A Primeira Pedra



- Sabe o que eu estive pensando?

- Hum? - perguntou sem entusiasmo.

- Que talvez eu deva seguir o feitiço rastreador com minhas habilidades em animagia.

Hermione não sabia se brigava com Harry ou se o parabenizava por essa idéia.

- Eu não sei... Não seria arriscado?

- Para quê existem feitiços, Mione?

Ela suspirou.

- É, talvez seja uma boa idéia...

- Ok, eu estou indo agora falar com a Cho.

- Agora? - Hermione se espantou.

- É. Por quê? Você acha que eu devo esperar mais?

Ela refletiu e respondeu:

- É melhor você ir logo, se quer encontrá-la depressa.

Hermione olhou por cima dos seus ombros, vendo Harry sair pelo buraco do retrato. Ela estava sozinha na mesa. Rony deveria estar com Mary. Hermione não queria nem pensar nisso. Voltou a concentrar-se na sua tarefa de Poções.

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- Interessante. - indagou professor Dumbledore - Justamente Mut. Ele levou alguma coisa?

- Moody está investigando. - respondeu Lupin.

- Muito bem. Avise-me se houver alguma novidade.

Lupin balançou a cabeça confirmando, e saiu da sala.

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- Aqui estão os ingredientes. - Cho copiou-os em uma folha e entregou-o a Harry. - E por que você está querendo fazer o feitiço e a poção rastreadora?

Ambos estavam na biblioteca.

- Eu também quero achar Thomson, Cho.

Cho riu.

- Agora você me chama pelo primeiro nome, é?

- Isso não importa. Muito obrigado, - ele mostrou a folha amarelada - se eu tiver algum progresso eu aviso.

E saiu da biblioteca, rumando para o Salão Comunal.

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Já era Segunda-feira. Aula de Poções.

A sala estava num completo silêncio, enquanto todos preparavam a Poção do Equilíbrio. Harry, Rony e Hermione tentavam conversar sem serem percebidos por ninguém.

- Pense bem, Harry. - disse Hermione, que estava do lado direito dele. - Se souberem que você é um anim....

- Shhh, Hermione! - alertou Rony, da outra ponta da mesa - Quer que alguém nos ouça?

Hermione fuzilou-o com o olhar, apesar de saber que ele estava certo. E voltou-se para Harry:

- Eu acho que seria melhor se você...

Ela foi interrompida por Snape, que havia se aproximado dos dois sem ser visto.

- Granger, - ele falou alto e rispidamente - dê-me sua poção.

- Mas eu...

- Dê-me sua poção. - mandou.

Hermione, muito a contragosto, pôs a poção num recipiente, tremendo. Ela não havia colocado os dentes da Hidra de Lerna, a cobra de sete cabeças, e isso fazia toda a diferença na hora de testar a Poção. Sabia que, hoje, Snape iria comemorar seu fracasso. Dito e feito: ele testou-a em uma espada, onde a poção deveria agir deixando-a leve como uma pena, colocando sua ponta para baixo. A poção de Hermione não teve o efeito que se esperava e a espada acabou caindo com um estrono no chão.

- Menos trinta pontos para a Grifinória. - disse Snape, com um sorriso cínico. - E detenção para você, Granger. Minha sala não é lugar de conversas.

Hermione podia, infelizmente, ouvir os risos da turma da Sonserina.

- E você para você também, Weasley, que gosta de fofocar com a Senhorita-Sabe-Tudo. Depois das aulas, aqui na minha sala, os dois.
Harry só não fora posto em detenção também porque Snape sabia que hoje Dumbledore iria contar a Harry tudo o que vinha acontecendo nos últimos dias. Rony ia contestar a detenção, mas recebeu um olhar mortal de Hermione; um olhar que ele conhecia bem.

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Dumbledore fora avisado, com um pouco de demora, que uma Pedra do Poder havia sido levada do Museu.

