Durante
Os poucos dias que antecederam a véspera do Natal se passaram tranquilamente. Sirius ficava o tempo todo com um azevinho atrás de Melissa. Não que precisasse, pois era mais do que comum vê-los aos beijos. As amigas da garota estavam ficando preocupadas com esse comportamento.
- Mel, a gente quer conversar com você. - disse Lílian na sala, quando ela estava no colo de Sirius.
- Podem falar.
- Não. Aqui não. - falou Lene, indicando com a cabeça a escada que levava aos quartos onde dormiam.
- Tem que ser agora? - fez beicinho a garota, dando um beijo em Sirius. Os outros reviraram os olhos mais uma vez. Vendo que as amigas mantinham a cara séria, disse: - Tá, então. - e subiu, depois de dar um selinho no maroto. Procurando pelas duas, abriu o quarto que dividia com Margareth, e viu uma cena que poderia ter evitado. Pedro e Margareth estavam deitados na cama, os dois sem a blusa, a menina por cima dele, o pescoço com algumas marcas vermelhas. Pedindo desculpas e fechando a porta no mesmo segundo, quando os dois se separaram sobressaltados, deu de cara com as duas amigas na sua frente, semblantes rígidos. Entraram no quarto de Marlene e Lílian e a última disse:
- Estamos preocupadas com você.
- Mas por quê? - replicou. - Eu nunca estive tão feliz. Tenho amigas maravilhosas e um namorado marav...
- É por isso que estamos preocupadas. - As três perceberam que a palavra namorado foi automática, e não o que a garota queria. - Você, age como se ele fosse seu namorado. E ele parece gostar disso.
- Eu não ajo como se ele fosse meu namorado! - replicou Lewis, ofendida. Sabia muito bem se cuidar e achava a preocupação das amigas infantil, e não parecia perceber que estava sendo mais infantil que elas.
- Claro que age! Você vive de mãos dadas com ele, não fica longe do menino um segundo sequer, você não tem tempo nem pra gente. - a ruiva rebateu.
- A gente nunca ficou tanto tempo juntas e você sempre deu mais atenção a gente. - completou Lene.
- Nada a ver. Eu tô com vocês o dia todo. Eu durmo no mesmo quarto que você, Lene. E eu não fico de mãos dadas com ele.
- Não. Daqui a pouco você vai nos chamar de bobas e jogar o travesseiro na nossa cara. - Melissa jogou o travesseiro na cara das amigas, tentando evitar o rumo que a conversa tomaria.
- Por quê vocês querem estragar a minha felicidade? Eu não mereço tentar ser feliz um pouco? Vocês sabem que eu precisava encontrar alguém que gostasse de mim, de verdade. - Elas sabiam. O último namoro de Melissa fora um desastre. O garoto era primo de uma amiga, e ela gostava dele de verdade. Passaram-se quase 10 meses no namoro que era considerado perfeito, até que ela descobriu que ele não era primo da garota, e ainda por cima, estavam juntos desde o começo do namoro dos dois. Foi o suficiente para a garota traumatizar-se. Até Setembro daquele ano de 1976.
- Nós sabemos. E sabemos tanto que estamos te avisando. - disse Lílian com ternura.
- Olha, você sabe que pode sempre contar com a gente. E um dia você disse que a gente tava proibida de ver você fazendo alguma besteira e não falar nada.
- Não é besteira o que eu tô fazendo! - exclamou a garota. Marlene fingiu que não foi interrompida.
- Enquanto a gente tá aqui, tá tudo bem. Você tá feliz, e eu sei que ele tá feliz também, mas e quando a gente voltar?
- Qual é o problema?
- Se você não considerar que ele nunca vai ficar como vocês tão aqui lá, nenhum. - a outra loira respondeu.
- Como assim?
- Mel, meu amor, - Lílian estava tentando falar de um jeito que a menina não se chatear - a gente sabe que você tá muito feliz aqui, mas...
- Sabem, mas querem estragar a minha felicidade.
