A TOCA



Gina o olhou por um longo momento. Ele lhe estendeu o jornal, mas ela não o pegou. Baixou os olhos, secou os cabelos e colocou a bota.
— Estou saindo. – Disse decidida. – O mundo pode ter explodido, mas algumas pessoas que eu amo estão lá. Nada pode ser pior que perder alguém que amamos.
— Tenha cuidado. – Ele pediu inclinando-se e a beijando na testa ternamente.
— Terei. – Ela sussurrou de volta. Encaminhou-se para a sala (que via pela primeira vez) e colocou seu pesado casaco. Estava fechando a porta quando Draco a segurou com força.
— Espere. – Ele sorriu e colocou sua mão sobre a dela. – Nada pode ser pior que perder alguém que eu amo. – Ela sorriu e ele e a beijou novamente, desta vez na boca. - Vou com você.


Gina imaginou que encontraria o caos em todas as esquinas e estava certa. Bruxos gritavam em desespero apontando para a manchete do Profeta Diário. Mães corriam com seus filhos no colo, homens voltavam para casa. Todos correndo para uma segurança ilusória. Ela apertou a mão de Draco com força enquanto caminhavam pelas ruas geladas e ele apenas sorriu. Entraram no primeiro beco que encontraram.
— Eu vou para casa. – Ela disse finalmente. – Preciso ver meus pais. Sei que você acha que posso correr perigo, mas preciso vê-los, estar com eles. E acho que Hermione e Harry podem nos ajudar de alguma forma. Eles estão estudando, serão Aurores.
— Ok.
— Ok o que? – Ela perguntou o olhando com curiosidade.
— Vamos para a sua casa.

Virginia Weasley e Draco Malfoy aparataram n’A Toca e encontraram a família Weasley (com exceção de Arthur) , Hermione e Harry reunidos na sala. Assim que entraram Molly atirou-se na filha.
— Nunca mais faça isso! Nunca mais! Nunca! Nunca, nunca, nunca, nunca!...
— Acho que ela já entendeu a ênfase, mamãe. – Jorge disse interrompendo a Sra. Weasley, que lhe lançou um olhar gelado.
— Onde já se viu fugir de casa da forma que você fugiu, ficar 5 dias sem dizer a sua mãe onde estava! Nunca mais faça isso! Prometa que nunca mais fará isso, Virgínia Weasley, ou te colocarei de castigo pelo resto da sua vida!!

Gina apenas abraçou sua mãe, que desabou em um choro aliviado. Ficaram muito tempo abraçadas, soltando-se apenas quando Draco pigarreou pela terceira vez e sussurrou.
— Não sei quanto a você, mas está bem desconfortável para mim.

Ela olhou ao redor e viu que todos olhavam fixamente para Draco, que estava um tanto quanto tímido. Antes que pudesse dizer qualquer coisa Harry se levantou.
— O que está fazendo aqui Malfoy?
— O mesmo que você, Potter. Visitando.

Os dois se encararam, furiosos. Antes que pudessem começar a discutir Gina interveio.
— Nem comecem vocês dois. Temos coisas importantes para resolver. Alguém leu o jornal desta tarde?
— Claro! – Hermione respondeu firme, porém pensativa. – Embora tenha minhas dúvidas quanto a veracidade dos fatos. Tem alguma coisa que não encaixa, não consigo acreditar na história dos Necromantes.
— Pois pode acreditar sangue-ru... quero dizer, Hermione – Draco sorriu extremamente sem-graça – os Necromantes querem controlar a nação bruxa. E, para isso, não hesitarão em matar centenas de bruxos.

O silêncio pairou sobre a sala, ninguém disse nada até que a Sra. Weasley resolveu preparar o jantar.
— Jorge e Fred, arrumem a mesa. Harry e Rony, peguem umas cenouras e rabanetes em nosso pomar, sim? Mione, querida, me ajude aqui na cozinha. Arthur deverá chegar daqui a pouco e quero que o jantar esteja pronto e bem gostoso até lá!

Em segundos não tinha mais ninguém na sala além de Gina e Draco, que só então respirou aliviado e sentou no sofá. Gina sentou ao seu lado e o beijou ternamente.
— Eles só ficaram assustados em te ver aqui em casa comigo.
— Eu sei... – Ele disse com um sorriso murcho no rosto e colocando a mão no joelho dela, acariciando-o levemente. – Eu sei. Mas não era nisso que eu estava pensando.
— E no que era então? – Ela perguntou surpresa.
— No seu pai. – Ele a olhou muito sério. – Sua mãe disse que ele deverá chegar em breve e não sei qual será sua reação em me ver aqui.
— Nós daremos um jeito nisso. – Gina sorriu, tentando tranqüilizá-lo. – Tudo ficará bem. Até agora passamos por várias coisas e conseguimos resolver os problemas, tudo no seu devido tempo!

Eles foram interrompidos com os gritos da Sra. Weasley, que chegavam na sala em alto e bom som.
— ... e não me importa o que vocês achem! A família Weasley é hospitaleira e somos bons anfitriões, portanto nada de maltratarem o Draco Malfoy. Se ele é convidado da minha filha passa a ser meu convidado também e “ai” de quem o maltratar!

Gina e Draco se encararam e sorriram, divertidos.
— Viu? – Ela fez um gesto com a cabeça indicando a cozinha. – Eles vão te tratar muito bem.
— E sem pressão nenhuma!

Ambos explodiram em gargalhadas. Draco observou a garota ao seu lado; seus traços delicados e toda sua graciosidade enquanto sorria. Acarinhou seus cabelos e encostou sua testa na dela.
— Obrigado por ficar comigo.
— Sou eu quem devo agradecer, Draco. – Ela disse com os olhos marejados de lágrimas. – Se não estivesse comigo eu estaria morta há séculos. Você me salvou inúmeras vezes desde que eu comecei com essa obsessão idiota.
— Obsessão? – Ele ficou confuso - Do que está falando?
— Acho que já comentei com você... – Respondeu com timidez – Eu queria me vingar de Tom Riddle.
— E da onde você tirou essa idéia maluca? – Ele perguntou num tom de brincadeira, como se ela fosse uma criança.
— Eu apenas... – Ela ficou sem jeito – ... eu não sei... você não entende!

A garota foi salva nesse instante de uma situação embaraçosa; Molly berrou a plenos pulmões que era hora do jantar. Gina levantou de um pulo e pegou Draco pela mão.
— Se vamos morrer hoje, que seja de estômago cheio!

Eles caminharam de mãos dadas até a cozinha da Toca. Olharam para a mesa cheia, onde um profundo pesar caía sobre todos. Arthur estava sentado à cabeceira da mesa, olhar profundo e cansado. Olhou para a filha com intensa alegria, como se fosse a primeira vez que a visse em séculos. Em seguida seu olhar passou para Draco e sua expressão mudou completamente.
— ASSASSINO!!!

N/A: Ok, eu demorei para postar. Desculpem!! Mas é que eu formei (aêêêê!!) minha banca foi na terça-feira e eu fiquei muito envolvida com a finalização, revisão, diagramação e decoreba para banca do meu livro. Enfim, sou jornalista. E além de tudo tava trabalhando nos finais de semana, ninguém merece! Mas agora que eu formei tudo vai ficar mais fácil. Agora sim, vou me dedicar de corpo e alma a essa fic. = ) Continuem me ajudando!! COMENTEM! Fico muito feliz em ler o que vocês escrevem! Beijos!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.