A partir daí, Dumbledore encarregou Lupin de descobrir quais perigos essa Pedra podia trazer, estando nas mãos de Voldemort, e quais as funções da outras Pedras, além de servirem na Caixa de Pandora.

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- Vocês devem estar imaginando que eu vou mandar vocês limparem troféus... - falou Snape com uma voz no mínimo “diabólica” - Os dois vão à biblioteca e irão procurar informações novas sobre os fundadores de Hogwarts. Aqui está uma autorização para usarem os livros da seção reservada.

Snape estendeu um pedaço de papel aos dois. Rony parecia que não estava nem ouvindo - ou fingia - o que ele estava dizendo.

- Feliz agora? - perguntou Hermione, quando estavam a caminho da biblioteca.

Madame Pince avisou-os que não poderia ficar com eles; ela iria comprar livros novos e só voltaria no outro dia, uma vez que eles teriam que fechar a biblioteca.

- Ótimo. - resmungou Hermione, quando eles estavam se aproximando da seção reservada.

- Fique quieta, Hermione. Isso é TPM ou o quê?

- Tocou, Perguntou, Morreu. - ela falou com mal-humorada, olhando-o de esguelha.

- Eu mereço! - reclamou para si.

Algum tempo depois...

- Aqui está. - Hermione mostrou uma figura antiga com os quatro fundadores.

- Deixe-me ver. - Rony falou.

Ele analisou a gravura. Rowena estava no canto direito; vestia um vestido azul-petróleo que cobria seus ombros e o início de sua nuca; seus cabelos negros e lisos presos num coque onde alguns fios escapuliam, dando-lhe um ar sábio com seu olhar. Ela olhava nervosamente para Rony, como se escondessse algo.

Godric estava ao seu lado, com uma franja castanha caíndo pelo seu rosto - e ele parecia irritar-se com isso - e segurava a mão de Rowena entre seus dedos acanhadamente, provavelmente esperando que ninguém percebesse. Usava uma capa vermelha que contrastava lindamente com a palidez relativa de sua pele e com seus olhos e cabelos castanhos.

Helga, que estava entre Godric e Salazar, tinha cabelos dourados, longos e reluzentes, e sorria timidamente, de modo que iluminava seus olhos azuis. Ela lançava olhares esperançosos a Salazar, mas ele parecia não dar-se conta disso. Ela usava um sobretudo preto, com apenas uma corrente dourada no fim da gola que abotoava-a.

Salazar estava no extremo esquerdo; seu cabelo, ruivo, apontava para várias direções, inclusive para seus olhos cor-de-mel que faiscavam em severidade. Ele tinha vestes verdejantes e com abotoaduras em forma de serpentes enroladas. Ele lembrava Tom, assim como cada herdeiro tinha um traço de semelhança de seu fundador, apesar de nem Rony nem Hermione estarem concientes disso.

- O que diz o livro? - perguntou ele, olhando-a de lado.

- Que os quatro formaram um trágico quadrângulo amoroso. Segundo ele, Helga tivera um amor platônico por Salazar, que amava Rowena, que era apaixonada por Godric, que a correspondia. Helga morreu por Salazar, enquanto este morreu numa luta com Godric por Rowena, que faleceu de forma misteriosa e Godric se matou.

Rony juntou as sobrancelhas.

- Que complicação! Eu não lembro de Ter lido isso em Hogwarts, Uma História. - disse, sem conseguir medir as palavras.
Hermione olhou-o espantada.

- Quando você leu Hogwarts, Uma História?

Rony deu-se conta do que havia falado.

- Não te interessa. - falou, o menos rude que pode.

Ela fez cara de aborrecida:

- Onde você bateu a cabeça, que seus parafusos parecem Ter voltado ao lugar de origem?

- Talvez na sua cabeça dura. - respondeu Rony displicente.

- Olha só quem fala. O homem-capacete em pessoa.

- Olha só quem fala... - Rony imitou a voz de Hermione - A garota tagarela em pessoa.

- Cale a boca. - Hermione mandou, mas sorria.

