Um primeiro dia bem agitado

Um primeiro dia bem agitado



A locomotiva vermelha do expresso de Hogwarts locomovia-se sem pressa, quase que acompanhando o ritmo dos adolescentes que carregava, todos ainda com a típica preguiça das férias.


         Quatro adolescentes, três meninos e uma menina, estavam reunidos em uma cabine e conversavam animadamente.


         A garota era loira, tinha olhos verdes e pele muito clara. Suas unhas estavam com um escasso esmalte preto, que ela roera até quase tirá-lo. Seus amigos a chamavam de Felpy, mas seu nome verdadeiro era Amanda Starfun.


         Um dos garotos tinha cabelos castanho-esverdeados e cabelos pretos muito bagunçados. Era muito bonito, e tinha uma mania irritante de bagunçar ainda mais os cabelos. Os amigos o chamavam de Prongs, mas todos os outros o conheciam como James Potter.


         O garoto sentado ao lado de James era, sem favor nenhum, o mais bonito dos três. Tinha cabelos um tanto compridos, negros, e olhos azuis. Tinha um ar displicente e um pouco arrogante. Seu nome era Sirius Black, mas os outros três o chamavam de Padfoot.


         O outro garoto tinha cabelos castanho-claros e olhos azuis, e era muito bonito, porém de uma maneira diferente dos outros dois. Olheiras fundas contornavam seus olhos. Seu nome era Remus Lupin, mas os amigos o chamavam de Moony.


         Na escola, esses quatro amigos eram conhecidos como Os Marotos, e, honestamente, o apelido era muito bem-merecido, pois eles viviam aprontando. No momento, contudo, não discutiam nenhum plano diabólico, apenas aproveitavam o monte de doces que estava sobre o assento da cabine.


         – Ah, não! – Amanda disse, quando um garoto de cabelos sebosos passou na frente da cabine. – Ele não foi comido por um leão selvagem durante as férias como a gente esperava, rapazes!


         – Bom, você não pode perder as esperanças, Mandy. – Sirius disse, pousando a mão na perna da amiga, que a retirou com um gesto brusco.


         – Achei que já havíamos conversado sobre isso, Sirius. A sua mão não deve ficar em nenhum lugar que seja abaixo dos meus ombros. James e Remus se comportam, porque você também não pode se comportar?


         Ele não respondeu, apenas cruzou os braços e ficou emburrado em um canto.                            


         A viagem seguiu sem maiores complicações até que uma garota ruiva entrou na cabine. Era uma ruivinha de olhos verdes e atentos, que nesse momento estavam voltados para Remus.


         – Remus, o que faz aqui? Deveria estar monitorando os corredores!


         – Nossa, eu esqueci completamente. Já estou indo, Lilly. – Ele disse, levantando.


         – Pra que, Moony? O sargento Evans dá conta do recado. – Amanda disse, com desdém, e Sirius e James reprimiram um riso.


         – Mal o ano letivo começou e você já está querendo me desrespeitar, Starfun? Você esquece com freqüência que eu sou monitora, não é?


         – Se liga, Evans! Acha que só porque tem uma porcaria de distintivo é melhor do que os outros? Vá encher o saco de outro, OK?


         A ruiva retirou-se, enfurecida, até esquecendo de chamar Remus para ajudá-la com os seus deveres de monitora.


         – Isso aí, Mandy! – Sirius disse. – Botou a Evans no lugar! O Prongs é que não gostou muito, não é?


         – James, já disse: ela é completa perda de tempo. – Amanda disse, pois o amigo ainda contemplava sonhadoramente a porta.


         – Eu sei disso. – Ele murmurou. – Sério, Mandy, nem estou ligando para a Evans mais.


         – Ótimo. – Ela respondeu, e eles silenciaram por alguns minutos, até que o trem parou.


         – Excelente. – Disse Sirius. – Mal posso esperar para ver a Rach.


         Rachel Buffay era a namorada de Sirius, e também melhor amiga de Amanda fora dos Marotos.


            – Claro, meu querido Padfoot, mas antes de você ir se encontrar com sua querida moreninha, temos um plano de ação para dar as boas-vindas aos nossos amados colegas sonserinos. – Disse James, num tom bonzinho que não convencia ninguém.


         Os outros três deram uma risadinha, e Sirius disse:


         – Presumo que a minha amada terá que esperar um pouquinho.


         – Ela não se importará. – Garantiu Amanda, e virou-se para Remus: – Remy, eu se fosse você seguiria direto para o salão principal. Não quer ser incriminado, já que é um monitor.


         – Não, não é por isso. – Ele respondeu. – É pra não ficar tão suspeito, como ficaria se nós quatro sumíssemos. Aliás, eu acho que vocês deveriam ir só em dois. Ou o Sirius ou o James deveriam ficar.


         – Por quê? – Os dois perguntaram, indignados, e Remus respondeu:


         – Porque a ficha de vocês está muito mais queimada que a minha e a da Felpy.


