UMA NOVA AJUDA



Draco sentiu todo o ar fugir de seus pulmões. Não conseguiu falar nada durante um longo momento, enquanto tentava controlar a respiração. Não encarou as mulheres à sua frente: Gina estava embasbacada, enquanto Liz nem ao menos o olhou.
— Isso é verdade? – Perguntou num fio de voz. – Meu pai fez isso?
— Sim. – Elizabeth respondeu sem encará-lo – Foi uma exigência do Fudge. Ele entrelaçou a vida de todos os envolvidos. Precisamos encontrá-lo, caso contrário as coisas podem fugir do controle de quem acredita tê-lo. Pense Malfoy, onde o seu pai guarda as coisas de valor?

O garoto a olhou. Pensei que eu tinha valor.



Molly Weasley chegou à sala do marido no Ministério da Magia pela rede de Pó de Flú. Ela sabia que todas as lareiras e portas do Ministério estariam sendo vigiadas constantemente para impedir que qualquer bruxo tentasse entrar no lugar, mas sabia também que sua lareira lhe conferia livre acesso, uma vez que seu marido fazia parte do plano inconscientemente.

Deixou que Fred e Jorge ficassem de prontidão em casa, zelando pela segurança de Arthur. Ao seu lado estavam Hermione, Rony e Harry, todos com as varinhas nas mãos.

A sala estava imaculadamente limpa e não apresentava nada de anormal. Ela fez um movimento para que os jovens a seguissem silenciosamente, não queria que ninguém soubesse que estavam ali.
— Mãe! – Rony chamou baixinho. – Mamãe!
— O que é Rony? – Ela disse virando-se para encarar o filho.
— O que nós estamos procurando exatamente?
— Eu não sei ao certo. – Ela respondeu tentando ocultar um pouco sua confusão. – Mas caso veja Cornélio Fudge, lhe dê um murro muito bem dado.



Fudge andou calmamente até o tanque onde estava A Besta. O líquido cinza-petróleo estava sendo drenado, em breve ela estaria livre. Sem o mínimo aviso e em milésimos de segundo, a criatura abriu os olhos maldosos e atacou o monstro.



Londres estava encoberta pelas trevas e uma densa névoa pairava pelos becos e ruas menos movimentadas. Enquanto os bruxos trancavam-se em casa na esperança de salvarem suas famílias, as criaturas criadas por Fudge andavam pelas ruas buscando novas vítimas. Dementadores Espectrais, Evil-Papões, lobisomens e fantasmas andavam, rastejavam ou levitavam livremente por todos os lugares. A aparência de todos era absurdamente assustadora. Por onde passavam deixavam um rastro de sangue, corpos retalhados ou catatonia total. Era o fim dos tempos.



— Eu acho que sei onde seu pai pode estar Draco. – Gina disse de repente – Se ele está ajudando Fudge, com certeza estará ao seu lado na hora do trunfo final.
— E onde você acha que Fudge está? – Draco perguntou esperançoso.
— No único lugar realmente seguro dessa cidade – Elizabeth disse – No covil das trevas: O Ministério da Magia.



Tudo aconteceu extremamente rápido: As longas garras da criatura atravessaram o vidro; apenas suas unhas ficaram para fora do tanque. Quando os cientistas se viraram para olhar, Cornélio Fudge estava no chão, protegendo o rosto com as mãos. Se o vidro não os separasse ou se Fudge estivesse um pouco mais próximo do tanque, as garras de mais de quinze centímetros teriam dividido o ministro ao meio. Extremamente mal-humorado levantou-se, ajeitou a roupa e olhou para a criatura com ferocidade. Ela lhe devolveu o olhar com ainda mais raiva.
— Me avisem quando tudo estiver pronto. – Ele disse sem encarar nenhum dos cientistas – Estarei na minha sala.

Fudge voltou para seu escritório a passos rápidos. Nem mesmo ele percebeu o surgimento de algumas pequenas rugas de preocupação em sua testa. Assim que abriu a porta de sua sala, as rugas aumentaram consideravelmente.
— Muito bem, Cornélio. Acho que você nos deve algumas explicações.



Armand Gregor era o superintendente da IBM, Inteligência Bruxa Mundial. Pouquíssimas pessoas sabiam da existência dessa repartição do governo bruxo, mas ela era extremamente necessária e Armand orgulhava-se de ser um dos profissionais mais importantes lá dentro.

A primeira condição para se trabalhar na IBM era aceitar que nunca, em hipótese alguma, alguém poderia saber da existência da repartição. Armand deixava isso muito claro para cada candidato em potencial que entrevistava. Explicava que um emprego fictício seria criado para não levantar suspeitas e que essa medida era necessária para zelar pela natureza da instituição. Devido a essa restrição, seus homens eram selecionados rigorosamente; profissionais com raciocínio lógico apurado, discretos, com alto poder de persuasão, inteligentes, corajosos e leais. Homens de caráter e valor. Mas havia um traidor entre eles.

Armand estava na Austrália há quase um ano trabalhando em um caso excepcionalmente complicado envolvendo um bruxo canibal e uma seita satânica. As fotos dos corpos da vítima estavam espalhadas pela sua mesa, relatórios e anotações empilhadas em um canto. Estava tão envolvido no caso que não tinha notícias da central da IBM, em Londres, há quase uma semana.

Caiu da cadeira quando seu subordinado aparatou na sua frente empunhando a varinha.

Richard Williams estava com os olhos vermelhos e inchados. Suas mãos tremiam e logo ele abaixou a varinha, derrotado. Armand se levantou de um salto, assustado demais para dizer qualquer coisa.
— Me desculpe senhor. – Richard abaixou a cabeça e começou a chorar – Cometi um erro imperdoável e condenei a todos nós. Mas levaram a minha filha, minha menininha – ele soluçou – minha linda menininha...

O superintendente encarou o homem por um longo momento. Ele estava desesperado, quase insano. Estava engasgado, seu choro revelava uma dor profunda. Conjurou uma poção amarelo-ouro e lhe estendeu.
— Beba, agente Williams. - O homem pegou o cálice ainda sem encarar seu superior – E me conte tudo que aconteceu.

Richard bebeu o líquido em apenas uma golada. Conhecia aquela poção; os agentes da IBM ofereciam às vítimas ou parentes das vítimas de crimes violentos. Seu gosto adocicado aquecia o corpo da pessoa, controlando seu sistema nervoso. Em poucos minutos ele tinha parado de soluçar, embora as lágrimas ainda rolassem pelo seu rosto. Respirou fundo duas ou três vezes e contou ao superintendente como tudo tinha começado.
— Os monstros foram criados e passariam por alguns testes em breve, onde aprenderíamos a destruí-los com facilidade. Não era nosso objetivo colocar as pessoas em risco de verdade . O plano era simples: Quando as criaturas começassem a aparecer na cidade os bruxos pediriam ajuda ao Ministério e nós os salvaríamos. – O homem parou de falar e estremeceu – Mas Fudge enlouqueceu. Os monstros estão soltos. Londres está tomada pelas trevas. E uma dessas criaturas diabólicas levou a minha filha.

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