Rony olhou-a.

- Isso é bem difícil, mas eu vou tentar. - então ele pensou um pouco e continuou - Para falar a verdade, eu não estou a fim de ficar calado, então eu vou falar, falar, falar, falar e falar só para te irritar.

- Você está conseguindo. - murmurou Hermione, pegando outro livro.

- Falar, falar, falar, falar, falar...

- Certo, Rony, eu já entendi seu recado.

- Falar, falar, falar, falar, falar...

Hermione soltou um palavrão.

- Eu estou tentando me concentrar! - justificou ela, depois de ver a cara pasma dele, que realmente calou-se; Hermione queria rir.

- Tudo bem, tudo bem...

Estava tudo tão silencioso que Hermione tinha a impressão de poder ouvir o coração de Rony.

- Ok, isso também não é um enterro.

Rony sorriu.

- Ah, ainda bem. Porque eu estava com uma vontade imensa de falar, falar, falar, falar...

- Chega!!

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Harry, que até agora não tivera coragem de ir atrás de Thomson, resolveu iniciar a poção.

- Não! Asfódelo demais, Harry... - corrigiu Cho, que estava ajudando-o.

- Tá, tá. - falou impaciente.

- Uh, esquentadinho, é?

Harry virou-se devagar para poder encarar Cho.

- Continue a poção. - lembrou ela. - Como você quer achar a Thomson, hein? Você não me contou nada...

- E nem pretendo. - cortou ele - Eu vou fazê-lo ao meu jeito.

- Do jeito que sempre passa por cima das regras e dos regulamentos? - perguntou numa meia-afirmação.

- Ah, vocês e esses seus comentários politicamente corretos...

- Vocês quem?

- Você e Hermione. Podiam formar um clube da regra. Ia ser um sucesso.

- Sucesso vai ser a marca roxa que eu vou deixar no seu olho, se não continuar a poção.

- Ok, senhorita sabichona.

Gina entrou no Salão Comunal e estranhou que Cho estivesse lá.

- Eu posso andar por toda a propriedade, querida. - respondeu quando Gina perguntara.

Depois que a poção de rastreamento estava pronta, - o que eles só conseguiram fazer com uma mecha do cabelo de Courtney, coisa que Jennifer Hills tinha - Harry achou uma maneira de se livrar de Cho e foi até um local seguro para transformar-se. Antes de fazê-lo, ele escondeu a poção num bom lugar e a fumaça que ela emanava subia pelas árvores da Floresta Proibida e ia numa direção só.

Como era boa a sensação de voar... Ele, como gavião, seguiu a fumacinha azul. Ele se afastou da escola e voou por lugares que desconhecia. Mas ele estava seguia a fumaça e não havia como ela a poção Ter dado errado.

Após algum tempo, Harry sobrevoou uma outra floresta, tão obscura e densa quanto a Floresta Proibida. E foi quando a fumaça se dissipou. Simplesmente havia sumido a altura que ele adentrava a floresta. Harry pousou numa alta árvore e observou o horizonte, à procura de algum lugar onde Courtney pudesse estar. Ele voltou a sua forma humana e pegou um pequeno objeto de localização; algo como uma bússola bruxa. Harry também se surpreeendeu que conseguisse se equilibrar naquele galho grosso de árvore. O objeto lembrava uma bússola trouxa em seu formato. Mas ela podia servir tanto para sua localização própria quanto para a localização de outros lugares e de outras pessoas. Harry bateu sua varinha na “bússola” e seu fundo girou rapidamente. Então ela parou e indicou que o norte, ou mais precisamente Hogwarts, ficavam a sua esquerda. Harry guardou-o e voltou a sua forma animaga. Ele recomeçou a voar, desta vez voando em várias direções. Foi então que avistou um castelo. Passou por ele, pelas pequenas torres que tinham. Harry sentiu algo em seu peito apertar e continuou sobrevoando o castelo e viu, de relance, por uma janela, o exato instante em que Courtney era levada a algum lugar, acompanhada de dois homens, suas mãos acorrentadas. Ainda um tanto assustado com o que acabara de ver, Harry pousou em um local longe dali e seguro e, ajudado pela “bússola”, voltou para Hogwarts.

