A Fúria de Snape




A FÚRIA DE SNAPE

Terça-Feira, 12 horas e 32 minutos. Mais uma vez na sala de Defesa contra as Artes das Trevas.



As íris negras dos olhos de Snape expeliam furor, tal qual uma cobra peçonhenta faz com seu veneno.


Hermione sentia o sangue cáustico subir-lhe a cabeça, enquanto as entranhas eram embaladas por um imponderável e efêmero frenesi. Tremia da cabeça aos pés.


O mestre de DCAT deu um passo em sua direção e todo o seu receio pareceu multiplicar-se. Lentamente ele elevou a mão onde se encontrava o confidente pergaminho amassado de Hermione Granger. Foi aí que ela percebeu o quanto ele tremia também. Só que não de medo, como ela, e sim de fúria. Os lábios finos do professor abriram-se lentamente.


- Pode me dizer o que significa isto, senhorita Granger? - indagou pausadamente.


Hermione estremeceu.


- Ah... Não... Não tem nada a ver com o senhor, professor... É apenas...


- Não me venha com falácias, garota! Explique-me imediatamente o que é isso... Ou eu... - pausou.


De repente, a voz estridente e furiosa retomou o habitual tom sarcástico e desdenhoso e ele começou a debochar da menina, lendo em voz alta os rabiscos presentes no pergaminho.


 



“Detestável... Estúpido...Imbecíl... Repugnante...


Odeio você, seu morcego idiota! Professor idiooota!


Covarde...


E ainda me preocupo com o que ele fala.... Inflexível... Não vai mudar nunca...


Infeliz...


Por que não posso ao menos esquecê-lo?’’


 



Cada palavra sua foi pronunciada ironicamente pelo professor. Sentiu seu rosto corar e os olhos começavam a inundar de raiva e pudor. Não agüentaria nem mais um minuto ali, sendo humilhada.


Virou-se para trás, antes que as lágrimas submergissem sua face. Tentou correr. Estava prestes a abandonar a sala, quando subitamente a porta se fechou em sua cara, com um breve movimento da varinha de Snape.



- Onde pensa que vai, Granger? - indagou Severo, ao que sua aluna respondeu com silêncio e marasmo.



Pelo tom de sua voz, Hermione percebeu que Snape ainda estava irado... Talvez mais do que antes. Ela sabia que o professor tinha um caráter pugnaz, mas ficou abismada ao ver sua reação diante do pergaminho.


Ainda de costas para o mestre, ouviu o som de seus passos se aproximando e ela sentiu a mão fria puxando-a para trás.



- Olhe para mim enquanto eu estiver falando com você, menina insolente!



Ela não pôde resistir e as lágrimas escorreram por seu rosto.



- Não pense que vou permitir que suas habilidades artísticas me enganem!



Agora, os dedos gelados de Snape esmagavam bruscamente o braço delicado de Hermione. Ela não queria reclamar, mas aquilo estava realmente causando uma dor insuportável.



- Professor... O senhor está me machucando... - choramingou.



- O que pensariam seus prezados colegas se vissem a valente Grifinória tão sensível agora, senhorita Granger? - disse, ignorando as súplicas da menina.



- Professor... Por favor... - implorou mais uma vez, com lágrimas nos olhos.



Snape, furiosamente lançou-a ao chão, com muita raiva.



- Você é quem me repugna, sua imbecíl sabe-tudo...



Hermione soluçava em meio a tantos choramingos, agora. E o professor não parecia ter a mínima compaixão por ela. Nem mesmo remorso por ter sido tão rude.



- Vamos... Levante-se!



Após hesitar por alguns instantes, a garota se levantou cautelosamente, com a mão esquerda afagando o outro braço dolorido.



- Agora me diga... Por que escreveu aquilo, Granger?



A garota nada respondeu.



- Vamos... Admita que você não suporta que alguém nesta escola não baixe a cabeça para você!



Hermione só conseguia chorar e soluçar. Estava absolutamente inapta a qualquer reação.



- É mesmo uma covarde... Depois fala que eu o sou... ADMITA, GRANGER!



- Per-perdão, professor... Eu não queria... - disse finalmente, após se recuperar um pouquinho.



- Ainda ousa exacerbar cinismo não é, senhorita Granger? Pois é muito abusada... Vou lhe ensinar a me respeitar e parar de dizer tamanhas falácias...



Colocou a mão nas costas da garota e empurrou-a até uma cadeira ali próxima.



- Sente-se!

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