- Não me interrompe tá? Eu vou falar tudo o que eu tenho pra te falar, e você NÃO vai interromper. Depois, SÓ depois, se você quiser falar alguma coisa, você fala. Você vai me ouvir sem dar um pio, mesmo que eu precise te amordaçar e te prender em uma
cadeira. Entendeu? - Melissa acenou afirmativamente com a cabeça. As duas estavam assustadas pelo tom de Lílian. Mas afinal, ela era monitora, e já haviam ouvido ela usar essa voz mais vezes. Mesmo assim, não deixavam de ter medo. - O Sirius é uma pessoa legal. Tenho que admitir, que mesmo com o Potter e todas essas investidas que ele dá em mim, essa viagem tá sendo ótima. Como você mesmo disse, tenho amigas maravilhosas. Eu sei que é muito bom ter um "namorado" - ela riscou as aspas no ar - e sei que você está muito feliz. Nós ficamos muito felizes por você, ficamos mesmo. Só que a gente não acha que o Sirius seja a pessoa certa pra você. Ele é lindo, gostoso, e como você disse, tem uma pegada. Mas como nem tudo é perfeito, ele é um cachorro. De verdade. Você não tem ideia de quantas garotas ficavam na porta do nosso Salão Comunal, se fossem das outras casas, ou então ficavam de vigia no dormitório masculino se fossem Grifinórias. E quantas vezes a gente ouviu garotas falando que ele não presta, que é um idiota, que nunca quer nada sério. E você sabe muito bem disso, e tá se iludindo. A gente não quer que você pare de ficar com ele, é só um conselho pra você meio que tentar ter uma conversa com ele. Você TEM que conversar com ele, Melissa, porque assim como vocês tão não dá.
- Já acabou? - perguntou, muito emburrada.
- Sim. - disse Lílian.
- Então tá. - e saiu, deixando as outras duas sozinhas no quarto.
Às nove da noite, o jantar seria servido. Por esse motivo, às seis e meia as meninas foram se arrumar. Apesar dos problemas com o cabelo ("me dá uma tesoura que eu vou cortar tudo", pediu Lílian em desespero ao não conseguir deixar a franja totalmente lisa), com a roupa ("eu não sei onde eu estava com a cabeça quando comprei um vestido tão curto", lamentou Melissa), com o corpo ("sou uma baleia, sou uma baleia, lalala" riu de ódio Marlene) e com a pele, ("olha o tamanho disso, tem uma cara na minha espinha, e não o contrário" urrou Maggie) às nove e meia as quatro estavam prontas, os meninos e muitos outros Potters estavam as esperando.
- Desce primeiro, Maggie. - Melissa disse.
- Por quê eu? - ela indagou.
- Porque você é a única que tem um namorado lá embaixo te esperando, droga. - Marlene era a única que ainda estava irritada.
- Tá, eu vou. Mas você vem logo depois, Melissa.
- Por quê eu? - ela repetiu a pergunta da amiga.
- Porque você tem um ficante lá em baixo te esperando, droga. - Lílian repetiu também.
- Tá, eu vou. Mas você vem logo depois, Lílian. - ela entrou na brincadeira.
- Por quê eu? - a resposta das três já estava na ponta da língua, e elas disseram eu coro.
- Porque você é a única que tem um Potter lá embaixo te esperando, droga.
- Mas aqui tá cheio dos Potter! - exclamou indignada.
- Mas você tem um certo, querida. Enquanto isso, tenho que ganhar o meu. - disse Marlene rindo. Margareth desceu. Estava com um vestido tomara-que-caia azul claro que ia quase até o joelho, o rosto maquiado perfeitamente, sem deixar a mostra nenhuma espinha indesejada. Descendo as escadas, viu os quatro garotos esperando no térreo, cada um esperando por uma garota. Olhou para o seu namorad, que estava sorrindo, e deu a mão e ele. Saíram para a festa quase ao mesmo tempo que Melissa descia. A garota corou ao ver o olhar de Sirius em suas pernas, pouco cobertas pelo curto vestido prateado que usava. E foi com esse mesmo olhar que ele a puxou para a festa, dando-lhe mais um beijo de tirar o fôlego típico de Sirius Black. Nem perceberam quando um casal incomum estava dançando entre eles. Mais por obrigação do que por boa vontade, Marlene e Remo dançavam, os dois muito corados, enquanto Helen Potter os apontava como mais um casal. O outro suposto casal que estava ao lado deles exibia um garoto com um sorriso muito grande, enquanto a garota estava mais corada que a amiga. Lílian Evans já estava sendo apresentada para os outros Potter como namorada de Tiago. Nem os olhares de fúrias que a garota lançava a ele não o faziam desmentir a história. A festa foi transcorrendo normalmente até pouco antes da ceia. Melissa resolvera conversar com Sirius. Ela sabia que não ia continuar assim com ele quando retornassem à escola. Puxando-o pela mão para os jardins - que agora estavam desertos - ela começou.
