O CAMINHO SEM VOLTA



Draco olhava pela janela do quarto enquanto todos dormiam. Ficou ali parado a noite inteira, enquanto a escuridão tomava conta do lado de fora da casa. Ele usava um longo casaco preto por cima da roupa. Mãos nos bolsos, olhar fixo em lugar nenhum. Quando amanheceu ele se virou e saiu.





Gina levantou da cama, olhou ao redor e levou cerca de trinta segundos para se lembrar onde estava. Cambaleou até o banheiro, tomou um banho quente e deixou a água escorrer pelo rosto e corpo. Saiu, colocou calça jeans, camiseta, blusa de frio e bota. Secou o cabelo com a varinha, guardou-a na manga, pegou pergaminhos e pena e saiu.





— Bom dia gente! – Ela sorriu. Todos olharam e responderam o cumprimento. – Estou muito animada com a visita de hoje. – Ela olhou ao redor – Onde o Malfoy está?


— Aqui General Weasley. – Ele resmungou. – Estava sentando em um canto da mesa tomando uma xícara de café fumegante.

O professor Williams apareceu na sala e todos os estudantes o encararam com orgulho. Ele sorriu, mostrando a fileira de dentes perfeitos e brancos

— Todos tomaram café? Podemos ir andando?

Os estudantes sorriram e concordaram, vibrando. Gina fez a chamada habitual e logo em seguida todos rumaram para a grande pirâmide. Depois que passaram pela Câmara de Entrada, Williams olhou para os grupos e disse satisfeito:

— Vocês podem ir para qualquer lugar dentro da pirâmide. Mas quero deixar claro que vou querer muitos detalhes.

No começo os grupos andaram juntos, receosos. Em alguns minutos todos dispersaram, cada um tomando uma direção diferente. O grupo de Gina ficou um pouco perdido.

— Venha, vamos por aqui. – Malfoy indicou uma das portas escuras – Eu sempre fui louco para conhecer o centro da pirâmide.

— Draco... – Joey começou, hesitante – acho que não seria... conveniente... irmos para o centro da pirâmide.

— Por que?!?

— Reza a lenda que muitos bruxos já morreram – Gina falou.

Draco encarou os três colegas.

— Melhor ainda. Ninguém vai ter coragem de ir ao centro da pirâmide. Somente o nosso grupo. O trabalho ficará perfeito! – Eles continuaram a encará-lo – Có có có có có có – Ele imitou uma galinha, pegou a varinha na manga e entrou na câmara escura.

Joey, Gina e Philip se entreolharam.

— Vamos fazer o seguinte: Vocês dois, tentem alcançar algum grupo. Eu vou atrás do Malfoy.

— Mas Gina... – Philip tentou protestar, mas foi em vão. Ela já tinha entrado atrás de Malfoy.





Gina andou até perder a noção do tempo. O que mais a incomodava era que o corredor, estreito e em linha reta, não mudava. O vento gelado trazia o cheiro da morte até suas narinas, sufocando-a A luz da varinha não iluminava muito a sua frente. Foi então que viu um vulto preto a poucos metros. Parecia um cachorro, grande e forte.

Ela levou a mão a boca para abafar o grito. Lentamente se aproximou. Foi então que o vulto se levantou e virou.

— Weasley! – Draco gritou – Maldição! Quer me matar de susto sua louca?

— Desculpe Draco, eu...

— Você o quê? Estou aqui concentrado e... – olhou para trás como se procurasse alguém. – Onde está o resto do grupo?

— Eles não vieram. Malfoy, vamos voltar, esse lugar me dá arrepios. – Gina disse esfregando uma mão na outra e olhando ao redor, amedrontada.

— Olha o que eu encontrei. – Dizendo isso indicou uma caixa de madeira perfeitamente trabalhada.

— Não é estranho essa caixa de madeira estar aqui? – Gina perguntou desconfiada.

— Eu não sei, mas ela é muito bonita.

A caixa era feita de madeira maciça, como se fosse um baú. O fundo e a fechadura eram de ouro. Símbolos astecas, maias e incas desejavam fertilidade, esperança, sabedoria e harmonia.

— Para o que será que essa caixa servia? – Draco perguntou enrugando a testa.

— Talvez fosse um presente. – Ela arriscou.

— Então pronto, estou dando-a a você. Abre!

— Vê se me esquece Malfoy. Vamos andando e... – Gina viu um objeto brilhando em outra sala, um pouco mais a frente. – Olhe! – Apontou para o objeto, indicando-o a Draco. – O que será aquilo?

Draco se levantou e caminhou decidido até alcançar a coisa brilhante, Gina em seus calcanhares. Atravessaram uma porta, e outra e outra. A cada passagem a pirâmide ficava mais escura e sombria.

Quando Draco pegou o objeto, o mesmo perdeu todo o seu brilho, virou uma pedra e se esfarelou. No mesmo instante um forte barulho ecoou por todo o lugar. Gina e Draco se olharam horrorizados.

— A porta está se fechando! – ela gritou.

Os dois correram, mas foi em vão. Eles esmurraram a porta e gritaram, mas de nada adiantou.

— Estamos no centro da pirâmide. Não adianta.

— Não seja ridículo Malfoy. O centro da pirâmide é protegido por feitiços.

— Então ta Sra. Sabichona. Onde estamos?

Gina olhou para os lados sentindo-se recuada. Era orgulhosa demais para dizer que Draco estava certo e ela, errada. Um grito cortante ecoou pela câmara, mas a escuridão não permitia que os dois vissem muito além do que a varinha iluminava. O Outro grito, dessa vez mais perto. Gina olhou para Draco, desesperada.

— O que fazemos agora?

— Rezamos.

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