Esperando o Inevitável
N/A: Desculpem por demorar para postar, mas os próximos capítulos são decisivos. O próximo capítulo chama-se "Sempre Há Traidores". Quem será ou serão os traidores? Pensem, pensem...
Abraçus para todos que comentaram e para Lele, que sempre está puxando minha orelha... Desculpem, serei mais rápida.
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Todos viraram-se. Era Courtney - uma Courtney diferente, porque agora ela usava roupas negras, seus cabelos ruivos e pretos caíndo sobre a face pálida e sobre a capa longa de couro. Os Aurores pareciam estupefatos. Estavam atrás dela desde seu desaparecimento, no dia das Bruxas. Harry não percebeu, mas Emmeline pôs algo no bolso de sua calça; ela já imaginava que eles pudessem encontrar algum herdeiro em Hogsmeade.
- Thomson? - Kingsley tentou aproximar-se.
- Eu sou Helga. - declarou.
Alguns Aurores se entreolharam, confusos. Quando retornaram o olhar para ela, perceberam que ela não estava realmente com boas intenções:
- Finite! - ela apontou a varinha para o céu e um jato branco atingiu uma rede invisível que cobria o povoado e ela desapareceu.
- Ei! - protestou Carrie - Como ela conseguiu desfazer a Malha Fina? Isso é magia avançadíssima...
Carrie fez menção de enfeitiçá-la, mas Emmeline parou-a.
- Ela está fora de si. - cochichou.
Carrie bufou.
- Caminos! - ela apontou para os Comensais e eles sumiram.
Os Aurores assistiram ela fazê-lo, atônitos.
- Potter. - Courtney olhou para Harry, que estava meio perdido no meio daquilo tudo. - Venha comigo. - ela estendeu uma mão.
Harry tentou encarar os olhos desfocados de Courtney.
- Vamos, Harry! - ela exigiu, aumentando o tom de voz.
Ele não respondeu.
- Você precisa vir comigo, se quiser que tudo isso acabe logo.
- Vamos estuporá-la! - sussurrou Carrie para Emmeline, que olhou-a com censura.
- Courtney, - Kingsley aproximou-se devagar e estendeu a mão - dê-me sua varinha e poderemos conversar melhor.
Courtney direcionou os olhos para ele. E então, voltou a olhar para Harry:
- Essa é sua última chance: se você não vier comigo, sua namoradinha e seus amigos...
Harry a interrompeu:
- O que você vai fazer com eles? - perguntou com ferocidade.
Courtney sorriu cinicamente.
- Eles podem sofrer, meu caro.
Ele encarou-a.
- Você está blefando.
- Quer pagar para ver? - ela levantou uma sobrancelha, sorrindo.
Harry olhou para os Aurores, para responder após um tempo.
- Eu vou.
- Não! - disse Kingsley.
- Eu não tenho outra escolha. - falou, tristonho. - Avise a Rony, Hermione e Gina.
E voltou-se para Courtney.
- Acabe logo com isso. - ela sorriu e, fazendo um feitiço, transportou Harry e a si mesma até o castelo.
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Luna estava voltando da biblioteca e Draco estava vindo em sua direção. Ele parecia ainda não Ter percebido isso, ainda absorto, observando um livro grosso nas mãos. Ela, com vários pergaminhos em mãos, tentava organizá-los e também não percebeu que ele aproximava-se.
PAM. Os dois haviam esbarrado e agora o chão estava coberto de papéis e com alguns livros jogados. Luna olhou-o com raiva:
- Olhe por onde anda, Malfoy. - disse, com a voz rancorosa.
- A culpa foi sua. Andando distraída por aí...
- Cale a boca.
- Aposto que fez isso só para chamar minha atenção. - comentou Draco displicente.
Luna estreitou os olhos e, juntando o resto dos pergaminhos, foi embora, falando para si:
- Imbecil, idiota, esúpido... Que eu amo.
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- O quê? - Gina levantou-se, alarmada. - Ele foi com ela? - Gina sentiu o coração apertar.
