Papel e caneta - O começo

Papel e caneta - O começo



Papel e Caneta


 


          Durante muito tempo fui capaz de ser feliz. Eu era uma garota que sabia o que faria do meu futuro, sempre tive planos para uma vida esplendorosa, completamente cheia de sensações e emoções, pois uma garota rodeada de garotos atrapalhados e determinados é impossível não ser feliz.


         Tudo isso parecia um sonho eterno, mas não foi. Não sei realmente como as coisas caminharam até minha situação atual. Logo após ter sido premiada pelo Ministério da Magia como a melhor aurora do século escuto a pior noticia que eu podia receber. Fui informada da existência de uma profecia destinada a min que dizia o seguinte: “aquela que levar ao limite o filho do maior traidor deixara seu corpo a fim de que este possa ter uma segunda chance em seu viver e deixando em seus cuidados o seu legado a humanidade”. Quando soube disto fiquei assustada, pois não entendia o que isto tinha a ver comigo, mas percebi que caso a profecia fosse concretizada minha vida seria o preço a pagar. Comecei então a repensar na minha vida, nas coisas que tinha feito e nas que deixei de fazer, nas pessoas que deixei de amar e nas que me pediram perdão e eu não perdoei. Resolvi tentar concertar tudo que podia. Decidi ir morar com meus pais como uma simples trouxa, mas sem nada contar a ele do motivo, pensei que talvez sumindo do mundo bruxo esta profecia pudesse ser desfeita, mesmo q eu sinceramente soubesse que isso não iria acontecer. Estava desesperada em poder salvar minha vida.


          Naveguei por muitos mares para conseguir viver em paz nesse momento, e é com papel e caneta que vou registrar a história que um dia me pareceu uma maldição.





 


                            O Começo


 


Era um fim de tarde do mês de setembro, não havia vento, nenhuma só folha se atrevia a balançar, mais parecia um pacto feito entre todos os seres, pois tudo estava na mais completa calma. O tempo estava quente. O sol teimava, insistentemente, para não ir embora, talvez, quisesse ver a lua ou apenas não queria perder a majestade.


Não sei por que o sol é sempre o predileto de todos, prefiro a noite, a lua, as estrelas e o azul-escuro do céu. É nesse momento que podemos ser nós mesmos, que podemos chorar sem remorsos ou que podemos deixar nossos instintos aflorarem e pecarmos sem sermos julgados.


Eu acabava de ouvir a profecia oficial diretamente da sala de profecias do Ministério da Magia, pois ate então sabia apenas dos boatos. Meu desespero era tanto que eu não queria mais saber de nada, queria ir embora dali para qualquer lugar. Estava perdida em meus pensamentos e quando deu por mim estava sentada em uma mesa de um restaurante pequeno e tranqüilo. Foi à primeira vez, depois de muitos dias, que aparatei. Senti-me uma legitima bruxa outra vez.


O lugar estava quase vazio. Pedi a bebida trouxa mais forte que tivesse. Comecei a beber bastante, eu queria esquecer nem que fosse por pouco tempo, toda a minha vida. Bebi. Bebi. Bebi. Perdi a noção de quanto, já não estava me sentindo tão bem, estava tonta, eufórica, mas ao mesmo tempo tinha vontade de gritar, de amaldiçoar todos ali, de chorar mais e mais, como se cada lagrima minha fosse um mal que saísse do meu corpo. As coisas estavam começando a ficar um pouco embarcadas.


Neste momento percebi que na mesa a minha frente havia um homem alto, loiro, não devia ser muito mais velho do que eu, parecia bonito. Não sabia por que mais minha atenção estava naquele homem que o rosto eu não via direito, meus olhos estavam focados nele, eu o olhava sem nenhuma discrição.


Quando dei por mim ele estava pedindo licença e se sentando na cadeira a minha frente. Começamos a conversar, e quanto mais assunto surgia mais nos bebíamos. Ele propôs que saíssemos dali para um lugar melhor, e eu concordei. Fomos no carro dele. Para onde estava indo eu não sabia e essa era a minha menos preocupação naquele momento.