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Alexandre já havia deixado a Pedra e o anel com Voldemort, que resolvera deixá-lo vivo. Voldemort estava sentado numa poltrona vermelho-sangue, com Nagini ao seu lado, seus dedos tamborilando no braço da cadeira.

A porta abriu-se rapidamente e Courtney foi jogada na sala. Ela levantou-se devagar, tentando afastar as correntes de si. Voldemort, que estava de costa para a porta, fez um movimento com a mão e as correntes soltaram-se dela.

- Aproxime-se. - disse ele.

Courtney engoliu e aproximou-se. Voldemort levantou-se e virou-se para encontrar os olhos dela, Nagini sibilando em excitação. Voldemort pôs uma mão dentro de um bolso. Tirou uma pedra tão vermelha quanto a poltrona e um anel, pequeno e fino, com uma pequena abertura no seu centro.

- Sabe o que é isso?

Courtney balançou a cabeça negativamente.

- É uma Pedra do Poder. - por algum motivo estranho, Courtney estremeceu - Eu andei pesquisando, - Voldemort começou a andar e seus passos ecoavam pelo chão de pedra - e agora eu sei no que ela pode me ajudar.

Ele olhou-a. Então deu as costas a ela de novo e falou, batendo palmas:

- Nagini!

Foi rápido: quando ele bateu as mãos, as correntes voltaram a aprisionar Courtney e outras correntes pareceram brotar do chão, apertando seus pés. Quando o Lord disse em voz alta o nome de sua cobra, ela foi na direção da garota, que olhou-a assustada. Nagini estava pronta para dar o bote, mas Courtney desviou uma, duas vezes. Na terceira vez ela não conseguiu se esquivar e Nagini avançou nela. Courtney sentiu as presas da cobra fincarem em sua mão e gritou. Voldemort estava com o rosto sem expressão, assistindo tudo. O sangue escorreu da mão esquerda de Courtney e Nagini se afastou. Voldemort deu passos decididos até ela; banhou o anel e a pedra no sangue da lufa-lufa e a pedra, que antes era desproporcional ao tamanho da abertura no anel, coube perfeitamente no lugar agora. Voldemort pôs o anel no seu dedo anelar da sua mão direita. Sentiu um calor percorrer seu braço e depois, seu corpo inteiro. Quando olhou-se novamente, não era mais Voldemort. Era Tom Riddle, com um rosto e um corpo de um jovem de dezessete. Ele sorriu para si. Courtney olhou-o tão estupefata quanto antes. O sangue ainda escorria pela sua mão, formando uma poça de sangue aos seus pés. Tom olhou sua mão ferida e tomou-a entre seus dedos. Courtney havia acabado de perceber que as correntes afrouxaram de novo. Tom pôs a mão dela na altura de seu rosto.

Ele acariciou-a e depois abaixou-se e aproximou seu rosto do de Courtney e, inesperadamente, beijou-a. Ele continuava a segurar a mão dela, passando seus dedos pela ferida. Ela tentou cerrar o maxilar para afastá-lo mas ele abriu a boca dela com a sua própria.

De repente, a morena sentiu que estava correspondendo. Mas a verdadeira Courtney não o faria! Ela sentiu como se fosse outra pessoa, como se tivesse deixado seu corpo e outro alguém tivesse o tomado. Courtney murmurou:

- Salazar... - mas a voz nem parecia a sua.

Courtney sentiu ele sorrir contra seus lábios e a outra mão, que estava livre, correu pelo seu rosto.

- Helga... - sua voz era firme e nostálgica.

