capítulo unico.
-... mas, Lily, eu te amo! – Pela milésima vez a menina escutara a mesma frase da boca de Potter, maldita a hora em que decidira que poderia ser legal sentar junto aos marotos.
- Potter, sabe qual é seu grande problema? – Perguntou com uma voz calma diferente das outras vezes que o respondera.
- Você não aceitar sair comigo?! – questionou sorrindo.
- Não. – Respondeu. – Sua insistência, ela me irrita, você mal me conhece e se diz apaixonado por mim, o que aconteceria se você me conhecesse realmente, o encanto passaria? Você demonstraria ser a pessoa que eu sempre suspeitei? Ou você acha que continuaria com o mesmo sentimento? – Falou deixando o garoto estupefato – Não crie expectativas comigo Potter, não sou igual a todas. – Completou descendo o malão do compartimento fazendo um baque, a cabine estava em silencio todos tinham parado o que faziam para ouvir o pequeno discurso de Lily.
- Você também não me conhece, Lily, na realidade nunca me deixou aproximar de você e isso me encanta, acho que você tem medo, medo do que possa acontecer caso me aproxime, medo de se apaixonar. – Disse o garoto se recuperando do susto com o pequeno surto controlado do seu anjo ruivo.
- Vamos fazer o seguinte, me dê uma chance, agora nas férias, se não der certo, se você não conseguir mais me suportar eu me afasto eu prometo só me dê uma chance, uma só para eu te provar que tudo o que eu te digo é verdade.
A tensão no ar era quase palpável, o cérebro de Evans trabalhava com força colocando em uma lista os prós e contras do acordo, nunca se apaixonaria pelo Potter, ele a esqueceria, ele sairia do seu pé, seu desejo desde, bem... sempre, mas em compensação mesmo só um dia com o Potter não era seu sonho de consumo. James respirava fundo parecia que cada vez que aspirava o ar, menos ar continha naquela cabine, ou melhor, cubículo, Lily demorava a responder e não o jovem não podia deixar de admirar as feições dela enquanto pensava, sempre tão linda, aquela proposta era sua única oportunidade, sabia que se não conseguisse a conquistar ali, nada mais adiantaria, amaria a distancia, para todo o sempre, só precisava que ela aceitasse, a proposta.
- Sábado, amanhã, tem a abertura de uma nova boate, danceteria. – Acrescentou com as feições de duvida que surgiu no rosto do moreno. – Aqui em Londres, os donos são alguns conhecidos meus, passe na minha casa, as dez, e eu te guio até lá. - O moreno abriu um sorriso de canto a canto e continuava com o brilho nos olhos amendoados do garoto.
- Estarei lá, Lils. – Respondeu enquanto a menina puxava o seu malão e se despedia das amigas e marotos.
A menina saiu seguindo em direção a barreira um pouco antes de passar pela mesma entoou:
- Potter! – Fazendo com que o menino vira-se, ainda com o sorriso. – Não se atrase. – Logo em seguida atravessou a parede deixando um moreno abobalhado - e atrapalhando a passagem – para trás.
Sábado à tarde quase noite – só para o Potter, é claro
- Pontas por Deus, pare de andar de um lado para o outro esta me deixando tonto. – Bufou Remus irritado, enquanto Sirius soltava sua risada-latido, pelo quinta vez naquele minuto.
Ainda era cinco horas da tarde e todos os marotos – menos Pedro por esta viajando – foram convocados para uma situação de emergência, como um Potter deve agir em uma noite - sua primeira noite, só para constar – com sua amada. O maroto tinha consciência de que qualquer passo em falso acabaria com suas chances, sabia de seu anjo ruivo era esquentado e estava só esperando um deslize para atacá-lo.
- É sério Aluado, eu preciso de ajuda, e você sabe muito bem. – Suspirou cansando se jogando na cama. - A Lily é especial, é diferente do que qualquer uma que eu tenha me aproximado, ela é uma estrela, tem luz própria, não precisa de elogios, nem de humilhar ninguém para conquistar respeito, aquilo que ela quer. E... porra, essa é minha única oportunidade.
