Um presente especial
N/A: Olá! Não vou me estender aqui porque o capítulo é ENORME e não quero que se cansem... Se ainda tiverem paciência leiam as considerações ao final. Beijos.
Capítulo XXII
Um presente especial
Na segunda-feira após o fim de semana da visita à Hogsmeade, Minerva McGonagall se reuniu novamente com Rony e Hermione pela manhã, antes das aulas começarem, a fim de combinar mais alguns detalhes sobre o jogo da festa da Grifinória. Rony já estava a par do que se tratava, pois Hermione tinha muito formalmente lhe explicado a idéia geral no dia anterior. Apenas na condição de MONITORES, como o ruivo tinha deixado claro em uma ocasião passada e a garota fez questão de não se esquecer.
-Mas professora McGonagall, eu pensei que seria a Sra. a dar o aviso à escola... – disse Hermione cuidadosamente, embora seu tom fosse lamentoso.
-Srta. Granger, as festas e os jogos nelas contidos são inteiramente responsabilidade dos monitores e eu penso que o Professor Dumbledore tenha deixado isso muito claro na ocasião em que informou sobre as festividades. – respondeu a professora num tom eficiente e que não dava espaço para discussões.
-Isso quer dizer que NÓS teremos que interromper o almoço e dar o aviso à escola inteira? – perguntou Rony aterrorizado.
-Exatamente, Sr. Weasley. – disse McGonagall. – Já comecem a demonstrar a característica de sua Casa desde hoje: Coragem.
Hermione suspirou e arriscou um olhar de esguelha à Rony, que parecia querer que um buraco se abrisse no chão e o engolfasse.
-Eu farei isso, professora. – afirmou Hermione, repentinamente decidida. – Afinal, essa foi minha idéia: demonstrarmos a coragem para se expressar.
-Muito bem, Srta. Granger. Faça isso hoje quando a escola se reunir para o almoço, eu lhe darei o sinal de que chegou a hora. Dê-lhes o prazo máximo até sexta-feira para que se inscrevam e não se esqueça de lhes explicar todos os pontos principais.
-Certo. – concordou a garota.
-A reunião está encerrada, sugiro que se apressem para o café ou se atrasarão para a primeira aula do dia. – falou a professora se levantando e segurando a porta de sua sala aberta para os garotos passarem.
Rony e Hermione seguiram calados pelos corredores em direção ao Salão Principal. O ruivo observava a menina ao seu lado com o canto dos olhos e sentia seu coração pesar cada vez mais. Como poderia uma pessoa estar tão perto e ao mesmo tempo tão distante? Como no mundo, ele, Rony Weasley, tinha acabado caindo na Grifinória, se era um covarde que nem mesmo tinha coragem para pedir perdão à garota mais importante de sua vida? Coragem para se expressar. Esse era o lema da idéia proposta por Hermione para o jogo. E era nisso que Rony teria que se concentrar: encontrar esse mesmo lema dentro de si. E consertar as coisas. Poderia ser difícil, mas mais difícil era continuar assim, longe de Hermione. Difícil não, insuportável. Parecia que a distância só fazia agitar mais ainda a maré de sentimentos que ele levava em seu coração. Está certo que seu coração nunca se comportou como um mar calmo quando se tratava dela, mas no momento ele estava se comportando como um oceano agitado e perigoso. Ou pior, seu coração estava vivendo um maremoto. Afinal de contas, a distância diminui as pequenas paixões e aumenta as grandes, da mesma forma como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras.
As aulas da manhã tinham finalmente terminado e o Salão Principal começava a se encher para o almoço. Hermione sentia-se agitada e apreensiva, quando, sozinha, buscou um lugar afastado à mesa da Grifinória e olhou ao redor em busca da professora McGonagall. Logo a encontrou, entrando no Salão e lhe fazendo um sinal que lhe acompanhasse. A garota tomou uma respiração funda e fez como o indicado, caminhando apressada na direção da mesa dos professores.
-Preparada Srta. Granger? – perguntou McGonagall assim que Hermione se aproximou. A garota acenou com a cabeça e a professora bateu com uma colherinha numa taça de cristal, fazendo um tilintar e chamando para si a atenção dos presentes:
-Atenção aqui, por favor. – falou ela, fazendo que todos se calassem para ouvir. – A Srta. Granger precisa dar uma palavrinha à vocês.
As atenções e os olhos de todo o Salão miraram Hermione, que primeiramente empalideceu para logo depois corar loucamente. A professora McGonagall lhe deu um breve aperto em seu ombro, como se para lhe dar força e Hermione começou a falar, muito timidamente:
-Er... bem, bom dia.
Houve alguns murmúrios de resposta, aos que ela continuou:
-Como vocês sabem, a próxima festa que haverá na escola será promovida pela Grifinória e é sobre isso que quero lhes falar. A Grifinória é a casa com a característica da coragem e é nisso que nós, o Weasley e eu, baseamos o jogo.
Rony, que encarava Hermione sem piscar, baixou os olhos para o prato e engoliu com força, na tentativa de desfazer o bolo que se formara em sua garganta ao ouvir a garota se referir a ele como “o Weasley”.
-Na verdade, esse jogo será um pouco diferente de todos os outros que já tivemos até aqui. Não haverá competição por pontos e a professora McGonagall já concordou com esse fato... – continuou ela dando um olhar à professora. – Será de fato, algo como uma confraternização... Mais uma vez, como ocorreu na festa da Lufa-Lufa, se trata de uma tradição trouxa.
Muitos resmungos e sussurros correram pelo salão e uma voz arrastada se sobressaiu sobre as outras:
-O que mais poderia se esperar de uma Sangue-Ruim?
Rony lançou um olhar assassino na direção de Malfoy e fez menção de se levantar, mas sentiu seu braço sendo apertado por Harry. Dumbledore e os demais professores (com exceção talvez de Snape) miraram a mesa da Sonserina com desaprovação. Hermione, por sua vez, fingiu não ouvir e prosseguiu a explicação:
-O jogo em questão possui vários títulos, como “Amigo Invisível”, “Amigo Secreto” ou “Amigo Oculto”. Ele funciona da seguinte maneira: os nomes de todos os participantes são escritos em um papel e logo depois é realizado um sorteio. Cada pessoa sorteará um dos nomes e manterá isso para si. Assim, no dia da festa da Grifinória acontecerá a revelação, ou seja, cada um irá revelar quem é a pessoa a qual sorteou, o seu amigo invisível. Durante essa revelação cada um deverá falar um pouco sobre seu “amigo invisível”, e é aí que entra a questão da Coragem. Coragem para se expressar, é nisso que se baseia o jogo da Grifinória.
Mais uma rodada de murmúrios encheu o Salão, na qual Hermione trocou incomodamente sobre seus pés antes de finalizar:
-Mas o jogo não acaba aí. – disse ela ainda timidamente. - Logo que a pessoa falar sobre seu amigo invisível e revelar o seu nome, ela deverá lhe dar um presente...
Os alunos voltaram a falar, dessa vez mais urgentemente e claramente mais excitados.
-Aqueles que desejarem participar devem procurar a mim ou ao Weasley, os monitores da Grifinória, até o prazo máximo de sexta-feira, o dia no qual será realizado o sorteio. A professora McGonagall gentilmente concedeu àqueles que forem participar o direito de irem ao povoado de Hogsmeade no sábado para comprar o presente do seu amigo invisível. É só isso, obrigada.
Hermione abaixou a cabeça e suspirou aliviada. Falar em frente a uma multidão não se provou ser fácil. Recebendo os sorrisos aprovadores dos professores, a garota caminhou lentamente de volta ao seu lugar isolado à mesa da Grifinória, onde uma multidão de empolgados alunos já a esperava para se inscreverem. Dando uma olhada ao redor, Hermione notou que outra multidão cercava Rony também, que parecia perdido e desesperado. Os olhos de ambos se encontraram e o ruivo tentou um sorriso minúsculo com o canto dos lábios, que Hermione hesitou, mas acabou devolvendo.
“APENAS como MONITORES.” - ela não deixou de se lembrar, embora seu coração saltasse tão ferozmente como trapezistas numa noite de apresentação.
E ela não sabia, mas o coração do ruivo agia da mesma forma.
Quando a sexta-feira chegou, praticamente toda a escola (com exceção dos alunos mais novos) tinha se inscrito para a brincadeira do “Amigo Invisível”. Agora, a multidão infindável dos participantes se encontrava espremida no saguão de entrada, lugar onde Rony e Hermione tinham marcado para a realização do sorteio.
-Ronald, você poderia POR FAVOR ajeitar essa fila. Se todas essas pessoas não se organizarem não será possível realizar esse sorteio! – falou Hermione, ligeiramente histérica, de pé encostada à uma das paredes do saguão e segurando uma bolsinha de couro contendo os nomes dos participantes do jogo. Rony reprimiu uma careta e saiu em direção à massa de alunos.
-Façam fila, por favor! – falou ele impaciente. – Fila, façam fila!
Mas os estudantes se empurravam e se espremiam, cada um parecendo mais ávido para ser o primeiro a sortear um papel e sair logo daquele tumulto. Os sonserinos se agitando e empurrando os outros de propósito.
-VOCÊS ESTÃO SURDOS?? – berrou o ruivo mandando as boas maneiras às favas. – FAÇAM FILA!!!
As pessoas pareceram se sobressaltar com o berro e, devagar, começaram a se organizar.
-Você precisa de uma mãozinha, Mione? – perguntou Gina se aproximando do lugar onde a outra garota se encontrava, desesperada e à beira das lágrimas.
-Ah, Gina! – falou ela numa voz aguda. – Isso não está dando certo! Oh não, não... Vai ser um fiasco! – completou limpando as gotinhas de suor da testa nervosamente.
-Acalme-se Mione. – pediu a ruiva meio risonha devido a histeria da amiga. – No que eu posso ajudar?
-Você poderia ajudar o Ronald a organizar essa fila? – indagou ela esfregando as mãos e observando Rony, que agora puxava o braço de um menino que tentava furar a fila e o colocava bruscamente no final da mesma.
