estar com sono novamente. O que estava sendo bastante difícil, já que o dormitório parecia bastante movimentado.
- Não acho que essa seja adequada. – ouvi a voz de Emme. – Devia usar a azul, para combinar com os seus olhos.
- Mas olha o tamanho desse decote! – Lene exclamou, e eu soltei um resmungo contra o travesseiro. – Lily! – ela chamou, e eu tentei fingir que ainda dormia. – Lily, eu sei que você está acordada!
Suspirei profundamente, então, sentei com as costas apoiadas na cabeceira de minha cama, ainda tonta de sono, e tentando colocar a visão no foco.
- Acha que eu devo ir com a azul ou com a branca? – perguntou erguendo uma blusa azul, com as mangas até o cotovelo, e um decote bastante grande, e uma branca, de mangas curtas, e gola V.
- Ir aonde? – perguntei, finalmente conseguindo ver as coisas com nitidez. Marlene estava parada no meio do quarto, com várias roupas atiradas sobre as camas e o chão. Emmeline e Alice estavam sentadas no espaço que restara da cama da segunda, ainda de pijamas, e com sorrisos divertidos.
- Como onde? – ela parecia realmente chocada. – Vou sair com Sirius, não lembra? – ah, isso.
- Mas não é só à noite? São apenas… – puxei meu relógio de pulso que estava sobre a mesinha de cabeceira. – Oito e meia da manhã! Você me acordou às oito e meia da manhã de um sábado para escolher uma roupa para um encontro que é daqui, pelo menos, doze horas? – Lene apenas revirou os olhos, as outras duas já haviam caído para trás na cama de tanto rir. Eu não consigo entender onde elas viram graça nisso, então ignore.
- Eu acordei, e pedi ajuda as minhas amigas, só isso. – ela falou com uma sobrancelha erguida, e as mãos na cintura, numa pose muito “você é tão desalmada, Lily”. – Vou com a azul. – ela disse, quando viu que eu não falaria mais nada.
E, então, as coisas aconteceram um tanto rápidas demais para mim. Marlene atirou a blusa branca em direção ao seu malão, mas usou tanta força que esta acabou acertando a mesinha de cabeceira de Gwen, para logo em seguida cair no chão, levando junto de si um dos perfumes de nossa colega de quarto. Um perfume, que me lembro dela ter se gabado por mais de duas semanas, que seu pai havia trazido da França, e custava uma fortuna, e todo aquele blábláblá. O vidro se espatifou no chão, no mesmo instante em que a porta do dormitório se abriu, e a pessoa em questão entrou.
- O que está acontecendo aqui?! – Gwen gritou ao ver seu precioso perfume Francês, escorrendo pelo chão de madeira do quarto, ao mesmo tempo em que ganhava nosso olfato uma fragrância forte e doce. Pudemos ver todo seu sangue subir para a cabeça, deixando-a com o rosto mais vermelho que o meu. Os olhos azuis pareciam ter escurecido de fúria.
Diante de meus olhos Marlene se encolhia, enquanto Gwen aumentava de tamanho. Realmente estávamos assistindo uma cena assustadora, era como se a doce Gwen se transformasse numa fera selvagem, prestes a atacar sua presa.
- Ninguém vai se explicar? – a loira perguntou, sem nem ao menos tentar controlar a raiva. Ela cuspia as palavras, olhando diretamente para Marlene.
- Foi um acidente. – Lene falou rapidamente. Nós não sabíamos como lidar com a garota.
- Acidente? – ela falou com a voz esganiçada, e parecia sapatear no mesmo lugar. – Você sabe o que acabou de fazer? Acabou de quebrar o meu perfume francês! Isso vale muito mais do que vocês podem sequer sonhar!
- É só um perfume. – Emmeline falou revirando os olhos. – É só usar um feitiço reparador que volta ao normal. – disse calmamente, sem levantar da cama.
- FEITIÇO REPARADOR? Vocês estão bêbadas? Não existe nenhum feitiço reparador que traga essa perfeição de volta!
