Second Day -

No capítulo anterior: - VIRA! – todo mundo gritou alegremente pra Hermione que ameaçava não entornar seu copo de vodka.

Adoro o verão! Adoro meus amigos! Adoro vodka! Acho que amanhã eu vou acordar bêbada, mas quem se importa?

- Encheeeeeeee o copo! – pedi pra quem quer que seja que estivesse colocando mais vodka no meu copo.

Second Day

Narrado por: Lavinnia Pterson

 Sol, mar, praia, bebidas, biquínis, garotos sarados… ah, como eu ADORO o verão!

Ontem a noite foi fantástico! Eu tinha me esquecido como era bom encher a cara com os meus amigos! E sabe qual é o melhor de tudo isso? Hoje, eu aposto como ninguém vai estar de ressaca! Porque Hermione preparou uma poção pra gente, então todo mundo vai estar de bom humor, lindos, prontos para o sol maravilhoso que eu vou ver assim que abrir os olhos e...

- CADÊ O SOL? – berrei, acordando todo mundo ao abrir os olhos e me deparar com uma claridade muito menos clara do que esperava.

Todo mundo = Gina e Hermione.

Ai, que merda é essa? Minha cabeça lateja! Porque a minha cabeça está latejando?

- Lavinnia! – Gina me tacou um travesseiro que fez meu cérebro chacoalhar – Dá pra calar a boca?

- Que horas são? – perguntou Mione, meio grogue.

Mas quem se importa com tudo isso? Quer dizer, quando eu pulei da cama, direto pra sacada (não é lindo? Meu quarto tem uma sacada pro MAR!) pra ver se via (nem um pouco redundante, né?) algum resquício do sol… e nada! Tudo estava escuro e batia um vento realmente frio no meu rosto. Se meu relógio não marcasse que eram oito horas da manhã, eu acreditaria que ainda era noite.

- Hermione, que droga é essa? – Gina reclamava quando eu cheguei no quarto de novo, aninhada no meu cobertor e com cara de quem perdeu o doce. Mas, sinceramente, eu perdi! Perdi meu doce! Que droga! (?)

- E-eu não sei! – gaguejou – Minha cabeça está latejando.

- A minha também – comentei.

- Mas nós tomamos a poção! – reclamou Gina. Às vezes eu acho que ela reclama demais.

Mas Hermione, já fora da cama, remexia numa gaveta murmurando coisas que eu não entendia e não fazia a menor força pra entender. Minha cabeça lateja, não tem sol e eu acho que quero vomitar. Estou um lixo.

Toc toc toc.

­- Morre – Gina falou com a voz engrolada porque tinha metido a cabeça no travesseiro.

- Bom dia pra você também, Weasley – disse Harry, vulgo meu primo.

- Não me diga que a cabeça de vocês também dói – disse Hermione com um frasquinho na mão, olhando pra Harry que acenava afirmativamente,

- Foi por isso que eu vim, queria saber se era só a nossa e se foi alguma coisa que a gente comeu...

Hermione deu um risinho culpado.

- Acho que eu estava meio alegre demais ontem a noite – disse em tom de quem se desculpa – Mas a poção certa está aqui… o que a gente tomou ontem era poção capilar.

- Tá brincando! – disse Gina das profundezas dos seus travesseiros.

- Sou obrigado a concordar com ela – Harry ergueu as sobrancelhas para Hermione.

Eu ri. O que mais eu ia fazer?

*

Agora tá todo mundo com um mau humor horroroso, está chovendo cântaros e a gente acabou de descobrir que a televisão não pega na chuva. E isso é ridículo. É o nosso segundo dia aqui, e estamos desperdiçando dentro de casa com a cara amarrada? Se ao menos tivesse alguma coisa pra fazer...

- Aonde os senhores querem que Lucie jogue essas garrafas vazias? – Perguntou Lucie apontando para uma sacola cheia de garrafas, numa careta de desgosto igualzinha a da tia Lily.