-Deixe comigo. – respondeu a ruiva retirando a varinha de dentro das vestes e caminhando a passos largos para perto do irmão.
-Ei! Alguém de vocês já foi atingido pela Azaração para Rebater Bicho-Papão? – gritou a ruiva, fazendo todos pararem para encará-la. – Quem quiser experimentar a sensação é só furar essa fila! – completou ela, seus olhos brilhando perigosamente.
Rony riu e balançou a cabeça, olhando as pessoas mais uma vez começando a se organizar.
-Até eu iria para o final da fila depois dessa. – cochichou Harry perto do ouvido de Gina, a fazendo arrepiar-se. – Essa azaração não é nada agradável. – completou ele divertido, se lembrando de quando fora atingido acidentalmente por Gina, na briga dela com Rony.
A menina se virou e sorriu para Harry, que teve um súbito desejo de beijá-la novamente, mas não o fez em respeito à amizade que tinha por Rony. O ruivo não iria gostar nada de vê-lo nesse tipo de atitude com sua irmãzinha...
Assim, depois de muitas ameaças de Gina, berros de Rony e histerias de Hermione, a fila aos poucos foi se organizando e o sorteio pôde ser iniciado. Cada um rapidamente tirava um papelzinho do saquinho de couro nas mãos de Hermione, verificava se não tinha tirado seu próprio nome e se apressava longe dali. Para o desgosto total dos garotos, a maioria dos sonserinos tinha se inscrito também, fazendo Rony pensar que se eles já começaram causando desordem na fila e confusão na hora do sorteio, durante a festa certamente seriam um real problema. Mas o ruivo manteve para si o pensamento, vendo que Hermione corria o sério risco de arrancar todos os fios de cabelo de nervoso com a menção desse fato.
-Não se encoste em mim, Granger. – falou Malfoy em sua vez de retirar o papel da bolsinha. – Não quero me contaminar.
-O prazer de não me encostar em você é todo meu, Malfoy. – retrucou ela com desdém.
Então, lentamente, a fila foi diminuindo e finalmente só restaram quatro papeizinhos dentro do saquinho.
-Hum... Agora posso tirar o meu. – falou Gina pressionando a mão dentro da bolsinha e agarrando um dos papéis restantes.
-Eu fico com o último. – falou Harry observando cuidadosamente a expressão da ruiva ao ler o nome contido no seu papelzinho.
Rony se aproximou de Hermione e enfiou a mão no saquinho justamente no instante em que ela fazia o mesmo. Os dedos de ambos se tocaram, fazendo com que a garota ofegasse e o ruivo estremecesse ao contato. Após algum tempo sem trocarem sequer palavras que não fossem profissionalmente, um roçar de dedos era realmente alguma coisa. Ela não pôde se impedir de corar. Ele, de empalidecer.
-Tire logo o seu, Ronald. – falou ela numa voz contida, retirando a mão. O menino puxou um papelzinho, em silêncio e o abriu, dando um leve sorriso.
-Hahaha... – riu ele. – Legal.
Assim, Hermione retirou o seu e entregou o último à Harry, se despedindo rapidamente do amigo e de Gina e partindo com pressa para o interior do castelo. Rony a observou, disfarçadamente, o maremoto em seu coração voltando e as pontas de seus dedos formigando ligeiramente pelo contato com a mão de Hermione. Ele não agüentaria muito tempo mais essa situação. Da mesma forma que todos tinham direito a uma escolha, todos teriam que ter direito à uma segunda chance.
No sábado pela manhã todos os participantes do “amigo invisível” deixaram o castelo rumo ao povoado de Hogsmeade. Eles tiveram permissão para ir, mas não poderiam passar todo o dia por lá, deveriam estar de volta para o almoço. Rony e Hermione dividiram uma carruagem com Harry, Gina e Luna, embora a menina tivesse relutado muito a aceitar isso e tivesse se sentado o mais distante possível do ruivo.
-Eu gostaria de ir à “Madame Louise, Witch Gifts”. – disse Gina assim que a carruagem parou e eles desceram na rua principal de Hogsmeade. – Lá parece ter uma grande variedade de opções para presentes.
-Só não me diga que você quer ir por aquele atalho lamacento estúpido outra vez. – resmungou Rony.
-Ah, irmãozinho, eu até achei que aquele atalho veio a calhar, você não? – perguntou a menina.
Hermione assumiu um olhar presumido e encarou a amiga com as sobrancelhas erguidas. Harry, por sua vez, desviou os olhos verdes para o chão.
-A calhar? – perguntou Rony fitando a irmã. – A “ENCALHAR”, você quer dizer. – riu ele. – Não foi você quem ficou ENCALHADA dentro de uma poça de lama?
-Er... vamos andando, então? – interrompeu Harry mudando o assunto. – É melhor nos apressarmos, já que devemos estar de volta para o almoço.
Os cinco subiram a rua na direção da loja e como dessa vez o caminho não estava empatado de gente, logo chegaram ao grandioso e chamativo estabelecimento.
-Nossa! – exclamou Hermione assim que cruzaram as portas roxas da entrada. – É a loja mais bonita que já vi.
-E completa, também. – acrescentou Gina afirmando com a cabeça. – Tem de tudo aqui.
-Até livros... – murmurou Rony timidamente, arriscando um olhar à Hermione, que mordeu levemente o lábio inferior mas fingiu não ouvir.
-Bem, eu preciso da ajuda de vocês para comprar meu presente. – falou Harry apontando as três garotas ao seu lado.
-Nesse caso, vamos até a seção feminina. – respondeu Gina se virando e seguindo para um lado da loja onde agora, devido a proximidade do Dia dos Namorados, estava decorado em vários tons de rosa, com corações flutuantes e anjinhos tocando harpas e atirando pequenas flechas luminosas que se desintegravam no ar.
-Vão vocês. – disse Rony olhando com uma careta a seção escandalosamente rosa para onde os outros seguiam. – Vou ver se encontro algo por aqui mesmo.
Harry fez um sinal positivo e continuou seguindo as garotas, deixando o ruivo para trás.
-Então, que tipo de coisa uma garota gosta de ganhar? – perguntou o menino fitando os objetos ao redor e se sentindo ligeiramente desconfortável em meio àquela imensidão de cor de rosa.
-Depende da personalidade da garota em questão, Harry. – respondeu Hermione. – Eu, por exemplo, ficaria satisfeita com um livro.
-Ah, eu não penso que um livro seja o presente ideal. – disse Luna encolhendo os ombros. – Acho que você deveria procurar algo menos comum.
Hermione fechou a cara para a loira:
-Infelizmente, Harry, eu não acho que você irá encontrar coisas como chifres de Bufadores Enrugados ou frascos com essência de Heliopatas por aqui. – disse ela com sarcasmo.
-Heliopatas são espíritos do fogo! – ralhou Luna se virando para Hermione, seu tom mais firme e muito diferente do sonhador habitual. – Eles não possuem essência que se possa colocar em frascos!
-Oh! – exclamou Hermione levando as mãos à boca e fingindo surpresa. – Mas seria um presente NADA COMUM, não?
-Você continua com a mentalidade tacanha, Hermione. – disse a loira, seus grandes olhos claros brilhando intensamente.
-Se não acreditar em uma só palavra das sandices que você fala é ter a mentalidade tacanha, Luna, então suponho que a minha seja tacanha ao cubo. – retrucou Hermione.
-Já chega! – interrompeu Gina antes de Luna voltar a falar. – Vocês duas estão me deixando maluca! Vem, Harry, eu ajudo você. – ela segurou a mão do garoto e o puxou na direção de um balcão menor logo a frente.
-Estou indo até a seção de doces, quero ver se encontro algo feito com bananas. – resmungou Luna antes de empinar a cabeça e sair com os passos lentos e os braços meio abertos que a faziam parecer flutuar. Já Hermione, balançou a cabeça, exasperada, e seguiu para a seção de livros.
O pálido sol já estava quase no meio do céu quando os cinco adolescentes deixaram a “Madame Louise, Witch Gifts”, carregados com pacotes e embrulhos. Hermione levava um pacote que lembrava irresistivelmente um livro, Gina e Harry seguravam embrulhinhos semelhantes fechados nas mãos, Rony apertava um pacote de no máximo vinte centímetros e Luna carregava uma imponente e chamativa torta de banana embrulhada em um luminoso plástico azul transparente.
-ESSE é o seu presente do “amigo invisível”? – indagou Rony numa voz divertida apontando a torta nas mãos da loira.
-Oh, sim! – respondeu ela alegremente enquanto eles entravam numa das carruagens para voltarem ao castelo. – Justamente algo como eu procurava...
Hermione girou os olhos.
-Mas Luna, - começou Gina mirando a amiga – ainda faltam alguns dias para a festa... Essa torta não irá estragar?
-Não, não. – disse Luna sorrindo serenamente. – A Madame Louise a enfeitiçou para que ela fique boa para consumo por mais um mês. Nem mesmo as moscas furtacores da Nigéria com suas substâncias tóxicas conseguiriam estragar seu sabor. – completou ela arregalando ainda mais os olhos já saltados.
-Moscas o quê? – indagou Rony agora gargalhando. Gina e Harry reprimiram risadinhas.
-Moscas furtacores da Nigéria. Elas são pragas mágicas muito comuns, sabe? – continuou a loira encarando Rony profundamente.
-Ah, por Deus! – resmungou Hermione irritada, fuzilando Luna com o olhar. – Ainda bem que estamos chegando, só hoje ouvi uma cota de besteiras suficiente para um ano inteiro.
Rony tirou os olhos da escandalosa torta de banana de Luna e encarou Hermione, ainda sorrindo. Ela tinha os braços cruzados junto ao tórax e uma expressão zangada, como a de uma garotinha emburrada que perdeu seu brinquedo. Com um movimento com a cabeça, ela jogou uma mecha de cabelo fora dos olhos e, apertando os lábios, olhou pela janela da carruagem. Então a garotinha emburrada se foi e em seu lugar ficou uma jovem menina graciosa, a mesma mecha de cabelo voltando para a frente dos seus olhos e dando-lhe uma feminilidade que fez o sangue de Rony ferver. Ele a encarava desejando entender como Hermione poderia parecer tão criança e ao mesmo tempo tão mulher. Como ela poderia em algumas situações ser ingênua, frágil e, em outras, decidida, forte. Certamente eram mistérios que ele nunca saberia explicar. Com um suspiro, Rony encostou sua cabeça para trás e pensou que as respostas à essas perguntas deviam estar no mesmo lugar em que estaria uma que ele já desejava saber há tempos: a de como Hermione poderia inspirar-lhe raiva e irritação e, no minuto seguinte, amor e paixão.