Perfeição? A fragrância era um pouco enjoativa demais para meu gosto, mas pensando bem, combinava perfeitamente com sua dona.
- Então aprenda a viver sem. – eu falei, já impaciente, pulando da cama. – Foi um acidente, poderia ter acontecido com qualquer um.
- Como é que é Evans? – ela falou andando até mim. Gwen não era mais alta do que eu, mas tinha algo nela que realmente apavorava as pessoas. Porém, naquele momento, eu estava tão sem paciência para com suas frescuras, que a enfrentei sem pensar muito nas conseqüências.
- Estou falando que você vai parar com esse fiasco. Era só um perfume. – copiei as palavras de Emme. Morrinson parecia não conseguir mais fechar a boca.
- Sim, para vocês poderia ser apenas um perfume, mas não para mim! Era francês. – ela choramingou a ultima frase, como se eu me importasse se o perfume é da França ou do Paraguai.
- Cresça. – falei para ela, antes de entrar no banheiro para tomar um banho.
Quando saí do banheiro, Gwen não estava mais no quarto, e as outras três conversavam tranquilamente, agora já vestidas, não com o uniforme, mas com roupas normais. Havíamos conquistado o direito de não usar uniforme nos finais de semana.
- Ela está furiosa com você. – Lene comentou ao me ver.
- Não vou conseguir dormir hoje. – falei rindo, sentando ao lado de Alice.
- Parece que finalmente conseguimos mostrar a nossa colega de quarto que existimos. – Emme disse divertida.
- É, mas ela não precisava ficar tão brava conosco. Quer dizer, nós podíamos ter falado amigavelmente, não? – Alice analisou a situação, doce e inocente, como sempre.
- Al, sempre foi bem claro, para a maioria de nós, pelo menos, que nunca teríamos uma conversa amigável com a Morrinson. – Marlene afirmou revirando os olhos.
- O que, sinceramente, nunca nos incomodou. – eu disse dando de ombros. Terminei de arrumar meu cabelo e descemos para o café.
Nós quatro entramos no Salão Principal, e logo Alice foi sentar com Frank. Passamos rapidamente pelos Marotos, e pude notar as expressões entediadas e desatentas dos três enquanto Gwen discursava calorosamente. Achamos alguns lugares vagos na mesa, e sentamo-nos lá, servindo as tigelas com cereal.
- Ei, o que vocês fizeram para a Morrinson? – Sirius perguntou logo em seguida, sentando escorado em Marlene, como de costume, e puxando a tigela de cereal dela. – Ela não parou de reclamar de vocês até agora, tanto que não agüentei mais ficar sentado lá. – falou colocando uma grande colherada na boca. Eu e Emme o encarávamos com os olhos arregalados.
- O que ela falou? – Lene perguntou, olhando feio para o outro que comia seu cereal.
- Não sei. Não estava prestando atenção. – ele deu de ombros, com a boca cheia. O que eu falei sobre ele se interessar sobre assuntos que não tinham nada a ver com Sirius Black?
- Inútil. – Lene resmungou.
- Mas então, o que vocês fizeram? – ele insistiu.
- Nada demais, a Lene apenas derrubou o valioso perfume francês dela no chão. – falei num revirar de olhos.
- E a Lily, basicamente, a chamou de criança mimada. O que eu acho que é totalmente verdade. – Emme concluiu risonha.
- O que? – Remus perguntou sentando ao lado de Emme, e vi um segurar na mão por baixo da mesa, além de trocarem sorrisos bobos. – Tive que vir para cá, não dava para agüentar o discurso dramático da Gwen.
- Eu imagino. – Em sorriu para ele.
- Vamos ter de contar a história para cada um de vocês que sentar aqui? – Marlene perguntou, possivelmente nem reparando que acabara de interromper o momento que eles estavam tendo. Puxou sua tigela para si, e desencostou de Sirius, que ficou quieto, mas com uma carinha de cachorro abandonado.
