Capítulo 1
Disclamer: O de sempre... nada disso me pertence, a não ser, certos personagens e lugares que por ventura possam aparecer na fic.
N/A: É a minha primeira fic, logo, por favor, paciência comigo ok?!?! -!!! Não sei com que freqüência vou atualizá-la, já que como faço segundo ano tenho vestibular no final do ano (aki em João Pessoa, é um pouco diferente o sistema do vestibular!). Bom, agredeço a todos que leram ou que irão ler, espero que gostem. E boa sorte!!!!!
Capítulo 1
Porcaria. “Mas que merda!”. Havia esquecido a janela aberta novamente. Já era a terceira vez naquela semana. Tinha que para de ficar olhando o céu até tarde da noite, se não quisesse ser acordada todo dia daquela forma.
Fechou as cortinas em volta da cama, e tento dormir de novo. Porém já não conseguia mais. “Merda !Merda! Merda! Meu Merlin o que eu fiz pra merecer isso!?”. Quando podia dormir não tinha sono, agora era só enfrentar alguma das intediantes cerimônias as quais constantemente tinha que ir, e pronto, voalá, lá estava o sono. Essa vida era mesmo muito injusta.
Virgínia (sim Virgínia msm !! Por favor, né?! Venhamos e convenhamos, que Ginevra ninguém merece!!!) abriu as cortinas, só para constatar que realmente ainda eram cinco horas da manhã. Só precisaria estar no trabalho as 8:30h. Desistindo por completo continuar a remexer-se na cama sem sucesso, levantou da enorme cama de casal onde estava deitada, atravessou o enorme quarto elegantemente mobiliado, e entrando no closet que dividia com o marido, entrou em uma das duas portas que ficavam uma de frente para outra.
O banheiro, predominantemente branco, possivelmente era maior que o antigo quarto que ocupava na casa dos pais. Encarou-se no grande espelho ali presente, encarando uma bela mulher afinal. Os cabelos ruivos iam quase até a cintura, com um corte elegantes e ao mesmo tempo modernos, que foi sucesso nas revistas de fofocas do mundo bruxo há alguns meses. A pele branca e sedosa, ainda possuía algumas sardas nos ombros o que dava um toque ainda mais romântico em sua aparência. O rosto, com traços finos foram, e ainda eram, o maior sucesso quando modelo. Havia engordado alguns quilos, depois que terminou a carreira, porém o fato era que isso só havia melhorado seu visual. Alta assim como os irmãos vistia uma camisola de seda creme que chegava aos pés.
Caminhou até a bancada da pia, lavou o rosto e pegando a escova de cabelo, penteou as mechas ruivas. Droga. O que iria fazer em todo aquele tempo? Provavelmente ainda estariam todos dormindo. “Graças ao bom Merlin!”. Não deixou de pensar, tudo o que menos precisava era de uma discussão àquela hora da manhã. Ele provavelmente ainda estaria dormindo.
Saiu do banheiro, foi até a poltrona ao lado da cama e pegou o rubi da camisola. Depois de vesti-lo saiu do quarto, fechando a porta devagar, com medo de acordar alguém. Atravessou o longo corredor até chegar no quarto do filho, o quarto estava mergulhado em uma gostosa penumbra. Alguns raios insistiam atravessar a cortina verde clara que protegia a janela.
Caminhou até o lado do berço do filho, agachando-se para melhor observá-lo. O pequeno dormia tranqüilamente, com o dedinho na boca. Gina com cuidado para não acordá-lo, levou a mão até a sua cabecinha coberta de finos fios louros-platinados, acariciando-a. Seu anjinho parecia mais que nunca com o apelido posto pela mãe. Só faltava ter cabelos cacheados, o que não aconteceria já que tanto o pai quanto a mãe possuíam os cabelos lisos.
Ele era tão parecido com Draco. Comparando as fotos dos dois ainda bebês, seria difícil reconhecer quem era quem. Virgínia ainda lembrava o pequeno ciúmes que teve do marido, quando a criança nasceu. O bebê era definitivamente filho de Draco Malfoy. E aquilo era de certa forma doloroso para ela, ver aquela criaturinha que tanto amava, lembrá-la todo instante do marido. Até nos momentos a sós com o filho, Draco parecia persegui-la.
