SEGREDOS
Um silêncio pesado pairou sobre A’ Toca. Todos se sentaram à mesa com exceção de Draco, que preferiu ficar de pé atrás de Gina para se proteger de qualquer investida. Todos olhavam atônitos para Arthur, que parecia fazer um esforço incrível para conseguir falar.
— Estou sob a maldição imperius há tempos. – Todos arregalaram os olhos, mas ele fez um gesto com a mão, impedindo qualquer comentário. Molly soltou um grito e começou a chorar baixinho. Arthur suspirou antes de continuar – O Ministério da Magia está querendo dar um susto na população bruxa. Cornélio está completamente louco. E esteve nos manipulando todo esse tempo; não só eu como vários colegas do Ministério. Essa poção que tomei me deixa um pouco mais consciente das minhas ações. – Ele teve um pequeno espasmo. – O Ministério está formando um exército de criaturas geneticamente modificadas. E pretendem soltá-las nas principais capitais bruxas aos poucos, para espalhar o terror. Espectros, dementadores, vampiros malignos.
— O que é um espectro? – Rony perguntou num fio de voz.
— Criaturas sem alma, corpo ou coração. – Hermione respondeu sem tirar os olhos de Arthur - Assemelham-se aos dementadores, mas com um agravante: não podemos vê-los. São invisíveis aos nossos olhos, são intocáveis.
— Obrigada, Hermione. – Arthur sorriu levemente – Fudge sabe que o que as pessoas mais temem é exatamente aquilo que elas não podem ver. Como um espectro.
— Mas por que ele faria isso? – Jorge perguntou sério – Qual seu objetivo nisso tudo?
— O poder através do terror. – Arthur respondeu – Ele acredita que a população bruxa se esqueceu de que o Ministério é seu grande protetor e que lhe devem eterna gratidão. – Ele teve dois espasmos seguidos e parou de falar por alguns segundos. - As fatalidades ocorridas no Egito foram provocadas pelo Ministério, que afirma que os responsáveis são membros dos Necromantes, uma sociedade que não existe há séculos.
— Mas isso é um absurdo! – Molly gritou – Arthur querido, isso tudo que está nos dizendo é verdade?
— Vocês precisam encontrar Elizabeth. O Ministério... – Ele teve um novo espasmo e por alguns segundos seus olhos ficaram opacos – Está voltando! Eu não me lembrarei de nada do que eu disse, não digam nada para não correrem perigo, por favor!
— Diga onde Elizabeth está! – Draco pediu.
— Você sabe onde ela está, Draco Malfoy. – Os olhos dele ficaram frios – No fundo, você sabe...
Ele parou de falar. Teve um longo espasmo e caiu desmaiado. Molly gritou, apavorada, sem saber o que tinha acontecido. Tentou sacudi-lo, em vão. Quando todos olharam para Draco novamente ele colocou a mão no ombro de Gina, e aparatou.
— Eu te dou cinco segundos para explicar o que está acontecendo. – Gina falou extremamente séria com os braços cruzados na frente do corpo, totalmente na defensiva. – Quero ouvir toda a verdade agora .
Os dois estavam em uma caverna escura e sombria. Gina não fazia idéia de onde estava e mal conseguia enxergar Draco no meio da escuridão.
— Você esqueceu a palavrinha mágica. – Ele disse com um sorriso cínico nos lábios.
— Estou cansada de ser educada com você, Draco. Tenho a sensação de que andamos em círculos.
— Você ainda não disse a palavra mágica. – Ele repetiu.
— E qual seria? – Ela perguntou com o mesmo cinismo.
— Estupefaça!
Gina caiu desmaiada no chão. Draco aproximou-se e a carregou para uma pequena bifurcação da caverna. Tentou escondê-la o máximo possível da corrente de ar. Em seguida deu-lhe as costas e seguiu o caminho oposto, assobiando baixinho Overture 1812, do Tchaikovsky.
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