O Começo
O dia amanhecera. Uma luz suave atravessava a janela do dormitório feminino do quinto ano, onde somente uma garota ainda dormia tranquilamente. Uma leve brisa balançou o cortinado deixando que um pequeno feixe de luz encontrasse o rosto da bela loirinha ali deitada.
Preguiçosamente ela se sentou e abriu o cortinado sorrindo. Ia ser um lindo dia.
Levantou-se e pegou suas vestes previamente separadas e foi para o banheiro tomar um bom e demorado banho.
Assim que saiu caminhou até a janela ainda com um sorriso brincando em seus lábios.
- Eu realmente sinto que este ano será surpreendente. O primeiro dia já começou bem com esse lindo raiar de sol! - Emmeline exclamava feliz, seus olhos verdes cintilando. - Seria ainda mais perfeito se houvesse alguém com quem compartilhar uma bela manhã como essa. Talvez alguém como o garoto misterioso do sonho.
Quando Emmeline entrou no Salão Principal o café já fora servido. Algumas poucas pessoas ainda comiam, talvez porque também tivessem dormido até mais tarde como ela, ou porque ficaram conversando como tantas outras faziam nesse momento.
Seu olhar se deteve na mesa dos leões. Suas amigas conversavam animadas. Mas faltava uma. Onde estaria Lily?
Os marotos também estavam ali. James estava com os cabelos levemente chamuscados. Com certeza a ruivinha já estivera ali.
Depois de minutos parada na entrada, suas amigas a notaram e começaram a acenar, chamando a atenção dos garotos.
Ela tratou de andar rapidamente até a mesa, antes que elas fizessem algum estardalhaço atraindo a atenção de todos.
- Bom dia! - disse animada.
- Você está de muito bom humor hoje hein Emme...aconteceu algo na chegada a Hogwarts que não ficamos sabendo? - Marlene lhe lançava um sorriso e uma piscadela.
- Não Lene. Não aconteceu nada, infelizmente... - retorquia enquanto se servia de torradas e um pedaço de torta de morango - mas está um dia ensolarado, com brisas suaves, está um dia perfeito.
- É verdade... o dia está lindo e parece que seu humor está compatível com ele. – Selene lhe lançou uma piscadela.
- É o que um dia assim provoca em mim... me deixa animada. – sorriu para a prima - Sinceramente, seria capaz de dar um belo "Bom dia" ao Malfoy devido ao meu estado atual.
Agora todos a olhavam com caras abobalhadas. Ela estava reprimindo uma enorme vontade de cair na gargalhada. Acabou se engasgando com o suco de abóbora no percurso.
- Você está bem?
- Estou sim Ally. E nisso que dá ter vontade de rir na hora em que se está tomando o café da manhã. Devia ter uma câmera para tirar uma foto da cara de vocês.
Olhou novamente a sua volta, os marotos ainda a encaravam com olhos semicerrados pelo menos três deles, o único que não a olhava dessa forma era Remus. Ele a olhava de um jeito diferente, quase podia sentir suas bochechas corarem com a intensidade daquele olhar. "O que está acontecendo? Porque ele me olha assim?"
- O que foi? Alguma coisa...
Não teve tempo de completar sua frase. Sirius, James e Peter avançaram para ela. Todos no salão olhavam agora naquela direção.
- Ei, o que pensam que estão...
Sirius tocou sua testa, e pronunciou "sem febre".
- Pontas cheque o pulso dela
"Mas que diabos eles pensam que estão fazendo...que história é essa de Pontas?"
Seu raciocínio foi interrompido por James que pegou delicadamente seu pulso, logo constatando a normalidade.
- Está tudo certo Almofadinhas. E os olhos Rabicho?
- Os olhos dela também estão ok - dizia Peter.
Sirius se aproximou para ver sua respiração.
- Parem! - Emmeline gritou, fazendo um Sirius cair sentado no chão, e Peter de cara na tigela de geléia arrancando risos de todos ali presentes. - Eu estou ótima. Sério! Qual é o problema de vocês? Eu estou de bom humor. Apenas isso!
E para surpresa geral ela teve um ataque de risos, que foi logo seguido por suas amigas.
- Vocês...são...loucos - dizia entre risos.
- Mas você disse que daria um "Bom dia" ao Malfoy! Você deve estar ficando doente! Não quer ir à enfermaria não?
- Não Sirius, eu...