Mesmo contra sua própria vontade, ela sorriu também. E então Tom afastou-se. Courtney percebeu que não havia vestígio de ferida ou sangue em sua mão. E depois ainda havia o beijo. Ela se sentiu enojada de tê-lo feito. Mas, parecia que não era ela. Era isso: não era ela. A Courtney de verdade teria interrompido tudo, sem pestanejar.

Ele sorriu para ela de um modo maléfico que assustou Courtney.

- Você vai ficar aqui. - comunicou ele - Comigo.

“Ahn?” pensou ela.

- O quê?

- Você irá entender. - Voldemort (ou Tom) fez um movimento com a mão e Nagini o seguiu.

Ele sentou-se novamente, de costas para ela, e Courtney sentiu os pés andarem em uma direção desconhecida. Quando percebeu, já estava sentada em uma poltrona vermelha, com Voldemort ao seu lado.

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- Como assim? - Hermione estava petrificada.

Ela e Rony já haviam voltado da detenção. Harry estava sentado numa poltrona, Rony noutra; Hermione estava em pé.

- Era ela. Aquele cabelo vermelho e preto é inconfundível. - respondeu Harry.

Rony estava olhando a lareira, como se esta fosse lhe dizer alguma coisa.

- Você tem que avisar a Dumbledore. - admoestou Hermione, numa frase típica.

Rony pareceu despertar e olhou para Hermione e respondeu:

- E o que ele vai dizer? “Olha Dumbledore, eu saí voando por aí e, por acaso, eu encontrei a tal da Thomson. Mas não se preocupe, ela está bem: ela estava num castelo mal-assombrado acompanhada de brutamontes; com certeza ia fazer uma visitinha a Voldemort ou coisa do tipo...” - Rony finalizou revirando os olhos.

- Cale a boca, Rony. - Hermione se atirou do lado dele na poltrona.

“Putz! Vai começar! Três, dois, um...” pensou Harry e logo depois...

- Como é que é, Hermione? - perguntou Rony, olhando-a seriamente.

- Você não está ajudando em nada. Só fala besteira e...

Harry levantou-se, exausto, e deixou os dois discutindo. Apenas um segundo depois perceberam sua ausência, depois de terminarem a discussão, ambos carrancudos.

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- Passa a grana! - vibrou Justin Vangier.

- Que bosta! - reclamou Blás - Isso não é justo. A Williams dando sopa para ele e a Dylan só deixou rolar um beijo!

- Problema seu se você não é competente o bastante para conquistá-la, Zabini. - disse Victor debochado, enquanto dividia os galeões com Justin, que ganhara, junto com ele, a aposta.

- E o Taylor nem tentou convidar a Thomson desaparecida... - Justin olhou para Ben que estava de cara amarrada.

- E você Malfoy... - recomeçou Blás - Tsc, tsc, tsc, tsc... Que decepção. O bonzão de Hogwarts, perdendo uma aposta besta dessas?! Está ficando fora de forma, hein!

Todos riram exceto Draco.

- Cale a maldita boca, Zabini.

- Eu aposto - falou Joey - que a esquisitinha Lovegood deve achar que Draco gosta dela...

Eles riram novamente.

- E eu aposto - Ben recompôs-se - que ela nem sabe beijar...

Draco estava começando a se irritar com aqueles comentários ridículos.

Que vontade de partir a cara deles ao meio!

- Fiquem quietos. - ele falou mais alto do que pretendia.

- Eu aposto - disse Victor - que Draco está a fim dela.

As gargalhadas foram altas.

- DÁ PARA CALAREM AS MATRACAS? - Draco bradou e saiu do quarto batendo a porta.

- Eu aposto - Justin lutou para não rir - que ele vai encontrar a Lovegood.

- Eu aposto que você está certo. - Blás falou antes de recomeçar a gargalhar.

- Vamos atrás dele. - chamou Ben.