- Si, nós precisamos conversar. - Não era a primeira vez nem seria a última que o garoto ouvia essas três palavras. Nós precisamos conversar. Sabia que a garota queria levar o relacionamento deles em frente. Se perguntava o motivo das garotas quererem algo sério. Para ele, desse jeito estava perfeito. - A gente já tá ficando há mais de seis meses, e não tem nada de novo.
- Eu tenho muitas ideias de coisas novas pra gente fazer - disse com um sorriso safado.
- Eu tô falando sério, Sirius!
- E eu também. - ele parou de brincar ao ver a fúria estampada no rosto dela. - Tá, parei. Fala, Mel.
- Do jeito que a gente tá não dá! A gente veio pra cá pra passar um mês junto, tipo namorados.
- E você não tá gostando? - perguntou, incrédulo.
- Tô. Quero dizer, não. Olha, eu não sei.
- Então, você quer... - pela primeira vez na vida parecia que ele estava levando um fora. - terminar comigo?
- É esse o problema, Sirius! Não tem como a gente terminar se nunca tivemos nada sério!
- Mas como você mesma disse, a gente vai ficar um mês tipo namorados aqui. Eu vou ficar SÓ com você durante um mês inteiro. Não tá bom?
- Não.
- Por quê?
- Porque nós dois sabemos, que isso é coisa de momento. Quando a gente voltar, você vai continuar ficando com todas aquelas vacas daquela escola, e eu vou ficar em segundo plano, pra sempre.
- Você sabe disso há muito tempo. Por que então ainda quis continuar comigo?
- Por que você acha hein? Pra me exibir pras pessoas? Mas pra quem? - disse sarcasticamente - Se você só fica comigo quando só tem essa opção? Afinal, o GRANDE PEGADOR Sirius Black nunca pode ficar sozinho! - ela já estava gritando.
- Calma, Melissa. Então você quer que a gente pare de ficar?
- Eu não sei. É por isso que eu quero conversar com você. Não precisa fazer essa cara de tédio, porque não, eu não vou te encher o saco pra gente ter algo mais sério como todas as suas outras namoradinhas de Hogwarts.
- Não? Mas parece. Você já disse que não temos nada sério, e tal.
- É, eu disse. Mas em algum momento eu te fiz um pedido de namoro oficial? Não preciso que você concorde - acrescentou ao ver o garoto balançando a cabeça afirmativamente -, porque eu sei que não fiz. Eu só quero saber o que você pretende fazer em relação a nós quando chegarmos na escola. - O menino calou-se por alguns instantes. Ainda não pensara nesse assunto, e foi sincero ao dizer:
- Sei lá. Eu meio que esperava que você se desse por satisfeita de me ter exclusivamente por um mês. - lançou outro sorriso safado daqueles à garota, que não retribuiu. Estava louca de raiva por dentro.
- Sastisfeita? Satisfeita? Você acha que é um prêmio ou algo assim, Sirius Black. TE TER DURANTE UM MÊS! - ela gargalhava alto, e as pessoas de dentro da festa correram para as janelas para olhar a cena. Uma garota loira gritava descotrolada enquanto um garoto ouvia a tudo calado, com uma expressão de medo estampada no rosto. Os amigos tentaram interferir, mas foram contidos por Remo, que alegou que era "assunto pessoal, problema deles". - GRANDES COISAS! QUALQUER UMA PREFERIRIA MUITO MAIS TER QUALQUER UM AQUI NESTA FESTA QUE ESTIVESSE SOLTEIRO A VOCÊ.
- Então por que ainda está aqui? Vai procurar um babaca, então. - ele bufava irritado. Era a primeira vez que seu sorriso falhava na hora de converncer uma garota.