E Rony não sabia, mas a resposta para todas essas questões era uma só: ela conseguia tudo isso apenas por ser Hermione Granger. E Hermione Granger, seguramente, era a garota que ele amava.
Foi com muito empenho de Rony e Hermione, ajudados por McGonagall e por grande parte dos alunos da Grifinória, que já na hora do almoço no dia do feriado de São Valentim, a sala comunal da Grifinória encontrava-se irreconhecível. Hermione ainda corria de um lado para outro dando retoques finais e torcendo as mãos, nervosa. Rony fazia levitar mais alguns corações vermelhos luminosos e Gina ajudava a acender mais algumas velas que, logo em seguida, também eram levitadas por Harry.
-Então vocês entenderam, não? – perguntava Hermione totalmente ansiosa à um grupinho de primeiranistas que a rodeavam. – Os garotos vestidos em verde, como na antiga tradição de São Valentim, as meninas em rosa. – repetia ela. – E quanto à distribuição de cartões, tenham total cuidado e sejam educados com todos, ok?
As crianças acenavam as cabeças, parecendo ligeiramente enfadadas e aborrecidas por ouvir a explicação da monitora, já que, no mínimo, Hermione a fazia pela décima vez.
-Pode deixar conosco, monitora. – falou Adam sorrindo à ela. – Faremos um excelente papel de correio e se dependermos de nós a festa da Grifinória será um sucesso!
-Obrigada, Adam. – falou ela suspirando e olhando ao redor. – Onde está aquele coração maior que deveria ser colocado ao centro do teto? – ela gritou numa vozinha aguda, sobressaltando a todos por ali.
-Acalme-se Hermione. – ponderou Harry. – Está ali atrás. – falou ele apontando um lugar no chão ao fundo da sala.
-Você iria usar um feitiço qualquer nele, lembra? – disse Gina. – Por isso o Rony ainda não o pendurou...
-Feitiço? – murmurou Hermione ansiosa, correndo os dedos pelos cabelos. – Ah, sim! Me lembrei!
Ela se apressou para o grande e brilhante coração vermelho colocado ao chão e se ajoelhou ao seu lado. Depois de murmurar alguns feitiços e fazer alguns adornos com a varinha, grandes letras prateadas apareceram formando algumas palavras sobre o vermelho luminoso do coração, num contraste totalmente encantador. Ela sorriu com o resultado.
-Ronald! – chamou ela se virando para o ruivo, que a olhou por cima do ombro. – O coração principal está pronto, se o quiser pendurar...
Rony acenou com a cabeça e, lentamente, fez seu caminho até ela. Ele parou e deu uma olhada à frase escrita no coração, sua boca ficando seca e um nó formando-se em sua garganta. Lá, em grandes letras prateadas, estavam as palavras:
“Dia de São Valentim na Grifinória: Celebração do Amor, mas também da Amizade.”
E logo depois, as letras se embaralhavam, mudavam as formas, se multiplicavam, formando uma mensagem maior:
“Pessoas especiais... Aos que ainda as procuram, que as possam encontrar. Para os que já as encontraram, hoje é dia de celebrar.”
-Esse feitiço se parece com aquele existente na parede da “Madame Louise, Witch Gifts”. – murmurou Rony, tentando encontrar algo para dizer.
-Foi justamente de onde copiei a idéia. – respondeu Hermione em tom eficiente.
-E de onde você copiou a frase? – o ruivo indagou antes que pudesse se parar.
Hermione pareceu desconcertada e abaixou a cabeça antes de responder, baixinho:
-De lugar nenhum.
-Você... Você... – gaguejou Rony. – Tirou de sua cabeça?
A garota continuou de cabeça baixa e não falou durante alguns momentos. Então, suspirando fundo, ela ergueu os olhos para o ruivo, que estremeceu ao ver novamente os olhos chocolates da menina mesclados com mágoa e tristeza.
-Não, Ronald. – começou ela. – Não tirei de minha cabeça. Na verdade... Tirei de meu coração.
E com essas palavras ela se virou e caminhou para longe dele, deixando-o estupefato, com a boca ainda mais seca e com o nó em sua garganta ainda mais pronunciado. Voltando os olhos para o coração ao chão, ele releu as palavras.
“Pessoas especiais”.
Sim, ele já tinha encontrado a dele. E hoje era dia de celebrar. Quer dizer, SERIA, se ele não tivesse sido tão idiota a ponto de afastá-la...
O clima no castelo era de total euforia e excitação. Os meninos estavam animados, mas as meninas estavam positivamente histéricas, sabe-se lá se com a festa da Grifinória, o Dia dos Namorados em si ou o “amigo invisível”, a revelação e os presentes. Mas seguramente, a agitação em toda Hogwarts era muito maior do que a que tinha ocorrido antes de qualquer uma das outras festas.
Na Grifinória, pouquíssimos eram os alunos que ainda se encontravam na magnificamente enfeitada sala comunal. A maioria já tinha partido para seus dormitórios a fim de se arrumar, visto que já eram seis e meia da tarde e a festa estava marcada para iniciar às oito da noite.
Hermione já estava devidamente vestida em seu novo e refinado vestido rosa pálido, o presente de natal de sua mãe. Parvati e Lilá também já se achavam em suas roupas de festa, a primeira num decotado vestido rosa choque com babados e a segunda num vestido roxo berrante tão chamativo que Hermione pensou intimamente que ela se parecia com uma vendedora da loja da Madame Louise. As duas meninas, que agora se maquiavam, falavam tanto e tão rápido que Hermione já estava se sentindo quase tonta por ouvi-las.
-É claro que ele irá gostar, Parvati! – exclamava Lilá, excitada, vendo a amiga mirar o decote do seu vestido no espelho. – Você está linda! O Dannil irá babar quando lhe ver... Você não acha, Hermione?
-Sim, sim. – respondeu Hermione impaciente, tentando prender com um grampo algumas mechas mais rebeldes de seu cabelo.
-Já eu... – continuou Lilá em tom lamentoso. – Será que o Simas vai ao menos olhar para mim?
-Lógico que ele vai! – agora era a vez de Parvati exclamar. – O roxo caiu perfeitamente em você, contrastou muito bem com seus cabelos.
-Oh, você acha mesmo? – perguntou a loira com um beicinho.
-Claro! – confirmou Parvati.
Hermione juntava todo seu grau de força de vontade para não revirar os olhos diante das palavras das meninas e continuou lutando, exasperada, com as mechas de seu cabelo.
-E você, Hermione? – a voz de Parvati falando com ela a sobressaltou, fazendo-a espetar com força em sua cabeça o grampo que segurava.
-Eu o quê? – perguntou ela tentando manter a calma.
-Quem você está tentando agradar?
-Agradar?
-É! Para quem vai enviar seus cartões de São Valentim?
-Para ninguém. – respondeu a menina, mas ao ver as caretas das duas companheiras de quarto, justificou: – Eu estou a trabalho essa noite, Parvati.
-Nada impede um pouco de diversão. – riu Lilá. – Além do mais, todo mundo tem que ter um tempo para o amor... – completou ela suspirando.
-De quem você gosta, Hermione? – Parvati perguntou de repente, fazendo as bochechas de Hermione se tornarem tão rosas quanto o vestido da menina.
-Eu... Eu... Eu não gosto de ninguém. – murmurou ela, desconfortável.
-Você não está saindo com o Terêncio Boot? – Lilá indagou, interessada.
-Claro que não! – estalou Hermione. – De onde vocês tiraram essa idéia?
-Bem, todo mundo viu que ele está claramente interessado, não é? – disse Lilá.
-Sim, naquele jogo da Lufa-Lufa! – concordou Parvati numa típica risadinha. – Aposto como ele irá lhe enviar um cartão hoje!
Hermione balançou a cabeça e se levantou bruscamente do banquinho em que se encontrava, agora nem se preocupando em disfarçar sua irritação.
-Onde é que você vai? – perguntou Parvati mirando a garota abrir a porta.
-Terminar de me arrumar em paz. – resmungou Hermione antes de sair do quarto e bater a porta atrás dela.
Ela bufou mais uma vez em raiva e caminhou para o dormitório das quintanistas.
-Gina? – ela chamou enfiando a cabeça pela porta do quarto da amiga.
-Ah, oi Mione. – respondeu a ruiva saindo de um canto. Ela vestia um vestido verde ligeiramente rodado e tinha uma toalha enrolada na cabeça. – Aconteceu alguma coisa?
-Não... – disse Hermione. – Eu posso entrar?
-Claro, entre.
Hermione entrou no quarto, cumprimentando brevemente as outras quintanistas e se aproximando de Gina, antes de sussurrar:
-Será que eu poderia terminar de me arrumar aqui? A Parvati e a Lilá estão me enlouquecendo...
Gina riu e fez uma cara de compreensão.
-Oh, entendo, seja bem vinda.
-Obrigada por me salvar. – murmurou Hermione.
-Às ordens. – falou a ruiva retirando a toalha da cabeça e começando um movimento com a varinha ao longo de seus cabelos vermelhos. – Seu vestido é lindo, Mione.
-Obrigada. – sorriu ela. – Mas infelizmente você não pode dizer o mesmo do meu cabelo...
-Não diga isso. – brigou Gina. – O que você está tentando fazer com ele? – completou ela observando o cabelo de Hermione entre preso e solto, algumas mechas insistindo em cair sobre seus olhos.
-Queria prendê-lo, mas o grampo não segura.
-Sente-se aqui. – Gina bateu com a mão sobre sua cama.
Hermione obedeceu e a ruiva interrompeu o movimento com a varinha sobre seus cabelos vermelhos e a virou na direção do cabelo da amiga.