- Talvez uma das poções da Madame Pomfrey façam bem a ela...
- Ou quem sabe seja cansaço?
- Pode ser! Talvez ela ainda esteja com sono e...
- Ei, eu ainda estou aqui. Dá para vocês três pararem de discutir sobre mim. Eu estou perfeitamente saudável.
- Humm - James chegara mais perto, a centímetros de seu rosto - Não sei não...você parece bem, mas não está totalmente lúcida...sabe, está incoerente...
Emmeline demorou um minuto para absorver essa. "Eu...incoerente?"
- Que história é essa de incoerente!!! - explodiu ela de repente - Olhe bem, vocês três. Eu estou ótima, perfeita e de excelente humor! Se vocês estragarem isso, vou tornar a vida de vocês um inferno!! - completou dando uma piscadela, mostrando novamente seu estado de espírito.
- E vai contar com minha ajuda!
Essa voz a pegou de surpresa fazendo-a se virar.
- Bom dia Lily!
- Bom dia Emme!
- Bom dia meu raio de sol!
- Não enche Potter! E pare com esses apelidos ridículos!
- Não fique assim minha pimentinha.
- Ah não...vocês não vão começar de novo...a discussão de mais cedo já foi o suficiente. - Selene reclamava rindo. Interrompendo a fúria que viria de uma Lily realmente nervosa.
- Uma vez pela manhã já é o suficiente James. Dá uma trégua a ela. - Alice complementava.
- Ou você quer se tornar novamente uma alface, caro Pontas?
- Muito obrigado pela força, Aluado.
- Alface? Eu só o vi com os cabelos chamuscados. O que foi que eu perdi.
- Eu dei bom dia a Lily e ela me retribuiu com um feitiço, que o Aluado desfez.
- É Evans para você, Potter!
- Já entendi, foi assim que começou. Mas o que você fez para ela te deixar com esse cabelo chamuscado?
- Ele disse que talvez com um beijinho o humor dela melhorasse. – Sirius disse entre risos.
- Você disse isso a ela, James? Estava tentando se suicidar? - o olhou divertida.
- Talvez assim ela se sentisse triste e me desse um beijinho de despedida...
- Você não existe... - disse enquanto balançava a cabeça - Agora se me permitirem, vou tomar meu café.
- HumHum...Acabei de me lembrar de algo que você disse quando perguntei se algo aconteceu na chegada a Hogwarts. Você disse que "nada havia acontecido, infelizmente". O que quis dizer com isso?
Emmeline se engasgou com o pedaço de torta. "Droga, sempre a perceptiva Marlene!"
- Eu...er...só que...poderia acontecer algo diferente ao menos uma vez...
- Você está escondendo alguma coisa Emme!
- Não estou não, Selene! Mas estou feliz... está um dia lindo... As aulas só começam amanhã! Não sei quanto a vocês, mas não vou ficar enfurnada nesse castelo com esse dia ensolarado... Vou aproveitar!
- Vai arranjar um namorado é?
- Por acaso para curtir alguma coisa necessita-se sempre de um namorado? - "olha a que nível a conversa chegou... e eu aqui desmentindo o que disse a mim mesma no dormitório”.
- Mas é sempre bom ter uma companhia!
- Sim é... mas se, e somente se, encontrarmos alguém que valha a pena. - Emmeline suspirou - Dá para me dizer por que estamos conversando isso? Eu só estou de bom humor. É bom estar de volta aqui junto com vocês! Será que dava para deixar meu humor intacto só hoje, por favor?!
- Pessoal deixem ela em paz. Assim, com todas as interrupções, ela só vai tomar café na hora do almoço. - Remus era realmente um grande e maravilhoso amigo.
- Obrigada Remus! - Emmeline sorria agradecida - Meninas o que acham de ficarmos lá fora no lago já que agora não estou mais faminta, ou melhor, já que me fizeram perder o apetite?
- Este é um convite estendido somente as suas amigas Emme? - Sirius perguntou fingindo estar magoado.
- Oh Six, não fica assim...vocês podem ir também, se agüentarem assunto de garotas.
- Er bem...acho que iremos mais tarde então.
- Promete? - Emmeline piscou os cílios divertida. - Não vai furar conosco, não é?
- Eu prometo Emme querida. Seria incapaz de furar com você. - logo após beijou-lhe a mão. - Até mais tarde.