- VOU MESMO. - continuou gritando a garota. - AFINAL, PRA VOCÊ EU SOU QUALQUER UMA MESMO! - Melissa deu as costas ao garoto, marchando ao voltar para a casa. Não sem antes puxar um atordoado Remo Lupin para um beijo inesperado.
([b]N/A: Narração de Melissa[/b])
Hahaha, quem aquele BABACA pensa que é? Ele achou que eu ia simplesmente abaixar a cabeça, mas nããão. Ele não conhece Melissa Lewis de verdade, aquele BABACA. Meu Merlin, onde eu tava com a cabeça quando eu pedi pra LÍLIAN vir pra cá? Coitada, ela tá aturando o Potter por minha causa, só minha. Ah, depois eu penso nisso com mais calma, porque eu tô BEIJANDO O LUPIN! Meu Merlin, como assim eu tô beijando o LUPIN?
- Lupin - eu o empurrei -, acho que o Sirius já tá puto o suficiente. - disse, corando de leve.
- É, - ele concordou - mas acho que dá pra irritar ele um pouquinho mais. - MEU MERLIN. Ele tá me beijando de novo. E tenho que admitir, ele é um maroto DE VERDADE. Ele deu um sorriso agora igual o SIRIUS E O TIAGO DÃO. Tá, o Pedro quando ele tá com a Maggie também, mas eu achei que ele fosse certinho. E, puta merda, que beijo é esse! Tudo bem, o Sirius é beeem melhor, mas o Lupin... Tá, ele não é tão pior do que o Sirius. Aaaaaaaaaaaaaaaaah, ele é quase MELHOR que o Sirius. Tenho que me controlar. Calma. Respira. - Agora já deu. Vem, tá quase na hora da ceia. - aah, só o que me faltava. Eu vou chorar aqui. Calma, Melissa. Você não vai chorar só porque ele te olhou com uma cara de nojo. Safado. Idiota. Cachorro. Babaca. Lindo.
([b]N/A: Fim da narração de Melissa[/b])
- Não, Sirius. Depois vocês conversam. - tentou acalmá-lo Tiago.
- E a gente achava que ELE era o maroto comportado... - disse Pedro.
- Mas ele É! Ou pelo menos, ERA. Ele não pode sair por aí pegando a namorada dos outros, principalmente a do melhor amigo. - Sirius estava inconsolável.
- Falou agora o cara que NÃO sai por aí pegando a namorada dos outros. - Tiago comentou rindo. - E ela não é sua namorada. Vocês nem tão ficando mais! E foi ela que agarrou ele.
- Ha ha ha. Como você é engraçado, veadinho. Só porque todos aqui pensam que você e a Evans estão praticamente casados fica aí se achando. Você não viu a cara dela quando lhe davam os parabéns pelo noivado?
- Não adianta, "cachorrão" - ele fez o gesto das aspas teatralmente -, nada vai estragar a minha felicidade pelo Aluado ter pegado a Melissa. Nunca te vi com tanto ciúmes. E pode deixar que eu NUNCA vou esquecer que você disse que ela era a sua namorada. - Sirius deu um soco no ombro de Tiago, mas na hora em que o último ia revidar, sua mãe chamou a todos para fazerem a oração antes da ceia.
***
- Por que você fez isso?
- Isso o quê? - Perguntou Remo, surpreso ao levar um soco exageradamente forte de Sirius no braço.
- O quê você acha? Você. Ficar. Se. Agarrando. Com. A. Melissa.
- Ah, isso. - disse casualmente. - Primeiro, meça suas palavras. Eu não estava me agarrando com ela, isso quem faz é você, eu só fiquei com ela.
- Duas vezes. - disse, dando outro soco no "amigo".
- É, duas vezes. Mas foi ELA que veio pra cima de mim.
- E você correspondeu. - O tom calmo que Lupin sempre usava desta vez estava irritando Sirius.
- Correspondi. Qual é o problema?
- COMO ASSIM QUAL É O PROBLEMA? SEU IDIOTA. ELA ERA MINHA NAMORADA. - Sirius abandonou a calma e estava gritando. Acordou as meninas, que dormiam no quarto no fim do corredor, e quando olharam a hora já eram mais de 3 da madrugada. Resolveram ver o que estava acontecendo.