Então, fez-se a luz!

- Hey, Lucie, me dê uma dessas garrafas! – pedi.

Acho que ela não ficou muito feliz, então eu pedi comida. Com Lucie é assim: para evitar que ela vá correndo a tia Lily, peça comida. É fácil.

- Hey! – falei um pouco mais alto. Rony brincava com uma mosca – Querem fazer o favor de sair dessa fossa!

Harry me olhou com as sobrancelhas erguidas, igualzinho à Gina (eles não são uma fofura? Pena que só eu acho isso). Rony esmagou a mosca com a mão e Hermione ergueu a cabeça com uma legítima cara de “quem?” e Black não fazia nada, porque Black nunca faz nada.

- Que foi? – perguntou Gina.

- Aaaah, não vamos ficar aqui o dia todo com essa cara horrorosa, vamos? – me empolguei – Vamos brincar de Consequência e Verdade!

- O nome correto é Verdade ou Consequência – corrigiu Hermione.

- Que seja – respondi.

- Porque você acha que nós vamos querer brincar disso? – perguntou Rony, aparentemente procurava uma nova mosca pra se distrair.

- Porque eu vou enfeitiçar a garrafa para ficar vermelha sempre que alguém contar uma mentira – ri maliciosamente, olhando para Gina.

Acontece que, há dois anos, eu e Gina tínhamos brincado dessa mesma coisa com alguns vizinhos próximos da minha casa. Eu ainda me lembrava muito bem de como ela ficou vermelha quando eu perguntei porque meu primo a incomodava tanto.

- Ótimo! – animou-se Harry – ‘Guenta aí que eu vou pegar umas garrafinhas de cerveja amanteigada.

- E eu vou pegar batatas fritas – disse Hermione.

Eu disse que estávamos todos entediados? Esqueça. Mais uma vez EU salvei o dia. Adoro o verão.

*

- Certo, tudo ok aí, Mione? – perguntou Gina, ainda olhando desconfiada pra mim vez ou outra.

- Hmm, acho que sim – disse, guardando as varinhas nas vestes. Ela estava enfeitiçando a garrafa para girar sozinha e ficar vermelha quando alguém mentisse – Podemos nos sentar agora em volta delas... Rony, pare de comer todas as batatas! – ela ralhou com ele, ninguém tinha o visto sorrateiramente ali do lado do pote das batatas. Nham-nham, batatas!

Vou te contar a ordem em que nos sentamos, porque isso é realmente interessante. Hermione se sentou ao lado de Black, que se sentou ao lado de Gina, que se sentou ao lado de Rony, que se sentou ao meu lado e eu me sentei ao lado de Harry. Entendeu? Ótimo.

- Certo, vou girar a garrafa, todo mundo pronto? – sorrimos – Ok. Eu vou girar a garrafa, e depois vai ser simples: a boca pergunta e o fundo responde.

Hermione deu um toque de varinha na garrafa e ela instantaneamente começou a girar. Então, lentamente, parou apontando para...

Hermione pergunta pra mim.

- Verdade ou Consequência? – sorriu Hermione.

- Consequência – sorri.

Houve um “oooooh”. Adoro quando há “oooohs.” Pra mim. Aparentemente, ninguém começa esse jogo pedindo consequência. Menos eu.

- Ah, que chato! – falou Hermione – Eu tinha uma pergunta, mas não tenho a menor idéia de uma consequência, não quer mudar?

- Não, muitíssimo obrigada.

- Certo – falou Hermione – Passe duas rodadas sentadas no colo de Vinicius.

Epa! Que palhaçada é essa?

Olhei para Hermione, que sorria maliciosamente. Olhei para Gina, que parecia uma criança para quem o Natal chegara mais cedo. Olhei para Harry, que parecia dividido entre um pouco de aborrecimento e diversão. Olhei pra Rony, que conservava –como sempre – a mesma expressão de Rony. E olhei para Black, mas não sei dizer exatamente com que expressão ele estava.