- Hm, não, vou chamar o Prongs logo. – Remus falou, e fez um sinal para Potter, que ainda estava sentado com Gwen. Potter levantou do banco em que estava, falou algo rapidamente para a garota, e sentou-se conosco. Para meu desagrado, bem ao meu lado. Era uma conspiração do Universo contra minha pessoa? Até mesmo aos Sábados eu teria que aturá-lo?
- Obrigado mesmo. – ele falou parecendo aliviado, passou a mão pelos cabelos e começou a preparar seu cereal. – Juro que se eu tivesse que ficar lá, sendo obrigado a ouvi-la, por mais um minuto, precisaria ser internado na ala psiquiátrica de Santa Mungus. – falava como Sirius, com a boca cheia de cereal. Só eu acho isso repulsivo? Quer dizer, mesmo ele estando com a cara amassada, a camisa abotoada torta, escabelado e comendo com a boca aberta, metade da população feminina não consegue tirar os olhos dele. A metade que consegue, o faz com a finalidade de olhar para Sirius, que não está num estado muito melhor que o de Potter.
- Achei que ela fosse sua namorada. – Lene disse com uma sobrancelha erguida, e finalmente desistindo de impedir Sirius de comer seu cereal.
- Ela também acha. – ele falou rindo, e Sirius o acompanhou. Eu e Lene não expressamos reação nenhuma além de nos entreolharmos, e Emme e Remus estavam tão absortos em sua própria conversa sussurrada que provavelmente nem ouviram.
- Você é patético. – eu falei diretamente para Potter. Ele não pareceu levar como ofensa, e sorriu marota e irritantemente para mim.
- Eu já falei para ela que não estamos mais namorando, mas se ela quer pensar que sim… - deu de ombros.
- Ridículo. – falei me levantando da mesa, e saindo do Salão Principal. Ainda pude ouvir Sirius dizer “mas achei que ela não gostasse da Gwen.”
Eu não gosto dela. Nem um pouco. Mas isso não é motivo para o Potter a tratar dessa maneira. E eu que cheguei a pensar que ele não era tão ruim assim! E não, eu não estava mal humorada, mas era desta forma que iria acabar se continuasse lá, tendo de ouvi-lo por mais tempo.
Passei rapidamente pela biblioteca, mas não para entregar livros, e sim para, realmente, pegar alguns para concluir uma redação de DCAT. Sentei em uma mesa no Salão Comunal, e logo Marlene e Emmeline se juntaram a mim, para também fazerem suas redações.
- Sério Lily, você acha que essa fica boa? – Marlene perguntou quando estávamos de volta ao dormitório, após o almoço. Ela havia vestido a blusa azul, e revezava entre ficar de frente para nós, ou para o espelho.
- Já falei que sim Lene. – tentei falar sem soar tão entediada quanto eu realmente estava, mas ela percebeu.
- Tudo bem, vou com essa mesmo. – deu de ombros, e se voltou para o espelho novamente. – O que acha que faço com o cabelo? – perguntou, agora segurando os longos cabelos escuros como se estivessem presos em um rabo de cavalo.
Suspirei profundamente. Essa seria uma longa tarde.
Realmente fora uma tarde comprida. Depois de decidir-se sobre o cabelo, Marlene quis pintar as unhas, e então, tivemos que ajudá-la a escolher a cor da maquiagem, e assim por diante. O que foi bom para mim, já que tirou completamente da minha cabeça a história toda do trabalho com Potter.
- Perfeita. – Emme e Alice falaram juntas quando terminaram com a maquiagem de Lene. Menos de um minuto depois, eu terminei o cabelo. – São dez para as nove, é bom você já ir descendo. –Emme disse, olhando no relógio de sua mesinha de cabeceira.
- Obrigada meninas. – ela falou com um enorme sorriso, se olhando no espelho. – Desce comigo, Lily? – pediu com uma carinha de tão coitada que eu não tive como resistir e concordei.
- Queremos saber de todos os detalhes depois! – Em falou alto o suficiente para ouvirmos do corredor.