- Sua namorada? HA HA HA HA HA. - gargalhou o outro. - Primeiro, ela NUNCA foi sua namorada, e a partir de hoje, acho que NUNCA vai ser. Segundo, mesmo que fosse, vocês tinham terminado tudo segundos antes de a gente ficar. Eu não fiz nada de errado.
- Calma, Sirius. - Tiago acordara também, e resolveu interferir antes que a suposta conversa virasse uma briga de verdade.
- CALMA O CARALHO. COMO VOCÊ SE SENTIRIA SE ELE FICASSE COM A EVANS, NA SUA FRENTE? - nesta hora, todas as meninas já estavam ouvindo a discussão da porta do quarto.
- Primeiro que ele não teve culpa, porque ela que agarrou ele. Segundo, que eu nunca fiquei DE VERDADE com a Lílian, e mesmo assim não tem nada a ver com o seu caso com a Mel. - ele fez questão de frisar a palavra caso - Eu gosto dela DE VERDADE, quando ela quiser, eu vou ficar SÓ COM ELA, e com mais ninguém. Porque, ela realmente tem importância pra mim, DE VERDADE. - Sirius ficou sem reação. Ao mesmo tempo que estava com raiva do amigo, não tinha certeza de seus sentimentos por Melissa, e além disso receava que tudo o que dissesse poderia ir contra ele. Odiava admitir, mas Lupin estava certo. Os dois tinham acabado de terminar tudo o que tinham, o que não era muito, mas bastava. Bastava, pensou com amargura. Não mais. Nunca mais, talvez? Impossível determinar. Ele sabia que nenhuma das garotas que já tinha ficado - NA VIDA - era como Melissa. Todas sempre queriam algo mais sério com ele, enquanto ela, quis terminar tudo. Era divertida, inteligente, simpática, bem-humorada, bonita. ([b]N/A: Narração de Sirius[/b]) Eu gosto dela. Gosto mesmo, claro que não chega nem perto do amor infinito queo Pontas sente pela Evans, mas gosto. Não só dela. Gosto de muitas outras. Mas não de outras tantas. Eu não posso simplesmente gritar pra todos que eu a amo só pra contrariar o Tiago. Nem sei se isso é verdade. Não, não é. Eu não a amo. Disso, eu tenho certeza. E mesmo se amasse, se eu admitisse isso na frente daquela teimosa. Deixa ela achar que pode arranjar alguém melhor que eu. Hahaha, até parece que vai conseguir. Ou talvez consiga... Não. Aquilo me ama. Não, não me ama. A partir de hoje, me odeia. Ou não. Ah, sei lá. To parecendo o Aluado, pensando muito. Acho que vou dormir.
- Tanto faz, Pontas. Eu só quero dormir. - todo mundo tá me olhando torto.
- Tá vendo? Ele sempre faz isso! Termina uma discussão no meio, fingindo indiferença. - acha que é alguém aquela garota. Mas, por Merlin, esse pijama curto dela não tá ajudando em nada. (N/A: Fim da narração de Sirius).
***
- E-eu sou uma i-idiota, - Melissa fungava - eu n-nunca devia ter f-ficado com ele de noooooovo. - Ela não conseguia conter as lágrimas que jorravam de seus olhos e inundavam a calça do pijama de Lílian, em cujo colo estava a cabeça da amiga apoiada.
- Calma amiga, você não teve culpa. Ninguém resistiria. Você até que foi bem forte, empurrando ele daquele jeito. - Marlene consolava a amiga.
- É, - concordou Maggie - assim ele nunca mais vai te agarrar. Aquele cachorro. - Melissa chorou ainda mais. As três se entreolharam espantadas, e Lílian perguntou:
- O que foi?
- Eu não q-quero que ele nunca mais me agarre. Eu quero que ele v-viva me agarrando. Babaca. - Diante da confusão das amigas, continuou. - Eu amo aquele g-garoto. - Amo. Muito. - ela se acalmou um pouco. Se sentia uma idiota, mas falar mal dele a machucava. - Eu não vou conseguir esquecer o Sirius. Nem adianta, eu posso xingar ele, bater nele, não ficar com ele por semanas, meses, e eu vou continuar gostando dele. Acho que é o meu destino, apaixonada e idiota.
- Olha, do jeito que você é, daqui a três dias você nem vai saber mais quem é Sirius Black, sua exagerada! - a outra loira jogou um travesseiro em Mel.