Os amigos do menino se entreolharam, sabiam o quanto a ruivinha do pontas era especial para o maroto, só eles sabiam o quanto o garoto já tinha chorado por ela, e o quanto tinha sorrido bobamente só pelo simples encontro com ela no corredor. Sirius sentou-se do lado do amigo, e deu alguns tapinhas amigáveis em seu ombro antes de falar:
- James, você sabe que por mim você já tinha partido pra outra, sempre achei que ela não valia tanto apena assim, mas – acrescentou rapidamente ao ver que o garoto ia interrompe-lo – você sabe que estamos aqui pra te apoiar, então aja naturalmente, não o seu naturalmente perto dela, mas como você age com a gente, com amigos.
- É cara, o Sirius ta certo, tente não dá em cima dela tão descaradamente, é o que ela vai estar esperando, seja, mais sutil vá pra se divertir, para se conhecerem melhor, não pra tentar a agarrar na primeira oportunidade. – Acrescentou Remus ao amigo, que ouvia tudo atentamente.
- Certo, mas isso ta ficando muito gay, na minha opinião então vamos chamar o tio Allan e vamos jogar quadriboll antes que eu perca toda a minha masculinidade perto de vocês. – Disse almofadinhas fazendo pose de macho e saindo do quarto, sendo seguido pelos dois amigos dando risada.
Sábado à noite, arrumando-se para sua morte
Como era de se esperar, Marlene e Dorcas estavam na casa de Lily, as meninas conversavam animadas enquanto Lily, simplesmente revirava os olhos de minuto em minuto, as meninas a estavam irritando, elas haviam chegado no fim de tarde, as seis horas, para ser mais exata e desde daquele momento não a deram mais sossego, a ruiva teve suas unhas pintadas, massagem no cabelo, escova e cachinhos nas pontas, teve sua roupa e maquiagem escolhidos sem poder nem opinar, é claro, tinha que estar perfeita para o Potter. A ruiva ainda tentava descobrir aonde havia ido parar sua sanidade mental na hora de aceitar um acordo daqueles com o moreno dos olhos amendoados mais lindos que ela havia conhecido, adoraria saber onde a ingrata havia ido.
- Falta dez minutos para ele vim te buscar, Cat. Agora promete! – Falou Dorcas segurando o pulso da ruiva e a encarando do mesmo jeito que Lene fazia.
- Prometer o que? Não tenho nada pra prometer. – Falou a ruiva tentando não encarar as meninas, sabia que se prometesse qualquer coisa que elas quisessem não sairia nada bom dali.
- Lil’s. – Marlene com sua voz doce e característica.
- Certo, certo eu prometo fazer de tudo ao meu alcance para não brigar com o Potter. – Falou enquanto ouviu a campanhia, e logo em seguida o apitar do relógio anunciando às dez horas. - Posso ir, ou tem mais alguma coisa, a falar.
- Na verdade temos sim. – Falaram fazendo com que a menina pela milésima vez naquele dia revirasse os olhos. – Você ta uma gata amiga, o James, com certeza, não vai conseguir tirar os olhos de você.
Sábado a noite, na casa da Lily
Estava suando frio, deixara os marotos a cerca de dez minutos atrás, e logo na metade do caminho seu nervosismo já era tremendo, agora ele era quase palpável, ouviu passos.
- Mamãe, eu to indo qualquer coisa eu ligo. Eu te amo! – A voz dela era inconfundível, mesmo abafada pelas paredes e porta da casa. As passadas ficaram mais próximas e seu coração cada vez mais acelerado. Ela abriu a porta, o efeito foi quase instantâneo, o maroto entrara em estado de choque, ela estava linda, com um vestido branco com manchas coloridas levemente decotado, um salto médio, fazendo com que ela ficasse cinco palmos abaixo de si.
