epílogo.







Epílogo.



 Marlene bebericou mais uma vez seu bloody mary, sentindo a bebida descer pela sua garganta como ácido, e sorriu levemente para o próprio reflexo atrás do balcão, satisfeita pela maquiagem escura e batom vermelho que havia escolhido. Aquilo estava chamando atenção, exatamente da maneira como havia planejado – mas é claro que seu vestido tubinho vermelho ajudou um pouco, e a escova rápida também.


 Um garçom perguntou se ela queria mais alguma coisa e ela murmurou “o mesmo”, e virou de costas para o balcão para ter uma boa visão do lugar. Era uma boate fantástica. Las Vegas nunca superaria lugar nenhum, mesmo. O bar era em um lugar meio elevado da pista, onde ela podia ver as pessoas aglomerando-se para dançar, pessoas de todos os tipos movendo-se num ritmo. As luzes coloridas piscavam loucamente e ela imaginou sua mãe entrando ali.


 - Por Deus, Marlene – ela havia gritado em seu ouvido na noite passada – Você quer me matar de vez? Deixe eu e seu pai no hotel e ficamos bem! – e nem mesmo foram até metade da taberna. Imagine ali.


 Ela passou as mãos pelos cabelos negros, jogando-os totalmente para trás e apoiou os cotovelos no balcão, tendo uma boa noção de como isso fazia seu corpo esticar-se pra frente e ressaltar seu decote. Um homem loiro que estava há tempos sentado em uma das mesinhas do bar não conseguiu disfarçar o olhar como estava conseguindo fazer antes. Ele ergueu uma sobrancelha e sorriu para ela, que repetiu o gesto, cruzando as pernas sugestivamente.


 O loiro ergueu o drink como se brindasse com ela, e Marlene apenas fez um gesto devagar com a cabeça, respondendo.


 - Hei! – alguém estava falando do lado dela.


 Ah, sim. Virou-se, sorrindo para a criatura de cabelos negros que havia acabado de se sentar no banco ao seu lado.


 - Oi – ele estendeu a mão, e ela apertou-a – Prazer. Como é seu nome?


 - Na minha terra, você falaria seu nome primeiro. – ela respondeu meio a contragosto.


 - Essa não é a sua terra, então? Você é da onde?


 - Manchester, Inglaterra, já ouviu falar? – “Caipira”, ela teve vontade de adicionar, mas preferiu continuar boazinha.


 - Ah, acho que já, não é a sua cidade que tem um time? Dahora! – ele fez um gesto realmente exagerado com os punhos pra cima.


 Marlene segurou-se para não revirar os olhos. Ela deu uma risadinha, afirmando, ao mesmo tempo que dava uma olhada no loiro do brinde. Ele a estava olhando estranhamente, quase como que se martirizando por ter demorado para ir falar com ela. Oops.


 - E você é de onde? – ela perguntou.


 - Sou de Nova York. – ele deu um sorriso enorme, revelando dentes brancos e bem enfileirados.


 - Hm, já ouvi falar dessa.


 O homem deu uma risada alta, mais do que a graça. Marlene novamente passou as mãos pelos cabelos, exasperada, e agradeceu ao garçom pelo drink que havia acabado de chegar.


 - Você tem brincos bonitos – ele estava falando.


 Ela levou uma das mãos para a orelha, tateando o brinco que havia colocado. Era uma argola grande salpicada de brilhantes. Agradeceu, agora sem humor algum.


 - É legal isso de você ser de outro país, não é? Acho que eu nunca conheci alguém estrangeiro, e aqui em Vegas eles estão chovendo, não é mesmo? Cara, é tã...


 - Ok – ela rendeu-se, interrompendo-o, e virou de uma vez só o líquido vermelho.


 - Ok... O quê? – quis saber o outro meio temeroso, observando enquanto ela tirava uma nota da carteira e colocava no balcão.


 - Fica com o troco – Lene falou para o garçom – Ok isso: você fez tudo certo, se aproximou, perguntou meu nome, onde eu moro, elogiou meus apetrechos. Mas não é assim como as coisas funcionam comigo, querido.


 E falando isso, saltou do banquinho e começou a ir em direção à escadinha que descia para a pista. Pouco antes de alcançá-la, o homem agarrou-a pelo braço e a fez virar de frente para ele. Marlene sentiu as pernas bambearem, como sempre sentia.


