Capítulo 3.
Ela não pôde fugir, pois nem ao menos o viu, ou ouviu, chegar:
- Dormiu bem?
Hermione sentiu o estômago flutuar instantaneamente.
- Ok, chega. Fique sabendo que eu tenho amigos aurors.
- Eu não perguntei sobre seus amigos. – Zabini replicou gentilmente.
Idiota – ela se xingou mentalmente. Não deveria, mas estava caindo no jogo dele. Por que? Por que logo ela, uma ex grifinória, nascida trouxa? O que ele poderia querer dela?
O que ele poderia querer dela?
- Você vai falar alguma coisa ou só ficar me encarando? – ele perguntou, zombeteiro – Porque, bem... Nós dois temos trabalho a fazer.
- Ora, Por que não? – ela respondeu com um sorriso forçado – Você me diria o que estava fazendo no meu quarto?
Por um instante ela pensou que ele iria embora. Ele se afastou, mas para a janela mais próxima e deu uma boa olhada no céu nublado antes de se virar e dizer:
- Ok. Eu digo.
Os dois permaneceram em silêncio.
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Hermione abriu os olhos e pisou em falso ao se afastar em busca de ar. Ele a beijara.
Blaise Zabini a beijara.
Ela ainda tentou manter o equilíbrio, mas foi em vão. Tudo girava. Ele se aproximou e a segurou pelos ombros:
- Granger, você está bem?
- BEM?! – ela gritou, afastando-se dele novamente. Corra, Hermione, corra. O mais depressa que puder – Que diabos você fez comigo? Como você...
- Essa foi a melhor maneira que achei para te explicar...
- Me explicar o quê? Seu maluco! – ela continuou se afastando e só parou ao bater as costas na janela. Teve de se agarrar à grade para não cair.
Aquilo era insano. Zabini a beijara.
E ela correspondera.
Ron o mataria. Ele o mataria de cem maneiras diferentes. E ela não poderia culpá-lo.
- Granger, por favor, me ouça.
Ouvir. Ela soltou uma risada pelo nariz. Ele tinha acabado de virar seu dia de cabeça pra baixo e ainda queria conversar. Passou as mãos pelo rosto, tentando recuperar o fôlego.
- Você. Tem. Um. Minuto. – ela disse, mãos em volta da varinha, pronta para o que viesse – Diga.
- Eu venho tendo sentimentos. Por você – ele começou, com um ar divertido.
Sentimentos. Por ela.
Aquilo não fazia sentido.
- E acho... Acho que você sente o mesmo por mim.
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E, de novo, ela quis saber até onde Zabini iria.
Esperaria. E quando ele se desse conta, estaria caído no chão. Aquilo tinha de acabar. Ela o denunciaria por assédio e não teria de vê-lo nunca mais naquele hospital.
Ele estava andando na sua direção. E ele não ia parar.
O ar estalava com eletricidade. O cabelo na parte de trás do seu pescoço estava totalmente arrepiado, quando ele a tocou. Os olhos dele, escuros e enigmáticos, não vacilaram um só instante.
Conformada, Hermione finalmente percebeu que não havia nada que pudesse fazer para detê-lo.
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