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Assim que tivera uma nova tarefa em vista, Lupin começara a ir atrás de informações sobre as Pedras. Encontrou rapidamente livros da Seção Reservada que poderiam lhe ajudar, como: “As Lendas e Mitos dos Últimos Séculos”, “As Maldições das Eras Medievais e Como Elas Nos Afetam” e “O Guia das Maldições - Como Detectá-las, Repelí-las e Proteger-se Delas”. Ele podería ficar horas lendo aqueles livros se não estivesse com pressa. O primeiro livro não ajudou-o muito, mas os outros o fizeram progredir.

- Por Merlin... - Lupin boquiabriu-se - As Pedras foram criadas por Salazar, Godric e Helga! - ele pensou por um momento e continuou pensando alto - Para a Batalha Final.

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Draco se sentiu extremamente infeliz ao encontrar Luna logo que deixara as masmorras. Ela estava de costas para ele, conversando com Gina, mais à frente. Gina mostrou que Draco estava ali e foi embora. Após algum tempo que Gina havia ido embora, Luna virou-se e avistou Draco parado, no início do corredor que acabara de sair.

- Oi.

- Oi. - ele disse, sem entusiasmo.

- Eu já lhe respondi sobre a proposta do Baile?

Draco lamentou-se interiormente por ela Ter lembrado-o disso.

- N-não.

- Bem... Eu quero ir com você.

Draco sorriu e respondeu:

- Que bom.

Luna aproximou-se dele e beijou sua bochecha.

- É, eu acho que é só isso... Eu preciso voltar para o Salão Comunal, está ficando tarde. - E foi embora, depois de acenar para ele.

Quando Draco ia virar-se, encontrou os garotos que estavam no dormitório.

- Por que você aceitou ir com ela? A aposta já acabou. - disse Blás.

- Não interessa. - Draco continuou seu caminho.

- Por um acaso - Victor falou em voz alta - você está gostando da esquisitinha?

Draco parou e virou-se devagar.

- Não-interessa. - repetiu.

Os meninos se entreolharam.

- A-hã, sei... - Joey estreitou os olhos.

- Ah, vão se danar. - Draco retomou o seu percurso.

Eles não sabiam, mas uma pessoa ouvira a conversa e ia contar tudo para Luna o mais rápido possível.

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No café da manhã do outro dia:

- Eu preciso conversar com você. - anunciou para Draco, sem ao menos olhá-lo diretamente nos olhos.

Draco viu-a afastar-se da mesa da Sonserina e algumas garotas ainda olhavam feio para Luna. Mesmo assim ele a seguiu, um instante depois. Luna estava de costas para ele, próxima da saída do Salão Principal.

- Luna. - ele pôs uma mão no ombro dela.

Como resposta, ela tirou-a de lá, ainda sem se virar. Ele começou a achar aquilo estranho. Draco pensou Ter ouvido uma arfada de Luna antes dela se virar para olhá-lo. Draco Malfoy assustou-se quando percebeu que ela chorava.

- Você é... repugnante. - ela falou com desprezo.

- O que...?

Ela interrompeu-o.

- Fique quieto. - mandou, limpando algumas lágrimas.

Draco franziu o cenho.

- Do que você está falan...?

- Da aposta. - ela disse entredentes.

Draco não demonstrou nenhuma expressão.

- Como você soube da aposta? - ele ficou imóvel.

Luna estendeu a mão, com os punhos fechados, e Draco sentiu um soco acertar-lhe o nariz.

- Isso é para aprender a não me enganar. - avisou, quando Draco olhou-a de forma questionadora.

- Mais alguma coisa? - perguntou, aborrecido, enquanto olhava para os dedos com sangue que acabara de vir de seu nariz.

- Ah, sim. - Luna acertou-lhe de novo.

- Ei! O Malfoy apanhou de uma corvinal!! - Colin Creevey estava perto e começou a tirar fotos dos dois.

Alguns alunos se aproximaram.

- Sai daqui, Creevey! - Draco fez menção de ir atrás dele, mas Luna o impediu:

- Não, Malfoy. Vá embora, Creevey, vá. - ela fez um gesto displicente para ele, que, mesmo não querendo, se afastou.

