nono.
9
Quando a ruiva foi embora do apartamento, Lene se viu sozinha com as malas vazias – porque Lily insistira em ajudá-la a arrumar tudo enquanto escutava os detalhes e contava as novidades da cidade – e jogou-se na cama, deixando a maciez do colchão novo acariciar seu corpo de forma quase promíscua. Ah, o lar. As coisas sempre pareciam mais claras ali, no apartamento dos McKinnon onde ela morava quando não estava noiva.
E Lene não soube se isso foi exatamente bom, porque, com um assomo estarrecedor, descobriu-se pensando no que raio Sirius estaria fazendo naquele momento. Se ele teria ficado chocado quando voltara, na calada da madrugada, para o apartamento e encontrara apenas um bilhete ‘Obrigada pela hospedagem, MM.’, ou se havia entendido, dado de ombros e voltado para o térreo para transar em uma das jacuzzis do dono do prédio. Maldito.
Fechou os olhos com força enquanto tentava repelir as lembranças. Tudo havia sido tão quente e natural. Os beijos incansáveis, a forma como o seu corpo se movia contra o dele, os gemidos, as mordidas, os arranhões. Tinha certeza que o corpo dele devia estar marcado por ela, trilhas de vermelho que suas unhas haviam causado. Aquele corpo.
De uma forma estranha, ela constatou que não era só desejo. Porque não estava sentindo falta apenas dos momentos carnais. Era da sensação que tinha quando ele respondia suas provocações, quando ele a abraçava carinhosamente ou quando beijava seu rosto como se ela fosse frágil demais. Do jeito gentil de tratá-la e da sinceridade nas opiniões, até dos ciúmes que ele demonstrava sem perceber. Sentia falta de compartilhar o mesmo estilo de vida.
- Ah, isso é uma merda – murmurou para si mesma enquanto se levantava.
Depois de tomar um banho, secar o cabelo e vestir-se para uma noite de recuperação da ressaca da outra semana toda, e depois de ligar para sua mãe e conversar horas até que ela se convencesse que Lene precisava mesmo descansar e que poderiam continuar a xingar juntas toda a família Diggory outra hora, ela ligou a TV e devorou dois pedaços de pizza congelada que Lily havia arrumado no mercado ali perto. Quando finalmente viu-se entediada e sem nem um pingo de sono, olhou para o telefone. Sete mensagens gravadas.
As duas primeiras eram de seu pai e mãe, antes de saberem da viagem. A terceira de Lily, a quarta de James, e a quinta e sexta de Amos. O conteúdo era simplesmente dramático demais para ser reproduzido. A sétima foi a mais recente e interessante de todas, e ela teve que repeti-la diversas vezes até apagá-la da memória – do telefone, claro.
- Lene? Esse ainda é o seu número? Ah, que porra eu estou fazendo. Você fez uma sacanagem de merda indo embora deixando apenas um recado calculista. Te deixo na rua, da próxima vez. Os planos mudaram e estou voltando para Londres essa semana, e realmente acho que a gente deveria conversar... aproveite, você sabe o que significa quando eles ligam de volta. Bem, esse foi o Sirius. Talvez eu te veja. Beijo.
- Desgraçado. – murmurou baixinho antes de clicar para apagar todas.
Sentiu o coração bater idiotamente rápido. Estava acontecendo muito, e não havia bebido e nem fumado o dia todo. E nem tentada a fazer isso. Porque só conseguia pensar em Sirius, mesmo, e em tudo o que havia acontecido em Vegas entre eles. Todos aqueles momentos de cumplicidade, e depois quando eles finalmente se enroscaram e...
O que ele quisera dizer com “talvez a gente se veja”? Ele só podia estar de brincadeira. Ela sabia muito bem o que aquilo significava – eles iam se ver com certeza. Linguagem masculina com ajuda da psicologia reversa. Lene tinha suas dúvidas sobre querer vê-lo.
Estava em Londres. Seu lugar, onde tudo se encaixava. E havia uma imensa possibilidade de a sua vontade de socar Sirius ser tão imensa ao vê-lo e realmente acontecer. E aquela ligação, como se ele não tivesse dormido com outra, era realmente patética.
- Mas eu sou mesmo ridícula – falou baixinho pra si mesma enquanto saltava do sofá – Nós nem estamos tendo um relacionamento sério. Ridícula.
Trii. Trii. Trii.
Parando com a porta da geladeira aberta, ela encarou entediada o interfone tocando com luzes verdes. Seu olhar desviou para a sacada e ela pensou em dar uma espiada para conferir se era sua mãe, mas estava tudo escuro e ela não pôde identificar qualquer alma viva no portão de entrada.