Ela, Rony e Hermione estavam na sala de Dumbledore; haviam sido chamados pelos Aurores, que agora estavam explicando-lhes o que acontecera.
- Exatamente. - afirmou Sturgius.
Gina levantou-se desesperada, apertando ainda mais o robe em volta de si.
- Mas... e agora? - a voz de Hermione estava trêmula.
- Agora - respondeu Vivian - nós só podemos esperar. E tentar descobrir quem, aqui em Hogwarts, está recebendo ordens de Voldemort.
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Harry sentiu uma brisa gélida passar pelo seu pescoço. Estava no hall de um grande castelo sombrio. Ele olhou para o lado e viu Courtney aproximar-se dele. aela parecia tão sombria quanto aquele castelo, naquelas vestes negras. Ela alcançou-o e enroscou seu braço no dele, puxando-o.
- Eles estão esperando por você lá em cima. - e eles subiram uma escada em arco, a esquerda do hall.
Harry olhou-a incrédulo, enquanto ela o guiava.
- Para onde você está me levando?
Courtney sorriu.
- Você vai ver.
Eles andaram por um dos corredores de pedras e seus passos ecoavam pelo ar, fazendo sons metálicos. Os dois passaram por várias portas até que Courtney forçou-o a parar, quase no fim do corredor. Ela própria abriu a porta e Harry viu que a grande sala estava sendo ocupada por duas pessoas, banhadas pela luz da lua, que estavam sentadas em poltronas.
Havia uma poltrona vazia ao seu lado.
- Riddle? - Harry perguntou estupefato.
Tom riu desdenhosamente e levantou uma sobrancelha, numa resposta afirmativa.
- Bom trabalho, Thomson. - ele disse para Courtney. - Compensou o fracasso daqueles idiotas.
Courtney sorriu e foi se sentar na poltrona. Ao mesmo tempo, Cho levantou-se e andou até Harry.
- Que bom que você está aqui. - disse, logo depois de abraçá-lo.
Ela desfez o abraço.
- Eu estou com medo. - declarou - Nós estivemos vendo flashbakcs do passado dos fundadores. Você já viu algum?
Harry respondeu afirmativamente, um pouco confuso.
- Afaste-se dele, Chang. Eu preciso explicar-lhes algumas coisas.
Cho observou Harry uma última vez e voltou para sua poltrona. Tom sorriu, e levantou a mão direita, na altura do rosto.
- É incrível - começou ele - como um anel tão pequeno pode nos oferecer tanto. Uma simples Pedra nos proporcionando... a juventude.
Harry apenas observou-o, mudo, mas atento. Preparado para sacar a varinha a qualquer momento.
- Eu realmente não sabia que essa Pedra podia devolver-me o corpo jovem. Mas a intenção de Slytherin era essa: que lutássemos em pé de igualdade. Eu sabia apenas que ela podia fazer isso! - falando a última palavra, ele apontou o punho fechado na direção de Harry e um jato vermelho atingiu-o no peito, jogando-o para trás.
Ele alcançou a porta e a maçaneta feriu-o nas costas e ele sentiu que estava sangrando. Quando recuperou-se, percebeu que os três já estavam em pé: Courtney e Cho com os rostos assustados e Tom com uma cara debochada. Além disso, ele percebeu que havia um pequeno peso comprimindo-se em sua coxa. Apalpou-o discretamente e logo soube que era uma caixinha. O riso de Tom desviou sua atenção da caixinha.
- Gostou da demonstração, Potter? Finalmente - ele deu lentos passos na direção de Harry - vamos nos enfrentar.
Courtney foi até Tom.
- Pare. Ele acabou de chegar, apenas explique o resto da história. - enquanto Courtney falava com ele, Harry, sem que eles percebessem, tirou uma caixa azul do bolso e abriu-o, ainda vendo se Tom conversava com Courtney. - Talvez ele nem saiba sobre a história das Três Pedras... - Harry já havia aberto a caixa: dentro havia uma pedrinha azul-marinho e uma anel, com uma abertura em seu centro, que era desproporcional ao tamanho da pedra. - Sobre toda essa história de Slytherin, Griffyndor e... - Harry não estava mais ouvindo nada.