- Não acho que vá ter muitos detalhes. – Lene comentou em voz baixa para mim.
- Por que não? – perguntei com uma sobrancelha erguida.
- Porque somos amigos, e vai ser um encontro amigável, eu conheço a gente. – ela falou, e pude notar que nem ela mesma tinha muita certeza do que dizia.
- É justamente por eu conhecer vocês, que sei que vai acontecer algo. – falei rindo, e ela me deu um empurrão no momento em que chegamos ao Salão Comunal.
- Uau. – ouvi a voz de Sirius exclamar. Ele estava parado perto da escada, estranhamente arrumado. Estranho porque o normal dele é andar por ai do mesmo modo que saiu da cama, e não com a camisa passada e o cabelo arrumado. – Você está linda, Lene. – ele falou, e eu tive que me segurar para não rir da sua cara de bobo. Ela corou levemente.
- Cuide bem da minha amiga. – falei “entregando” Marlene para ele.
- Claro chefona. – ele falou rindo, para então beijá-la na bochecha. Lene não falava nada, mas era difícil para qualquer garota sequer raciocinar quando Sirius Black resolvia ficar mais charmoso que o normal. Qual é? Não posso achar meu melhor amigo charmoso?
Eu os assisti saindo do Salão. Sirius havia passado o braço por sobre o ombro dela, e eles conversavam normalmente, mas com as vozes baixas. Sorri. Como eles não viam que haviam nascido um para o outro? Ou melhor, como a Lene não via isso?
Virei as costas, para subir as escadas de volta, e qual não foi minha surpresa ao ver quem estava escorado na parede ao lado das escadas, com os braços cruzados no peito, e olhando diretamente para mim, com uma expressão que eu não pude decifrar.
- O que quer Potter? – perguntei estancando no lugar, e também cruzando os braços.
- Só estava olhando. – ele deu de ombros, e sorriu de lado, debochado. – Nós temos que conversar. – falou em tom sério.
- Não tenho nada para falar com você. – disse, dando um passo para frente, meu intuito era passar por ele e subir as escadas.
- Você tem algum problema de memória? – ele falou de forma rude, dando um passo para o lado, e assim ocupando a entrada da escada. Apertei os olhos para ele. – Nós temos que conversar sobre o trabalho. – falou bem devagar, como se eu tivesse dificuldade para entender.
- O que você pensou? – perguntei, desistindo de bolar alguma resposta rude e subir as escadas.
- Vem aqui. – Potter pegou em meu braço, e me arrastou até a mesa que eu freqüentemente uso para fazer meus deveres. Acho que nenhuma de suas fãs preza pela gentileza, ou talvez ele guardasse toda esta grosseria para usar comigo. – Aqui. – pegou um pergaminho que estava em cima da mesa, e me entregou.
Ali estava escrito, em uma letra muito caprichada, várias perguntas e tópicos para serem pedidos aos alunos, tais como nome completo, aniversário, profissão que pretendem seguir, e coisas do tipo.
- Quem foi que escreveu isso para você? – perguntei sem conseguir tirar os olhos do pergaminho. A letra era tão bonita e bem desenhada que seria humanamente impossível um garoto ter escrito.
- Eu mesmo. – ele falou sem entender.
Olhei descrente para ele, e então, olhei para o lado onde havia os sofás, e vi Gwen Morrinson literalmente roendo as unhas, e sem conseguir desgrudar os olhos de nós.
- Foi sua namorada quem escreveu? – perguntei largando o pergaminho na mesa e voltando a encará-lo.
- Está com ciúmes? – perguntou, sorrindo debochadamente de novo.
- Pff, faça-me o favor. Estou falando só pela caligrafia. – falei apontando o pergaminho.
- Ah, isso. Eu mesmo escrevi. – ele deu de ombros, sentando numa das cadeiras a mesa. – Senta. – ele indicou a outra cadeira.
- Sua letra não era tão bonita assim. – retruquei, mas me sentei.