- Nem pensar! – respondi.

- Ou isso ou você vai ter que dar um beijo de verdade nele – disse Hermione –Vamos dar uma apimentada nas coisas.

Dois minutos depois, muita argumentação e cara feia, e agora eu estou sentada no colo de Black. Não que seja exatamente desagradável, se é que você me entende. As pernas dele são fortes e eu sinto a respiração dele no meu pescoço de um jeito engraçado que faz os pelos dos meus braços ficarem em pé.

- Ok, gire essa porcaria – falei quando já estava acomodada – Só quero ver como é que vai ser se essa porcaria resolver apontar para Black ou pra mim.

Mas ela não resolveu. Ela apontou para Gina e Rony.

- Verdade ou Consequência? – perguntou ela.

- Depois disso aí? – ele apontou com a cabeça pra mim e Black. Ele agora passava a mão delicadamente pela minha. Retirei-a de baixo da dele quando me dei conta do movimento. – Verdade.

- Porque diabos você ainda namora com a Bronw? – perguntou.

Hermione se mexeu desconfortavelmente na posição em que estava, eu notei.

- Não sei – respondeu, passando a mão pelo queixo como se estivesse considerando a pergunta – Acho que é mais por comodidade, entende? É mais fácil ficar com ela. E ela não é tão terrível quanto vocês pensam, ela é legal,quando não está grudada em mim e nem nada disso. Sem contar que ela faria um escândalo terrível se a gente terminasse. É melhor assim...

Todo mundo riu e girou a garrafa novamente. Cada quem com seu aquém, não é assim que diz o ditado? Ou qualquer coisa assim, não importa. A garrafa girou de novo. Na próxima eu estaria livre de Black. Harry para Hermione agora.

- Verdade ou Consequência? – perguntou com as sobrancelhas erguidas. Mal Hermione murmurou “verdade” bem baixinho que ele disse: - Porque você ficou incomodada com a pergunta da Weasley pro Rony sobre a namorada dele?

Eu realmente não sabia se ria ou se ficava com pena da Mione, de verdade mesmo. O rosto dela ficou de todos os tons existentes de vermelho. Rony parecia particularmente interessado em um buraco que havia no tapete.

 - Eu não fiquei incomodada com a pergunta de Gina! – exclamou ela finalmente, depois de ter recuperado a fala e um pouco de dignidade – Fiquei só um pouco… - ela corou de novo – Eu não acho que a Bronw… - e pareceu reunir toda a coragem que Haia dentro dela – Seja a pessoa certa para Rony. Só isso. – e corou furiosamente novamente.

- E porque você acha isso? – perguntou Rony, parando de brincar com o buraco.

- É uma pergunta só – disse Hermione cortante – Façam-me o favor de girar essa garrafa!

Eu ri e Black suspirou na minha nuca. Por um instante eu tinha me esquecido que ele estava ali.

- Parece que as coisas estão começando a ficar mais interessantes por aqui, não? – ele perguntou e eu me arrepiei. Foi involuntário!

- Já posso sair daqui? – perguntei enquanto a garrafa ainda girava.

Mas não esperei resposta nenhuma e voltei para o lugar onde estava, enquanto a garrafa parava mais uma vez: Eu e Harry.

- Verdade ou Consequência? – perguntei, rindo.

- Verdade.

- Com quantas garotas de Hogwarts você já ficou? – perguntei.

Gina respirou fundo, mas acho que ninguém, a não ser eu, notou. Pode respirar Gina, as perguntas interessantes a gente guarda para mais tarde, não é mesmo?

- Puts… assim, em números? – ele coçou a testa – Espera: o que você qualifica como “ficar”? Só beijo, ou...?

- Harry! – exclamei, me fazendo de ofendida – Não nos poupe de todos os detalhes sórdidos!

Ele riu.

- Certo, então eu acho que foram umas 64.

- Sessenta e quatro? – Gina deixou escapar – Você não tem vergonha não, Potter?