Instintivamente, ele apertou a Pedra e tentou colocá-la no espaço vazio do Anel. Diferente do que Voldemort fizera, ele não precisava de sangue para fazê-lo - simplesmente coube. Nesse instante, Tom percebeu o que ele estava fazendo e tentou atacar Harry antes que ele pusesse o Anel no dedo anelar da mão direita. Mas ele já o tinha feito. Tom empurrou Courtney para o lado, com violência.
- Não tente nada. - avisou Tom, com a voz firme. - Provavelmente você nem sabe usar essa porcaria, enquanto eu tive tempo o bastante para aprender a lidar com ela.
Harry olhou para Tom com repugnância.
- Mas não se preocupe, Potter. Eu ainda não vou matar-lhe tão cedo. - falando isso, ele bateu palmas e da porta irromperraram dois brutamontes.
Antes que Harry pudesse sequer pensar, ele estava sendo levado, carregado pelos braços.
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- Gina, não chore. - Rony estava abraçando a irmã, que chorava copiosamente.
Eles e Hermione estavam no Salão Comunal.
- Rony, - disse entre as lágrimas - eu estou com um pressentimento ruim. Eu sinto que algo não está certo... - Gina foi interrompida por um soluço involuntário.
Hermione estava paralisada. Se Rony não a visse respirar e piscar, ele poderia jurar que ela estava petrificada. Rony não sabia como acalmar a irmã.
- E, e... - ela soluçou - Tem alguém que está recebendo ordens de Você-Sabe-Quem...
Hermione finalmente falou algo:
- Lupin irá cuidar disso, Gina. - ela disse, sem esboçar nenhuma expressão.
Nesse instante, Mary desceu as escadas do dormitório feminino, sorridente.
- Hey, Rony. - ela aproximou-se dele, que estava de costas para ela.
Rony apenas sorriu tristemente para ela, desprendendo-se de Gina. Hermione observava-os pelo canto do olho.
- O que foi que aconteceu? - ela perguntou, sentando-se ao lado de Rony, percebendo os semblantes dos irmãos.
Rony explicou brevemente o ocorrido, enquanto Gina tentava se recompôr.
- Eu... eu vou dormir. - disse Gina, levantando-se. - Vamos, Hermione?
Hermione concordou e, sem falar com Rony e Mary, subiu com Gina.
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Harry não sabia, mas Tom estava fazendo isso por uma questão de estratégia: ele só iria batalhar com Harry quando conseguisse achar uma fórmula que o deixasse mais forte, usando o sangue de Harry.
- Por que você fez isso? - perguntou Cho a ele, assim que Harry saiu.
- Não lhe interessa. Agora, saiam! - ele ordenou a Courtney e Cho.
Ambas saíram e Tom foi até um canto e, empurrando uma pedra falsa, tirou um tubo de ensaio que continha o sangue Potter.
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Ele foi jogado em uma sala escura, de chão e paredes de pedra. Ele sacou a varinha, mas nenhum dos feitiços que ele poderia usar para sair dali funcionou. Desistiu e se sentou no chão, imaginando onde e o que estariam fazendo Hermione, Rony e Gina. Harry sentou-se num canto, sentindo a frieza das pedras atravessar sua pele e chegar à suas veias, congelando-as.
Mas ele não se importava. Pousando a cabeça molemente para o lado, fechou os olhos.
O homem alcançou rapidamente a porta e quando abriu-a, viu que Helga já estava lá, com seus cabelos reluzentes balançando por causa do vento que entrava por uma pequena fresta de uma janela. Harry assistia tudo de um ponto acima do ombro de Salazar.
- Eu já sei o que vamos fazer para eliminar Godric, antes que ele estrague nossos planos. - disse ele, numa voz gutural.
- O quê? - suspirou.
O homem, que Harry percebeu ser bastante gélido, sorriu. Ele não podia ver, mas o tom que usou deixou isso claro.