Assim os marotos se despediram deixando para trás cinco garotas risonhas na mesa da grifinória.
- Que tal irmos então? - sugeriu Lílian se levantando. Prontamente as garotas seguiram caminho até o lago.
- Meninas porque não me acordaram para descer com vocês?
- Ah Emme... nós íamos, mas quando afastamos o seu cortinado você estava tão tranqüila e com um sorriso que a gente achou que você estava tendo bons sonhos e não quisemos te perturbar.
- Eu estava mesmo tendo um bom sonho, Ally.
- Podemos saber com o que sonhava?
Emmeline suspirou. A pergunta certa seria com quem. "Porque esse sonho tem se repetido durante todos os dias desde as férias".
- Não sei ao certo Lily. É difícil explicar, mas quando eu tiver um pouco mais de certeza sobre o que se trata, eu conto... prometo.
- Certeza? Você já sonhou a mesma coisa antes?
- Eu tenho sonhado com isso todas as noites desde que entrei de férias. - Emmeline fez uma pausa suspirando. – Gostaria de saber o que significa. Porque deve significar alguma coisa. Nenhum sonho pode se repetir tanto.
- Você vai descobrir amiga, não se preocupe. – Lily a confortava.
- Meninas olhem quem está vindo para cá! Deve estar querendo conversar com você Emme! - quando as três olharam na direção que Marlene indicava. Fabio Prewett, um corvinal muito charmoso caminhava até elas.
- Olá garotas. Emmeline teria um minuto para conversar comigo?
- Viram? Acertei na mosca!
- Marlene! - as quatro gritaram em uníssono.
Fábio parecia não estar entendendo nada. Ela olhou para as amigas, recebendo um olhar significativo de Marlene como se ela quisesse lhe relembrar de algo mais cedo. Algo como "Esse é um alguém que vale a pena?".
- Claro Fábio. Nos encontramos na Torre meninas? - Emmeline fez a sua melhor cara de “não enche” para Marlene.
- Desculpe. Não queria atrapalhar o dia de vocês. – disse ele desalinhando seu sedoso cabelo preto.
- Não se preocupe Fábio, poderemos sair amanhã. E ainda temos um longo dia para podermos conversar. Divirtam-se! - Lílian disse se divertindo.
- Er...obrigado...vamos então? - disse estendendo a mão para ajudar Emmeline a se levantar.
Após se despedirem das meninas, os garotos saíram do Salão apenas para colocar a capa da invisibilidade de James. Eles ainda continuavam preocupados com sua amiga. Por mais feliz que ela fosse, hoje ela estava agindo estranhamente. Acabaram decidindo por ficar de olho nela. Mas Lupin não achava certo.
- Vamos Aluado...você não vai deixar sua loirinha dando sopa por aí né? - Sirius provocou.
- É...se você não percebeu aquele Prewett saiu. Eles podem se encontrar lá fora, já pensou nisso? - James complementava. - E boa parte dos homens de Hogwarts gostaria de desfrutar de uma bela manhã como essa na companhia daquela bela dama. E está na cara que ele gosta dela...assim como você!
Remus olhava para os dois sem saber o que dizer. Tomara todo o cuidado para que ninguém descobrisse, principalmente ela, afinal, a fama dos marotos provavelmente prejudicaria sua reputação, embora esse não fosse o único motivo. A última coisa que queria era afastá-la de si.
- De onde vocês tiraram essa idéia? Andaram bebendo?
- E precisa estar bêbado para notar como você fica todo derretidinho quando a vê?
- Ou melhor... precisa estar bêbado para notá-la? - Sirius retrucou, acrescentando uma provocação. - Sério. Se você não agir, vai perdê-la. E lhe garanto que não vai ser pro corvinal idiota. Mas para mim!
- Você... não ouse chegar perto dela Sirius.
- Com ciúmes Aluado?
- Sim, estou! - não adiantava negar. E imaginar seu amigo tratando-a como mais uma de sua coleção só o enfureceu. - Eu gosto demais daquela loirinha maluquinha. Não quero que ninguém a magoe. É por isso que não posso...
- Como assim não pode?
- Você sabe muito bem da minha condição Sirius!
- E você a conhece muito bem para saber que ela nunca te desprezaria!
- Almofadinhas têm razão. Você sabe disso. - Rabicho pronunciava-se pela primeira vez.