- Vergonha? – Harry piscou um olho pra ela, depois pareceu se dar conta do que havia feito e sacudiu a cabeça – Porque o interesse, Weasley?

- Só pena, Potter, por existirem sessenta e quatro loucas a mais do que eu imaginava no mundo – Gina sorriu friamente em resposta.

E a garrafa girou de novo, mas dessa vez ficou girando por mais tempo do que das outras vezes e depois de mais uma giradinha de nada, parou. Rony perguntava para Black.

- Verdade ou Consequência? – perguntou, e eu não gostei muito do jeito como os olhos dele lampejaram na minha direção.

- Eu ia pedir consequência, quem sabe ficar no colo da Lavinnia por umas duas rodadas? – ele riu e piscou o olho pra mim, enquanto todo mundo ria – Mas acho que ela não ia agüentar todo esse tempo se arrepiando com a minha respiração, não é mesmo? Eu quero verdade.

Eu não SEI como alguém pode ser tão prepotente quando Vinicius! Pelo amor de Deus! Como ele ousa dizer uma coisa dessas em voz alta? Ainda piscando o olho com cara de quem está se divertindo! Gina olhou pra mim muito significativamente. Ela diz que Vinicius gosta de mim. A ignorei a tempo de ouvir a pergunta de Rony. Mas acho que eu preferia não ter ouvido.

- Lavinnia ficou duas rodadas no seu colo, colega – disse Rony – Como ficou a situação aí embaixo?

Meu Deus, como é que alguém pergunta uma coisa dessas? Eu juro, juro por Merlim, que não quero imaginar ter sentido nada! Não vão me forçar a ficar procurando sinais. Vou simplesmente ter certeza de que era insignificantemente pequeno! Se bem que…

- Tensa – ele riu.

Eu mesma girei a garrafa de novo, para não encontrar o olhar de ninguém. Black para Harry.

- Verdade ou...

- Consequência – ele revirou os olhos.

Black fez uma cara realmente, realmente malvada. Por um instante, sei lá, eu achei que ele ia mandar Harry se atracar com Gina no canto mais escuro da sala.

- Ah, que coisa interessante – ele riu – O que eu vou fazer com você? – todo mundo (menos Gina) riu também – Ok, Gina você vai ter que me ajudar um pouquinho, tudo bem? (ele não esperou resposta nenhuma, e ela arregalou os olhos) – Vamos ver do que o velho Potter é capaz. Gina vai se levantar agora e você vai ter que fazer os pelos dos braços dela ficarem em pé – ele olhou de relance pra mim – Se é que você me entende.

Por um instante bem fugaz, eu achei que a cabeça de Gina fosse explodir de tanto que ela ficou vermelha. Mas sem um pio, ao contrario de toda a explosão que eu acho que todos estavam esperando, ela se levantou e olhou interrogativamente pra Harry, que ainda estava pregado no chão com uma expressão cômica no rosto.

- Você só pode estar brincando! – disse. Mas eu não sabia se era pra Vinicius ou pra Gina.

- Anda logo com isso, Potter! – Gina revirou os olhos – Ou está desistindo antes mesmo de tentar? Não que – ela riu – Eu tivesse achado por um segundo só que você era capaz.

Eu acho que ninguém ficou mais surpresa do que ela mesma ao ouvir essas palavras, mas ela disfarçou perfeitamente bem. Harry, no entanto, ficou olhando meio atônito pra ela. Lentamente, enquanto ele se levantava, eu agradecia por ter sentando em um excelente lugar: eu, ao contrário, acho, de todo mundo, ia poder ouvir qualquer coisa que eles murmurassem.

Foi uma cena realmente inesperada, quando Harry se levantou e ficou atrás de Gina, realmente muito perto e encostado nela. Eu a vi estremecer de leve. Ele pegou seu braço e passou um dedo por ele. Ela estremeceu de novo e eu o ouvi rir bem baixinho. Acho que ele riu no ouvido dela, porque ela estremeceu mais uma vez. Fazia uma cara engraçada, como se estivesse reunindo suas forças, e eu olhei automaticamente para Black, que estava me encarando com curiosidade.