E Foi só falar no diabo para que ele aparecesse. Ela podia sentir os olhos dele pousados nela. Conseguiria perceber sempre a sua presença, que fazia o tão conhecido arrepio subir pela suas costas.
Levantando com cuidado, para não fazer barulho, ajeitou a coberta do pequeno Josh, antes de finalmente virar-se e encarar os olhos azul-acinzentado do marido.
— Preciso falar com você. – disse Draco escorado na porta do quarto
— Tem que ser agora? – perguntou Gina, mantendo a voz o mais fria possível – Não podes esperar até o desjejum?
—Não! Quanto mais rápido falarmos sobre isso melhor.
Gina fitou demoradamente o homem a sua frente. Era claro que havia acabado de acordar, os cabelos bagunçados caiam sobre seus olhos, e por cima da calça do pijama, vestia um robe preto. Ela lembrou daquela mania dele de só dormir com a calça. “Ei! Isso não é hora para lembrar dessas coisas Virgínia Weasley Malfoy!!”. Forçando a mente, a voltar para o momento atual, pensou em falar que não, só para poder provocá-lo, mas a verdade era que não estava disposta a uma briga no quarto do filho àquelas horas.
— Tudo bem, então.
— Ótimo! – exclamou o homem, para logo em seguida virar-se em direção do corredor. Deixando Gina a ponto de reconsiderar a decisão tomada e começar uma briga ali mesmo, sem se importar com nada. “Meu Merlin! O que eu fiz pra merecer isso?! Só posso ter jogado alguma maldição sobre as Três Escrituras Supremas!” Pensou Gina, antes de seguir, contrariada, o homem pelo corredor.
Percebeu a raiva contida de Gina, enquanto ela o seguia. Era incrível como, depois dos anos juntos, e de tudo que estava acontecendo naquele momento com eles, ainda se divertiam irritando um ao outro. Era bem certo, que não era mas como antigamente, na época em que brigavam, para no minuto seguinte estarem se beijando e rindo como se nada tivesse acontecido.
Por mais que tentasse convencer-se, sentia saudades daqueles tempos. Fazia o que? Uns seis meses?! Cinco talvez. Nunca poderia imaginar que sentiria falta do amor daquela mulher. De uma Weasley. A crise em que se encontravam parecia a cada dia piorar ainda mais, a única coisa que os ligavam era o pequeno Josh.
A história dos dois começou ainda em Hogwarts, na época ele fazia o sétimo ano, estava prestes a formar-se e tornar um Comensal da Morte como o pai. Virgínia fazia o sexto ano e como uma boa grifinória, claro que estava do lado de Dumbledore. Ela havia surpreendido a todos que a conheciam, ainda em seu quarto ano. Quando provara ter deixado de ser, a criança bobinha e apaixonada pelo Potter. Ainda lembrava-se quando ela havia livrado-se dele no final daquele ano, quando ele havia prendido-a junto com o irmão e aqueles amigos dela, na época em que Hogwarts era dirigida por Umbridge.
E ele surpreendeu a todos ainda mais, quando contrariando todas as previsões, ajudou o Potter-perfeito a derrotar Voldemort. Fizera aquilo, não porque acreditava no bem e em todas aquelas baboseiras atípicas de qualquer sonserino. O que realmente o havia feito tomar aquela decisão, foi que por mais que detestasse todos os sangue-ruins no mundo mágico, e os achasse inferiores a sangue-puros como ele, não queria vê-los mortos. Era até divertido ver como eles ficavam irritados com as provocações! Mas o fator principal havia sido Gina. E ela tinha consciência disso.Ele abandonara o futuro como comensal por Virgínia, e agradecia Merlin por ter feito isso.
Eles haviam começado a namorar, por um capricho do destino. Duas vidas que se encontraram pelos corredores do castelo e não conseguiram mais se separar. Logo depois da derrota do Lord, e a morte do pai durante a batalha final, Draco terminou a escola e assumiu seu lugar nos negócios da família, uma parte da fortuna foi confiscada pelo Ministério, causando a fúria de Narcisa, mas que Draco logo depois recuperou expandindo as empresas da família.
