CRIATURAS



Uma névoa densa cobria toda a cidade de Londres. A lua estava coberta por uma mancha vermelha como o sangue. Mas os bruxos nem ao menos se deram conta disso, estavam aterrorizados demais para olharem pela janela. Os incontáveis pontos brilhantes indicavam que todos estavam trancados em casa, temerosos demais para se aventurarem nas ruas.

De repente, uma onda invisível varreu todas as residências de norte a sul, apagando todas as luzes da cidade. O medo estava completamente instalado.



Molly Weasley, Harry, Rony e Hermione procuravam desesperadamente por toda a casa a tal poção avermelhada, sem sucesso algum.
— Hermione, querida – sussurrou num fio de voz – Você sabe que poção era essa? – A garota balançou a cabeça para os lados com um olhar triste. Não fazia idéia de que poção era essa, capaz de fazer uma pessoa sob a maldição Imperius conseguir voltar a si, mesmo que por tão pouco tempo. – Pois bem – A senhora Weasley falou num tom mais alto, fazendo com que Harry parasse de procurar para encará-la. – Teremos que ir direto na fonte de todo o mal.

Harry, Rony e Hermione trocaram um rápido olhar e em seguida concordaram com a cabeça. Assim que Molly estendeu o pote com pó de flú para os garotos, ouviu o barulho de vidro estilhaçado no piso superior. Todos correram para o 2º andar e pararam na porta, bestificados.

Uma criatura de quase dois metros estava parada junto a janela quebrada. Tinha pêlos escuros e espessos. Os imensos dentes estavam a mostra, tão afiados que lhe cortavam toda a gengiva. O sangue misturava-se a baba, que pingava continuamente no chão. Ele parecia não se importar. Seu olhar, extremamente maldoso, estava voltado para Arthur, inerte na cama. Os gêmeos olhavam para a criatura como se fossem conseguir paralisá-la apenas com o poder do olhar. Ambos seguravam as varinhas em posição de ataque, prontos para lançarem o primeiro feitiço.

Quando a criatura avançou, todas as luzes da casa se apagaram.



— Espere! – Gina gritou pulando das sombras. Draco e Elizabeth levaram um grande susto com sua repentina aparição. – Não a solte ainda. - Elizabeth olhou para a garota com interesse, enquanto Draco parecia extremamente confuso. Abriu a boca para dizer alguma coisa, mas conteve-se. Um pesado silêncio recaiu entre os três, que ficaram se encarando por um longo momento. - Eu escutei tudo que vocês conversaram. – Gina quebrou o silêncio com uma voz firme e determinada. A única arma que tinha era sua coragem. – Eu lhe agradeço, Draco, por ter me ajudado tantas vezes. E de uma certa forma até entendo o por que de ter me estuporado ainda a pouco. – Ela olhou para Elizabeth - E eu sinto pena de você Elizabeth, por ter sido enganada de uma forma tão cruel e por se submeter a cumprir uma promessa como a tal que descreveu. – Os dois continuaram em silêncio, olhando atônitos para a garota. Ela se aproximou de Draco e baixou o tom de voz. – Antes de soltá-la precisamos saber se ela realmente pode e quer nos ajudar. Caso contrário estaremos dando força aos nossos inimigos.

Draco a olhou com admiração. Há pouquíssimo tempo a garota tinha se mostrado completamente histérica na pirâmide. Agora apresentava-se como alguém ponderado e com raciocínio lógico.
— Confesso que não pensei muito nisso, Gin. – Ele sussurrou de volta. – Vejo nela nossa última esperança. Ela é a única capaz de nos ajudar de verdade.
— E por que você acredita tanto que ela irá nos ajudar e não nos apunhalar pelas costas?
— Isso é óbvio, querida. – Elizabeth disse antes que Draco pudesse ao menos abrir a boca – Nunca engane uma mulher apaixonada.



Cornéio Fudge andava decidido pelas masmorras fracamente iluminadas pelas tochas. Um vento gelado o acompanhava, fazendo as chamas dançarem de forma fantasmagórica. Ele estava sozinho, mas conhecia muito bem aqueles corredores. Era o Ministro da Magia há vários anos e conhecia o Ministério como a palma de sua mão, inclusive as masmorras. Entrou em uma grande sala, onde uma dezena de bruxos com capas brancas trabalhavam freneticamente. Todos se viraram para olhá-lo e fizeram uma leve reverência. Um dos homens aproximou-se com um leve sorriso nos olhos.
— Sr. Ministro, é um prazer tê-lo conosco.
— Muito bem, Joey. – Cornélio fixou seu olhar em um imenso aquário, com cerca de 3 metros de altura por 2 de largura. O cientista-chefe acompanhou o olhar do ministro.
— Conseguimos criá-lo. – Ele falou com uma voz orgulhosa. – Deu um pouco de trabalho porque é uma criatura complexa. Precisamos do sangue de assassinos e pessoas do pior escalão. Aquelas realmente maldosas.
— Vocês fizeram um bom trabalho. – Fudge disse olhando fixamente para a criatura imersa no tanque. Não tinha mais do que dois metros, mas era sua aparência que realmente assustava. O corpo era escamoso, cinza-escuro. As garras nas mãos e pés deviam ter, no mínimo, quinze centímetros. Tinha um longo focinho com presas grandes e afiadas para fora da boca. E, no topo da cabeça, vários tentáculos dançavam sem parar.
— Precisamos dar um nome para a criatura, Sr. Ministro.
— Um nome? – Fudge colocou a mão no queixo e olhou para a criatura um longo momento. – Vamos chamá-la de A Besta. Veio anunciar o fim dos tempos.




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