- Como todos concordam com isso... Rabicho se transforme em rato logo e fique no bolso de algum dos dois. E vocês o que estão esperando para vestir a capa? As garotas estão saindo do salão. Sejam discretos. Mais tarde eu irei como prometi. - disse ele piscando, recebendo um chute de Remus.
- Não precisava ficar nervoso, Aluado.
Assim silenciosamente Lupin e Potter com Petigrew no bolso saíram do castelo de olhos bem atentos na loirinha. As garotas haviam se sentado perto do lago, por segurança eles ficaram ao lado de uma árvore que fazia sombra onde elas estavam. Acompanharam toda a conversa até a chegada do impertinente corvinal.
James olhou para Lupin, e cochichou "Eu não disse!". Mas ele não tirava os olhos de Emmeline.
Mas sua expressão era lívida. Ver outro a tocando era doloroso e lhe dava raiva.
- Aluado, se mecha. Eles estão vindo. – James o chamara, mas não obteve nada em resposta, o amigo agora tremia. – Aluado...vamos Aluado.
Emmeline caminhava em silencio ao lado de Fabio. Ela não podia sequer imaginar o que ele iria querer no primeiro dia em Hogwarts. Assim como o grupo dos marotos da grifinória, Prewett era um dos corvinais mais disputados da escola de magia. Alto com seus 1.83, com um excelente condicionamento físico e de olhos verdes penetrantes, ele arrancava suspiros por onde passava.
Ela quase podia sentir os olhares hostis queimando em suas costas. Ela não negava que o achava charmoso e atraente. Mas, andando ali ao lado dele, sentia-se desconfortável. Como se algo lhe indicasse que não era ele o tipo de pessoa que procurava.
Caminharam por mais algum tempo até chegarem a outra margem do lago, onde poucas pessoas os veriam e onde teriam privacidade para conversarem. Emmeline se sentou em um tronco de árvore enquanto Prewett ficava de frente para ela, com o olhar focado no dela.
- Você está bem?
- Como...o que?
- Perguntei se está bem... Fiquei preocupado com o modo como aquele garotos agiram com você durante o café da manhã.
- Ah..bem...eu estou ótima. Acho que os preocupei com meu bom humor matinal. Nunca estive com tão bom humor assim. Eles repararam e acharam que eu estava doente.
- Só isso? Potter chegou tão perto de você.
- James é um bom amigo.
- Amigo...humm...e Black? Ele também é só seu amigo. Porque ele não costuma beijar as mãos das amigas.
- Sirius também é um grande amigo e brincalhão... você deve saber...
- A única coisa que sei é o que sinto por você, Emmeline. Você sabe não é?
- O que... do que você está falando Fábio?
- Acho que deveria ter imaginado... Como você notaria se só tem olhos para aquele grifinório aproveitador.
- Não fale assim...eles são apenas meus amigos. E assim você ofende a mim também.
- Desculpe, não quis te ofender. Mas você realmente não sabe do que estou falando?
- Desculpe, mas não.
- Emmeline eu gosto de você há muito tempo. Você nunca reparou no modo como eu te olhava?
- Fábio, como você achava que eu iria reparar? Você estava sempre rodeado por garotas. É difícil alguém notar alguma coisa desse jeito.
- Eu nunca liguei para aquelas garotas. – ele se abaixou pegando a mão de Emmeline. – Eu só tinha e tenho olhos para você.
“Não acredito que isso está acontecendo. Ele se declarando para mim e mal começamos o ano. Pena que seja tarde. Eu já não gosto dele dessa forma. Ou será que ainda gosto?”.
- Sei que estou sendo... precipitado. Mas já faz dois anos que eu não paro de pensar em você. Tentei falar várias vezes, mas sempre aparecia alguém.
- Fábio eu não sei o que... quer dizer, eu não...esperava.
Emmeline olhou-o nos olhos e sentia-se ruborizar frente a aquele olhar. Sentia-se perder naquele par esverdeado. Não conseguiria pronunciar nada coerente com aquela proximidade. Lentamente Fabio colocou uma das mãos em sua face, fazendo carícias, enquanto a outra segurava sua mão.