Era hoje o maior empresário da Inglaterra bruxa, e conseqüentemente um dos maiores do mundo bruxo. O namoro com Gina continuou através de cartas e encontros em Hogsmead. A família dela teve um ataque, ele quase foi morto pelos irmãos dela, Rony o ameaçara de morte milhares de vezes, Narcisa quase surtou quando soube do relacionamento do filho com uma Weasley, mas depois conformou-se “Ao menos não é uma sangue-ruim!” dizia.
E novamente contrariando qualquer previsão, os dois surpreenderem a todos quando anunciaram o noivado um ano e meio depois dela acabar o colégio. Molly entrou em desespero, dizendo que a filha ainda era muito jovem, afinal ela só tinha 19 anos.
Na época Gina fazia trabalhos como modelo esporadicamente, porém após fazer um anuncia para umas grife trouxa, Dior , Gucci e Yves Saint Lorrent , que Draco até hoje não sabia como havia a descoberto, Gina ficou famosa no mundo dos trouxas, e a partir daí também passou a fazer desfiles e campanhas no mundo bruxo. Por causa disso adiaram um pouco a data do casamento.
Gina até hoje se surpreendiam como a carreia de modelo, no começo uma brincadeira de adolescente, começada com as amigas Kate e Laura, haviam tomado proporções gigantescas. Draco sentia uma mistura de orgulho e ciúmes da namorada. Porém claro que ele fazia de tudo para ela não perceber, e ficar fazendo brincadeiras com ele.
A carreira durou dos 19 aos 21 anos, quando finalmente se casaram no dia vinte de novembro, um mês depois dele completar vinte e três anos. Havia sido uma festa em tanto, a mãe aos poucos, foi acostumando-se com a nora, e quem a conhecia bem, no caso ele, podia perceber uma certa afeição de Narcisa por Virgínia.
O começo do casamento foi uma verdadeira lua-de-mel, os cincos primeiros meses, os mais felizes deles. E quando Gina no sexto mês de casamento anunciou estar grávida de dois meses, Draco realmente acreditou que nada poderia destruir a felicidade deles. Ledo engano. Infelizmente, eles tinham essa terrível sina de surpreender e contrariar todas as previsões.
Porém a época da gravidez de Gina, havia sido maravilhosa. Eles não cansavam em discutir todos os detalhes do nascimento de filho. O quarto levou meses até ficar pronto, do agrado dos dois. O que realmente foi bastante complicado. Perto do quarto dos pais, na ala leste da mansão, o quarto do pequeno era um verdadeiro paraíso, decorado para a revolta da mãe e desespero dos tios em branco e verde. Não azul como os de todos os bebês, mas verde. Bem era um verde claro ao menos.
O nome foi uma verdadeira odisséia. Draco e Gina ficavam horas recostadas na cama, ela com as costas apoiadas no peito dele, falando todos os nomes possíveis para um menino. Porém dessa vez, quem venceu foi Gina. E o nome do pequeno ficou decidido ser Joshua Draco Malfoy.
Draco ainda podia lembrar do desespero que sentira ao ser chamado numa tarde fria, às pressas no escritório, quando a mulher entrara em trabalho de parto. Lembrava-se também do desespero nos primeiros meses, de não ser capaz de criar aquela linda criaturinha. Como Gina a tranqüilizava enquanto ela mesma sentia tais temores. De como os dois haviam chegado à descoberta de conseguiriam apesar de tudo.
Porém o sonho, o conto de fadas foi aos poucos sendo destruído, o caminho dos dois se desviando, e as brigas sem reconciliação tornando-se cada vez mais freqüentes. Quando ela no meio de uma discussão horrível exigira quartos separados, ele tomado de uma raiva e orgulho aceitara, só pra não ter que pedir que reconsiderasse, quando o que mais queria era beijá-la novamente.
Porque haviam chegado a tal ponto, não sabia. Assim como também não sabia como havia começado em Hogwarts. O ciúme dela, as horas que ele passava cada dia mais trancado no escritório, não existia uma única razão. As coisas simplesmente fugiram do controle.