- Evans, - ele riu. – quando foi a última vez que você leu algo que eu escrevi? No segundo ano, talvez?
Senti minhas bochechas esquentarem. Isso era verdade, não lia algo que ele escrevia há tanto tempo que não me dei conta de que a letra poderia ter mudado.
- Como vamos fazer isso? – ele perguntou, empurrando sua cadeira para mais perto da minha. Automaticamente inclinei o corpo mais para o lado oposto. Ele pareceu perceber, mas apenas sorriu. Idiota.
- É só perguntar aos alunos. Não é tão difícil. – falei como se fosse óbvio.
- Ok. – ele concordou, e anotou alguma coisa em outro pedaço de pergaminho. – Eu pensei em fazer mesmo do modo trouxa, como se chama… - ele pareceu pensar por alguns segundos. – entrevista, isso, entrevista. – rolei os olhos, era exatamente isso que havíamos decidido há algum tempo. – Mas me refiro a nós mesmo irmos perguntar a eles, e não só pedir pra escreverem, sabe?
- Estou acompanhando. – concordei com a cabeça. – E quem vai nos “entrevistar”?
- Eu te entrevisto, e você terá a honra de me entrevistar. – ele falou sorrindo, como se fosse uma grande idéia.
- Só se tiver mais gente em volta. Não vou ficar sozinha com você no mesmo ambiente. – impus.
- Tem medo de não se controlar e me agarrar? – ele perguntou sorrindo maliciosamente, e eu tive a impressão de que ele havia se aproximado mais. Eu nunca havia reparado, mas seus olhos não são totalmente castanhos… eles têm um toque de verde, e são… bonitos. Potter começou a rir. Sacudi a cabeça ao notar que eu devia parecer muito idiota.
- Não seja prepotente. – falei, mas não tão brava o quanto eu queria. Quero dizer, ele estava tão perto de mim que esqueci até mesmo de retrucar dizendo que ele estava certo, eu tinha mesmo medo de agarrá-lo, e acabar arrancando sua cabeça fora. Prezava por minha liberdade, não queria ir para Azkaban.
- Só constatei um fato. – ele falou, ainda rindo, virando para frente, e com um feitiço silencioso, duplicou o papel com as perguntas. – Caso você pense em mais alguma coisa para perguntar, escreva nesse pergaminho, que automaticamente vai aparecer no meu. Assim como se eu escrever nesse, vai aparecer no seu. – explicou me entregando um dos pergaminhos. Como ele havia pensado em algo assim?
- Ok. – concordei, minha voz saindo quase num murmúrio.
- Vou subindo já. Tenho que copiar um dever do Remus. – ele falou como se fosse a coisa mais natural do mundo, e quando eu percebi, Potter já havia desaparecido nas escadas.
Passei os dez minutos seguintes olhando para o pergaminho, e porque não admitir que admirava a letra? Eu não conseguia me entender muito bem. Quer dizer, eu o odiava, mas não parecia tão ruim assim falar com ele. Quando ele não estava perto dos amigos, eu me refiro, já que quando ele estava em companhia de Remus, ou Sirius, principalmente, Potter sempre tentava me irritar. E sempre conseguia. O que estava acontecendo comigo?
- Você não vai conseguir o quer. – uma voz fina e um pouco esganiçada chegou aos meus ouvidos, e a pessoa se sentou onde Potter estava antes. – Gwen. Suspirei fortemente.
- O que você quer? – perguntei sem paciência.
- Eu é quem devo fazer esta pergunta! – ela falou em um tom feroz, mas ainda sim baixo. A olhei como quem não entende, e realmente não estava entendendo. – Você fica com esse joguinho, fingindo que não dá a mínima para o James, mas eu sei que no fundo você não tem nada de santa. – falou ainda no mesmo tom.
- Gwen, você já tomou seu remedinho hoje? – perguntei falsamente preocupada com sua saúde.
