Capítulo Um



“Em cada um de nós há um segredo, uma paisagem interior com planícies invioláveis vales de silêncio e paraísos secretos.”
Antoine de Saint-Exupéry








CAPITULO UM


 


 


            - Que malas são essas? - Rony estava congelado na porta, era um rapaz alto, 24 anos, forte e mais ruivo que nunca – Olha pra mim. O que esta fazendo? – Seu rosto estava tão vermelho quanto se podia ficar.


            - Estou arrumando minhas malas. Preciso repetir tudo novamente? – Ela se virou e o encarou, ele nunca a vira tão nervosa – Me diz Ronald Weasley!


            - Espera, as coisas não podem acabar assim Mi, - Ele se aproximou suplicante – É claro que temos muitas diferenças, mas podemos superar isso. Por que não se acalma, e depois...


            - Rony, você não ouviu nada que eu disse? Não tem o que conversar, já tentamos várias vezes, esta na hora de aceitar que nos dois não temos nada a ver.


            - Hermione, nossos planos, você não pode estar falando sério.


            - Rony, acorda, olha pra você! Acabamos de ter uma conversa e agora que você foi cair na real, é claro que estou falando sério, há muito tempo, mas você é tonto demais pra perceber não é? Será que é tão difícil crescer?


            Ela fechou a última mala e desceu a escada em direção a porta, decidida. Rony correu atrás dela, dizendo coisas, mas ela fingiu não ouvir. Havia chamado um taxi, queria sair normalmente, olhar as pessoas enquanto seguia para o apartamento que pedira para Harry alugar em seu nome. Mas Rony não iria descolar dela, e sua cabeça já estavam doendo com a impertinente voz dele.  Ela chegou até a porta e fez menção de abri-la, mas antes que sua mão pudesse tocar a maçaneta, ela desaparatou.


       Rony ficou parado olhando o vazio, seu coração que antes batia descontrolado com a possibilidade de Hermione abandoná-lo, agora sentia um dor aguda, como se fosse rasgado, seu peito estava pesado e ele se sentou ainda olhando o vazio, o vazio que Hermione jamais voltaria a preencher.


 




----*----





 


            Ela soltou um suspiro de satisfação quando chegou em frente de casa, e não demorou a entrar feliz.


            - Boa tarde mamãe! – Ela foi até a mulher baixinha e fofinha e a abraçou.


            - Olá querida! – Molly tinha um grande sorriso no rosto, mas este desapareceu tristemente assim que ela acrescentou - Harry esta esperando você lá na sala.


            - Esta bem.


            Harry estava sentado no sofá da Toca, lia superficialmente o jornal, ele estava preocupado, mas não era porque Gina estava demorando, era porque ele sabia que a qualquer momento Rony chegaria transtornado. Nesse momento Gina entrou. Ele levantou lentamente os olhos e ajeitou os óculos. Ela abriu um sorriso se encaminhou até ele e lhe beijou a testa.


            - Oi querido, não sabia que estaria aqui.


            - Não? Bom, vim até aqui porque deixou um bilhete dizendo que estaria aqui. – Ele parecia estranhamente calmo.


            - Sim, este era meu plano, - ela sorriu distraidamente, mas Harry não o retribuiu. – Mas me lembrei de uma amiga, e estava tão ansiosa para contar a novidade. – Ela deslizou a mão para barriga. – E um sorriso ainda maior iluminou seu rosto.


            Harry não se conteve, teve que sorrir também.


            - Qual amiga? – Ele tentou fazer parecer uma pergunta a toa.


            - Er, você não a conhece. – Ele a analisava agora. Era só dizer um nome. – eh...- mas nesse instante Rony entrara seguido por Molly.


            - EU CANSEI DE DIZER A RONALD! UMA GAROTA COMO HERMIONE NÃO SE ENCONTRA POR AI! – Harry se levantou assustado, Rony se afundou no sofá, bufando. – O QUE VOCÊ FEZ?


            - Não fiz nada, ela apenas pegou as malas e saiu pela porta. – Ele passava a mão freneticamente pelo cabelo, - quero dizer, nem chegou a sair pela porta, ela aparatou. Não faço idéia de onde esteja.


            - Filho, como as coisas chegaram nesse ponto? – Era o Sr.Weasley falando agora. – Você devia ter conversado direito com ela, pra pelo pelos terminarem amigavelmente.


            - Ah Rony, - Molly seguiu em direção da cozinha logo após acrescentar – Qual o seu problema?


            - Gostaria de saber. – ele sussurrou em resposta.


            - Você é um idiota. – Falou Gina de repente.


            - Até você? – Rony a encarou furioso.


            - Nunca achei que Hermione aturaria suas infantilidades por muito tempo.


            - Infantilidades? O que você sabe sobre o que aconteceu entre nós? – Ele se levantou sentia vontade gritar, mas limitou se a dizer secamente – Você nada sabe sobre meu relacionamento com Hermione. Então cuide da sua vida. – Foi em direção da porta, mas antes de sair desabafou – Por que todos vocês sempre estão do lado dela? Eu estou precisando de compreensão agora. Eu sou um Weasley, não ela!