- Ainda bem que perguntaste. Iremos unir a fome com a vontade de comer. Mataremos Godric com uma Maldição antiga que pesquisei. - ele foi até um sofá e sentou-se - E tudo o que precisamos já temos à mão. - Helga pareceu angustiada - Precisamos de alguém que ele confie ou que já tenha confiado: você. Essa pessoa tirará todas as forças dele e se eu (seu pior inimigo, claro) o matar e usar o sangue dele com a minha Pedra do Poder, então o meu desejo de devastar os sangues-ruins se realizará.
Helga baixou o olhar.
- Tens certeza que isso funciona?
- Civilizações inteiras já desapareceram dessa forma. - ele sorriu de forma sombria. - Está garantido. Só precisas seguir meu plano à risca.
Helga fechou os olhos por um instante e, mesmo com ele fechados, lágrimas percorreram suas bochechas.
- Digas o que tenho que fazer.
Mas quando ele ia abrir a boca, algo fez Harry despertar. Ele havia entendido apenas parte do que sonhara, mas já estava acostumado com isso. De qualquer forma, Godric estava em perigo. Isso queria dizer que ele também estava?
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O café da manhã de Quinta-feira foi totalmente entediante. Rony, Hermione e Gina comiam em silêncio, falando apenas o necessário. Como era de se esperar, muitos alunos sentiram a falta de Harry.
- Onde está Harry? - perguntou Simas, que na noite anterior, assim como os outros, não viram Rony entrar no dormitório.
- Em Londres. - responderam os três ao mesmo tempo, sem mudar as feições.
Simas estranhou, mas continuou a comer. Ele não sabia que todos os Aurores, os membros da Ordem e Hermione, Gina e Rony foram aconselhados a encobrir o caso, dizendo que ele estava em Londres, a pedido do Ministério da Magia. Rony havia comentado isso com Mary e ela prometeu que iria dizer o mesmo.
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Aproveitando-se que Tom havia deixado a sala para falar com seus Comensais, coisa que ele dificilmente fazia, Courtney entrou sorrateira na sala. Caminhou até a pedra falsa e empurrou-a, vendo os tubos que continham sangue. Ela tinha visto Tom fazer isso certa vez, e ele não percebeu. Sem pensar no que fazia, ela pegou a etiqueta com o nome "Harry Potter" e trocou pelo "Courtney Thomson". Ela respirou fundo e pôs os dois no lugar de volta e saiu da sala.
Courtney provavelmente não sabia que conseqüências essa troca traria para ela; ela apenas queria salvar a vida de Harry.
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Lupin, como já era de se esperar, estava observando principalmente os sonserinos. Ele também estava de olho nas pessoas de outras Casas, já que, por experiência própria, nem sempre os comparsas de Voldemort vinham somente da Sonserina. Apesar de estar atento ao comportamento de todos, com a ajuda dos professores, ele não achara nada de estranho, em ninguém. Mas era uma questão de tempo até que essa pessoa desse as caras.
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Tom voltou para a sala depois de planejar outro ataque, desta vez em Londres, com seus Comensais. Ele recomeçou o seu trabalho com, o que ele acreditava ser, o sangue de Harry. Algum tempo depois, ele percebeu que estava progredindo.
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No mesmo dia, os Comensais foram até o centro de Londres, para preparar um ataque-surpresa. Porém, segundo Tom, eles iriam fazer tudo parecer um ataque terrorista, aos olhos trouxas, mas de modo que os bruxos percebessem o recado.
Era um grupo de sete Comensais e dessa vez Matt Nashwone não se fazia presente. Um deles, o menor, tirou do bolso um embrulho disforme e discreto. Ele o pôs num local escondido, na base de um prédio comercial próximo dali. Ele voltou-se para os outros, sorrindo maliciosamente. Os outros afastaram-se e ele também. Ficaram a observar a movimentação, contando os segundos cruciais. Eles se entreolharam nos momentos finais e aparataram, sem que ninguém pudesse vê-los. Um instante depois, uma forte explosão foi ouvida, seguida de ruídos de vidros se partindo, além de gritos, choros e chamados.