-Vai ficar lindo, Mione.
-Obrigada mais uma vez... O que você irá fazer com o seu?
-Estava tentando fazer alguns cachos, ele é tão liso e sem graça...
-Tenho certeza que não é o que CERTAS PESSOAS acham... – falou Hermione num sussurro divertido.
-Não tenho tanta convicção quanto a isso. – retrucou Gina.
-Pois eu tenho. Ele está gostando de você, Gina.
A ruiva olhou nervosamente para as companheiras de quarto, mas elas pareciam tão entretidas com suas próprias coisas que não pareciam ouvir a conversa dela e de Hermione.
-Não sei, ele nunca tocou no assunto do que aconteceu em Hogsmeade. – cochichou ela enquanto continuava a arrumar o cabelo da amiga.
-Dê um tempo a ele, Gina. Ele nunca foi bom em lidar com garotas e ainda mais quando a garota em questão é a irmã caçula do melhor amigo dele.
-Então o meu problema é o Rony... – concluiu Gina.
“O meu também.” – pensou Hermione, mas não disse nada.
-Bem, já esperei por ele tanto tempo na minha vida. – Gina encolheu os ombros. – Suponho que esperar mais um pouco não vai ser tão difícil.
-Suponho que não. – respondeu Hermione desviando seus pensamentos de Rony.
-Terminei. – falou a ruiva caminhando para a penteadeira, pegando um espelhinho de mão e entregando o objeto à amiga. – Veja se gostou.
Hermione se olhou no pequeno espelho e sorriu à imagem. Seu cabelo agora estava firmemente preso num elegante coque, que lhe dava um ar adulto. Alguns poucos fios encaracolados caiam aos lados de seu rosto e davam à sua aparência uma descontração infantil, que contrastava graciosamente com o ar sério do penteado.
-Ficou ótimo, Gina.
-Você está linda, Mione. – sorriu a ruiva. – Palavra de Weasley.
Hermione sorriu de leve outra vez. Se ao menos as palavras de Gina valessem para TODOS os Weasley... Aliás, nem precisava ser todos. Apenas um em especial.
Quando Rony desceu as escadas do dormitório masculino acompanhado por Harry e Neville, ele não pôde deixar de sorrir. A sala comunal da Grifinória tinha o triplo do seu tamanho normal, graças à perfeita magia de ampliação de McGonagall e estava tão bonita quanto poderia estar: as confortáveis poltronas nas quais eles costumavam se sentar, agora não estavam mais ali, assim como as velhas mesas de deveres. Em seu lugar, haviam mesinhas redondas muito douradas, com quatro cadeiras cada. Ao centro de cada uma das mesinhas haviam bonitos recipientes cheios d’água onde uma vela vermelha flutuava imponente sobre a superfície, dando um contraste impressionantemente belo entre a água dos recipientes e o fogo das velas. Corações também vermelhos flutuavam ao redor e, combinados à meia luz do ambiente, completavam um clima de romantismo. O teto não era visível, devido à infinidade de pétalas de rosas que pareciam cair constantemente mas nunca se aproximavam do chão, já que se tratavam de um simples feitiço de ilusão. Velas menores, douradas, vermelhas e rosas flutuavam por todo o salão, seu fogo bruxuleante fazendo sombras nas paredes. Bem no meio do teto, o grande coração com as palavras enfeitiçadas por Hermione brilhava imponente, as letras dentro dele piscando e emitindo uma luz intensa. No centro da sala havia um pequeno palco verde com ornamentos em rosa. Ele tinha no máximo trinta centímetros de altura e seria usado para a revelação do “amigo invisível”. Uma música muito suave e agradável já enchia o lugar, completando a perfeição do ambiente. Realmente eles tinham feito um trabalho magnífico. Harry e Neville pareciam achar o mesmo, pois tinham as faces orgulhosas e olhavam encantados cada canto do lugar e cada detalhe da decoração.
Aos poucos os grifinórios foram deixando seus dormitórios e enchendo a sala. A turma de primeiranistas parecia muito satisfeita com seu trabalho de distribuir os cartões do Dia dos Namorados, pois estavam sorridentes segurando pequenas caixinhas onde guardariam os bilhetes até a hora de entregá-los a seus respectivos destinatários. Os menininhos estavam vestidos em verde e as garotinhas em vários tons de rosa. Alguns segundanistas e terceiranistas, por sua vez, foram designados a ir ao encontro dos alunos das outras casas para guiá-los até a Torre da Grifinória e acompanhá-los através do buraco do retrato.
Faltando quinze minutos para as oito da noite, Hermione e Gina desceram as escadas e encontraram a sala comunal já bastante movimentada. Os grifinórios estavam em peso por lá e os estudantes das outras casas já começavam a chegar.
-Ai, céus, chegou a hora. – falou Hermione esfregando as mãos nervosamente.
-Vai ser um sucesso, Mione, não se preocupe. – respondeu Gina.
Ambas as meninas avistaram Harry, Rony e Neville parados à um canto próximo a uma das mesinhas douradas e se aproximaram.
-Alô. – cumprimentou a ruiva assim que elas os alcançaram. – Já está começando a encher, não?
Os meninos acenaram com a cabeça no mesmo instante em que os olhos de Rony recaíram sobre Hermione. Sua boca se abriu e seu coração disparou impiedosamente. Ela estava linda. E ele não conseguia tirar os olhos do seu vestido rosa clarinho, com delicadas flores bordadas em pedraria sobre o busto e duas alças finas que se cruzavam sobre as costas. Ela tinha feito algo com o cabelo, também. Estava preso no alto da cabeça, o que fazia com que sua nuca pálida ficasse à mostra. Rony não se lembrava de já ter visto Hermione tão bonita. Exceto, talvez, no baile de inverno do quarto ano.
-Sr. Weasley, Srta. Granger. – a voz da professora McGonagall os alcançou. – Venham até aqui, por favor.
Hermione se virou, começando a caminhar na direção da mulher e Rony, ainda com os olhos grudados nas costas da garota, a seguiu.
-Me parece que praticamente todos os alunos das outras casas já estão aqui. – falou McGonagall fitando os dois. – Já são quase oito horas agora, quase tempo de começar. Dêem apenas dez minutos de tolerância aos atrasados e comecem a apresentação, sem mais demoras.
-Sim, senhora, professora McGonagall. – Hermione respondeu prontamente.
-E parabéns aos dois. – acrescentou a mestra. – Fizeram um trabalho incrível com a decoração. Eu não poderia esperar nada menos de vocês.
As orelhas de Rony tingiram-se de vermelho e Hermione também corou fracamente de satisfação.
-Agora vão.
Os dois se afastaram da professora caminhando lado a lado, em silêncio.
Assim que o relógio de pulso de Hermione marcou exatamente oito horas e dez minutos, Professora McGonagall fez um sinal aos seus dois monitores e, com sorrisos incentivadores de Harry, Gina e Neville, ambos seguiram nervosamente para o palco verde no centro da sala comunal, que já se encontrava completamente lotada. Assim que os dois subiram no palco a multidão silenciou e os encarou, esperando que eles falassem.
-Er... Hum... Boa noite a todos. – falou Hermione timidamente. – Bom... sejam bem vindos à Grifinória, esperamos que todos aproveitem a festa.
Ela deu um disfarçado cutucão com o ombro em Rony e murmurou com o canto da boca: - Diz alguma coisa, Ronald!
-Hum... – resmungou o ruivo. – Feliz dia de São Valentim. – disse ele olhando de esguelha para Hermione em busca de aprovação. Ela se conteve para não girar os olhos.
-Essa noite acontecerá a revelação do nosso jogo, o “amigo invisível”. – continuou a garota. – Mas antes de iniciarmos, eu gostaria de falar que a Grifinória inteira está contente em recebê-los. Os nossos primeiranistas, - ela apontou ao grupinho de verde e rosa parado à uma lateral do palco – estarão à disposição de vocês durante toda a noite para entregarem seus cartões de Dia dos Namorados.
Houve uma explosão de burburinhos e risadinhas à essas palavras de Hermione, que prosseguiu:
-Agora, se todos estiverem de acordo, acho que já podemos iniciar a revelação.
Um silêncio ansioso se deu por todo o aposento, enquanto os estudantes encaravam o palco.
-Hum... O jogo “amigo invisível” já foi explicado alguns dias antes, durante o horário do almoço, então eu só gostaria de repetir a razão pela qual optamos por ele. O jogo teria que retratar a característica principal de nossa casa, a Grifinória, e essa característica é a coragem. Bom, existem diversos tipos de coragem, e hoje, durante a revelação do “amigo invisível”, vamos usar um desses tipos: a coragem para se expressar.
-Então... er... alguém aí quer começar? – perguntou Rony. Como ninguém se manifestou, o ruivo lançou um olhar nervoso à Hermione, antes de falar: - Certo, já que ninguém quer começar, Hermione fará isso.
A garota arregalou os olhos à ele como se quisesse fuzilar o menino.
-Covarde. – ela sussurrou por entre os dentes cerrados. Ele fez uma leve careta e deixou o palco.
-Ok. – afirmou Hermione se recompondo. – Eu começarei... Bem, meu “amigo invisível” na verdade é uma “AMIGA invisível”. Não a conheço muito bem, mas pelo pouco que sei, ela é uma garota justa, estudiosa e sempre muito agradável com todos. Ela está no mesmo ano em que eu e até posso me lembrar que no dia em que pisei pela primeira vez na plataforma 9 e meia ela foi a primeira garota com quem conversei. O chapéu seletor nos colocou em casas diferentes, mas isso não fez com que minha admiração por ela diminuísse em nada. E hoje, nós também somos colegas na AD... Bom, minha “amiga invisível” é a... Susana Bones!
Os olhares dos presentes se voltaram à bonita garota de vestes turquesa e cabelos presos numa longa trança que lhe caía sobre as costas. Susana sorriu e fez seu caminho até o palco, onde sob uma salva de palmas e algumas poucas vaias dos sonserinos, ela se abraçou à Hermione e recebeu seu presente, que como o esperado se revelou ser um livro. Assim, Hermione deixou o palco e a garota da Lufa-Lufa começou:
-Olá! – disse ela cordialmente. – Meu “amigo invisível” é uma pessoa que na verdade nunca cheguei a conversar... Talvez pela casa a qual ele faz parte ou talvez até mesmo por falta de oportunidade, eu não sei.