            Harry queria ter falado que sabia onde ela estava, queria lembrá-lo que ele tinha sua amizade, mas não conseguiu falar nada. Rony precisava ficar sozinho e refletir, assim como ele.


            - Ele acha que Hermione não me confidenciava coisas, ingênuo – Ela sorriu para Harry, e este se levantou.


            - Tenho que resolver umas coisas, nos vemos em casa? – Perguntou.


            - É claro, carinho.


 




----*----





 


            Ele apertou a companhia, esperou.


            - Pode entrar, - gritou uma voz feminina muito conhecida.


            Ele girou a maçaneta, mas a porta estava trancada. Dessa vez ele deu duas batidas.


            - Esta trancada.


            - Isso não é problema pra você, é? – respondeu, e Harry riu para si mesmo. Poderia abrir com magia, mas não era a isso que ela se referia.  Hermione não deixara passar nada, percebera que Harry ficou com uma chave pra ele, e lhe entregara apenas duas. Harry levou a mão no bolso e a tirou. Sorriu novamente. Não sabia ao certo por que ficara com chave, na verdade não sabia por que estava ali e por que mentira para Gina, podia simplesmente ter falado que iria conversar com a amiga, saber como ela estava. Mas não, preferiu mentir, talvez por que Gina freqüentemente ocultava coisas dele. Ele entrou. Não tivera muito tempo para ver o apartamento quando o escolhera para Hermione, mas agora sentiu-se orgulhoso, era lindo e combinava com a amiga. Era espaçoso, não tinha muitas paredes, as únicas eram as que cercavam a suíte, o quarto e o banheiro. Não havia divisória entre a sala, a cozinha e a sala de jantar, mas cada um tinha seu espaço bem definido, e uma decoração em branco e tabaco, que dava ao ambiente um tom leve e intelectual que só Hermione tinha.


            Ela estava no bar da cozinha numa das extremidades do ap., tinha uma garrafa e uísque sobre a mesa, e enquanto Harry caminhava até ela, ela já tinha virado o copo e o estava enchendo novamente.


            - Olá Harry, - Ela sorriu e bebeu todo o conteúdo do copo.


            Harry deu uma olhada na garrafa, restava menos da metade.


            - Você esta bem? – Ele a observou pegar outro copo e encher ambos. Empurrou um dos copos a Harry. Ele agora podia ver seus olhos inchados. Ela havia chorado.


            - Estou ótima, de fato, há tempo não me sentia tão bem. – Ela virou o copo e ao colocá-lo sobre a mesa já estava vazio. Harry deu um gole.


            - Não devia beber tanto, estas bebidas trouxas são um perigo.


            - Bom, então me sinto à vontade em relação a elas, adoramos um perigo não é Harry?  - Ele apenas a observou. – Ou pelo menos adorávamos. – Ela acrescentou antes de verificar que a garrafa já estava vazia. Não adorávamos perigo, ele apenas vinha até nós, acompanhado da encrenca, Harry pensou enquanto observava Hermione. Ela foi até o armário e pegou a bebida mais forte que encontrou. Harry secou seu copo.


            - Mione, você não devia.


            - Harry, devo sim. Você também deve, sei que também não esta bem com a Gina. – Ele agora olhava fixamente ela. - Preciso esquecer, sabe, e está funcionando, - ela riu – porque não consigo nem contar quantos anos da minha vida perdi com Rony. – Harry abriu a boca como se fosse dizer a ela, mas de súbito voltou a fechá-la. – Minha cabeça ta começando a girar, - ela empurrou o terceiro copo a Harry, - Pegue, eu entendo perfeitamente sua situação, ela esta grávida e você não quer criar outra confusão, já que eu e Rony já estamos causando problemas demais. Então você agüenta tudo calado, parte pelo bebê, parte pelos Weasley, parte porque esta magoado demais e não tem forças para entrar em uma briga com ela. Que tal um brinde Harry? À grande e adorável família Weasley!


            E antes que Harry pudesse digerir suas palavras ela havia virado o copo. Ele piscou várias vezes. Onde Hermione aprendera a beber assim? Ela já se servindo novamente, e quando levou a taça à boca, Harry o tomou de suas mãos antes que pudesse alcançar os lábios. Isso já era demais, ela já começara a falar coisas que Hermione jamais diria, por mais que quisesse magoá-lo.


            - Harry...


            - Por aqui, - Ela a puxou delicadamente pelo braço desceu um degrau e a levou até o sofá.


              - Só mais um... – Ela pediu em tom infantil.


              - Está querendo virar uma alcoólatra?


              Ela rapidamente se aconchegou no sofá. Abraçando-se.


              - Não, não por Rony.