Agora tratavam-se de forma polida e distante, quando não discutiam por qualquer coisa, tentando controlar-se para que os sentimentos não fossem percebidos, quando qualquer idiotas era capaz de fazê-lo.
Draco entrou no escritório sóbrio construído pelo avô. Era uma sala civilizada, pensou Gina enquanto atravessava as portas abertas, com o teto alto, as paredes com a altura de dois andares cobertas por livros, as janelas em losangos. O velho tapete Bokhara, que provavelmente custara uma pequena fortuna, e o cheiro de couro. Uma sala civilizada, pensou ela de novo, para o que esperava ser uma conversa civilizada.
Draco ultrapassou a mesa de mogno onde trabalhava em casa, postando-se diante da antiga e adorável lareira Adam, o senhor da mansão, uma das mãos no consolo, a outra girando a varinha entre os dedos. Incrível como mesmo despenteado e apenas com o robe mal fechado por cima da calça do pijama negro, ele ainda conseguia manter aquele ar principesco, e terrivelmente elegante. “Pare de pensar nisso criatura!”
— Vamos, fale logo o que você quer! – exclamou Gina, enquanto sentava-se em uma das poltronas claras, postas ao redor da mesinha de café Luís XIV.
— A questão não é o que eu quero... Virgínia – respondeu com um sorriso malicioso
— Humpf!
—...mas o que temos que fazer. – completou frisando bem a palavra
— Como assim? Porque temos ?
— Acho que você deve ter lido o Seminário das Bruxas da semana passada, não? Já deve ter escutado os boatos.
— E quem se importa, tenho mais o que fazer, que me preocupar com o que Abott escreve naquela coluna estúpida.
— Pois devia se importar! – disse Draco indo se sentar em frente à poltrona de Gina. Percebeu que a mulher não estava nem um pouco disposta a colaborar com ele. Assim, ele também não facilitaria as coisas.
— Você sabe muito bem, que não quero que esses boatos de que vamos nos separar continuem rodando por aí! – completou Draco tentando a todo custo controlar-se
Ela remexeu-se na poltrona, e Draco não pode evitar olhar o corpo da mulher marcado pela camisola de seda.
— Não a nada que nos possamos, ou temos que fazer. Por Merlin Draco! Nós não só estamos casados no papel! Dormimos em quartos separados, como você quer que ninguém note?
Sua família vinha notando o comportamento estranho da filha nos últimos meses. E ela mesma perguntava-se quando isso chegaria na boca do povo. Era inevitável. Os dois eram bastante conhecidos na comunidade bruxa. Ela havia sido uma grande modelo, ele era um dos solteiros mais cobiçado do mundo na época do namoro deles, e agora um importantíssimo homem de negócios, que vira e mexe era chamado pelo ministro para prestar serviços ao Ministério. Além do fato de ter feito o maior sucesso entre as revistas o relacionamento inimaginável deles.
— Aí que você se engana querida !! – falou Draco sarcasticamente, irritando ainda mais a ruiva. – Podemos, temos e vamos fazer alguma coisa para mudar isso!
—Olha aqui, Draco Malfoy! Pouco me importa se pensão que vamos nos separar, ou não, se você está preocupado com isso. EU não dou a mínima para isso! – disse Gina ficando de pé, com o rosto levemente corado
—Pois a partir de agora vai passar a dar a importância devida!!- Esbravejou Draco, levantando-se da poltrona, para encara a mulher.
Ela apesar de sentir se incomodado com a presença imponente dele, deu um passo pra frente ficando poucos centímetros dele. Draco era quase quinze centímetros maior que ela. Porém ao sentir ela aproximar-se mais, não pode controlar o leve tremor que percorreu o seu corpo. Há quanto tempo eles não ficavam tão próximos.
— E se eu não o fizer?- perguntou desafiadoramente
— Não queira saber do que seria capaz Virginia. Você sabe muito bem de que poderá se arrepender. – retrucou fitando os tão conhecidos olhos castanhos.
Gina não pode deixar de perder-se em meio aquele olhar azul-acinzentado, que irradiava irritação, desafio e tensão. Sem que os dois percebessem, o ar passou a faltar, e uma tensão sexual envolveu os dois.