- Sim? – atendeu, ligeira.
- Você. – uma voz enérgica encheu-lhe os ouvidos.
Suspirando, ela encostou-se na parede enrolando o fio do telefone nos dedos.
- O que você quer?
- Subir aí, oras.
- E qual seria o motivo?
- Bem, você está aí encima.
- Você por acaso sabe que horas são, Dorcas?
- Minha linda, Lily já me fofocou que você voltou e tem mil novidades. Eu quero subir pra saber!
- Tem noção de que eu quase tive um troço achando que era o Sirius?
Uma pausa. Lene bateu com uma mão na testa.
- Porque o Sirius viria a essa hora no seu apartamento? E porque você teria um troço com isso??? Aaaaah, abra logo essa joça, Lene!
Lene riu e discou uns números, e depois desligou o telefone. Dorcas apareceu na porta com um sorriso imenso estampado no rosto de porcelana, e pulou em Marlene em um abraço forte. Ela riu enquanto trancava a porta e depois seguiu Dorcas até o quarto. A loira já estava jogada em sua cama, sem os sapatos.
- Folgada. É sábado à noite. Não tem programações com o seu namorado?
- Remo me expulsou de lá por um tempinho – ela falou – Eu quase matei o peixe dele de intoxicação. Quer dizer, quem poderia me dizer que peixes não comem alface? Não mandei ele viajar e deixar aquela gosma laranjada comigo, eca.
- Ele te expulsou por causa disso? – Lene sentou-se na cama ao lado da outra.
- Na verdade ele foi em algum plantão veterinário... e eu fugi. – Dor piscou um olho, travessa. – Agora, comece a falar.
Marlene suspirou enquanto pensava na melhor parte para começar o relato. Bem, foi difícil escolher a melhor.
-
Dorcas acordou alvoroçada no outro dia – como sempre acordava. Era cedo, e Marlene podia ouvir a cantoria da amiga enquanto escovava os dentes, o cheiro de bacon e ovos perfumando o ar deliciosamente. Com os cabelos negros presos no alto, um short curto e uma camiseta larga, Lene saiu do quarto, sentindo-se bem disposta. Era domingo e as ruas movimentadas que eram perpendiculares ao seu apartamento estavam ligeiramente quietas.
- Bom dia, raio de sol – Lene beijou a bochecha da loira, que dançava ao ritmo de uma música que tinha acabado de ligar no rádio trouxa.
- Bom dia!
- Sabe, agora eu entendo o Remo ter te expulso. – ela riu, vendo a amiga dançar.
- Ah, animação! Hoje é domingo e nós não estamos de ressaca e nem com namorados ou noivos ou idiotas que nos traíram! AUCH! – Dorcas berrou quando queimou a ponta do dedo na frigideira.
Marlene ajudou-a com uma poção. Nem tinha percebido que tinha um sorriso distante estampado no rosto enquanto avaliava a mão da loira.
- O que foi, retardada? Eu sei que meus dedos são lindos.
Rindo, respondeu: - Não, é só que... ah, Deus. Isso me faz lembrar o Sirius. O retardado queimou a mão com uma lasanha que eu tinha acabado de tirar do fogo em Vegas.
Dorcas ergueu uma sobrancelha significativamente, mas Lene ignorou enquanto terminava o café da manhã que a amiga começara a preparar.
- Huh, Sirius, Sirius... estou sentindo cheiro de sentimento no ar?
- Ah, não me enche, Dor.
- Você não costumava sorrir como uma bobona quando falava de Amos.
- Eu costumava fazer caretas.
- Nós sabemos como ele era mau – elas riram – Ok, mas sério. Ele mexeu com você?
- Mexeu, sim. Ele costumava ficar enrolando o meu cabelo nos dedos e me abraçar de um jeito estupidamente carinhoso, sabe, ou dar socos fracos no meu ombro, coisa que aprendeu comigo, e...
- Ah, cale a boca, você sabe do que eu estou falando.
Lene ergueu os olhos pra ela. Os escuros da amiga perscrutaram os seus, procurando vestígios das respostas que estava querendo, mas ela desviou – Dorcas era bem capaz de achá-las quando ela mesma estava na dúvida. Se tivesse certeza que nada havia mudado dentro de si por causa daquele homem, manteria o olhar firmemente. Mas sabia que havia acontecido alguma coisa. Alguma coisa que a fazia ter saudades daquelas noites de conversas idiotamente profundas e cínicas e provocantes. Saudade do contato.