Lily corou com o intenso olhar que recebia de James, aquilo já não estava sendo fácil para ela com aquele olhar de admiração, era constrangedor, ninguém falava nada, ninguém queria ser o primeiro a falar, porem o maroto não resistiu.
- Você está linda, perfeita para ser mais realista. – Falou o moreno galante arrancando um sorriso da menina. Obrigada, James.
Seguiram em direção ao carro do moreno, o mesmo abriu a porta para que o anjo pudesse entrar e acomodar-se, as poucas palavras trocadas, eram simples para direita, esquerda, ninguém queria dá o braço a torcer, até que o moreno quebra o silêncio:
- Certo, Lil’s, vamos nos conhecer, certo? – A garota concordou com um aceno de leve com a cabeça. – Então me fale algo sobre você, algo que eu não saiba, é claro.
- Mas tem tantas coisas... – Começou reclamando a menina – Que tal eu falo uma coisa e você outra?
- Acho uma boa idéia!
- Eu começo então. – Falou a ruiva. – Gosto de dançar, por isso a boate, fiz aula de hip hop, e balé quando menor.
- Toco piano, falou – A ruiva fez uma expressão surpresa. – É eu gosto, foge um pouco da agitação do dia-a-dia.
- Eu sempre quis aprender, mas o único instrumento que gosta de mim é o violão. – falou dando nos ombros.
- Posso te ensinar, se você quiser é claro. – Falou James muito rápido. A ruiva sorriu.
- Está marcado então. – James escondeu sua felicidade o máximo que pode, seu desejo era pular de alegre. – Hum, deixe eu ver uma coisa que te surpreenda agora... – Ela deu um risinho baixo antes de dizer. – Sou vocal de uma banda. Eu admito que no começo estava crescendo só pelo nome da minha mãe, mas não mais, as pessoas não escutam uma banda só porque a vocal é filha da editora da Vogue, e os críticos passaram a elogiar. Ela é compostas por algumas amigas minhas, no chamamos The Jane’s é uma homenagem as nossas mães... e fala alguma coisa. – O moreno riu da menina de olhos verdes, esses mesmos que brilhavam em tamanha intensidade quando falava da banda.
- Na verdade pode ficar falando, você fica linda assim, mais do que de costume, é claro. – Falou soltando uma pequena risadinha quando viu a garota corar.
“Lily Marie Evans, desde quando você cora com qualquer palavra dita pelo Jam..pelo Potter?” Se repreendeu em pensamentos, logo em seguida apontou onde deveria estacionar.
- Mas a fila está quilométrica, Lil’s. – Reclamou Jay, achando que haviam acabado com as suas chances com a ruivinha essa noite. Ela riu, um riso que era doce as seus ouvidos.
- Não vamos enfrentar fila, ta vendo aquele tapete, o vermelho, pare ali, deixe a chave do carro no carro e não se preocupe mais. – Comentou a garota chegando mais perto do menino e o embriagando com seu perfume.
- Como assim? Sem fila? – questionou o garoto enrugando a testa.
- Só faça o que eu pedi, certo. – Ele deu de ombros e estacionou na frente do tapete, deu a volta e abriu a porta para a ruiva.
- Lil’s, um cara ta entrando no meu carro e isso não é normal. – Falou entredentes, enquanto sorria, ela deu uma risada gostosa e sussurrou no ouvido do menino que sentiu todos os seus pelos se arrepiarem;
- É sim, Jay. – Falou empurrando-o de leve até a porta da boate.
- Senhorita Evans, Lily Evans, uma foto, por favor. – Pediu um dos fotógrafos na porta.
- Sorria James. – O menino passou a mão na cintura da ruiva que o abraçou, o flash os cegou por alguns segundos, mas quem se importava? Seguiram do mesmo jeito para a boate mais badalada da cidade.