Draco aproximou-se um pouco mais colocando os lábios perto do ouvido de Gina, sem no entanto encostar-se nela. Podia sentir a respiração quente tocando seu pescoço.
— Não me desafie Virgínia. Você sabe que não agüentaria.
Com dificuldade Gina, afastou-se dele e caminhou até as grandes janelas que davam para o jardim oeste da propriedade, encostando a testa na vidraça.
— O que você pretende fazer? – perguntou depois de alguns minutos em silêncio
— Simples, voltaremos a sermos vistos juntos... Você sabe...Fazendo essas coisas de casal- respondeu Draco, tentando recuperar o controle
—Como é que é?! – exclamou Gina tomada de surpresa girando o corpo para encará-lo – Você só pode estar ficando louco! Não vou sair com você fingindo ser uma esposa feliz! Não mesmo!
— Você vai. – disse simplesmente Draco, totalmente recuperado dos minutos atrás, sem nenhum vestígio de emoção na voz.
— Merlin! Não vou não! Sem chance! É tão mais simples deixar eles saberem de nossa separação! – Gina murmurou, apesar dela mesmo não querer isso. – Ah claro como eu pude me esquecer! Malfoy’s não se divorciam, não é mesmo? – perguntou ironicamente – Se não estão satisfeitos com sua esposa, simplesmente procuram diversão em outros lugares!!
—Por Merlin Virgínia! Não comece com isso de novo!- falou Draco elevando a voz, perdendo todo o controle conquistado – Não me faça ter que tomar alguma medida dástrica!
—E o que você faria? Posso saber – falou Gina, num tom de voz ainda mais alto
—Posso simplesmente proibi-la de ver o Joshua por alguns tempos! – falou Draco venenosamente.
—Você... você...não...você teria coragem?- perguntou num sussurro espantado, sem acreditar no que escutara. – Você não...
— Não duvide de minha palavra. Sabes que nessa casa os elfos me obedecem. – disse Draco, sustentando o olhar para a mulher. Não queria que as coisas entrassem por aquele caminho. Mas ela não cooperava. Não podia separar-se dela, ela sabia disso, por que não podia simplesmente ajudar!
Gina tomada de choque deixou-se cair na poltrona mais próxima, seus gestos sendo seguidos pelo olhar do loiro. Ele...ele havia mesmo ameaçado ela? Josh... não agüentaria ficar longe de deu anjinho. Era tudo o que havia restado da época mais feliz de sua vida.
— Aonde temos que ir?
Olhou mais uma vez para o relógio caríssimo que usava no pulso esquerdo. Tinha dez minutos para chegar em casa. Iria chegar atrasado. E ele detestava chegar atrasado em qualquer lugar.
— Por Merlin! Dirija mais rápido! – falou para o motorista, com a voz arrastada. Virgínia provavelmente reclamaria do modo como ele tratava o empregado, se estivesse com ele agora. “Mas do que ela não reclama?”. Porém era verdade que Bill, já estava por demais acostumado com o patrão para preocupar-se. — Vou chegar atrasado se continuarmos nesse ritmo!
— Desculpe-me senhor. Mas creio que seja impossível, o trânsito está uma loucura nesse horário.
— Não sei porque ainda insisto em andar nessas ‘coisas’ trouxas! – resmungou baixo, porém suficientemente alto para o motorista ouvir, e rir internamente. Sabia que o patrão adorava aquelas máquinas. Por mais que negasse até a morte.
— Ela possivelmente vai me matar – resmungou Draco, recostando-se no banco de couro negro. Sem alternativa, teriam que esperar o engarrafamento naquela área da cidade, pegou a pasta que estava ao seu lado, e passou a examinar os papéis que ali estavam. “Tenho que ter uma conversa com Conway. Temos que pressionar o departamento de publicitário. Eles têm que andar mais rápido!”. Continuou a ler mais e mais relatórios, até enfim, depois de vinte minutos atravessar o alto portão cor de cobre, com o brasão da família.
Pedra e madeira, dois dos recursos que os Malfoys haviam aproveitado, projetavam-se do terreno acidentado. A estrutura original de dois andares fora construída por um ancestral como uma casa de campo. Resistira por mais de 225 anos, sobrevivendo a tempestades, inundações, e à passagem do tempo. Tudo com a ajuda de feitiços especiais.