- Então você acha que eu não tenho capacidade, Gina? – ele perguntou realmente baixo em seu ouvido e eu tenho a certeza de que somente eu o ouvi, além dela. Ela estremeceu de novo, mas permaneceu inabalada.

- Eu não acho, Potter – ela sorriu, enquanto todo mundo olhava com curiosidade. Ela não fazia exatamente questão de falar baixo – Eu tenho certeza disso.

Então ele fez uma coisa realmente inesperada e realmente engraçada, levando em conta a situação e as pessoas envolvidas: ele se abaixou lentamente e passou uma das mãos pelo pescoço dela, afastando os cabelos. Só isso já fez com que ela fizesse mais do que simplesmente estremecer, mas ele pareceu não ligar muito. Deu um risinho baixo enquanto passava o nariz de leve pelo pescoço dela, fazendo movimentos sem parecer buscar uma sincronia. Depois, pelo que dava pra ver do meu ângulo privilegiado, ele mordiscou a orelha dela e depositou um beijo ali, onde foi descendo de um lado ao outro e Gina visivelmente se arrepiava. Mas sabe o que eu acho que foi o mais estranho? Harry estava arrepiado.

- Hem-hem – Black fingiu que estava pigarreando. – Podem parar, vocês dois. A consequência, vejo eu, está muito bem comprida.

Harry se afastou dela, ambos coradíssimos (o que, veja bem, significa muito. Ver Harry corado não era uma coisa exatamente fácil de se ver. Na verdade, ele quase nunca corava), e o próprio Harry girou a garrafa, enquanto Gina se ocupava em arrumar os cabelos, que já estavam perfeitamente em ordem.

- Hmm, certo – disse Hermione, se controlando para não rir e manter a expressão de quem via isso todos os dias. Mas não via. Ninguém ali via isso.

Ela girou a garrafa novamente e ela parou. Eu pergunto pra Hermione. Ah, como é doce o sabor da vingança! Ela me olhou alarmada, mas eu não estava nem ai. A chuva castigava lá fora, e a medida que o tempo passava a batata frita ia sendo reposta. Olhei bem pra Hermione e perguntei:

- Verdade ou Consequência?

- Verdade – ela respondeu, olhando de esguelha pra Rony.

Eu ri.

- Não falando em termos de amizade – alertei – Você gosta de Rony?

Hermione levou alguns segundos, imagino, para entender o que eu tinha perguntando, de tão nervosa que estava. Então entendeu, e olhou de mim para a garrafa e da garrafa pra mim. Ela sabia que se dissesse qualquer mentira, a garrafa ia denunciá-la. Ron a olhou de um jeito engraçado, vermelho e quase esperançoso.

- O-ora! – gaguejou – Que coisa mais ridícula! Eu e Rony somos amigos e ele tem namorada!

Ela falou, de modo que a garrafa não pudesse detectar mentiras, porque eles realmente eram amigos e Rony realmente tinha uma namorada.

- Não foi isso que eu perguntei – olhei para ela – Eu sei que você e Rony são amigos e sei que Rony tem namorada. Mas eu perguntei se você gosta dele, e você entendeu perfeitamente o sentido da minha pergunta.

Hermione olhou para Rony, que ainda estava a olhando. Parecia decididamente constrangida agora.

- Não – e fechou os olhos.

Porque ela sabia perfeitamente bem, como eu, que a garrafa ficaria instantaneamente vermelha. E ela ficou. Rony encarava a garrafa quase tão vermelho quanto a mesma, de boca ligeiramente aberta.

- Uoooh – disse Harry – Isso não é algo que vemos todos os dias.

- Eu acho melhor pararmos por aqui – disse Gina, sorrindo bondosamente para Hermione. Mas ela não viu, encarava a garrafa com tanta perplexidade quanto Rony agora.