            – Isso mesmo. Se pegarem vocês dois aprontando juntos, vocês vão ficar muito piores do que se estiverem comigo.


         Relutantes, eles concordaram e tiveram uma grande discussão para decidir quem iria, vencida por um triunfante James. Assim, enquanto todos os alunos seguiram para o Salão Principal, James e Amanda foram procurar um velho amigo, sempre disposto a armar confusão...


        


         – Sirius! – Uma voz berrou atrás dele e de Remus, e ele virou-se. Rachel vinha correndo em sua direção, seguida por Lilly e Angela.


         Rachel era uma garota muito bonita. Seus cabelos eram negros, e sua pele era um tanto morena. Era alta e esguia, e paixão platônica de muitos garotos da escola. Apesar disso, só tinha olhos para o namorado.


         – Rach! – Foi tudo que ele conseguiu berrar em resposta, antes de ela pular no seu pescoço.


         Enquanto os dois “matavam as saudades”, Remus cumprimentou Lilly e Angela:


         – Olá outra vez, Lilly. Oi, Angela.


         – Oi, Remus. – Angela respondeu, sorrindo para ele.


         Angela era uma baixinha de cabelos castanhos enrolados que chegavam à cintura. Seus olhos eram azuis e brilhantes, porque ela sempre estava empolgada. As suas bochechas eram coradas, e geralmente coravam ainda mais, pois se envergonhava com facilidade. Isso que aconteceu quando Remus lhe deu um belo sorriso.


         – Podemos ir para o salão? – Ele perguntou, e o casal separou-se, juntando-se aos outros três no caminho para o salão.                Cinco minutos depois, Amanda e James juntaram-se a eles, com um sorriso travesso no rosto. Cochichando, Sirius perguntou:


         – Como foi a operação?


         – Muito bem-sucedida. – James respondeu, mas sem fornecer maiores detalhes, porque a profª. McGonaggal acabara de entrar com um banquinho e um chapéu.


         – Ah, droga! – Reclamou Sirius. – Ninguém está interessado na seleção.


         – Talvez os calourinhos estejam. – Mandy disse, ironicamente, fazendo os amigos rirem.


         – Alklow, Jane!


         – Corvinal!


         – Andickson, Gustave!


         – Sonserina!


         Quando Richard Zabini foi selecionado, os quatro Marotos abriram um sorriso travesso e viraram-se para Dumbledore, que levantara para dar as boas-vindas aos alunos.


         – Sabe de uma coisa? – Sussurrou James para eles. – Os nossos filhos vão vir para Hogwarts e Dumbledore ainda vai levantar daquela cadeira para dar boas-vindas à eles.


         – Tem razão. – Remus respondeu, e os quatro caíram numa gargalhada silenciosa. Lilly lançou-lhes um olhar de desaprovação e voltou a prestar atenção no diretor, que no momento dizia:


         – Mas nada de importante deve ser dito agora: primeiro, vamos atacar!


         E, magicamente, todas as travessas em frente à eles encheram-se de comida e as jarras, de bebida.


         – Excelente! – Disse Sirius, enchendo o prato de comida. – Foi o que eu mais senti falta nas férias.


         – Ei! – Exclamou Rachel, que estava sentada ao seu lado.


         – Além de você, é claro, meu amor! – Ele disse, beijando a bochecha da namorada.


         Depois de terem comido quase até não agüentar mais as delicias preparadas pelos prestativos elfos de Hogwarts, os quatro Marotos olharam para a mesa da Sonserina, certamente esperando a hora certa de seu plano maligno se realizar, quando Dumbledore levantou-se novamente:


         – Gostaria de dizer boas-vindas aos novos e bom regresso aos antigos! E lembrar que a Floresta é proibida à todos os alunos.


         Nisso, os Marotos se entreolharam, divertidamente. Após terminar o seu discurso de todos os anos, Dumbledore dispensou os alunos:


         – Hora de ir pra cama!


         Foi tão rápido que quase ninguém viu. Num minuto, todos se levantaram para ir para seus salões comunais, e no minuto seguinte, os estudantes da Sonserina estavam cobertos de tinta.


         Sim, pois esse era o plano dos Marotos, e não foi muito difícil convencer Pirraça a cooperar com eles.


         O Salão Principal explodiu em gargalhadas, principalmente da mesa da Grifinória. Ninguém, contudo, gargalhava mais do que os quatro Marotos.


         – Todos para a cama! – Gritou a profª. McGonaggal, e depois acrescentou: – Quer dizer, todos menos os alunos da Sonserina! Monitores, conduzam os alunos aos seus dormitórios.


         – Desculpe, galera. – Disse Remus, ficando sério de repente. – Tenho que cumprir a obrigação primeiro.


         – Vamos. – Sirius disse. – Não queremos ficar para trás e virarmos suspeitos.


 


N/A: isso aí, pessoal, primeiro capítulo prontinho e acabado de sair do forno! Espero sinceramente que vocês curtam! Xoxo
                            Gossip Girl ;D

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