Alas haviam sido acrescentadas por gerações posteriores, estendendo-se para um lado e outro. Duas torres iguais se erguiam para o céu em desfio... Um acréscimo de Lúcio, após o casamento com a mãe. Deques largos de madeira e terraços de pedra projetavam-se por baixo das janelas altas e arqueadas, além das portas de vidro, para oferecer dezenas de panoramas.
Arbustos e árvores desabrochavam em flores rosas, brancas e amarelas. As cores da primavera, viçosas e convidativas. E os gramados exibiam um verde claro e suave, onde jogaria quadribol com Josh. Gostava como a vegetação subia da base rochosa, tornando-se mais e mais exuberante e bem-cuidada à medida que se aproximava da casa.
Draco adorava a casa pelo que era, pelo que fora, por tudo o que representava para a família.
O carro fez a volta na ilha central, com magníficas plantas de folhagem permanente e narcisos em flor. O carro enfim parou.
— Está dispensado Bill. Hoje à noite, eu mesmo irei dirigir.
— Sim, senhor Malfoy. – respondeu o empregado enquanto abria a porta do carro.
Draco caminhou apressadamente subindo os velhos e adoráveis degraus de granito para o terraço da frente. A porta principal era recuada, com tre metros de altura e arqueadas, emoldurada por mosaicos que formavam um padrão de buganvílias púrpuras. Atravessou o Hall, notando as flores em cima da pequena mesa Pembroke no vestíbulo, que certamente não estaria ali há alguns anos. Virgínia sempre conseguiu deixar um toque seu, por toda a casa. Eram os retoques que haviam transformado aquela casa em um lar, apesar da situação atual. Flores e lindos vasos, castiçais e assoalhos encerados.
Aquela mansão era uma mistura da elegância distinta dos Malfoy’s e agora o acolhimento dela. Verdade que antes deles se mudarem a casa já era espetacular. Não apenas as arcadas que permitiam que uma sala se prolongasse em outra ou os padrões complexos e belos dos mosaicos em torno da porta da frente, alta e larga.
Subiu as escadas o mais rápido que pode, dirigindo-se para a ala leste da casa, entrou no quarto correndo direto para o seu banheiro. Notou a luz acesa por trás da porta fechada do banheiro de Gina, dando graças a Merlin, ela ainda não estar pronta. Tomou uma ducha, o mais rápido que pode. Saindo do Box de vidro esfumaçado, fez um feitiço rápido para secar-se. Enquanto ia até o closet, enrolado na toalha, pedindo a todos os grandes magos não encontrar com a esposa, no único espaço que ainda dividiam. Pegou uma calça social uma camisa azul e um blase azul-marinho quase preto. Suas vestes eram feitas pelos maiores estilistas bruxos, porém hoje, optou pelas roupas trouxas. Vestiu-se rapidamente, calçou os sapatos sociais, e voltou para o banheiro, a fim de pentear os cabelos ainda molhados. Havia desistido de ajeitá-lo com gel, há alguns anos, e usava-o solto. Colocou a fragrância costumeira, e após verificar a hora, sorriu presunçosamente . Conseguira arrumar-se em vinte minutos.
Satisfeito consigo mesmo, saiu do banheiro a tempo de ver Virgínia fazer o mesmo. Ela estava deslumbrante. Na verdade ela era deslumbrante. Porém Draco havia esquecido com a esposa podia ficar ainda mais bela.
— Podemos ir? – pergunto ele
— Não é como se tivesse outra opção – respondeu Gina sarcasticamente. E ele não pode deixar de sorrir com a resposta mal-criada, os anos de convivência haviam passado pequenas características suas para ela.
Dando aquele seu sorrisinho de lado, sabendo irritar ainda mais a mulher, ofereceu o braço a esposa. Ato rapidamente desprezado pela mulher, que passou por ele saindo do quarto, com um Draco Malfoy divertidíssimo atrás dela.
N/A: Pra qm conseguiu chegar até aqui, o próximo cap. deve sair em breve. E queria agradecer a Juliana pelo e-mail que me mandou, muitíssimo obrigado!!!!!!!
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