Cap. Único



A primeira vez que o vi não passava de uma criança inocente, boba e cdf, que encantou-se com sua coragem e beleza. Ele virou meu herói. Por dois anos julguei que o admirava, no entanto o sentimento que tinha por ele era possessivo demais, complexo demais para ser admiração.


 


Com 15 anos tive a oportunidade de conhecê-lo melhor. Conhecê-lo de verdade, sua essência. Ele, apesar de muito mais maduro e experiente, mostrava imenso interesse em mim, as vezes perguntava-me se não era maior que o meu por ele. A intensa atenção que ele me dava, em nossa conversas noturnas na Ordem, muitas vezes era constrangedora.


 


Não demorou muito para que começasse a sentir algo muito forte e intenso por ele, julguei-me apaixonada, mas com minha extrema racionalidade logo descartei “tamanha baboseira”, deveria estar associando-o ao modelo de homem que quereria quando fosse maior.


 


Foi algum tempo antes de meu aniversário de 16 anos que o perdi pela primeira vez. Quando processei sua “morte” o único que consegui sentir foi um enorme e opressivo nada.


 


Depois de sua partida tudo aconteceu de maneira automática em minha vida, os namoros, as batalhas, as festas, tudo. No entanto só dei-me conta disso quando o recuperei, e ele trouxe de volta minha real vida.


 


Messes antes de meu aniversário de 21 anos recuperei-o, ele tinha 41 anos e estava acabado como pessoa. Perguntava-me constantemente ate que ponto fora certo trazê-lo de volta, já que ele estava profundamente perturbado pelo que viverá no véu. Sirius Black, no entanto, recuperou-se e voltou a ser almofadinhas, o maroto, o meu maroto.


 


Os anos após sua volta foram repletos de beijos roubados, amasos apresados e noites erradas. Escondemos de todos, inclusive de nos mesmos o que sentíamos, era apenas física, não? Afinal, eu ainda encontraria um homem tão bonito e corajoso quanto ele, so que esse homem me amaria e eu o amaria.


 


Ficamos três anos “juntos”, não éramos namorados, no entanto éramos fieis, não nos amávamos, no entanto sempre que separados éramos um saco, era so física, no entanto fazíamos amor, não sexo.


 


As tonturas e os enjôos começaram um tempo após meu aniversário de 24 anos, e o bebê chegou  um pouco antes de meu aniversário de 25 anos. Casamo-nos assim que descobrimos a gravidez, mas alegamos para nos mesmos que não era por amor, mas sim pela criança e pela ótima física. Não vou negar que foi um saco quando contamos de nossa relação para os outros.


 


As pessoas dividiram-se em dois grupos: “ele é muito velho para ela” e “ ela é muito jovem para ele”. Sirius divertia-se profundamente com os comentários alheios, mas para acabar com eles, e meus ataques de mulher grávida-feroz, como ele carinhosamente apelidou, inventamos que nos amávamos, afinal, não poderia chegar para alguém e falar “ eu não amo esse cara 20 anos maior, so vou me casar com ele pelo bebê e a física”, provavelmente seria apedrejada por meus amigos e familiares.


 


Foi assim que começamos a falar “ querida”, “ querido”, “eu te amo” e “ amor da minha vida”, porém, depois que começamos, nunca mais paramos. Convenci-me que era o costume, doce ilusão.


 


Edward Black foi o primeiro filho que tivemos, e apesar dele ter sido a principal razão de nosso casamento, não paramos nele. Tivemos mais três filhos. O que posso dizer? A física era boa mesmo.


 


Os anos passaram rápidos demais, alegras demais, completos demais para alguém que não casara por amor, culpei, novamente, a física por tanta felicidade.Com o passar dos anos, a física foi abrindo lugar para o companheirismo, a amizade.


 


 A emoção de ter o primeiro neto nos braços nos uniu de uma maneira que nunca antes tinha acontecido ( nem no auge da ótima física). Esse serzinho minúsculo fora fruto de tudo que construímos, não ele, nem eu, nos dois, juntos!


 


A noite, após o nascimento de Jane Black, nossa linda netinha, ele disse “eu te amo” de uma maneira completamente diferente, de uma maneira clara e intensa, como se tivesse tido uma grande descoberta.  Naquela noite a física voltou, infelizmente ele se foi no dia seguinte.


 


Demorei um tempo para entender que não fora a física que o levara, mas sim o fato de que ele finalmente tinha aberto os olhos então tivera que fechá-los, era a lei natural da vida, que dizia: “tudo que se abre, se fecha”. Ele finalmente descobrira que realmente me amava, de verdade.


 


Infelizmente eu demorei ainda mais tempo para admitir que também o amava. Tentei entender como o sentimento nascera, crescera, e o único que conseguia ver fora o quanto fora cega, afinal ele sempre estivera ai. Eu sempre o amei. Mesmo sem saber dei todos os tipos de amor que pude a Sirius, amor de criança, amor de amiga, amor de fã, amor de adolescente, e finalmente, amor de mulher, e continuarei amando-o, eternamente.


 


Hermione Granger Black


 


A senhora de 65 anos largou a pena e sorriu marotamente, pensará em diferentes maneiras de contar sua verdadeira história com Sirius aos filhos, e nada soara melhor do que uma carta, afinal, era muito menos constrangedor do que uma conversa cara-a-cara. Ainda sorrindo e feliz por sua recente descoberta a senhora levantou-se, quando uma tontura tirou-lhe os sentidos rapidamente.


 


E mais uma vez a lei natural da vida aplicava-se, Hermione Black ,finalmente, abrira os olhos, agora era hora de fechá-los, eternamente.

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