Nova Profecia
Capítulo V – Nova Profecia
NT: PdV de Harry
Corriam desesperados pelos corredores que levavam para a Torre Norte ignorando os resmungos e queixas dos quadros que enfeitavam o caminho. Até mesmo Sir Cadogan não foi capaz de tirar a atenção de Harry e Ron, brandindo sua longa espada e exclamando “Voltem e lutem cães covardes!”. Sir Cadogan perseguiu os garotos por 12 quadros, mas acabou desistindo, não agüentava mais correr com aquela pesada armadura.
- Não acredito! – exclamou Harry – Como podemos atrasar, ainda mais no primeiro dia?
- Eu ainda mato a Gina! – disse Ron aborrecido – O pior que a aula de adivinhação será com a morcega velha da Trelawney.
Desde o meio do ano passado, as aulas de Adivinhação eram dadas por Firenze, o centauro que salvara Harry há cinco anos atrás na Floresta Negra, pois a profª Trelawney havia sido demitida por Umbriadge. Neste ano, porém, Dumbledore a recontratou, mas ninguém sabia o real motivo para isso, uma vez que a maioria dos alunos e professores não acreditavam em sua capacidade adivinhatória.
Finalmente chegaram a sala da Torre Norte e como sempre estava mergulhada na penumbra e com o seu habitual cheiro adocicado. Como se não bastasse, a sala estava excepcionalmente quente nesse dia.
- Sr. Potter e Sr. Weasley, tenham a bondade de se juntar a nós - disse a professora com a voz etérea, mas carregada de censura – Aqui na frente, sim? – acrescentou, apontando para uma mesinha circular em frente de sua escrivaninha.
No meio das risadas abafadas e cochichos gerais, os garotos foram se sentar. Pareciam mortificados.
- Como estava dizendo meus queridos, devido aos acontecimentos fatídicos passados...... – dizia Trelawney e continuou seu discurso e aula.
Em dez minutos Harry olhava para o teto e Ron parecia apreciar o vôo de uma mosca que circulava pela bola de cristal colocada na mesa.
Uma sucessão de fatos ocorreu em menos de 3 segundos: uma forte rajada de vento adentrara na sala; várias bolas de cristais são lançadas ao chão; Lilá e Parvati gritam colocando as mãos nos olhos; vários alunos se levantam segurando a respiração e o fogo da lareira se extingue, tornando a sala muito mais escura do que já era.
- AIII ! – berrou Ron.
Harry virou-se imediatamente para o amigo e ficou sem ação para a cena que via. A profª Trelawney havia cravado suas longas unhas na mão direita de Ron. Estava com os olhos vidrados mirando para a janela onde, há poucos segundos, havia entrado aquela forte corrente de ar.
- Ele está entre nós..... – com a voz rouca, distante e sem emoção – com um especial talento e poder..... a chave lhe pertence.... o único que pode....... o inicio da queda do Lorde das Trevas..... – continuou a professora ainda em transe.
Harry já havia visto a mesma cena há três anos atrás, quando ela profetizava sobre o retorno de Lorde Voldemort.
- Me solta, por favor, está me machucando – chorava Ron.
As unhas de Trelawney entravam cada vez mais fundo na carne do garoto.
- Verdadeira coragem... os quatro pilares... sacrifício supremo será necessário – continuava a tresloucada professora.
- ME SOLTA, POR FAVOR – urrava Ron, caindo de joelhos e empurrando o banco coberto de chintz onde havia sentado.
Filetes de sangue percorriam pela mão do garoto.
Harry se levantou de seu banco para empurrar Trelawney ao mesmo tempo que queria ouvir o resto da profecia, pois sabia que era verdadeira, mas não podia suportar ver e ouvir seu amigo contorcer de dor.
Porém não precisou fazer nada, Sibila caiu de joelhos no chão soltando-o e com a expressão de quem acabara de acordar.
- O que aconteceu meu querido? – perguntou olhando para Ron, assustada – Porque está sangrando? – mirando para a mão do garoto e depois para a sala.
Todos estavam em pé, pálidos e assustados. Não havia reação alguma.
- Muito bem... não sei o que houve aqui, mas por favor recolham as bolas de cristais que, por algum motivo, estão jogadas no chão. – disse tentando deixar a sua voz mais etérea possível, mas sem muito sucesso, estava demasiadamente assustada também – Voltem a leitura do capitulo 2 “Viagens Astrais e suas interpretações”. E você Weasley, vá para a Ala Hospitalar cuidar desses ferimentos.
Ron colocou suas coisas na mochila o melhor que pode e saiu da sala. Ainda estava pálido com o que havia ocorrido.
Ao final da aula de Adivinhação, Harry rumou para a próxima aula, aliás a que menos gostava, de Poções. Descendo as escadas da masmorra pensava febrilmente sobre os acontecimentos na aula anterior. Não fazia o menor sentido aquilo tudo e seu desejo de ver o prof. Dumbledore crescia a cada minuto.
- Harry, espere! – exclamou Hermione, descendo as escadas – Que cara é essa? Onde está Ron? – perguntou.
- Ele foi ver Madame Pomfrey – respondeu -, mas está tudo bem, nada grave – acrescentou rapidamente ao ver a expressão assustada no rosto da amiga.
- Mas o que é que houve? – perguntou preocupada.
Por um instante Harry ficou medindo o quanto deveria falar sobre a predição da profª. Trelawney, pois Hermione nunca acreditara em tal coisa, mesmo porque ele não contara nada sobre a profecia guardada no Departamento de Mistérios.
- Mione, aconteceu algo na sala de Adivinhação... eu sei que você não acredita, mas... – sussurrando para a garota enquanto desciam juntos as escadas, quando foram interrompidos por um grupo da Sonserina, liderados por Draco Malfoy.
- Cadê o perdedor do Weasley, Potter? – levantando uma das sobrancelhas.
- Isso não te interessa, Malfoy – retrucou Hermione, apertando os olhos e rangendo os dentes.
- Péssimo hábito o seu Granger – virando-se para a garota com desdém – ficar se intrometendo em conversa alheia.
No momento que Hermione ia retrucar, Snape surgiu abrindo a porta com tamanha violência que todos em volta pularam para trás arregalando os olhos de temor. Pelo visto, Snape estava realmente de péssimo humor.
Harry e Hermione se sentaram, como de costume, na última carteira, mas não conseguiram conversar. Snape estava excepcionalmente insuportável, passava de cinco em cinco minutos na mesa deles crispando os lábios.
- Infelizmente – disse Snape, olhando furiosamente para Harry -, houveram mudanças nos regulamentos da Escola – caminhando agora para frente da sala -, como todos vocês ficaram sabendo ontem na cerimônia de abertura do ano letivo. – parou e virou para a classe em silêncio – Vou ter que aturar mais um ano essa turma.
“Porque não pede demissão?” pensava Harry irritado “Não seria uma grande perda. Iria sobreviver sem você”.
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Nota do Autor: É isso ai, mais um capitulo. Continuem lendo e por favor mesmo não deixando um comentário, mas se quiserem deixar eu ficarei bastante grato. Pode ser de tudo, desde críticas, dúvidas, sugestões e elogios também serão bem vindos. =D Bjos e abraços.
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