Prólogo
Prólogo
Não era um lugar muito agradável para se encontrar com um informante. Uma noite fria, uma rua escura, com cheiro de whisky e suor, que se filtrava através das rachaduras da porta do bar que tinha a suas costas. Harry pegou um charuto fino enquanto estudava o saco de ossos que havia vendido algumas informações importantes a ele. Ainda que tivesse pouco que olhar: baixo, magro e feio como o pecado. À brilhante luz do cartaz de néon que tinha por trás deles, seu informante parecia quase cômico.
Mas o assunto que os ocupava não tinha nada de engraçado.
- Foi difícil encontrar você, Billings.
- Sei, sei… - Billings mordiscou um dedo sujo e olhou ambos os lados da rua - É uma maneira de me manter saudável. Ouvi dizer que andava me procurando. – observou Harry um instante e depois desviou o olhar. - Um homem em minha posição tem de ter cuidado, sabe? O que quer comprar não é barato. E é perigoso. Me sentiria melhor com “minha” policial. Normalmente trabalho com ela, mas não pude encontrá-la durante todo o dia.
- Eu me sentiria melhor sem sua policial. E sou eu quem paga. – para ilustrar a afirmação, pegou duas notas de cinqüenta dólares do bolso da camisa. Viu nos olhos de Billings o brilho da cobiça.
- Falo melhor com uma bebida. – com a cabeça assinalou a porta do bar. O riso de uma mulher, alta e aguda, atravessou o cristal como um disparo.
- Eu te escuto perfeitamente. – observou que o homem era um feixe de nervos. Quase podia ouvir o som de seus ossos se chocando um contra o outro enquanto ele retorcia a perna. Se não insistisse nesse momento, ia sair correndo como um coelho assustado. Tinha chegado longe demais e tinha muito em jogo para perdê-lo agora - Me diga o que preciso saber, e depois convidarei você para uma bebida.
- Não é da região.
- Não. – Harry ergueu uma sobrancelha e esperou. - E isso representa algum problema?
- Nenhum. É até melhor. Como soube que eu...
- Já o fiz em mais de uma ocasião. – deu uma última tragada antes de atirar o charuto em um esgoto - Informação, Billings. – para demonstrar sua boa fé, estendeu uma das notas. - Vamos direto ao ponto.
No momento em que o outro estendia os dedos ansiosos, o ar frio foi quebrado pelo som de rodas freando sobre o asfalto.
Harry não teve que ler o terror nos olhos de Bilings. A adrenalina e o instinto entraram em ação como coice de uma mula. Atirou-se ao solo no instante em que soaram os primeiros disparos.
Nanny Black: Mais uma adaptação, e mais uma HH que eu adapto. Espero que goste. Beijos.
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