Logo de cara James ficou extasiado, o lugar era enorme, as pessoas dançavam ao som do DJ, não que ele soubesse o que era isso, mas da mesma forma era incrível, o maroto só acordou com uma risadinha ao seu lado, e uma voz ao pé do seu ouvido ligeiramente abafada pela música:
- Você vem dançar, ou pretende ficar parado ai a noite inteira. – E juntos foram a pista de dança, dançando ao som de Poker Face, Lady Gaga. James ficou ainda abestalhado por um tempo só observando Lily. A ruiva jogava os braços para cima. Ela mexia em seu cabelo e fazia um biquinho. Lily estava se soltando completamente naquela pista. Uma menina totalmente diferente dá de Hogwarts, e James, bem, ele estava adorando isso. Sem parar para pensar um minuto o maroto encostou-se à ruiva dançando junto dela.
- Quando você disse que dançava, eu não achei que era tão bem.
- A dança não tem mistérios, qualquer um pode dominá-la.
A musica contagiava a todos não importava, aquele DJ com certeza fazia seus esqueletos mexerem, Lily simplesmente havia esquecido que o James com que estava dançando e bebendo era simplesmente o Potter, o garoto que a importunava.
- Vamos voltar a dançar? – Gritou o menino terminando seu copo.
- O que? – Perguntou Lily, se levantando e logo em seguida tropeçando, caindo, por ironia do destino, nos braços de Jay. Os olhares dos dois se encontraram, eles estavam extremamente próximos, James não conseguia tirar os olhos dos lábios carnudos da ruiva a sua frente.
- James... – sussurrou a menina – acho que não é uma boa idéia. – Continuou enquanto sua respiração ficava mais pesada, e ia se aproximando cada vez mais.
- Eu te amo, Lily. Por mais que você não aceite eu não posso negar. – Falou o moreno, acabando com a distância entre ambos. Seus lábios pareciam um imã, seus corpos também, parecia que quanto mais perto os dois chegassem um do outro mais distantes os dois estariam, qualquer proximidade não era o suficiente.
O beijo foi acalmando até se findar com alguns selinhos.
Lily abaixou a cabeça ligeiramente constrangida enquanto James ostentava um sorriso bobo na face.
- Acho melhor irmos embora. – Comentou a ruiva. – Agora. – acrescentou vendo que James contestaria e pediria pra ficar mais.
James xingou-se mentalmente, o motivo daquela mudança drástica de humor era culpa sua, pra variar, tava tudo dando certo, mas não ele tinha que estragar com um beijo, ele deveria ganhar um troféu de pressa, não podia simplesmente se contentar de pousar a boca no copo de sua bebida.
A volta para casa estava silenciosa, nenhum dos dois queria ser o primeiro a falar, nem simplesmente dá o braço a torcer. James já estava aceitando sua derrota, nunca mais poderia dizer a Lily o quanto a amava porque fora simplesmente afobado.
- Sabe, eu gosto de você. – Falou a menina cortando o silencio de repente. – De verdade. – Completou como se ele tivesse contestado algo. – Eu só... tenho medo, tudo que eu amo vai embora de mim, meu pai morreu, minha mãe me culpa pela morte dele, mesmo que não admita eu vejo em seus olhos, e tem o Jesse, ele era muito parecido com você, mas se envolveu com drogas, morreu de overdose. Talvez seja por ele, por você ser tão parecido com ele que eu me afastei de você, eu tinha medo que eu me apaixonasse pelo seu jeito, mas era tarde de mais. – Falou terminando quando estava de frente de sua casa. – Não sei se estou pronta pra isso, James.
- Eu te amo, Lily, nunca iria fazer mal pra você.
- Meu coração ta em pedaços, James, o sorriso é só uma fachada, esconde o quão despedaçada eu estou. – Falou derramando uma lágrima, esta que foi prontamente amparada pelo maroto.
- Então é seu dia de sorte, ruiva, minha especialidade é concertar corações. – Falou sorrindo próximo da menina, fazendo-a rir. – É só deixar que eu entre nele.
- Seu bobo, - sussurrou a ruiva unindo as testas de ambos. – você já esta dentro dele.
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