Estranhamente, o sangue de algumas pessoas juntavam-se para formar as palavras:
"A Batalha será em breve". Alguns minutos depois, bombeiros e médicos chegaram, tentando conter o pânico que se instalara entre todos, porque até os prédios próximos foram atingidos ou, em parte, destruído.
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Rony seguiu para a aula de Adivinhação, com Simas e Dino. Ele sentou-se, desanimadíssimo, com Neville ao seu lado. A professora estava tão estranha como sempre. Todos sentaram-se para fazer mais uma previsão com a iniciação a leitura de tábuas gregas, e a professora já estava auxiliando Lilá e Parvati que pareciam muito interessadas na aula.
Os alunos já estavam fazendo previsões uns para os outros, quando ouviu-se um grande PAF. Todos viraram-se para olhar o lugar de onde viera o barulho. Sibila tinha deixado a tábua de Lilá cair e agora estava com os olhos desfocados e uma expressão esquisita.
- Um Ataque... Uma Traição... Uma Revelação... A Batalha... Mortes... E o Fim...
As pessoas se entreolharam, confusas. Logo após dizer isso, a professora voltou ao normal.
- Por que não estão fazendo as previsões? - exigiu.
Parvati limpou a garganta.
- Professora, - começou, hesitante - a senhora está bem?
A professora Trelawney juntou as sobrancelhas.
- Por que não estaria?
- Bem... - continuou Lilá - a senhora começou a predizer algo... - ela gesticulou.
Sibila pigarreou e sorriu falsamente.
- Sinto dizer que você está enganada, querida. Agora, - ela aumentou o tom de voz - voltem aos tabuleiros.
Ao final da aula, todos estavam comentando o que a professora havia dito.
- Aquilo não fez o menor sentido, fez? - perguntou Dino.
O que mais preocupava Rony, era que talvez fizesse algum sentido.
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Cho abriu a porta da sala onde Harry estava preso.
- Como você conseguiu abrir...?
Harry foi interrompido por Cho, que o beijou.
- Fuja... - ela disse entre os beijos - Apenas fuja. - e se separou dele.
Ele olhou-a atônito.
- Só em nome dos velhos tempos. - ela sorriu tortamente.
- Eu não vou embora.
Cho encarou Harry.
- Ah, você vai sim. Eu não fiz todo esse esforço para você querer morrer aqui por causa desse seu orgulho besta. Você vai embora e só vai enfrentar Voldemort quando estiver a par de tudo. - ela falou, puxando o braço de Harry.
Ela pôs a cabeça para fora da porta, e verificou se alguém passava por ali. Assim que saíram do corredor, Cho empunhou sua varinha.
- Por que você está fazendo tudo isso? - perguntou Harry.
- Pelo simples motivo que eu ainda quero viver.
Harry observou Cho por um minuto.
- Se Tom descobrir o que você fez, você pode morrer.
Cho sorriu, sem vontade alguma.
- Ele não poderá me matar tão logo. Então...Caminos!
E então, Harry sentiu o chão sumir e quando abriu os olhos novamente, estava em Hogsmeade. Assim que Harry desapareceu a sua frente, Courtney apareceu do extremo direito do corredor.
- Ele já foi. - anunciou Cho tristemente, antes que Courtney perguntasse.
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Hermione estava boquiaberta.
- Você acha que isso tem a ver com...?
Rony interrompeu a garota.
- Você tem alguma dúvida? - perguntou irritado.
- Oh, Deus. Não podemos dizer isso a Gina, ou ela vai pensar que Harry realmente vai....
- Shh, ela está vindo aí. - avisou Rony.
Ambos estavam almoçando, e Gina sentou-se próximo a eles, com as amigas sextanistas.
- Ok, - recomeçou Hermione, mexendo em sua mochila - eu preciso contar isso a McGonagall. Você consegue lembrar exatamente o que ela disse?
Rony olhou-a aborrecido.