- Oh, Deus – Dorcas tampou a boca com uma mão, chocada, entendendo – Você está apaixonada por ele.
- Não estou, está bem? – ela mexeu nos cabelos nervosamente enquanto procurava pratos e xícaras – Eu só não sei. Foi tudo tão rápido que é capaz de eu estar sendo tão... infantil, por querer que tivesse durado mais.
- Não é infantil, Lene. Deve ter sido bom pra você desejar isso.
As porcelanas fizeram um pequeno estrépito ao tocarem o mármore do balcão.
- Ok, foi bom e quente e ele foi gentil demais por ser quem é, mas Dorcas, ele é Sirius Black e eu sou...
- Ah, de novo essa história não – a outra comentou com um suspiro, jogando-se em um banquinho.
- Quer dizer, nunca daríamos certo. Nem se tentássemos. Isso é ridículo. Lílian estava certa sobre o que disse que nós dois não agüentaríamos sem se matar ou dormir juntos. Eu não deveria nem ter procurado por ele para me ajudar. A gente sempre foi inconseqüente demais e ainda... arght. – soltou uma exclamação, impaciente.
Dorcas a fitou, pensativa.
- Uma moeda pelos seus pensamentos – Lene disse de uma maneira divertida.
- Ele mexeu com você, sim. – ela respondeu, simplesmente – Isso está tão na cara que é impossível que não esteja vendo, Lene.
- Ele mexe com todas as mulheres. – ela resmungou de volta, servindo os pratos.
- Não podemos negar que ele nunca foi do tipo... seriedade total. – Dor começou a comer, rápida.
Lene riu alto e começou a comer também. Estava se sentindo estranha, como se uma parte dela estivesse lutando ardentemente para negar qualquer conclusão de Dorcas, e outra parte soubesse piamente que a amiga a conhecia bem demais para não ser verdade.
- Ele ligou? – a loira perguntou, interessada.
- Como? – Lene quase engasgou.
- Ele ligou? Você disse que tinha ido embora sem ao menos olhar pra cara dele ou avisar. Isso deixaria alguns homens sem rumo.
- Sirius Black é um cachorro, não um homem normal.
Dorcas levantou as duas sobrancelhas, esperando pela resposta de sua pergunta. Depois de um tempo, Marlene largou os talheres no prato e suspirou:
- Ok, ele ligou!
- Oh Meu Deus! – ela riu, animada – Talvez alguém esteja tomando jeito por aqui. O que ele disse? O que você respondeu?
- Ah, disse umas coisas. E eu não respondi.
A loira ficou boquiaberta.
- Como é?
- É. E nem vou responder.
- E porque diabos não?
- Bem, se não percebeu, eu estou muito confusa agora. Gostaria que tudo se esclarecesse na minha cabeça antes de tornar a olhar aquele safado de novo, porque eu não sei bem do que sou capaz.
- Não pensou ainda que talvez olhá-lo seria uma boa oportunidade de esclarecer as coisas?
- Não, isso só me deixaria mais aturdida.
Dorcas parou de mastigar e a sua expressão ficou indecifrável. Ela piscou rapidamente, absorvendo a resposta de Marlene, que ficou imediatamente mais confusa ainda pela reação da amiga.
- O que foi, estranha?
- Ah, Marlene. – ela apenas meneou a cabeça – Você vai ter que descobrir sozinha.
Então, o telefone começou a tocar. Lene, que havia começado a rir, sem entender nada, suavizou a expressão e encontrou o olhar curioso de Dorcas. Nenhuma delas se mexeu até que a ligação caiu na secretária.
- Marlene? Aqui é o Remo. – Lene suspirou de alívio enquanto Dorcas fez uma careta, ao mesmo tempo com um brilho no olhar – Por acaso tem uma loira invadindo a sua casa? Dorcas sumiu ontem e eu não sei mais onde procurar. Aliás, nem deveria procurar, ela quem simplesmente foi embora. De qualquer maneira, se souber de alguma coisa, pode me ligar? Vou esperar notícias. Até mais.
Os olhos de Dorcas estavam marejados quando Lene encontrou-os com os seus.
- Ele ficou magoado – a loira falou baixinho com a voz embargada. – Eu achei que ele fosse... Levar na esportiva. Ah, eu só faço burrada!
- Pelo menos não foi o Sirius quem estava ligando de novo – a outra respondeu.