Gina apareceu mas não interrompeu os dois; continuou seu caminho, em direção a sala de Feitiços.

- Acho que já terminamos nossa conversa. - disse, não vendo a hora de ir embora dali.

- Você chama isso de conversa? - revoltou-se - Você me socou duas vezes!

- Você mereceu. - falou, estreitando os olhos.

Luna virou-se, sem dar atenção a ele, foi embora.

- Depois conversamos. - ele sussurrou para si.

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A Corvinal enfrentou a Sonserina, que ganhou. Draco, para provocá-los, ainda com o pomo na mão, sobrevoou a torcida corvinal e pôde ver a rosto aborrecido de Luna. A Casa verde e prata ganhou por uma diferença de cento e oitenta pontos.

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O Baile foi uma semana antes do Natal e, desta vez, Harry, Gina, Hermione e Rony foram. Hermione foi acompanhada por Bernard e Rony foi com Mary. As duas ficavam trocando alfinetadas e olhares furtivos durante todo o Baile:

- Ah, isso é tão... nojento. - comentou Gina com Hermione.

Elas estavam no Salão Principal, devidamente decorado para o Baile de Natal. Haviam várias mesas, de dois ou mais lugares, distribuídos pelo lugar. Haviam três árvores junto a algumas mesas. Uma grande faixa branca e iluminada de “Feliz Natal” pendia logo na entrada. Uma neve fina caía sobre o céu encantado, mas ela se dissipava antes mesmo de tocar alguém.
Gina estava sentada do lado esquerdo de Hermione e do lado direito de Harry. Somente as duas estavam sentadas na mesa; Rony e Mary estavam na pista, apesar de não estarem dançando; Harry e Bernard deveriam estar conversando, porque já era para terem trazido as bebidas das garotas (Folgadas!!).

- Faça-me o favor! - Hermione torceu o nariz ao ver Rony e Mary se beijando.

- E então, nós vamos passar o Natal aqui, em Hogwarts?

- Por Deus, eu havia me esquecido! Meus pais pediram para que eu chamasse vocês para passarem o Natal conosco.

- Sério? Bom, por mim tudo bem. Quando Harry e Rony virem, nós falamos com eles.

- Será que a Mary não vai ficar com ciúmes? - Hermione conteu um sorriso.

- Ela que não se atreva a dar opinião nisso. E além do mais, todo ano ela passa o Natal em casa.

Quando Rony, Mary, Harry e, conseqüentemente, Bernard sentaram-se, Gina contou sobre o convite de Hermione.

- É uma boa idéia. - sorriu Harry. - Pode ser interessante.

Mary virou-se para Rony:

- Você vai?

Quem respondeu foi Gina.

- Nós vamos, não é Rony? - por baixo da mesa, Gina chutou a canela do irmão, que reprimiu um ruído de dor.

- Uh, não sei.

Gina olhou para Mary.

- Mas para você não vai fazer nenhuma diferença, vai? - ela fez uma voz com uma doçura falsa - Você nunca passa o Natal aqui mesmo...

Mary limpou a garganta e Hermione segurou o riso.

- Não seja por isso, esse ano eu pos...

Gina interrompeu-a de novo.

- Não se incomode, Mary. Além do mais, - ela referiu-se a Rony novamente - eu soube que nossos pais vão viajar para visitar... Carlinhos. - foi o primeiro nome que lhe veio à cabeça.

- Mas Carlinhos está em Lond...

- Eu sei, ele está longe... Mas tudo bem, nós podemos fazer esse sacrifício e voltar a Salisbury. - Gina bateu palminhas. - Ah, eu não vejo a hora de rever as amigas de Hermione.

Mary bufou.

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Alguns dias depois, os quatro estavam viajando de volta a Salisbury, que era nas proximidades de Londres. Rony ficou um tanto sem-graça pela situação, mas tentou agir normalmente. Hermione também corava toda vez que estava próxima dele e por isso o evitava mais.