- Não. Somente algo sobre uma morte, - Rony percebeu que Hermione anotava e isso o deixava mais frustado - uma batalha, uma traição... e o fim. Acho que era só isso...
Hermione fez uma anotação mental para lembrar-se de que deveria mostrar isso a professora.
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Harry abriu os olhos e viu que estava no povoado bruxo, próximo de onde fora levado. Decidiu que seria mais rápido entrar pela Casa dos Gritos e assim o fez. Andou um pouco pela escola, até que encontrasse alguém.
- Harry? - Tonks estranhou. Ela acabara de vir da cabana de Hagrid.
Ele percebeu que seria muito estranho contar como conseguira voltar a Hogwarts um dia após Ter sido levado por Courtney ao castelo. Mesmo assim, explicou a ela o ocorrido, enquanto se dirigiam para dentro.
- Harry? - agora era Gina, uma Gina maravilhada.
Mal tinha acabado de dizer tudo a Tonks, e já estava sendo abraçado por Gina.
- Harry! Por Merlin, você está bem. - ela apalpava os ombros de Harry, como se para certificar-se que ele estava inteiro.
- Gina? - Tonks chamou-a - É melhor você voltar para a aula, depois você conversa melhor com ele. Harry, me acompanhe.
Eles se despediram e foram em direção a sala de Dumbledore. Ao entrarem no lugar, perceberam que McGonagall já estava lá, e ambos analisavam atenciosamente um pedaço de papel.
- Potter? - perguntou McGonagall - O que você está fazendo aqui?
- Cho conseguiu me tirar do castelo, e pediu para que eu voltasse.
Os professores se entreolharam.
- Sente-se. - disse Minerva - E conte-nos exatamente o que aconteceu.
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Tom estapeou Cho.
- Sua imbecil! - praguejou - Como ousa interferir em meus planos? - bradou.
Courtney aproximou-se de Cho e ajudou-a a se recuperar. Os olhos de Tom faiscaram na direção de Courtney.
- Não devia ajudá-la, Thomson. Devia ajudar-me, sim.
Cho passava a mão pelo local onde levara o tapa.
- Você não devia se portar dessa maneira, Tom. - Courtney falou, com a voz ameaçadora - Devia saber que, se for para você derrotar Potter, você o fará. Se não...
- Eu o materei. - vociferou - Escreva o que digo.
Courtney o encarou, calada.
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Os alunos voltavam do fim das aulas. Draco estava passando por um corredor escuro, quando ouviu uma voz conhecida.
- Sai de perto de mim!
Draco aproximou-se sorrateiro para saber o que estava acontecendo.
- Ei, Lovegood. Qual é o seu problema? - era a voz de Victor.
Isso estava ficando estranho...
- Me solta, seu...
- Fique calada, Lovegood. Não quer que ninguém nos ouça, quer?
Esse diálogo parecia estranhamente familiar para Draco.
- Pára. Pára! - ela disse com urgência
Draco decidiu entrar no corredor.
- Lumos!
As figuras de Luna e Victor apareceram, os livros jogados no chão e a mochila de Victor também. Ambos estreitaram os olhos, acostumando-se a claridade. Victor estava de costas para Draco, que pôde ver que ele tentava afastar a capa negra da loira.
- O que está acontecendo? - perguntou Draco.
- Eu não preciso lhe explicar, preciso? - respondeu Victor, que ainda estava pressionando Luna contra a parede.
- Vai embora, Dalton. - Draco disse rispidamente, abaixando a varinha, mas ainda assim iluminando o corredor.
Luna e Victor fizeram caras confusas.
- O quê? - Victor levantou uma sobrancelha.
- Deixa a Lovegood em paz. - o próprio Draco estava se surpreendendo com sua coragem, ao dizer aquilo ao garoto.
Victor soltou Luna, que estava com a boca ligeiramente aberta, e sorriu enviesadamente para Draco.
- Ou o quê? Vai me pôr em detenção?
- Provavelmente, se você não sair da minha frente.
- Defendendo a esquisitinha, Malfoy? - perguntou com um tom de zombaria.