- Vou concordar – disse Vinicius – Está ficando frio aqui... eu só espero que não chova assim amanhã!

Hermione me olhou com raiva e se levantou também. Eu teria que encarar a fera mais tarde, disso eu tinha certeza.

- Acho que ela não ficou muito feliz com você, não – disse Vinicius, pegando a garrafa do chão. Ela continuava vermelha.

- Eu sei – sorri – Mas ela vai se recuperar. Não é como se ninguém aqui não soubesse disso, não é mesmo?

Ele coçou o queixo. Ele ficava realmente engraçadinho quando fazia isso.

Não acredito que pensei uma coisa dessas!

- Não exatamente – ele sorriu.

E ficou me olhando por um tempão, só me olhando e sorrindo feito um idiota, sem dizer absolutamente nada. Até que um barulho de porta batendo lá em cima fez com que eu desviasse o olhar e corasse.

*

Narrado por: Hermione Granger

 

Se o seu nome for Lavinnia Pterson, eu acho bom entender uma coisa: EU VOU ACABAR COM VOCÊ!

Como ela se atreveu a fazer uma coisa dessas, eu não tenho a menor idéia. Quero dizer, eu não gosto de Rony! Ele tem uma namorada, pelo amor de Deus, não é como se estivesse prestes a bater na porta do meu quarto e fazer uma declaração de amor, não é mesmo? Ele –tem – uma - namorada! Quem se importa se eu gostar dele um pouquinho a mais do que deveria? Ele tem namorada!

Ah, mas eu vou mesmo acabar com a raça da Lavinnia!

- Mione? – alguém bateu na porta do quarto que eu deixei aberta quando entrei. Alguém que tinha uma voz realmente idêntica a de Rony Weasley, mas não era ele. Porque não poderia ser ele! Não agora.

- Oh, olá – me virei sem sorrir. Eu estava parada na porta da sacada olhando pro mar. Era uma coisa realmente agradável para se fazer, apesar da situação.

- É realmente esquisito estar no seu dormitório – ele comentou – Estou acostumado a não poder entrar no dormitório das garotas.

- É mesmo? – falei com sarcasmo – Pensei ter lhe visto pelo menos umas três vezes no meu dormitório em Hogwarts com a Lilá. Suponho que era você, mas com todas aquelas mãos… Não dava para ter certeza, não é mesmo?

Tive o sinistro prazer de ver Rony corar. Ok, vou te jogar a real: eu sou SIM apaixonada por esse idiota, mas… qual a vantagem? Quero dizer, eu posso gostar dele, mas isso não muda o fato de que ele ganhou uma corrente de ouro escrito “Meu Namorado” de uma garota terrivelmente chata e tosca no ano passado. Quero dizer, ela estuda adivinhação! Que pessoa decente consegue gostar de uma matéria ridícula dessas?!

- Entrei pela janela – ele riu e seu rosto voltou ao tom normal, para o meu intenso desagrado.

- Eu deveria lhe dar uma detenção – sorri fracamente.

- E eu deveria lhe dar um beijo.

Olhei para ele como se ele estivesse ficando louco, e de fato eu acho que estava. E não importava que meu coração tivesse dado um salto considerável. Eu nunca agira feito uma imbecil apaixonada perto de Rony Weasley, e não seria agora que eu ia começar a agir assim.

- Não, não deveria – respondi com dignidade, me aproximando dele com o intuito de empurrá-lo para fora do meu quarto e trancar a porta – Você deveria sair daqui e ir escrever uma carta para sua namorada.

Eu tentei, eu juro que tentei empurrá-lo, mas ele segurou minhas mãos no ato e as deixou presa junto ao seu peito forte. Eu podia sentir seu coração batendo no mesmo ritmo descompassado do meu.