-Parece que ela tirou um sonserino. – cochichou Rony a Harry. Os dois, juntamente com Hermione, Gina, Luna e Neville, se encontravam num lugar quase de frente ao palco, observando atentamente a revelação.
-Ele é magro, tem uma estatura média e cabelos loiros... Meu “amigo invisível” é o Draco Malfoy.
Harry e Rony gemeram à menção do nome, no mesmo instante em que Draco surgia de um canto da sala, um sorriso presunçoso brincando em seus lábios e suas vestes à rigor negras esvoaçando atrás dele. O loiro subiu ao palco e pegou o pacote das mãos de Susana, mas não a abraçou. Outra salva de palmas, dessa vez bem mais fraca, ecoou pelo lugar, enquanto Draco mostrava com desdém a elegante gravata que tinha acabado de ganhar.
-Olha a cara de nojo dessa lombriga asquerosa. – murmurou Rony enrugando os lábios.
-Ele é um estúpido. – afirmou Harry encarando o loiro, que agora começava a falar:
-O meu “amigo invisível” é uma aberração. Dizem que é Puro-Sangue, mas suas atitudes nunca foram como tal: ele é um perdedor atrapalhado...
-Eu não acredito que o Malfoy tirou o meu nome. – lamentou-se Rony balançando a cabeça, mas o loiro platinado ainda falava:
-Nunca vi alguém tão sem talento... O meu “amigo invisível” é uma vergonha para toda a população bruxa!
-Eu vou arrebentar essa doninha falante! – resmungou Rony apertando os punhos.
Todos na sala pareciam muito apreensivos e até McGonagall tinha os lábios apertados formando uma fina linha.
-Meu “amigo invisível” é a aberração chamada Neville Longbottom.
Neville empalideceu e muito desajeitadamente caminhou para o palco, parecendo acuado e humilhado.
-Eu ODEIO o Malfoy! – disse Gina nervosa fitando a expressão do amigo.
-Oh, não, oh, não! – desesperou-se Hermione cobrindo o rosto com as mãos. – Eles vão estragar tudo!
Neville pegou o presente das mãos de Draco, agradeceu, mas se absteve de abrir. Boa coisa não seria, vinda de um Malfoy.
-E-eu... E-eu... Eu tirei uma menina muito legal. – começou o garoto com a voz trêmula. – Ela é uma grande amiga e é corajosa, esperta e engraçada. A minha “amiga invisível” é a Gina Weasley.
A ruiva sorriu e caminhou para o palco, ainda conseguindo ouvir a voz de Luna à suas costas: - Ele foi realmente doce, sabem?
Gina pegou o presente e abraçou o amigo.
-Não ligue para o Malfoy, Neville, ele não vale um milésimo do que você vale. – falou a ruiva.
-Obrigado, Gina. – o menino disse sorrindo antes de deixar o palco.
Gina desfez o embrulho dado por Neville e mostrou a todos a caixa repleta de vários tipos de doces da Dedosdemel, antes de iniciar sua revelação. Logo, ela revelou que sua “amiga invisível” era Padma Patil, a gêmea de Parvati, que pareceu satisfeita com os brincos de argolas fosforescentes ganhados da ruiva. Padma, por sua vez, sorteou Luna Lovegood, e no exato momento a loira encontrava-se no palco:
-Alô. – falou ela com sua habitual voz etérea e distante. – Eu não sei muita coisa sobre o meu “amigo invisível”, mas eu queria lhe comprar algo feito com bananas...
A sala inteira parecia reprimir risadinhas.
-Lá vem doidice. – murmurou Rony já sorrindo. Harry concordou com a cabeça.
-E eu encontrei! – continuava Luna. – Comprei essa bela torta de banana para ele. Macacos gostam de bananas, me disseram... – ela acrescentou pensativa, colocando uma mão sobre o queixo.
Nessa hora toda a sala já estava rindo, mas a loira não se abalou:
-Eu tive motivos para isso! Eu não sou maluca como muita gente pensa... Comprei algo feito com bananas porque os macacos gostam de bananas e certa vez ouvi alguém dizer que meu “amigo invisível”, o Gregório Goyle, tem cara de bunda de macaco, só isso. – terminou ela séria, encolhendo os ombros.
À essa altura não havia uma só pessoa na sala que não tinha explodido em gargalhadas. Mesmo Hermione colocou ambas as mãos sobre a boca para disfarçar o sorriso e até a professora McGonagall tinha arregalado os olhos numa expressão divertida.
-Eu... não... acredito... que ela... falou isso, eu não acredito! – ofegou Rony limpando as lágrimas de riso que insistiam em escapar dos seus olhos.
-E você sabe quem foi o ALGUÉM que disse que o Goyle tem cara de bunda de macaco, não sabe? – disse Harry em meio à suas próprias gargalhadas.
-Depois de tanto tempo a Luna ainda consegue me surpreender. – Gina resmungou, também entre risadas.
-Olha só o cara de bunda de macaco recebendo as bananas! – apontou Rony à um Goyle bastante carrancudo pegando a torta das mãos de Luna com grande estupidez. Os meninos riram mais uma vez enquanto o mal-humorado garoto no palco revelava que tinha sorteado Cacilda Crookfond, uma quintanista da Lufa-Lufa.
-O meu “amigo invisível”... – começou Cacilda, muito sorridente – não faz parte do meu círculo de amizades e nem é de minha casa. Ele é um grifinório, por sinal. É alto, joga Quadribol muito bem e é bastante... bonito. – falou ela com uma risadinha e as bochechas corando. – Nós nunca conversamos, mas eu ficaria contente de poder conhecê-lo melhor. Meu “amigo invisível” é o monitor da Grifinória e organizador dessa festa maravilhosa, Rony Weasley.
Rony, que ainda se encontrava rindo da hilária revelação de Luna, ficou subitamente sério e sentiu suas orelhas esquentarem com as palavras da garota. Harry e Gina voltaram a rir e Hermione, embora claramente estivesse fingindo não ter ouvido ou se importado, lançava olhares fulminantes à quintanista da Lufa-Lufa.
O ruivo caminhou para o palco e se sentiu ainda mais envergonhado quando, depois de lhe entregar seu presente, Cacilda Crookfond lhe apertou num grande abraço de urso.
Hermione bufou e desviou o olhar para o chão, ouvindo a voz de Rony, meio trêmula, ecoar pela sala:
-Bom... Hum... A pessoa que eu sorteei é, de fato, uma pessoa muito importante para mim... Desde os meus onze anos, quando embarquei no Expresso de Hogwarts pela primeira vez, eu descobri sua amizade. E sei que sempre poderei contar com isso. Eu confiaria minha vida à ele e sei que ele faria o mesmo. A pessoa que sorteei não é só meu “amigo invisível”, é meu melhor amigo VISÍVEL também. Harry Potter!
Harry abriu um largo sorriso e caminhou para o palco. Já Hermione, mordeu o lábio inferior e lutou bravamente com algumas lágrimas teimosas que tentavam cair de seus olhos. A lembrança poderosa de todos os anos de amizade entre o trio voltou muito vívida com as palavras do ruivo e ela sentiu seu coração pesar por não ser mais parte daquilo. Por não ser mais importante para Rony. Por eles serem APENAS MONITORES.
Ela ergueu a cabeça corajosamente e a visão de Harry e Rony se abraçando fez um nó maior tomar forma em sua garganta. Os dois garotos mais importantes de sua vida. Seu melhor amigo e seu primeiro e único amor. Ambos compartilhavam um abraço sincero. E sem ela. Pela primeira vez em anos de amizade, Hermione se sentiu totalmente excluída. Eles não precisavam dela. Não é o que dizem? Um é pouco, dois é bom e três é demais? Ela era a parte que sobrara. E seu coração doeu ao constatar isso.
-Mione, qual o problema? – perguntou Gina olhando de esguelha para a amiga e notando sua expressão estranha.
-Nenhum, Gina. – mentiu ela. – Estou indo dar uma volta.
E dizendo isso, ela se afastou a passos largos para longe da ruiva e sumiu na multidão.
-Ué, onde foi a Hermione? – perguntou Harry assim que ele e Rony já tinham se unido à Gina, Luna e Neville outra vez.
-Ela disse que iria dar uma volta. – respondeu Gina encolhendo os ombros. – Me deixe ver isso, Harry? – completou ela estendendo a mão para uma miniatura de um homenzinho com vestes de Quadribol e montando uma pequena vassoura que Harry apertava entre os dedos.
-O presente do Rony. – sorriu Harry enquanto Gina observava a miniatura mais atentamente. Ela também sorriu ao constatar a palavra “Apanhador” escrita em letras minúsculas nas costas do bonequinho.
-E ele voa de verdade. – falou Rony puxando o objeto das mãos da irmã e o soltando no ar. Ele caiu em queda livre por alguns centímetros e depois, como um inseto muito rápido, zuniu para cima e ficou dando voltas e loopings ao redor das cabeças dos garotos.
-Legal! – exclamou Neville. – E o que foi que você ganhou, Rony?
-Você quer dizer além dos galanteios e do abraço sufocante da Cacilda Crookfond? – zombou Gina com um sorriso maroto.
-Engraçadinha. – Rony disse carranqueando à irmã. – Ganhei um par de luvas para Quadribol. – respondeu ele para Neville.
-E por que você não parece satisfeito? – Neville estranhou. – Você não gostou? Me parece um presente útil...
-Seria. – disse o ruivo erguendo as sobrancelhas. – Se a louca da garota não tivesse bordado esses enormes corações de pedrinhas vermelhas sobre elas. – completou ele mostrando o par de luvas de Guardião marrons, mas com um torto coração vermelho bordado sobre cada uma delas. Os garotos deram risadas e Harry se virou para Gina:
-A Lilá pareceu satisfeita com os brincos, Gina. – falou ele com um sorriso. – Muito obrigado por ter me ajudado a escolher.