              Harry se sentou na outra ponta. Esticou o corpo e pensou no que ela falara. Então Hermione também sabia da infidelidade de Gina. Mas tentou afastar esse pensamento tão logo ele veio. Não fazia bem. Não queria pensar em nada. Olhou a garrafa sobre a mesa, talvez mais alguns copos o fizessem esquecer. Virou então seu olhar à Hermione. Ela já bebera demais, pensou. Se ele o fizesse ela iria querer acompanhá-lo. Isso não era bom. Contentou-se em observá-la. Hermione estava confusa, seu olhar estava perdido e ela balbuciava coisas baixinho.


              - Que foi? – Indagou quando sentiu o olhar de Harry sobre si.


              Harry apenas sorriu em reposta, iria guardar aquela memória para ele. De fato não era divertido ver uma amiga nesse estado e Harry se retaliou por achar certa graça, mas havia algo estranhamente encantador em ver Hermione perdendo o bom senso e enchendo a cara.


              - Harry pare, seu chato!


              Mas Harry continuou a observá-la enquanto gargalhava. Hermione franzia a testa para ele, os braços abraçando os joelhos parecia uma criança fazendo birra. Pensou, e este pensamento aumentou seu sorriso, que Rony não era idiota que nada. Rony Weasley era um gênio: era o único homem no mundo que conseguira fazer Hermione Granger agir feito criança, discutir aos berros em um baile elegante, agredir com magia por ciúmes, embebedar-se e coisas do tipo. Harry jamais se imaginou perturbando Hermione a tal ponto. Ele não teria argumentos suficientes para superá-la.


              - Pare, por favor. – Ela estava tentando estreitar os olhos e intimidá-lo. Mas não parecia perigosa enquanto seu corpo balançava levemente. Para frente e para traz. Harry riu.


              - Não estou fazendo nada.


              - Pare de me encarar. E de sorrir!


              - oh, isso. Ok! – Harry virou seu rosto para janela, tentando manter-se sério.


              - Seus lábios estão tremendo! –


              - Beleza. – Harry pressionou os lábios. – Assim está bom? – Perguntou e tornou a pressioná-los.


              Hermione fitou-lhe por um instante. Harry era um homem feito, mas Hermione viu o Harry dos tempos de Hogwarts enquanto o Harry adulto parecia extremamente infantil pressionando os lábios em uma tentativa inútil de parecer sério. Então todo o peso sobre seu relacionamento com Rony pediu licença e retirou-se da sala silenciosamente. E seu coração encheu-se da familiar segurança de estar com um amigo. Então ela riu. Não sabia por que essa leveza tão de repente, sabia apenas que tinha Harry e que poderia contar com ele. Isso era o suficiente. Então ouviu-se gargalhar acompanhada de Harry. Deixou-se sentir a felicidade inexplicável enquanto fechava os olhos para dissipar a tontura.


              - Do que está rindo sua louca?


              - Eu não sei,acho que... Harry, me sinto tonta.


              - Hermione, você não devia ter bebido. – Harry se ajeitou no sofá e abriu os braços – Vem cá.


               Hermione engatinhou até ele e aninhou-se em seu colo com a naturalidade de quem faz algo habitual. Talvez fosse a bebida que os estivesse guiando. Ou talvez eles tenham apenas amadurecido com os anos.


              - Mas eu bebi só um pouquinho.


              - Tá, eu sei.


 

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Leitores queridos do meu coração. *-*  (Okay ignorem)
Se você esta lendo essa fic pela primeira vez certamente não entenderá meu próximo comentário. Comente assim mesmo. ;P
Eu estive ausente da FeB por um tempo (enorme), mas estive visitando minhas próprias fics ultimamente, e fiquei extremamente insatisfeita com esta em particular. Eu não sei explicar o porquê.  Apenas me pareceu que a fic havia tomado um rumo que eu não encntrei satisfação em continuar a trilhar. Então, exclui quatros capitulos que estavam postados e a estou reescrevendo. Por favor, me perdoem. Não vou mudar muitas coisas, apenas alguns detalhes que realmente não me agradavam. Enclusive o final deste capitulo foi alterado. Espero que gostem. Mas se não gostarem deixem-me saber assim mesmo. Ficarei feliz em lhes resposder. Beijos ;***
 

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Comentários (5)

  • Diênifer Santos Granger

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!

    2013-12-07
  • Lorena Iohanna

    Oh Meu Deus, tinha muito tempo que eu não encontrava um fic  tão boa !!!!Estou doida para ver o que vai rolar entre esses dois ...  

    2012-06-23
  • Miillaa

    Estou lendo pela primeira vez. Enfiim, a gina é uma vaca de marca maior, oh vadia, espero que o filho não seja dele, isso ai u.u Continue, beeijos

    2011-08-03
  • Shammy

    Lendo pela primeira! E sempre achei a Gina um vaca mesma! Espero que o Harry dê um belo pé na bunda dela!!   Ate o proximo capitulos!!

    2011-08-01
  • rosana franco

    Estou lendo pela primeira vez só espero que o Harry tenha coragem de colocar as coisas no lugar com a Gina.

    2011-07-31
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