- Não mude de assunto. – ela falou jogando o cabelo loiro para trás. Perua. Foi o insulto que se passou em minha cabeça. – Eu sei que você quer o James só para você, mesmo que fique bancando a “odiadora” dele. – disse fazendo um sinal de aspas com os dedos. – Mas não se atreva a tirá-lo de mim!
- Como se eu estivesse, sequer um pouco interessada em “tirá-lo” de você. – falei revirando os olhos, e levantando. – E até onde eu sei, vocês não namoram mais. Pelo menos foi o que ele falou hoje no café da manhã.
- Oras, eu vou… - ela começou, também se levantando.
- Você vai fazer o que? Vai me bater, ou contar para as suas amiguinhas? Faça-me o favor. – eu disse, caminhando em direção as escadas. – E, aliás, você deveria fazer as unhas, consigo ver suas cutículas daqui. – falei como se fosse um grande problema, e em voz alta, tanto que os poucos alunos que ainda estavam no Salão ouviram e caíram na risada.
Gwen ficou saltitando de tanta raiva, mas pude a ver esconder as mãos no bolso de casaco. Era só o que me faltava agora, além de ter que aturar Potter, teria que suportar os ataques de ciúmes de sua não-namoradinha.
Respostas:
Nah Black: haha, eu também adoro esse jeito meio bipolar da Lily, haha. E pra mim, o James é o cara mais perfeito do mundo, só fico meio dividida quando o Sirius aparece também, auhauah. Sabe, essa tua idéia não é ruim, na verdade depois que eu li esse comentário até comecei a escrever um extra, mas não garanto que saia :p
Fê Black Potter: uahauhauahua. Assim a Lily vai acabar pirando de vez! E não foi tão rápido, mas chegou :D haha.
nath krein: aah, você achou a fic *-* haha. Tudo bem, está perdoada :D na verdade, essa fic eu estou gostando bastante, então provavelmente não vou reclamar de algum capítulo (a não ser que eu já tnha feito isso :p haha), e eu demorei mas postei o/
n/a: e ai está o capítulo! Depois de quase duas semanas, mas pelo menos saiu :p eu falo isso em todas as n/a’s, mas eu não queria atrasar, e dessa vez não tenho nenhuma desculpa, além da preguiça mesmo. Eu amei todos os comentários, como sempre amo *-* e espero tenham muitos mais até o próximo capítulo, hehe. Não tenho muito a falar, a não ser que eu estou muito feliz que o carnaval tenha acabado, e pelo menos na minha cidade choveu o tempo inteiro, o que acabou com qualquer possibilidade de ter aquela música irritante a noite inteira (a quem gosta de carnaval eu devo desculpas, mas eu não consigo gostar de jeito nenhum). E enquanto faço essa n/a estou ouvindo uma versão remix da música Smelly Cat, da Phoebe, em Friends. Eu sei que é completamente sem noção, mas fazer o que? Haha.
Beijos.
N/B: Oie! Mais uma vez, adorei o capítulo. Tenho a seguinte sugestão: A Lily deveria derrubar todos os vidrinhos de perfume desta pessoa que se acha no direito de se auto nominar namorada do James, rs.
O que dizer de meus lindos e encantadores marotos? Amo o Sirius de paixão. Ele é mais do que charmoso, e não se preocupe Lil, até a mãe dele ( e olha que não é qualquer uma) deve pensar isto do filho.
Quanto a James? Amei o seu momento másculo impedindo a passagem da Lily e arrastando-a pelo salão comunal. E isso de se sentar bem próximo? Entendo totalmente a falta de palavras da Lil.
Remus e Emmeline continuam uns fofos!
Mal posso esperar pelos próximos capítulos, quero ver as entrevistas e o encontro de Marlene e Sirius. Agora tenho um apelo enorme a fazer para vocês que chegaram até aqui (sei que escrevo demais): POR FAVOR, ESCREVA UM REVIEW. Vou culpar vocês todos se a Lizzie voltar a demorar a escrever, rs.
Beijinhos e mais beijinhos.
Ju
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