- Não acho – ele olhou fundo nos meus olhos e os seus ardiam de um jeito que me fez esquecer de qualquer coisa que eu pretendia – Acho que o único lugar que eu tenho que estar no mundo é onde eu estou, para ouvir você dizer, olhando nos meus olhos, que gosta de mim.

E eu não soube o que dizer, de verdade. Porque ninguém me disse que eu ia ter que enfrentar uma coisa dessas quando vim pra cá, no inocente intuito de me divertir e encher a cara com meus amigos. Ah, se eu pego Lavinnia...

- Eu não vou dizer nada! – ergui o queixo.

Mas isso não ajudou nem um pouquinho se quer. Porque o rosto dele estava acima do meu, completamente bonito e seus olhos azuis pareciam chamas. De repente eu me tornei muito mais consciente, de que aquele par de braços musculosos estavam ao meu redor. E que ele tinha namorada!

Acho que ele não ficou muito feliz, mas tudo aconteceu tão rápido que não deu tempo de raciocinar muito bem. Ele fechou a porta atrás de nós com força – deve ter feito um barulhão lá em baixo – e depois me encostou na porta, os braços um de cada lado da minha cabeça, me prendendo naquela cena clássica de filmes que nunca, na verdade, acontece na vida real. Mas agora estava acontecendo, na minha. (n/deb: quero deixar registrado aqui – e estragar o momento, eu sei como quebrar um clima (; IHDISHDISH – que NUNCA, NUNQUINHA aconteceu isso comigo na vida real, e é muito chato. Meninos que por ventura estejam lendo isso: toda menina sonha com esse lance do braço, sacou? OK, vou me calar a gora. n/b: concordo em gênero, número e grau com tudo! Principalmente que isso não aconteceu comigo também mimimi)

- Então eu digo – ele falou e meu coração imbecil vibrou – Porque eu gosto de você. E não é pouco, e nem é recente.

Ok, eu sou ridícula e idiota, e estou dando pulinhos por dentro por uma coisa completamente ridícula e mentirosa. Dane-se.

- Você não espera realmente que eu caia nessa, espera? – eu ri – Se o que diz fosse verdade, porque namora a outra, então?

- Não sei – ele respondeu.

Não sei? Não sei?! Oras! Tenha a santa paciência!

- Então me solte.

- Não.

E, inexplicável e inesperadamente, ele tirou uma das mãos do meu lado e a colocou fortemente em minha cintura, olhando pra mim como se nunca tivesse me visto de verdade. Isso me incomodou.

- Não ache que vai poder vir aqui por causa de uma garrafa vermelha idiota, dizer meia dúzia de lorotas e que eu vou cair na sua, Rony – sussurrei – Você pode enganar a idiota da sua namorada com juras de amor e coisas assim, eu sei muito bem qual é a sua: ela é um ponto fixo e fácil, não é mesmo? Mas eu não sou assim, você não vai me ter só porque me quer agora. Você não vai fazer com que eu acredite em meia dúzia de palavras vazias.

E, dito isso, eu não sei com que força – nem física nem de vontade – eu saí daquele aperto horrivelmente bom e o empurrei para fora do quarto, batendo a porta com força pela segunda vez em menos de dez minutos, e imaginando o que poderia ter acontecido se ele ainda estive ali comigo.

 

N/B: eu REALMENTE admiro a Mione hm.

Enfim, pessoas, como estão? *-*

Gostando da fic?

Eu to simplesmente AMANDO!

Os capítulos tão saindo rápido. A autora tá fazendo um trabalho ótimo!

A propósito. PARABÉNS DE NOVO DEB *-* tu merece amiga <3

Comentem pessoal! Os próximos capítulos prometem muitas emoções! [momento Roberto Carlos off]

Beeeijos :*

<3

 

N/Deb: oi gente *-*

Espero que vocês estejam gostando, ok? E, por favor, comentem.

E, Um, obrigada por estar me aturando, tá? IDHISHDISHDISHDISH te amo <3

Comentem e me façam feliz, beleza? Amo vocês, deb (:

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