Draco mandou-lhe um olhar furioso.
- Cale a boca, Victor.
- O que será - Victor recomeçou, aumentando o tom de voz - que vão dizer se souberem que o grande Draco Malfoy está a fim da Luna Loveg...?
Victor foi interrompido por um sonoro "Estupefaça" atrás de si. Assim que ele caiu, Draco pôde ver Luna com a varinha estendida à sua frente.
- Você está bem? - perguntou ele, tentando não parecer preocupado.
- Hum-rum. - ela se abaixou e começou a pegar seu livros que estiveram no chão.
Um silêncio se estabeleceu enquanto ela o fazia.
- Hum. - ele limpou a garganta. - Então... tchau.
Antes que ela pudesse responder, Draco foi embora.
- Tchau. - respondeu Luna, para si.
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Harry estava no dormitório, quando seus colegas de quarto entraram, inclusive Rony.
- Já voltou de Londres? - perguntou Neville.
Rony ficou no mínimo surpreso ao vê-lo. Harry olhou para Rony, como se perguntasse "Londres?". Rony tomou a frente deles e disse:
- É, eu esqueci de dizer a vocês que ele ia chegar hoje mesmo. - Rony olhou de forma significativa para Harry.
- E o que você foi fazer lá? - foi Dino.
- Uh... Eu fui... ao Ministério. - falou, incerto.
- Eu disse isso a vocês. - Rony mexia em algo no seu malão.
Dino, Simas e Neville saíram após algum tempo.
- E então? O que foi que houve? - Rony voltou-se para Harry.
Ele explicou pela septuagésima sétima vez o que acontecera no castelo e Rony aproveitou para falar do desespero total de Gina, não se esquecendo da predição de Trelawney.
- Bem... - finalizou Harry - alguém vai Ter que morrer no final, mesmo.
- Diga isso a Gina, e ela tem um chilique daqueles! - alertou Rony.
Harry suspirou.
- Ela precisa se acostumar com a idéia. - comunicou sombriamente.
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Pansy Parkinson sentou-se ao lado de Draco, no jantar.
- Eu soube do que aconteceu hoje... - comentou ela, com a voz venenosa.
Draco ficou calado.
- Eu realmente não queria acreditar no que ouvi, de qualquer modo... - continuou, quando a resposta de Draco não veio.
Draco levantou-se, interrompendo-a.
- Me dê licença, Pansy. - ele foi embora.
Pansy sussurrou consigo mesma:
- Você vai voltar para mim, Draco. Ah, se vai. - dizendo isso ela levantou-se, indo em direção ao corujal.
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Gina estava jantando, com Harry à sua frente, Hermione e Rony cumprindo suas tarefas de monitores-chefes.
- Harry, - ela falou, cautelosamente, depois de afastar o horrível suco que acabara de provar - você - ela mexia lentamente em sua comida - não levou a sério essa história de... herdeiros, levou?
Harry queria saber onde ela queria chegar; por que ela não podia ser mais direta?
- Ahn? - ele também afastou o copo com suco, porque este realmente estava com um gosto esquisito.
Gina endireitou-se.
- Você sabe, toda essa história de Godric e Rowena...
Ela parou.
- Está me perguntando se eu e Cho...
O olhar de Gina fê-lo parar, também.
- Você quer que eu seja sincero? - Gina assustou-se com essa pergunta, mas mexeu a cabeça afirmativamente - Bem... Antes de Cho me tirar de lá... ela me beijou. - disse simplesmente.
Gina estendeu um pouco os olhos, enquanto sentia uma fúria enorme passar pelas suas veias.
- Então é isso? - indagou, tamborilando o dedo indicador na mesa - Quer saber? - ela levantou-se um pouco - Eu não vou mais suportar isso! O tempo todo tem que Ter alguém atrapalhando a gente. São Luna's e Cho's que não acabam nunca! Eu não quero passar por isso, Harry, não mais. Eu acho melhor acabarmos tudo por aqui. - e saiu da mesa, deixando Harry aturdido em seus pensamentos e sentindo muita raiva do comportamento infantil de Gina.
