Único
Nome do autor: Dione
Título: Eu Sigo Teus Trilhos
Capa:
Ship: Harry/Luna
Gênero: Drama/Romance
Classificação: K
Observação: Pós-Hogwarts
Link para a fic se ela já estiver publicada:
Item: Trem.
Bônus: A despedida não ser motivo de tristeza.
Eu Sigo Teus Trilhos
O trem vagava pelas matas, e se embrenhava dentro da Espanha e dentro do seu próprio coração. Na mesma velocidade que aquele trem corria, seu coração batia e se unia ao trem, pois dentro dos dois estavam o único homem que amou.
- Então você vai embora sem nem olhar para trás e ver tudo que você está abandonando? Seus amigos, seu filho, sua casa, sua família...
- Eu não posso olhar para trás, Luna. Por mais que eu te ame, que ame o Laurence, e que eu ame o mundo em que vivo você sabe muito bem... Eu não posso continuar. Não depois de tudo. Não com todos os riscos que faço todos correrem, principalmente você e meu filho. Os comensais restantes estão vindo atrás de mim para me matar, e eu não posso simplesmente envolver você e Laurence nessa história. Vocês são tudo que eu tenho. Não posso perdê-los assim.
Olhou para fora do trem através da janela da cabine, olhando para a mata, para todos os animais que corriam. Que viviam. Eles tinham uma vida completamente livre, como ela sempre tivera. Uma vida louca, sem início nem fim, como ela. Mas ela não gostava daquilo. Ela gostava do seu rumo, dos seus trilhos.
E já não era somente seu coração, mas sim sua alma que estava conjunta aquele trem. E ela tinha inveja desse trem, por ele ter seus trilhos feitos, sem riscos de alterações. Por que aquele trem tinha um rumo, e o seu trem não. Ela não tinha rumo, nem os seus trilhos o tinham, pois tudo, todos os trilhos e todos os rumos possíveis a levavam até uma única pessoa: Harry Potter.
Mas agora haveria uma brusca mudança de rumo, mesmo ela não tendo nenhum. Por que continuar a segui-lo era a mesma coisa que sair dos trilhos. Dos trilhos que ela fizera por ele, que ele a forçara a fazer, mas que ele mesmo nunca respeitava. Ele sempre ultrapassava todos os limites. Todos os rumos, todos os trilhos.
- Você tem certeza, Harry? Depois não tem como voltar atrás.
- Eu sei que não vai ter como. Mas eu não vou voltar. Eu não vou poder voltar. Eu não vou querer voltar.
- Então quero que você saiba que quando você descer deste trem, não mais terá volta. E se você decidir voltar saiba que por mim, não vai ser bem recebido.
Ele abaixou a cabeça e começou a olhar para os próprios pés. O silêncio que permanecia dentro da cabine tinha um tom, um peso. O peso da reflexão. Depois de um tempo, que para ela, foram meros segundos, o trem diminuiu sua velocidade e parou.
Ele se levantou. Ela se levantou.
Eles se encararam. Verde e azul pela última vez.
Ela desviou o olhar. Nunca aprovaria esta atitude dele, vinda dele.
Ele a puxou. Ela o beijou.
Um beijo com sabor de despedida e recheado de mágoa. E com um desfecho doloroso, quando ele mordeu seus lábios. Ela o amava e sempre o amaria. até o fim.
Testa com testa. Nariz com nariz. Olho com olho. Boca com boca.
Mas quando ele abandonou o vagão, e por fim o trem, e ela finalmente conseguiu se sentar, ela viu que sua própria locomotiva estava perdendo os trilhos, e se acabando em um abismo absoluto. E sem risco de novos trilhos para a sua locomotiva.
FIM
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