Um apartamento. Um belo apartamento. Era o mais belo q já tinha visto. Ele pegou minha mão e me levou ate o seu quarto. Beijou-me. Eram lábios calorosos, seguros, determinados, mas carentes. Senti seu corpo encostar-se ao meu, o calor da sua pele me aquecer, suas mãos passeavam levemente por meu corpo. Estava presa em seus braços, enlaçada por seus beijos. Não conseguia pensar. Não queria sair dali. Deixei-me levar, senti-me viva. Ele me amou como a maior de suas amantes e eu o amei com o mais profundo dos meus sentimentos.


 


 


O dia seguinte havia amanhecido bastante chuvoso e frio, a manha mais parecia noite de tanta nevoa. Como podia um dia fazer tanto sol e no outro tanto frio?


Os dois amantes ainda dormiam, mas logo logo iriam acordar e ver a realidade em que se encontravam.


-Ai minha cabeça – disse Hermione ao sentir as conseqüências do excesso de bebida – mais que lugar... Ah... – gritara e caíra da cama ao perceber que estava nua e q tinha um homem igualmente nu ao seu lado.


Seu grito fez com que o rapaz também se acordasse, mas este não parecia tão espantado com a situação em que se encontrava.


-Mais que droga. Para que esses gritos Granger.


E foi esse velho e antigo sorriso sarcástico que a fez vestir-se desesperadamente.


-Draco? O que... o que você esta fazendo aqui? – perguntou já sabendo a resposta


(Rindo)-Eu sabia que você não estava me reconhecendo, estava completamente bêbada. O que foi? Cansou da popularidade que ganhou do Ministério?


-O QUE VOCE ESTA FAZENDO AQUI? – gritava visivelmente angustiada


-Ah vamos la Granger, você consegue. Pense por um minuto só, saberá o que estávamos fazendo – disse Draco, e não controlando os risos – e não precisa me agradecer.


-POR QUÊ? - chorando


-Deixe-me ver – disse ironicamente – ah! Lembrei. Eu não tinha nada para fazer, você estava bêbada e disposta a tudo, então pensei: ela é uma sangue-ruim, mas seria uma vingança e tanto para aqueles amigos idiotas dela. E tenho que admitir você esta bem bonita comparada a dentuça cdf e era na época da escola. O que andou fazendo? Magia negra?


PAH!


-Sua doida!O que você pensa que esta fazendo? – disse Draco levando a mãe ao rosto – Isso dói saia?


Hermione continuava a tentar batê-lo de qualquer forma e em qualquer lugar. Tudo que ela queria era extravasar todo o ódio que sentia pelo garoto a sua frente.


-Protego – disse Draco quando finalmente alcançou sua varinha. A garota foi arremessada fortemente na parece, fazendo com que perdesse os sentidos por alguns momentos. Quando acordou estava novamente deitada na cama. Pensou que estivesse sozinha, mas pouco depois ela viu Draco com uma bandeja de café da manha. Com o olhar desconfiado de Hermione ele logo disse:


-Aqui vai minha primeira boa ação do dia – disse irônico – comida de graça para uma sangue-ruim faminta. Creio que você sabe o caminho de casa, por que não sei você, mas eu tenho mais o que fazer a ficar aqui de tempo perdido. Adeus – e aparatou.


Hermione ficou ali sentada na cama sem comer nem dizer nada, apenas sentindo. Sentia remorsos pelo que havia feito, mas também se sentia viva, sensação que não tinha há muito tempo. Sentia uma raiva crescente daquele garoto, mas ele também havia lhe trazido saudades dos tempos de escola. O desespero então começou a dominá-la. O que diriam dela? O que fariam seus amigos? Chamariam-na de traidora por ter dormido com um traído? E se ele contasse como ela poderia justificar o que havia feito? Foi então que todas essas dúvidas se reuniram em uma só reação: as lágrimas.

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