- Mas que ingrata eu sou! – ela continuava a se martirizar – Eu vou até lá. E nem por ironia do destino pense em ligar pra ele, ok? Vou fazer uma surpresinha.
Dorcas saltou do banquinho e foi até a sala. Lene estava enfiando uma garfada de ovos fritos na boca quando ela voltou mexendo no celular, com a bolsa pendurada no ombro.
- Onze chamadas não-atendidas. – ela suspirou com uma expressão penalizada – Que tipo de monstro eu sou que arruma um namorado que liga onze vezes pra você, preocupado, e até pras suas amigas, mesmo quando foi você quem desapareceu, e ainda o maltrata?
- Do tipo louca? – arriscou a outra, erguendo o garfo de maneira sugestiva.
- Ligue pro Sirius – Dorcas apontou ameaçadoramente para ela – Ele te ligou uma vez e você tem sorte por causa disso.
- Sirius me chifrou no primeiro dia de... seja lá o que nós tivemos, Dorcas – ela disse bem calmamente – Eu não vou ligar pra ele.
- E se ele ligar de novo?
- Huh, duvid...
Então o telefone começou a tocar novamente. Ah, sinceramente, eram oito e quinze da manhã! Quem receberia tantas ligações a uma hora dessas no domingo? Apesar disso, seu olhar caiu diretamente em Dorcas, que arregalou os olhos, ansiosa. Novamente esperaram até a ligação cair na secretária.
- Marlene? – dessa vez era aquela voz macia, meio hesitante, o que fez arrepiar a espinha de Lene – Ah, vamos, eu sei que você está aí.
Dorcas, que antes parecia paralisada com o celular no ar, fez um movimento brusco que assustou a outra, começando a correr na direção do telefone. Marlene conseguiu segurá-la alguns segundos atrasada demais.
- Alô? Não, Sirius, aqui é a Dorcas. – a loira tinha um sorriso enorme no rosto. Ela gargalhou de alguma coisa que ele disse e continuou: - É, eu sei. Estou bem e você? Sim, ela está bem na minha frente.
Marlene sentiu ganas de apertar o pescoço de Dorcas entre os dedos enquanto espreitava na direção dela, raivosa.
- Sim, já passo pra ela. – respondia a outra alegremente no telefone, como se não estivesse sendo ameaçada.
Lene se afastou com os braços cruzados, fazendo uma pose de quem não atenderia o telefone por nada. Dorcas tampou por onde se fala no telefone e começou a fazer gestos para ela. Vendo que não dava em nada, a loira voltou a falar:
- Hm, acho que você vai ter que vir aqui pra falar com ela, Sirius. – disse.
A morena revirou os olhos e fez um gesto de impaciência na direção do aparelho. Dorcas, sorridente e saltitante, foi até ela.
- Sim? – atendeu, mau-humorada, virando-se de costas para a amiga.
- Você é uma mulher bem difícil de se encontrar. – ouviu aquela voz provocante.
Sentiu alguma coisa remexer dentro de si e percebeu que seu coração havia começado a bater estupidamente rápido. Suspirou, alarmada com aquilo. Não!
- Talvez eu não queira ser encontrada – respondeu num tom cínico.
- Eu sei que você quer que eu te encontre, querida. – ele deu uma risada.
Lene sentiu o rosto arder e Dorcas, que havia disparado na frente dela, franziu as sobrancelhas com um sorrisinho irônico. Ela nunca havia visto Marlene corar por algo que um homem estava falando.
- Você é bem convencido.
- Eu tenho os meus meios... E você sumiu.
- Sim, sumi.
Sirius falou alguma coisa, mas Lene estava tentando entender as mímicas engraçadas que Dorcas estava fazendo, pulando no tapete fofo. Revirou os olhos e clicou no viva-voz quando entendeu.
- ... motivos pra isso.
- Pode repetir? Não ouvi porcaria nenhuma do que você falou agora.
Sirius suspirou do outro lado da linha. Parecia muito mais real com a voz dele daquela altura.
- Por que você fez isso de ir embora?
- Eu resolvi meus problemas e não tinha mais motivos pra ficar aí, certo?
- Marlene...
- Por que está me ligando?
- Eu quero sair com você.
A resposta ardida se perdeu na mente de Lene, enquanto ela olhava para Dorcas sem acreditar. A amiga tinha um sorriso de todos os dentes enfileirados e brancos demais que parecia ter ganhado milhões de galeões em um sorteio. Não soube o que responder. Por cinco segundos, pelo menos, um silêncio estranho reinou na cozinha. Então Dorcas começou a fazer uma dança da vitória que fez Marlene acordar do transe.