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Tom recebeu uma coruja de uma das pessoa que estava em Hogwarts, recebendo seus comandos. Ele respondeu-a, dizendo que em pouco tempo teria o que ela queria, se ela continuasse a fazer o planejado.
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Draco estava indo em direção ao corujal, para mandar uma carta a sua mãe, quando percebeu que havia gente demais ali. Entre elas... Pansy. A única pessoa que ele não queria ver. Pansy olhou-o de esguelha e saiu com um pergaminho na mão, seguida de algumas garotas. Escreveu sua carta em paz e indo embora logo em seguida. Na saída, cruzou com Luna, mas nenhum dos dois disse nada.
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Por mais que tentasse, Harry nunca mais conseguia Ter um diálogo decente com Gina. Ela tinha andado estranha e insuportável com ele. Nunca ficava a sós com Harry, e sempre respondia às suas perguntas com violência. Agora, mais do que nunca, Harry também estava querendo afastar-se dela.
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No início de fevereiro a Grifinória enfrentou a Corvinal, e ganhou por uma diferença de duzentos pontos. Ainda assim, a Sonserina liderava o Campeonato das Casas. A comemoração do jogo, como sempre, foi no Salão Comunal. Apesar de não querer demonstrar, Hermione ficou bastante enciumada com o "relacionamento" de Rony e Mary. Não podia negar, ainda gostava dele. Rony também sentia algo por Hermione e não era o mesmo que sentia por Mary. Apesar de ela ser uma garota perfeita em muitos aspectos, não despertava em Rony o mesmo que Hermione fazia com o mínimo de esforço.
E foi por se sentir culpado, achando que a estava enganando, que Rony resolveu terminar com ela, no Domingo, no dia seguinte a vitória da Grifinória. Rony levou-a até o campo de Quadribol, pensando em como seria difícil dizer tudo aquilo a ela, que sempre teve um enorme carinho por ele.
- Mary, - Rony tomou fôlego - eu preciso conversar com você. Sobre algo sério.
Mary diminuiu o sorriso.
- Pode falar.
- Eu acho que... seria melhor para nós... se parássemos com essa farsa.
Agora o sorriso dela já havia desaparecido.
- Que farsa? - perguntou ela, com um tom de urgência.
- Mary, - Rony olhou-a nos olhos, sentindo que era agora ou nunca - nós dois sabemos que eu... Eu não gosto de você do jeito que você gosta de mim.
Mary boquiabriu-se.
- Isso não é problema, Rony. Eu não me importo se você ainda sente alguma coisa por aquela monitorazinha, eu não me importo se você não gosta de mim desse jeito... O que importa é que eu amo você! - disse com a voz um pouco esganiçada.
- Amar é um termo forte demais. - ponderou.
- Não, não é. - ela procurou seu olhar - Por favor, Rony. Não termine comigo.
Rony pôs uma mão em seu braço esquerdo.
- Eu não poderia suportar a idéia de que eu estaria usando você. Há alguém por aí que vai amar você tanto quanto você... me ama. - falou, hesitante.
Ele percebeu que já havia lágrimas pelo rosto de Mary. Respirou fundo, depositou um beijo na testa dela e abraçou-a por algum tempo. Então, despediu-se, deixando-a lá, chorando.
Rony sentou-se na poltrona e fechou os olhos, como se estivesse exausto.
- Falou com ela? - perguntou Harry, sem parar de copiar algo em um pergaminho.
Rony havia comentado com Harry que iria terminar com Mary, de manhã.
- Hum-rum. - respondeu. Suspirou. - Terminei tudo com ela.
No instante que Rony dava a resposta, Hermione entrou, com uma pilha de livros. Rony não a viu porque estava de costas para a passagem, mas Harry percebeu que ela ouvira. Alguns segundos depois ela disse:
- Aqui estão seus livros, Harry. - depois, sem falar com Rony, subiu as escadas.
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N/A: Não estranhem essa briga imbecil de Harry e Gina. Depois vocês vão entender...
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