- Eu não acredito que você trouxe esse safado para cá, Mi! - exclamou Chloe, quando todas as garotas estavam no quarto de Hermione - Desculpe, Gi, mas é verdade. Eu nunca convidaria meu ex para passar o Natal comigo...

- Nem eu. - falaram Hailie, Sarah e Mayara.

- E a namorada dele? - perguntou Sarah, sorrindo. - O que ela disse?
Gina e Hermione contaram e as meninas gargalharam por causa da reação dela.

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Narcisa fora tirada da saleta fria e estava sendo levada para o local onde Courtney e Tom a esperavam. Os homens a jogaram no chão de qualquer jeito e bateram a porta com força.

- Levante-se, Narcisa. - falou uma voz masculina, vinda mais a sua frente.

Ela levantou os olhos e viu a figura de um rapaz que deveria Ter seus dezessete anos, sentado numa poltrona, ladeado por uma garota branca de cabelos pretos, com mechas vermelhas espalhadas pelas madeixas. Ela tinha um olhar fixo e desfocado, como quem está enfeitiçado. Narcisa levantou-se devagar, para que as correntes não as machucassem mais ainda.

- Aproxime-se. - Courtney disse, olhando-a, e Narcisa percebeu que ela já tinha perdido aquele olhar estranho.

Narcisa, mesmo não querendo, o fez.

- A partir de agora, - o jovem Tom iniciou - você irá fazer exatamente tudo o que eu lhe mandar.

Ela suspirou. Será que estava fadada a passar o resto de sua vida sofrendo as conseqüências das imprudências de seu marido?

- Você voltará a Hogsmeade, depois de mexermos em sua memória. Você vai voltar a Ter contato com seu filho. - os olhos de Narcisa brilharam.

Tom continuou a explicar o que ela teria que fazer e ela foi se desanimando a medida que ele o fazia.

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Hailie cutucou Chloe. Fazia dois dias que Harry, Rony, Hermione e Gina haviam chegado. Hermione, Gina e Sarah estavam andando mais a frente e Chloe, Mayara e Hailie iam apenas acompanhando-as com passos preguiçosos; as seis estavam indo a casa de Sarah.

- Sabe o que eu estive pensando?

Chloe riu.

- Você pensando? Ha ha ha ha. Essa é boa, Hailie. E Papai Noel vem nos visitar... - falou sarcástica.

Hailie mostrou que não havia gostado da piadinha.

- Chloe você é tão engraçada... - ela esboçou uma careta - Continuando: eu acho que nós deveríamos dar um empurrãozinho para a Mi e para Rony.

Chloe pareceu pensar um pouco.

- Ah, não sei não. Isso pode não dar certo. E além do mais, não sei se gostaria de ver a Mi com ele de novo.

- Mas Chloe, você não vê que eles foram feitos um para o outro?

Chloe riu.

- Só você, Hailie, para acreditar nessa história de almas gêmeas.

- Ha! E você, que até ano passado acreditava que as Meninas Super-Poderosas eram Et’s que queriam dominar a terra?!

- Minha filha, com aqueles olhos e aquele cabeção, só pode ser Et!! - contestou.

- Ah, é? E como você me explica o seu medo de bonecas?

- Queridíssima, “Boneco Assassino” assusta qualquer um...

- A mim não assustou!

Chloe riu de novo.

- Em compensação, você tem medo do Coragem, O Cão Covarde.

- Ele é roxo, cor que não combina com ele, e ele é horripilante e...

Hailie balançou a cabeça, parando de falar.

- Nós estávamos falando da Mi. - lembrou ela. - Dela e do Ronald.

- Vou logo avisando: eu não quero saber de nada...

Hailie levantou uma sobrancelha.

- Então continue agindo como sempre; conseguiu convencer a todos nós que realmente não sabe de nada. - e andou mais rápido, deixando Chloe para trás.

Quando Chloe entendeu a mensagem, já era tarde.

- Ei! - ela correu na direção de Hailie, que também corria.

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