Eles observavam Ana Abbott sobre o palco fazendo sua revelação quando uma garotinha primeiranista se aproximou, segurando uma caixinha.
-Entrega de cartões. – falou ela com uma vozinha aguda e sorridente. – Tenho um para Harry Potter e outro para Neville Longbottom.
-E eu tenho um para o monitor, Rony Weasley. – disse outra primeiranista ainda menor do que a primeira, chegando ofegante e soltando risadinhas.
-Por que as garotas aprendem a rir como hienas desde pequenas? – perguntou Rony assim que as menininhas tinham se virado, ainda perdidas em risinhos.
-De quem são os cartões, galãs? – desdenhou Gina lançando um olhar aos papéis estrondosamente rosas e perfumados nas mãos dos meninos, seus olhos se demorando um pouco mais no de Harry.
-Eu... eu... eu recebi um cartão? – indagou Neville boquiaberto fitando o bilhete em sua mão de modo quase temeroso.
-Ah, vamos, abram logo! – apressou a ruiva.
Cada um dos três abriu seu próprio cartão e leu em silêncio. Rony avermelhando as pontas das orelhas, Harry impassível e Neville cada vez mais boquiaberto.
-É de uma terceiranista da Corvinal! – falou o menino com a voz fraca, suas grandes bochechas brilhando em púrpura.
-O do Roniquinho é de Cacilda Crookfond, como o esperado. – falou a menina lendo o cartão do irmão por cima do seu ombro. – E o seu, Harry?
-De uma primeiranista. – respondeu ele dando de ombros. E cochichando perto do ouvido dela, tomando cuidado para não ser visto por Rony, completou: - Não se preocupe. Não é nada tão criativo quanto “seus olhos são verdes como sapinhos cozidos”.
Gina corou fracamente e deu um tapinha disfarçado em seu braço.
Enquanto isso, a revelação do “amigo invisível” ainda continuava. Carole Rumbold tinha acabado de presentear Pansy Parkinson, que já começava a falar:
-A minha “amiga invisível” é uma pessoa totalmente sem graça e sem atrativos. – começou ela de forma arrogante. – Dizem que é inteligente, mas para mim, a coisa mais brilhante que já fez até hoje foi ter inventado esse jogo, já que ele lhe cairia perfeitamente. “Amigo invisível”. Isso cairia perfeitamente a ela por dois motivos: o primeiro: é um jogo trouxa e uma Sangue-Ruim como ela provavelmente ama coisas desse tipo.
A sala toda ofegou e Rony apertou os punhos. Professora McGonagall saía vagarosamente do local em que se encontrava ao fundo da sala e caminhava na direção do palco.
-E o segundo motivo, - continuou Pansy – é que o título do jogo deve querer lhe dizer algo, já que sendo “invisível” seria o único modo dela conseguir ser amiga de alguém. Pois afinal de contas, quem seria amigo ou qualquer coisa de uma Sangue-Ruim asquerosa e desprezível como Hermione Granger?
-Não fale assim da monitora, sua ratazana de jardim! – berrou Adam Banks do fundo da sala.
-Já chega, Parkinson. – falou McGonagall se aproximando do palco e agarrando a aluna pelo braço.
Harry, Gina e Neville encaravam a garota sonserina com ódio, mas Rony estava ocupado olhando em outra direção: ele parecia ser o único a notar, mas o buraco do retrato tinha se aberto e uma garota de vestido rosa pálido e penteado elegante tinha acabado de correr para longe dali.
Rony se desviou das pessoas paradas à sua frente e correu na direção da saída da sala comunal, sem nem ao menos se importar em responder aos gritos de “Aonde você vai?”, de Gina e Harry. Ele passou pelo buraco do retrato num instante e encontrou o corredor totalmente vazio e escuro.
“Onde ela está?” – pensava ele enquanto se apressava pelo corredor deserto, o barulho dos seus passos ecoando sinistramente em meio ao silêncio. Ele tentou abrir a porta da primeira sala de aula que encontrou, mas estava trancada. Assim aconteceu com a segunda e a terceira, mas quando Rony forçou o trinco da porta da quarta sala, ela se abriu. E lá estava Hermione, encolhida num canto, abraçando seus joelhos encostados junto ao corpo e seu rosto oculto pelas sombras. O choro dela era audível e o corpo todo da garota tremia com seus soluços. Rony sentiu uma pontada dolorosa no peito por vê-la assim. Se ela notou a presença do garoto, não deu qualquer sinal disso. Então, lenta e cuidadosamente, o ruivo se aproximou do local onde ela estava e se sentou no chão ao seu lado. Por alguns segundos ele não soube o que dizer, até que finalmente murmurou:
-Mione, por favor, não chore.
A menina não parou. Ela ergueu a cabeça devagar para encará-lo e lágrimas e mais lágrimas continuaram deslizando sobre sua face, deixando seus olhos chocolates com um tom avermelhado.
-É tudo verdade, não é? – perguntou ela chorosa. – O que a Parkinson disse é tudo verdade.
-Mione! – repreendeu Rony. – Claro que não é.
-Eu sei que é, Ronald. – disse ela entre soluços. – Só eu sendo invisível para alguém querer ficar perto de mim. Só assim para eu conseguir a amizade de alguém... Você tinha totalmente razão ao dizer que eu sou um Pesadelo em nosso primeiro ano. Eu REALMENTE sou um Pesadelo e por isso afasto as pessoas... Nem... Nem mesmo a sua amizade eu consegui manter, não foi?
-Mione, por favor. – falou o ruivo meio desesperado. – Eu não acho você um Pesadelo! Eu era só um primeiranista idiota quando eu disse isso.
-Não, Rony. – ela balançou a cabeça, as lágrimas ainda caindo de seus olhos. – Por mais que você não queira assumir, no fundo você acha que eu seja um Pesadelo... Tanto acha que até escolheu terminar nossa amizade.
-Mione, a única razão pela qual fiz isso foi para lhe proteger! Eu tenho que manter a promessa que fiz ao seu pai, não tenho? Nós achamos que a Brinks seja perigosa, logo eu quis lhe proteger dela!
-Eu não preciso que ninguém me proteja, Ronald! Eu sei me cuidar muito bem sozinha... – retrucou ela. - E... E... De qualquer maneira, precisava ser assim? Terminando nossa amizade? Se... Se afastando de mim? – terminou com voz fraca.
-Foi o único jeito que encontrei. – ele encolheu os ombros. – Idéias brilhantes nunca foram meu forte, Hermione, essa sempre foi a SUA parte... E sabe, os anos se passaram, mas eu começo a pensar que ainda sou, de fato, tão idiota quanto eu era no primeiro ano... Não sei qual atitude foi pior: lhe chamar de Pesadelo ou me afastar de você.
-Ambas me machucaram. – murmurou a menina com a cabeça baixa.
-Eu sei. – respondeu Rony. – E eu me odeio mais que tudo por isso. Mas afirmo o que disse: boas idéias nunca foram o meu forte. Eu nunca fui inteligente, esperto ou... brilhante como você. Sempre vou ser só... o Rony.
Hermione olhou para ele, os olhos luminosos de lágrimas, mas sorriu.
-E eu já lhe disse isso também: você não é SÓ o Rony. Você é O Rony. – disse ela com a voz ainda falha.
-Grande diferença. O Rony...
-Sim, O Rony. – continuou ela. – O garoto atrapalhado, idiota, descuidado... O garoto doce e valente... O garoto que eu adoro.
O ruivo ergueu os olhos para ela depressa ao som dessas palavras. Hermione finalmente o encarou também, antes de prosseguir:
-Entende a grande diferença? Você é O Rony e isso lhe faz tão especial.
-Eu só me sinto especial quando você está ao meu lado.
Os dois agiram juntos: ele a puxou pela mão e ela se atirou nos braços do garoto e enterrou o rosto em seu peito. Ambos compartilharam o abraço mais apertado e mais cheio de emoção que já haviam sentido em toda uma vida. Ela soluçava baixinho e deslizava a mão para cima e para baixo nas costas do ruivo, lhe causando arrepios. Ele, por sua vez, apertava-a com um braço e com a outra mão brincava com as mechas do cabelo soltas em seu penteado e deslizava os dedos por sua nuca, fazendo a menina estremecer.
-Eu senti tanto a sua falta. – ela murmurou contra o peito do ruivo.
-Eu também... – suspirou ele encostando a bochecha contra o topo do cabelo dela, mas afastando-a delicadamente logo em seguida.
Hermione olhou intrigada para o garoto, como se perguntasse o que tinha feito de errado para perder seu contato, mas meros segundos depois Rony tinha agarrado uma das mãos dela e a encarava profundamente. Ela encarou de volta os olhos do ruivo, que na ocasião estavam azuis como o céu num domingo ensolarado de verão.
-Me perdoe por tudo isso, Mione. Eu nunca quero perder sua amizade. Eu nunca poderei ficar longe de você.
Ele retirou um pequeno embrulhinho do bolso interno das vestes e colocou-o dentro da mão de Hermione.
-Eu gostaria que você ficasse com isso.
-Mas o que é? – perguntou ela, confusa. Afinal, não era nada fácil ser racional quando certos olhos que lhe tiram o sono estão sobre você e certas mãos que lhe fazem tremer estão apertando a sua.
-É o brinde que ganhei no sorteio da “Madame Louise, Witch Gifts”. Me disseram que devia ser dado à uma pessoa especial, e desde aquele dia eu... eu pensei que ele deveria ser seu.
Hermione sentiu suas bochechas esquentarem e seu coração dar cambalhotas felizes dentro de si. Foi difícil controlar a tremura das mãos para conseguir abrir o embrulho. Logo, ela pôde ver uma pequena e singela correntinha de prata com um delicado pingente de estrela pendurado. Assim que ela a tocou, porém, a estrelinha emitiu um brilho branco muito forte, iluminando toda a escura sala em que estavam. Olhando melhor, ela viu boquiaberta, que o pingente era todo feito em diamante.
-Rony... – ela sussurrou sentindo lágrimas voltarem aos seus olhos, mas dessa vez por conta de uma emoção muito diferente. – Eu nunca vi algo tão lindo em toda a minha vida.