- Sirius Black? Não é aquele babaca que se acha o gostoso porque tem FAMA de pegador? Aquele que, segundo más linguas, é de uma noite só? - as quatro deram gostosas gargalhadas, com fé de que mais uma vez a loira iria superar os problemas, e voltar a ser a alegre menina de sempre.
***
- E se a gente fizesse um amigo oculto? - propôs Lílian, dois dias antes do revéillon. Os oito combinaram que passariam as festas de fim de ano na casa dos Potter, e no dia 2 iriam cada um para sua casa. Menos Sirius, que desde o verão anterior já tinha se mudado oficialmente para lá.
- O que é isso, Lil? - questionou Maggie.
- É uma brincadeira trouxa. As pessoas geralmente fazem no Natal, mas eu me lembrei agora e acho legal a gente fazer de ano-novo. É simples assim, a gente escreve os nomes das pessoas em um pergaminho, e cada um tira um. Cada um deve dar um presente à pessoa que tirou. E aí, na noite de Natal, ou no nosso caso, de ano-novo a gente entrega os presentes.
- Gostei. - disseram Tiago e Lupin juntos.
- Eu também. - concordaram as três meninas.
- Então está decidido. Aguardem um instante até que eu pegue os pergaminhos e pena.
A menina subiu, e pegou os materiais. Após todos conferirem os nomes e se certificarem que não havia como "roubar, fizeram o sorteio. Como já era de madrugada, todos se despediram e foram dormir, menos Margareth e Pedro, que estavam em um quarto qualquer, e Lílian que iria beber um pouco de água. Tiago aproveitou a oportunidade e disse algo sobre ter que pegar alguma coisa na despensa.
- Quem você tirou? - perguntou ele, dando um susto na garota.
- Se eu não contei nem pras minhas amigas, você acha mesmo que irei contar pra você? - respondeu, ríspida.
- Tinha esperanças... - disse simples e tristemente. - Eu tirei o Pedro.
- Potter! - exclamou. - Não pode contar quem tirou. O segredo faz parte da brincadeira.
***
- Eu começo! - gritou Melissa. - A minha amiga oculta é linda, fofa, e tem um cabelo perfeeeito!
- Eu! - gritou Marlene.
- Convencida - disseram todos. As duas se abraçaram e Mel entregou o presente. Era um cordão de prata que a amiga tinha visto enquanto compravam os presentes no Beco Diagonal, no dia em que tinham decidido fazer a brincadeira.
- Ah, que lindo! Brigada amiga. Tá, minha vez. Meu amigo oculto é um menino, - (ooooh, fez Melissa) - ele não é tão idiota, e ele provou que as aparências enganam. - Todos ficaram quietos. Se a garota falasse mais, estaria na cara. Segundos se passaram até que Lílian matou a charada:
- Reeeeeeeeeeemo! As aparências enganam, porque todo mundo pensava que ele era certinho, mas depois do que aconteceu no Natal... - ela fez uma pausa - e ele não é ABERTAMENTE idiota igual esses dois - concluiu, indicando Tiago e Sirius. Marlene entregou a camisa polo branca tamanho G(Melissa contou a elas sobre os dotes físicos de Remo), e após agradecer, o menino tomou a frente:
- A minha amiga oculta é uma pessoa muito simpática e agradável. Mesmo não convivendo com ela tanto tempo, já tenho um enorme carinho.
- Eeeu! - gritou Margareth, se pondo de pé de um salto, e abraçando o garoto.
- As aparências realmente enganam. - disse Pedro, mais para si mesmo do que para os outros. Todos caíram na risada vendo os ciúmes do garoto.
- E olha que não é o primeiro a ter ciúmes do Remo... - disse Tiago, olhando para Sirius. Os outros riam cada vez mais, até Margareth cortá-los.
- Ok, vamos continuar. O meu amigo oculto é... um cachorro. Sem mais. - Ela entregou o presente a Sirius, depois de abrir os chocolates que ganhara de Remo. O garoto rasgou o embrulho dourado que continha uma pena de luxo. - Só não sei pra quê você vai usar... - concluiu, rindo a garota.