Podia sentir a pouca distância que restava sendo quebrada aos poucos com a aproximação suave dele. Fechou os olhos com o intuito de tentar ser coerente. No instante em que fez isso, a distância desapareceu. Com delicadeza Fabio unira seus lábios aos dela. Emmeline sentia uma corrente elétrica percorrendo seu corpo, enquanto em seu estômago parecia haver uma companhia de sapateado. Ele pedia passagem, mas ela não sabia se era isso que queria só que estava cada vez mais difícil resistir a aquele toque e a aqueles lábios suaves de encontro aos seus. Sem perceber entreabriu os lábios dando passagem a ele. Arrepiou-se quando uma das mãos dele tocou-a na cintura unindo ainda mais seus corpos. Emmeline que estava sentada em um tronco foi parar no colo de Fabio. O beijo foi intensificado, mas não deixava de ser terno. Passado algum tempo os dois se separaram ofegantes. Ela não conseguia olhá-lo. Tinha medo de ficar incoerente novamente. Ele a segurou no queixo elevando seu olhar até o dele. Um sorriso brincava nos lábios dele.
- Você fica ainda mais linda vermelha. – disse dando um selinho nela. Ela apenas sorriu sem graça. Não tinha idéia do que dizer a ele. – Eu iria adorar passar o dia todo com você assim, mas suas amigas estão te esperando.
- É... mal posso esperar pelo interrogatório... – Emmeline suspirou rindo depois.
- Ela vão te perguntar alguma coisa? – ela respondeu balançando a cabeça em sinal positivo. – Sinto muito. Acho que deveria ter sido um pouco mais paciente. É melhor ir então. Antes que elas venham ver se eu te raptei. Vamos, eu te acompanho. – disse se levantando levando-a consigo. Automaticamente Emmeline passou os braços ao redor do pescoço de Fabio. – Embora, eu não esteja com vontade de te soltar.
- Não vai poder ficar me segurando o dia inteiro. – disse com a voz fraca.
- Quer apostar? – ele disse rindo.
- De forma alguma. – ela precisava sair dali antes que desmoronasse com aquele olhar. – Mas preciso realmente ir. Poderia me colocar no chão, por favor?
- Como negar a um pedido seu. Vamos?
Aquela conversa o estava deixando louco. Ele estava querendo o que? Mal começara o ano e ele já ia dar suas investidas. Ele não pode. Não com ela. Emmeline.
- Pontas, se ele não largá-la eu vou perder a cabeça – dizia entre dentes.
- O que você quer que eu faça? – sussurrava James em resposta. – Quer que eu apareça ali e diga o que? Qualquer atitude impensada agora causaria problemas com a Emme!
- Eu sei. Só que é doloroso vê-la conversando com outro. Ser tocada por outro.
- Eu te entendo amigão. Sinto-me assim também quando aquele tal de Gideão se aproxima da Lily. Mas são elas que têm que decidir. Ela tem que perceber as coisas sozinha. Não adianta alguém se intrometer.
No canto onde estavam podiam visualizá-la perfeitamente. Parecia desconfortável. A conversa foi interrompida pela voz fraca vinda de Emmeline.
- Fábio eu não sei o que... quer dizer, eu não...esperava. – ela fechara os olhos. Um costume que ela tinha quando precisava se acalmar.
E foi nesse instante que Lupin perdeu o chão. Prewett a beijara. Como ele pôde? Será que ele não via que não era essa a intenção dela. Os dois viam o quanto Emmeline tentava resistir, mas o corvinal nem ao menos percebeu. Um tempo depois ela reagiu entreabrindo os lábios.
- Remus...
- Ele a beijou e ela correspondeu...
- Acho que ela não teve muita escolha... não era uma atitude que ela esperava. Veja ela está desconfortável.
- Ela está me parecendo bem confortável no colo dele!
- Fale baixo! Quer que nos escutem! Se está com tanto ciúmes assim meu caro amigo, faça por merecer. Conquiste-a. Ela não me parece estar interessada no Prewett. - James dizia confiante. - Sabe eu não vou com a cara dele.
- Nem eu. Mas no seu caso deve ser porque ele é irmão do Gideão.
- Voltamos ao bom humor?
- Você tem toda razão. Não posso me lamentar se nem ao menos ela me pertence. Não vou desistir dela. E que Merlin ajude-a a aceitar quando souber o que eu sou.
- Ela vai amigão. Ela vai. – James sorria. Finalmente o amigo havia aberto os olhos. – Que tal se formos para a Torre. Sirius deve estar lá. E assim vamos saber em primeira mão como ela se sentiu. – completou com uma piscadela. – Embora eu tenha quase certeza da resposta.
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