-Fico feliz que tenha gostado. – disse ele baixinho. – A luz do pingente vai brilhar por toda sua vida.
-Mas... mas... isso é muito valioso, Rony. – falou ela, sem graça. – A estrelinha é de diamante!
-D-diamante? – perguntou Rony, que por algum motivo se tornou muito vermelho, mas sorriu logo em seguida. – Bem, nada menos do que você merece.
As pernas da menina ficaram ligeiramente sem forças sob a ação dessas palavras.
-V-você... v-você poderia me ajudar a colocar? – pediu ela lhe estendendo a correntinha e se virando de costas.
O ruivo pegou o objeto das mãos da garota e encarou abobado a pálida nuca de Hermione, a meros centímetros de seus dedos. Um frio correu por toda sua espinha no momento em que ele passou os braços ao redor do corpo dela e correu as mãos em volta do seu pescoço, as trazendo para a sua nuca, a fim de abotoar a corrente. Ele sentiu as costas de Hermione roçando ligeiramente sobre seu tórax e notou que a respiração da menina tornava-se cada vez mais descompassada, assim como a dele. Então, sem pensar, ele deslizou ambas as mãos sobre os ombros e antebraços da garota, alcançando seus dedos e a virando delicadamente para estar de frente a ele. Ele entrelaçou uma mão da garota com uma das suas e com a que restava, tocou-lhe o pingente de estrela, subindo lentamente e tocando-lhe o queixo. Hermione fechou os olhos e mordeu o lábio inferior, numa atitude que Rony achou absolutamente encantadora e totalmente irresistível. Ele aproximou o rosto ainda mais do dela e beijou-lhe a bochecha, sentindo o gostinho salgado das lágrimas que deslizaram por ali um pouco mais cedo. Hermione ergueu sua própria mão livre e acariciou cada traço do rosto do ruivo, fazendo com que ele também fechasse os olhos e deslizasse sua boca lentamente sobre a bochecha dela para finalmente tocar-lhe os lábios. A menina sentiu os lábios de Rony roçando sobre os dela e todo e qualquer pensamento racional deixou seu corpo. Ela estava em chamas. Seu coração estava queimando e enviando labaredas por cada centímetro do seu ser. Eles ficaram durante alguns segundos imóveis, apenas desfrutando como o contato dos lábios do outro sentia bem sobre os seus. Rony foi quem fez o primeiro movimento, colocando um pouco mais de pressão no toque e dando a Hermione um beijo infantil, doce, o qual a garota respondeu prontamente. Eles se demoraram naquele toque, antes de se afastarem, vermelhos como pimentões e se abraçarem fortemente mais uma vez. Tinha sido apenas um selinho, mas suficiente para deixar o ruivo totalmente trêmulo e a menina completamente sem fôlego. Afinal, não fora apenas um encontro de lábios, mas uma fusão de dois corações.
-Ah, até que enfim nós encontramos vocês e- ops! – falou Gina entrando na sala seguida por Harry, Neville e Luna.
Hermione tentou se afastar bruscamente de Rony, mas o ruivo a segurou pela mão, lhe dando um olhar de esguelha e um sorriso inclinado que fez as pernas da menina amolecerem novamente.
-Er... desculpe. – falou Gina, sua expressão entre sem graça e divertida. – Nós não queríamos atrapalhar, mas é que a revelação já terminou e a professora McGonagall não pára de perguntar onde vocês dois se meteram.
-V-vocês não estão atrapalhando. – resmungou Rony corando, mas ainda segurando as pontas dos dedos de Hermione.
Gina ergueu uma sobrancelha e um brilho malicioso passou por seus olhos, mas ela não disse nada. Ao invés, foi Harry quem falou, sorridente:
-Fico feliz em ver que vocês dois voltaram a se entender.
Hermione sorriu de volta à ele.
-Sim. – falou ela, radiante.
-E só para você saber, Hermione, a vaca da Pansy Parkinson levou uma bela detenção da professora McGonagall. – Gina contou com empolgação.
-Eu não me importo mais com ela. – respondeu Hermione encolhendo os ombros. – Nada do que ela falou é verdade... Eu sei que eu tenho... AMIGOS. – ela deu um relance a Rony, que sorriu mais uma vez e apertou os dedos dela entre os dele antes de soltá-los e o grupo começar a caminhar de volta para a sala comunal.
Naquela noite, no dormitório masculino, Rony não conseguia dormir. O perfume de Hermione ainda estava impregnando cada parte do corpo dele e a lembrança do calor dos lábios dela continuava lhe causando sensações poderosas o suficiente para deixá-lo acordado durante um mês. Um ano, quem sabe. Ela agora estava ao seu lado novamente. Era amiga dele novamente, embora ele achasse que isso já não estava sendo o suficiente. Mas ele teria tempo para mudar essa condição, não tinha que ter pressa para isso. Afinal, ele conseguira confessar à garota que nunca poderia ficar longe dela. E, melhor do que isso, ele conseguira muito mais essa noite. Com um sorriso satisfeito, Rony fechou os olhos, se lembrando que ele realmente tinha consertado as coisas. O rosto de Hermione brincou em sua mente e fez seu coração acelerar uma batida. Os olhos dela, na concepção do garoto, brilhavam até mais do que a estrela da correntinha que ele tinha lhe dado.
A estrela.
Com outro sorriso, Rony se lembrou das palavras da velha Madame Louise, àquele sábado em Hogsmeade:
“Você ganhou um presente muito especial, meu jovem. – a bruxinha velha tinha lhe falado. – E como um presente especial, você deverá dá-lo a uma pessoa muito especial, também. É um colar do brilho eterno, e tem um pingente de estrela. Essa estrela irá brilhar durante toda a vida da sua dona... E não é só isso. Você poderá ver que o pingente é feito de vidro. Mas esse material do qual ele é feito, é mágico, meu jovem. A estrela poderá ser feita de vidro ou cristal, dependendo da intensidade e da sinceridade do seu sentimento para a pessoa que você presenteá-la. Entende por que a razão de dá-la a alguém importante? Você não irá querer que a estrela seja feita apenas de vidro, irá?”
“Madame Louise ficaria contente de ver a estrela agora.” – pensou Rony se virando para o canto, o sono finalmente chegando. – “Ela não é mais feita de vidro, Madame. E nem de cristal... Ela é feita de DIAMANTE. O mais belo e mais valioso material... Como o meu sentimento por Hermione.”
N/A: Sobre o capítulo:
1- Parabéns por chegarem até aqui e desculpem pelo tamanho.
2- O sarcasmo de Hermione sobre os “Heliopatas” e a parte em que Luna fala que Hermione tem a mentalidade tacanha foram inspiradas em Ordem da Fênix, durante o primeiro encontro dos membros da AD no “Cabeça de Javali”. A parte do Goyle ter “cara de bunda de macaco” também foi inspirada nesse livro, só que no capítulo “Luna Lovegood”, onde ela quase morre de rir quando o Rony faz uma piada sobre isso.
3- A piadinha do Harry com a Gina sobre os “sapinhos cozidos” é por causa do cartão que a ruiva envia para ele em Câmara Secreta, onde ela tinha escrito isso.
4- Foi um capítulo meio complicado, mas um doce de escrever. Desculpem se não tiver correspondido à expectativa de todos que esperavam a festa da Grifinória, mas... eu tentei.
Beijos a todos e obrigada por acompanharem!
Agradecimentos:
Suzi-Mel: Olá! Não precisa agradecer por eu ter respondido seu comentário, faço isso com o maior prazer e sou em quem sempre vai agradecer. Mais uma vez obrigada por estar acompanhando, espero que tenha gostado do 22. Beijos!
Fabiana Potter: Viu?? Não sou má, agora você já sabe o que é o presente do Rony!! Gostou?? Ah, eu também queria um Rony (Ruppert) para mim..rs... Você deve ter gostado ainda mais dele nesse capítulo, não?? Bem, mais uma vez obrigada pelos comentários e elogios, de coração mesmo! Beijos!
Mariana de Oliveira: Ahh, eu também acho a história dos dois a mais linda e mais perfeita da história de Hogwarts e de todo o mundo mágico!! Eu amo R/H... Valeu pelo comentário e pelos elogios, me deixaram muito feliz! Espero ver suas opiniões aqui novamente! Beijão e obrigada mesmo!
Nanda_Weasley: Que bom que gostou da ceninha H/G, Nanda... Fico esperando seu comentário para o 22, espero que tenha gostado. Muitíssimo obrigada por estar sempre por aqui, ok? Grande beijo...
Giana: Ahh, que comentário fofo!! Eu sempre costumo falar isso, mas vou repetir: AMO quando vejo gente nova comentando por aqui!! E ainda mais quando se trata de um comentário tão simpático quanto foi esse seu! Sem palavras para agradecer todos os elogios, viu?? Quem foi a amiga quem lhe indicou a fic?? E é sério que você chora?? É legal saber que você gosta dos pensamentos deles, pois são umas das partes que mais gosto de escrever. E fico feliz também que tenha gostado da ceninha H/G. Continue acompanhando e me dando alegrias de outros comentários tão fofos quanto esse, ok? Beijinhos!
Bruna: Pronto!! Agora você já pode parar de sofrer! Já atualizei e Rony e Hermione já não estão mais brigados... O capítulo 22 foi bem felizinho, viu? Gostou? E é claro que NUNCA vou ignorar um comentário. E NÃO foi idiota, tá bom? Fiquei muito contente que tenha comentado tantas vezes... E adorei falar contigo no MSN, tô esperando aquela fic que você falou... Beijos!
Mayara: Agora já é quinta e eu já postei!! Êhhh!!! Hehhehehehe... Tô só brincando... Bem, aí está o 22, que apesar de IMENSO espero que não tenha desagradado. Obrigada pelos comentários, como eu já disse: você é muito simpática! Beijinhos!!