 - Ok, vou te falar uma coisa também, moça – ele começou, perto demais da boca dela – Eu não sei como fazem em Manchester, mas eu sou de Londres e é assim que as coisas funcionam na minha terra.


 E tomou os lábios dela entre os dele urgentemente. Marlene sentiu aquela sensação de estar andando em nuvens e correspondeu imediatamente enquanto passava um braço pelo pescoço dele e a outra mão se ocupava em seu peito, tentando sentir os músculos sob a camisa. “Por favor, que isso nunca passe”, pensou, enquanto sorria no meio do beijo e mordeu o lábio inferior dele para disfarçar, embora o sorriso que ele deu denunciou que ele havia percebido. Canalha.


 Quando se afastaram, ela o puxou para o banheiro feminino ali perto do bar, trancou a porta e tornou a beijá-lo fervorosamente. Ah, sim, aquilo era bom. Muito bom. As mãos quentes dele desceram por suas costas até alcançar suas coxas, e ele ergueu-a de modo que ela tivesse que se enroscar nele para não cair. E ela fez isso de muito bom grado, segurando-se nos ombros largos do homem.


 Ele começou a beijar seu pescoço enquanto ela enfiava as mãos por baixo de sua camisa. Exatamente como ela havia imaginado... Definidos e quentes, muito quentes. Ofegou quando ele desceu os beijos para seu decote, mordiscando sua pele, e suas mãos desceram do abdômen dele para a calça. Abriu rápido demais o zíper, assim como ele subiu rápido demais seu vestido e puxou rápido demais sua calcinha do seu corpo, fazendo-a em pedaços.


 Quando saíram, havia uma fila com uma dúzia de mulheres que ficaram cochichando enquanto ele ajeitava os cabelos para trás e Lene apenas sorria, ajeitando o vestido na altura do busto. Ele se ofereceu para levá-la embora: uma dama não deve andar por uma cidade tão perigosa como aquela sem companhia que preste. Marlene agradeceu e entrou no táxi que ele havia conseguido fácil demais na rua.


 Ele também pagou a corrida e desceu com ela para acompanhá-la até a porta do seu apartamento. O caminho até lá foi silencioso, e Marlene segurava com vontade de rir às vezes. Quando chegou ao número certo, ela se virou e falou:


 - Bem... Chegamos.


 - Então, é aqui que você está hospedada?


 Os lábios dela se projetaram em um sorriso carinhoso enquanto se aproximava, já erguendo uma mão para acariciar a nuca dele ao mesmo tempo em que sussurrava:


 - É aqui que você está hospedado também, Six.


 As mãos dele a puxaram pela cintura enquanto ele sorria também. Os olhos cinzas estavam tão brilhantes que Marlene teve vontade de ficar ali encarando-os o resto da noite. Essa vontade passou rápido quando ele murmurou:


 - Que sorte a minha – e sugou os lábios dela. Então ela riu, enquanto ele a pegava no colo e abria a porta do apartamento, levando-a para dentro. – Dois minutos e aquele loiro estaria matando encima de você. – ele comentou enquanto a colocava no chão, já no quarto. – Ele só podia ser cego por não ter visto a aliança. Ou você a escondeu?


 - Não preciso falar nada sobre aquela gigante, né? – ela retrucou, tirando os sapatos de salto e jogando-os por ali – Quer dizer, ela só faltava ser verde e eu a confundiria com... hum, o Hulk?


 Sirius riu alto e tirou a camisa.


 Marlene mordeu o lábio inferior enquanto apreciava a visão, e um pensamento metaforicamente promíscuo surgiu em sua mente:


 Ah, Las Vegas.








 


_______________________________________

n.a: gente, eu não sei o que dizer. não sei se o epílogo ficou bom, mas eu não conseguia simplesmente parar numa idéia e deixá-la fluir quando essa idéia significaria literalmente o fim aqui. inspirem em "Surpresas do Amor", um filminho romântico de Natal novo com dois atores famosos que poderiam ter feito filmes melhores, falei - haha. e propaganda de leve! da minha nova short SM http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=36437 Close your eyes. de novo muuuuito obrigada a todo mundo que comenta aqui, adquiri um carinho especial por vcs! beeeeeijos e fim.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Ana B. Black

    preciso dizer que salvei tudo pra ler no serviço? haha  apaixonante! e sirius, mais irresistível do que nunca! Parabéns!

    2012-01-09
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.