- Aaah, o meu amigo oculto é lindoo, perfeitoo, gatoo! - Sirius fazia gestos largos enquanto falava e corações, arrancando risos de todos. - Ele tem olhinhos escuros perfeitinhos, e me perco no corpinho dele. Pedrinho tchutchuquinho, meu bebê lindooo. - se jogou em cima de Pedro, fingindo encher a bochecha do amigo de beijos. A última parte fez todos rirem ainda mais, pois "meu bebê" era o apelido carinhoso que Maggie havia dado ao namorado, e que sem querer deixou escapar uma vez na mesa de jantar. Desde aquele dia, Pedro era tratado como meu bebê o tempo todo. Entregou montes de doces para o amigo, que adorou o presente.
- O Pedro? - exclamou Lílian, chocada. Tiago havia dito que tinha o tirado! Merda, eles trocaram, pensou.
- Algum problema, lírio? - perguntou Tiago, fingindo estar intrigado.
- Não, nenhum. - disse por fim, e Pedro pegou a deixa para falar:
- Eu tirei a Melissa.
- Dãããã! - exclamaram todos.
- Não é pra você fazer assim, Pê. Você tinha que falar as características da pessoa. - disse Maggie, de longe, pois os amigos davam tapas nele.
- Ah, gente, tadinho do meu bebê. Ele não sabia, afinal, ele não teve NENHUM exemplo a seguir das pessoas que fizeram antes. - provocou Tiago, fazendo os outros rirem novamente.
- Tá, vamos continuar. Brigada, Pedro - disse abraçando o garoto. - Ué, acabou. E só falta... - começou, mas foi interrompida por Tiago.
- Eu e Lílian! - exclamou, muito feliz. Jamais esperara que teria tanta sorte. Tirá-la ja tinha sido trabalhoso, pois a princípio ele teve que descobrir QUEM a havia tirado. Quando descobriu que fora Sirius, acalmou-se. Mas nesta possibilidade ele não pensara. Aquele Natal estava se saindo MUITO melhor do que planejara. - E cadê o presente? - indagou, correndo o olhar em volta da sala. - Bom, já que você não comprou nada, eu me contento com um beijo. - Terminou, se aproximando da garota, que pegou o presente que estava atrás dela, e empurrou Tiago. O garoto só não caiu porque se apoiou no sofá.
- Idiota! Toma aqui esta merda. - ralhou, entregando ao garoto o cordão de prata que na hora que vira achara a cara dele. Ele, claro, adorou o presente, e um beijo na bochecha da menina para agradecer. - E o meu? - ela perguntou. Tiago pegou um papel do bolso da calça e começou a ler.
- Na verdade, eu tirei o Pedro. Mas claro que eu não ia me contentar tirando ele. E eu me vi diante de um impasse, pois só meus amigos aceitariam trocar comigo de pessoa. O Remo, desaprovaria, além de não me contar, e obviamente o Pedro não dava. Então só sobrou o pulguento. Ai! - exclamou, após Sirius lhe dar um peteleco na orelha - E, por sorte ele tirou a Lílian, e não hesitou em trocar comigo. Essa até que foi a parte - riscou as aspas no ar - "fácil". O presente. Por onde começar? Eu queria algo, que fosse especial pra ela. Algo que fizesse ela pensar em mim, nem que seja por segundos. Algo que a fizesse pelo menos tentar rever seus conceitos sobre mim. E a coisa mais especial que consegui, foi isso. - Ele abriu a caixa de veludo azul que tinha escrito em letras douradas o nome de uma famosa joalheria em Londres. Lá dentro, tinha um cordão de ouro, com um pingente em coração com algumas pedras incrustradas em um lado. Todas as meninas suspiraram ao ver a beleza do presente, e até Lílian deixou escapar um pequeno suspiro. - Separados, se você perceber, parecem dois pontos de interrogação. Os dois se completam e juntos formam o símbolo do amor. - Ela levantou-se também, para deixar que o menino colocasse o cordão em seu pescoço. Depois dessas palavras, nada mais justo do que fazê-lo feliz também. Embora custasse a acreditar, Tiago Potter havia mudado, por ela.
O ano-novo se passou tranquilamente após o amigo oculto. Apesar de Sirius tomar um porre na noite do revéillon e literalmente cair de bêbado, tudo se passou tão rápido que de repente já era hora de voltar a Hogwarts.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!