Juane Valentim: Oi!! Viu? Você já poderia ter lido o capítulo 21, pois o 22 saiu rapidinho... rs... Adorei seu comentário e todos os elogios! Sabe, eu sempre fui encantada pelo shipper R/H, embora eu REALMENTE me tornasse fanática só depois do Cálice... Quanto à Gina... bem, eu a adoro também. E o Dan é seu, anh?? Tudo bem, mas deixe o Ruppert para mim (agora vou ser linchada aqui pelas fâs dele! Rs..rs...)! Espero que continue acompanhando. Deixe os links das suas fics aqui no próximo comentário? Fica mais fácil... Beijos e obrigada!
Morgana Black: Olá, Morgana! Seu comentário também conseguiu me emocionar… Fico honrada com os elogios e feliz que esteja gostando da fic. Eu AMO R/H, adoro a Gina e sou fanática pela Mione. Com certeza ela é sensível sim, você está certa. Estou tentando passar esse lado dela e já me disseram que ela está bem chorona na fic, mas bem, ela é uma garota e tem suas emoções, não? Que bom que tenha gostado da cena H/G, espero que tenha gostado da cena R/H do capítulo 22. Grande beijo, super obrigada e conto com suas opiniões mais vezes!
Alulip: Oiii!! Primeiro tenho que falar que morri de rir com seu último comentário, o “corinho” com a “dancinha”...rs... Você é mesmo única!! Agora sobre o seu comentário grandão: REALMENTE você deveria escrever fics, Alulip, é sério, você nunca pensou nisso?? A parte do comentário que você descreveu os pensamentos do Rony ficou MUITO boa, MUITO mesmo!! E você notou que usei sua idéia das risadas de hiena?? Copiei de você!! ;-)
Fico contente que goste da minha Luna (o que achou dela no 22?) e que tenha gostado da cena H/G. Espero que tenha gostado do capítulo, apesar de ENORME... Espero ansiosa sua opinião sobre ele. (tomara que você esteja falante..rs...) Mais uma vez obrigada, também lhe admiro muito!
Lucas: “Ácido no miojo” e “pontinhos de chocolate no sorvete de flocos”?? Ahá, tenho que dizer que também adoro suas comparações! E se tivesse um prêmio dos comentários mais engraçados os seus seriam fortes concorrentes, sabia? Me divirto pacas com eles... Espero seu comentário do 22. Ah, viu que o Neville recebeu um cartãozinho? Quem sabe não é agora que o menino desencalha...rs.. Beijinhos e obrigada!
Flávia Menezes: Oi! Muito obrigada pelo comentário! Que bom que esteja gostando... Você parece ser romântica, não?? Bem, continue acompanhando e me dê a honra de ler seus comentários mais vezes. Obrigada, beijos!
Karla: Só fico imaginando você e a Brine lendo a fic no cursinho... hehehhehe, dever ser muito engraçado! E é verdade, eu sinto muito ao escrever a Hermione sofrendo, pode acreditar. Mas por outro lado, me alegra vê-la se dando bem como nesse capítulo 22. Agora a Luna é uma personagem ótima de escrever, gostou dela nesse capítulo?? A propósito, espero sua opinião sobre o capítulo todo. E mais uma vez obrigadão pelos comentários e elogios! Grande beijo!
Brenda: Oiê! Claro que entendo, eu sei o quanto é horrível ficar sem internet, não se preocupe! Embora eu sinta bastante falta dos seus comentários eu irei entender. Só espero que resolva o problema logo e possa voltar a ler os capítulos e comentar. Beijinhos, obrigada Brenda!
Hell Granger: O capítulo não teve 20 mil páginas, mas ficou bem grande, viu?? Hehhehehe... E espero que tenha ficado explicadinho como você queria!! Suponho que depois desse 22 você irá querer mais ainda um ruivinho Weasley para você, né? Rs..rs... E fico contente que tenha gostado da cena H/G. Ah, e quem disse que você não foi convidada para a festa da Grifinória?? Presenciou tudo de camarote!! Gostou??
E quanto a entender suas viagens na nossa área, pode deixar comigo!! Ah, também vou sentir falta da Susan, mas infelizmente ela não vai nascer aqui não...rs... Beijinhos e obrigada!
Pequena Pri: Oi maluquinha! Bem, você acertou o jogo da Grifinória!! Espero que tenha gostado... Eu voltei a falar do poeminha da Gina, viu?? E a Luna nesse capítulo, o que achou?? Seus comentários me fazem muito feliz e só o que tenho é agradecer sempre!! Matou a curiosidade sobre o brinde do Rony!! Só torço para que não tenha se decepcionado. É isso. Beijinhos e valeu!
Brine: Oiê!! Até que enfim chegou o 22, héim?? Foi grande como eu lhe disse que seria... Só espero que tenha correspondido às expectativas, o jogo, a festa e tudo o mais. Agora que você já me fez aquela promessa pelo MSN me deixou bem mais tranqüila... Mas mesmo assim fico aqui torcendo para que continue gostando da fic. Quero sua opinião detalhadinha do 22, viu?? Não sei se já te falei, mas AMO esses comentários grandões que você posta!! Mais uma vez te agradeço por tudo e digo que adoro você, D++! Torço muito por você com o vestibular e com tudo mais em sua vida. É isso então... Beijinhos Brine!!
Val: Hum... er... Travei de novo. Acho que a solução é você postar o comentário com outro nome para ver se consigo escrever um N/A descente para você! Hehehhehee... Agora, brincadeiras à parte amiga, MUITO OBRIGADA mais uma vez. Eu te enganei falando que não estava escrevendo o capítulo, né?? Desculpe, mas foi porque queria fazer surpresa... Espero que tenha valido a pena. Você já me disse que gostou do 22, mas fico aqui me remoendo para ler seu comentário gigante e saber tudo detalhadinho o que foi que você achou... Valeu a pena esperar pelo presente?? E a Luna, gostou da jogadinha com as bananas...?? rs..rs... Ah, tenho que falar que ri muito com sua saga para ler o capítulo 21. É isso amiga. Te adoro e você sabe disso. Beijão.
Ronald Weasley: Que bom ler seu comentário aqui novamente! Sim, sim, eu achei brilhantes suas palavras, teorias e tudo o mais! Eu também odeio H/H e TAMBÉM só leio fics R/H, temos esse fanatismo em comum..rs... Seu comentário não ficou confuso não, eu adorei, sério!! E espero ter conseguido saciar algumas de suas dúvidas com o capítulo 22. O que achou dele?? Estou curiosa para saber sua opinião. Outra vez um super obrigada, seus elogios me honram pra caramba! Beijos beijos e até o próximo!
Giovana Castro: Olá! Muito obrigada pelo comentário e por todas suas palavras de elogio... Adoro ver gente nova comentando por aqui, me deixa muito satisfeita. Só tenho a agradecer e torcer para ver seus comentários aqui mais vezes. Deixe o link da sua fic aqui? Fica mais fácil... Beijinhos!
Letícia: Oi Lê!! Então, consegui responder suas dúvidas quanto o capítulo?? O que achou do jogo, da festa e tudo mais?? Espero que tenha gostado... Fico aguardando ansiosa sua opinião. Ah, da próxima vez que falarmos no MSN tenho que acabar de contar do livro, né? É isso. Obrigada mais uma vez. Beijão!
Humildemente Ju: Só para variar você me fez dar risada com seu comentário? Minha fic te fazendo ter um troço?? Conta do médico?? Kkkkkk, só você mesmo, Ju... Bem, espero que tenha gostado do 22, correspondeu às expectativas ou não?? Pelo menos pode ter servido para você me perdoar pelas cenas H/G...rs... Bem, espero sua opinião, ok? Beijinhos!
Sônia Sag: Ahhh, eu já disse que AMO seus comentários??? Se não disse digo agora: eu AMO seus comentários!... Sempre tão criativa, amável, adoro mesmo, Sônia, obrigada por me proporcionar isso!! Estou absolutamente feliz em ouvir de uma H/G desde o primeiro livro que o beijo deles ficou bom, isso me alivia bastante...! E sabe que me viciei nesse seu negócio de dar sabores aos capítulos? Muito legal, hehehhhe, Bis de chocolate branco foi bom, hum... Mais uma vez obrigada, de coração. E só para não passar em branco: você é uma escritora e tanto, estou apaixonada por sua fic...! Beijinhos e espero ansiosa por sua opinião sobre o 22 (contendo o sabor e tudo! Rs..rs..)
Tábata e Thyassa: Eu vi mesmo que você criou um tópico na comunidade sobre o brinde do Rony, Tábata!... E aí, gostou da surpresa? Esse capítulo não deu para chorar, né? Espero que não tenha feito nenhuma das duas chorar não... Obrigada viu, garotas? Os comentários de vocês são sempre muito agradáveis! Beijos!
Carolina Rezende: Nesse capítulo 22 tivemos um descanso do mistério da Rebecca, viu? E finalmente foi revelado o brinde do Rony. E você acertou, meio que foi um presente de desculpas para a Hermione... Olha, só o que posso dizer é obrigadão por acompanhar a fic e por todos os elogios que você faz. Fico contente d+++ em saber que você gosta da história, são essas coisas que me incentivam a continuar... Abração e obrigada outra vez.
Bella Rosa: Pois é, eu acho que sou tão falante que depois desses capítulos enormes ainda escrevo meus pontos de vista à cada um de vocês...rs... É bom saber que você acha essa interação legal, porque adoro responder a cada um dos comentários! E os seus comentários são sempre TÃO lindos!!... Fico feliz que você também veja as brigas de R/H como um salto para o amadurecimento, afinal, elas sempre acabam levando a algo bom, não é? Bem, aguardo ansiosa seu comentário sobre o 22, espero que tenha gostado, apesar do tamanho e tudo mais. Ah, sobre um par para a Luna, vou pensar nisso, já andei pensando, aliás..rs... Beijos, e muito obrigada sempre!
É isso... Fiquem tranquilos que o próximo não deverá ser grande. Até a próxima! Malfeito Feito!
Comentários (2)
Minha querida autora, você é espetacular! Foi o melhor capítulo que já li sobre nosso querido casal. Espero que eles não se comportem como se nada houvesse acontecido mas, estou eufórica!!! Parabéns. Nota 5 é pouco, você é nota 10!
2013-11-07OMG foi um dos melhores capitulos que já vi então *---------------------------------------------* ameiiii
2012-01-05