- Como é? – perguntou.
- Você quer jantar comigo? Reservei uma mesa em um restaurante que eu sei que você vai gostar.
- Sirius, você quer sair comigo? Por quê?
A loira na sua frente fez uma grande encenação de descrença enquanto revirava os olhos.
- Oras, você sabe por quê. Nós temos que conversar sobre o que aconteceu em Vegas.
- E se eu não quiser conversar?
- Então podemos apenas jantar. – respondeu, cínico.
Lene revirou os olhos.
- Não estou muito a fim de fazer isso. – murmurou, pensando se ele não tinha mesmo a mínima idéia de que ela o vira praticamente devorar Anne antes de ir embora. E se ele tinha uma noção de que esse, no fundo, fora o motivo da volta.
- Qual é, Lene. Não seja tão cabeça-dura. Você sempre foi aberta para o que quer que fosse, apenas me ouça. E... eu meio que sei que você sabe – ele leu seus pensamentos ali.
- Você sabe o que eu fiz da última vez. Qual é o segredo? – ela disse, referindo-se ao caso de Amos e ao modo como ela havia encarado as coisas.
- Está mesmo me comparando a Amos Diggory, Marlene? Nós realmente precisamos conversar.
Dorcas estava desesperada nos gestos positivos que fazia. Marlene ficou imaginando como ela se sentiria se Remo simplesmente beijasse outra na sua frente. Ah, mas o que eu estou fazendo. Dorcas ama Remo. Eu não... MERDA!
- Sirius, eu não...
- Eu te busco... às oito. Não vou fazer nada que você não queira.
A mulher suspirou, passando as mãos pelos cabelos. Dorcas havia parado de fazer gestos e agora a observava com receio. Lene estava realmente confusa. Seu coração nunca havia batido tão rápido apenas por uma voz. Uma voz quente. E ela podia se lembrar da sensação de tê-la ao pé do ouvido, acompanhada de palavras provocantes e do calor dos braços fortes e...
- Por favor. – ele falou. Parecia ter lutado para dizer aquilo.
Marlene precisava descobrir o que estava acontecendo. Por quê aquilo estava acontecendo dentro dela.
- Tudo bem. Mas eu escolho o lugar. – emendou rapidamente.
Dorcas socou o ar, feliz.
- Ok, querida, como você quiser... Às oito está bom pra você?
- Oito e meia. E não se atrase.
- Por nada no mundo. Até mais, então. Beijo.
- Até mais. – desligou o telefone – Sem beijo. – disse à Dorcas, que riu alto.
- Aaaaaaah, que fofo! – a loira a abraçou forte – Depois você me liga e conta todos os detalhes, ok? Eu não sei por que, estou sentindo como se isso fosse realmente certo, Lene. Torço pra que tudo fique bem. – ela segurou as mãos da amiga.
A morena sorriu para ela. Dorcas e sua sinceridade. Isso tinha sido tão crucial para a amizade delas – o jeito dela encarar a vida e falar na telha o que estava acontecendo, sentindo e planejando. Por isso ela e Remo davam tão certo, mesmo a loira sendo tão impulsiva.
- Vá embora antes que o seu namorado perfeito te troque pelo Nemo, Dorcas. – Lene riu.
Dorcas mostrou a língua para ela enquanto puxava a bolsa para o ombro, e saiu pela porta. Marlene ouviu um “click” de aparatação no corredor e soube que a amiga devia estar com Remo agora, e que ele a perdoaria por qualquer coisa.
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n.a: meus liindos, here I am ;) é, eu sei, esse capítulo foi basicamente uma relação Marlene/Dorcas e eu me senti envergonhada. se vocês quiserem odiá-lo, podem fazer isso. (dã pra miim! hahaha) então, só pra fazer uma props básica, eu postei duas shorts novas *--* uma SM e outra RE, se quiserem dar uma passada... enfim, respondendo brevemente os comentários :) OBRIGADA gente, tô mt feliz que eu passei no vestibular tb hahaha sem palavras pra agradecer, sério! e putz, o Sirius foi um total cachorro no outro capítulo, mas .. será que ele vai se redimir? só lendo pra saber! hahaha ah gente, eu tô mesmo com uma pta preguiça de responder tudo, então.. obrigada por todos os comentários e continuem comentando nesse, people! :D tô achando que eu vou postar o próx. mais rápido, e só pra fazer uma pressãozinha, ele vai ser o último :X já sinto saudade disso aqui. beijo beijo! Nah Black.
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