O Antigo Aposento do Mestre
O ANTIGO APOSENTO DO MESTRE
Snape desceu até a masmorra, a fim de encontrar seu dormitório. Colocou a mão no bolso e encontrou a chave. Com um pouquinho de sorte conseguiria abrir a porta com ela.
Apertou os olhos e colocou-a no trinco. Girou-a... E para sua felicidade, a porta se abriu. O que significava que ele ainda tinha seu quarto na masmorra!
Entrou, ligou as luzes e fechou a porta. No entanto para sua profunda tristeza, percebeu que o quarto já havia sido ocupado. Havia cortinas claras nas janelas e um aroma de jacinto no ar. A cama estava perfeitamente arrumada, com uma colcha vermelha e as paredes também estavam mudadas. O ambiente obscuro e frio de outrora estava totalmente transformado. Havia até uma lareira ali, que justificava o atual calor do local.
Era óbvio... Sendo a nova professora de poções, Hermione Granger deveria ter se apossado de seu quarto!
Chateado, Snape circulou pelo quarto, afim de ver as novas modificações. Ficara muito zangado, mas não podia reclamar, afinal... Tecnicamente ele havia morrido há alguns anos.
Aproximou-se da cômoda e intrigado, não pôde resistir e abriu a primeira gaveta. Havia uma série de papéis lá. Aparentemente, milhares de anotações típicas de professores. Mas bem em cima, havia uma cartinha. Snape a pegou e abriu, puxando o pergaminho de dentro.
"Querida mamãe...
Estou morrendo de saudades... Mal posso esperar pelo próximo ano, quando finalmente poderei ingressar em Hogwarts e ficar pertinho de você!
A vovó está mandando lembranças e o vovô quer que você venha passar o natal conosco.
Te amo muito... Tenha uma ótima semana! Beijos...
Com carinho,
Rose, 11/10/2015"
Depois de ler a carta, Snape a fechou e colocou no mesmo lugar. Estava atordoado... Hermione tinha uma filha? Será que era filha... Não... Não podia ser filha de Harry Potter. Seria tortura demais para ele. De repente, percebeu o quão estava chateado com aquilo. Mas não podia estar assim só porque Hermione estava casada com Harry Potter. De qualquer forma eles tinham sua própria vida e ele não tinha nada a ver com isso.
Bastante transtornado, passou o olhar pelos inúmeros papeizinhos da gaveta e resolveu não mexer mais neles, afinal já estava enlouquecendo com tudo aquilo.
Mas ainda estava curioso para ver o que havia nas demais gavetas e resolveu abri-las também. Quando puxou a segunda delas, teve uma leve pontada de arrependimento. Eram as roupas íntimas de Hermione... Todas dobradinhas ali, muito bem enfileiradas dentro da gaveta. Snape sentiu-se constrangido e fechou a gaveta imediatamente. Não deveria ter visto aquilo. Entrara num ambiente totalmente particular. Resolveu ver como estava o banheiro. Ao abrir a porta percebeu que havia um novo espelho lá dentro. O ambiente estava mais agradável e iluminado. A banheira havia se tornado bem mais convidativa e ele resolveu tomar um banho quente, mas antes providenciou uma toalha.
Enquanto relaxava dentro da banheira, pensava nos avanços do colégio. O que ele faria se não conseguisse retornar a 1997? Os cargos de DCAT e Poções estavam ocupados. Ele não tinha nem mesmo um quarto para dormir.
Ao sair do banho, se secou e com um passe de mágica, tornou suas vestes usadas, limpas e bem passadas. Pareciam novas em folha, então ele as vestiu.
Com a toalha, fez o mesmo e a guardou em seu devido lugar, para que a dona do quarto não suspeitasse que ele se banhara ali. Mas de qualquer jeito, ele precisaria falar com o novo diretor se quisesse um dormitório no castelo. Seria humilhante demais. Ele não teria tamanha coragem, então foi até o quarto e com cuidado, se deitou na cama macia. Ao afundar a cabeça no travesseiro, sentiu mais uma vez o delicioso perfume de Hermione. Exalava a jacinto, planta ornamental que simbolizava a tristeza. Snape reconhecia este aroma perfeitamente e o apreciava muito também. Mas se sentia muito incomodado por estar gostando tanto de estar ali, sem falar que Hermione não saia de sua cabeça. Ele era tão imparcial a sua existência no passado, mas agora ela era uma mulher formada, e lindíssima por sinal. O fato de estar comprometida fazia com que ele se sentisse pior. E não havia nem ao menos falado direito com ela ainda...
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