mania.





 Victoire sentiu os olhos ardendo. “Eu não vou chorar, não posso chorar. Me recuso a chorar.” Então piscou rapidamente e as lágrimas se afastaram enquanto o nó se desfazia em sua garganta. Ela engoliu seco e passou calmamente as mãos pelos cabelos loiros, que reluziram na luz do sol de verão e cascatearam em suas costas como ouro líquido. Ela continuava a tentar afastar o nervosismo bobo. “É só uma avó com a mesma mania, você supera isso. Só uma avó, e você a ama.”


 Ela respirou fundo e ergueu o queixo para o horizonte, repassando a conversa. Não havia motivo algum para sentir-se daquela maneira. Ah, ela sabia o quanto soava infantil ficar daquele jeito por um motivo tão...


 - Vic! – Teddy a encontrou.


 Sim, ele sempre parecia saber onde ela estava. Victoire não virou a cabeça para olhá-lo, mas pôde imaginar o cabelo negro dele esvoaçando para trás enquanto as bochechas brancas adquiriam tons rosados pelo vento gelado. Podia imaginar também os braços dele, mais musculosos do que ela nunca havia visto, e se perguntar pela milésima vez se ele metamorfoseava aquilo ou era apenas ele mesmo. Antes que pudesse imaginar o perfume dele, isto a entorpeceu completamente. “Maluco idiota”, ralhou baixinho, baixando a cabeça para a grama e brincando com um punhado delas.


 - Hey – ele se jogou ao seu lado e se apoiou nos cotovelos.


 - O que está fazendo aqui? – Victoire perguntou, irritada, passando as mãos pelos cabelos de novo.


 - Vim aqui te fazer esse favor – ela podia notar que ele sorria enquanto falava – Percebi o que aconteceu quando você saiu da cozinha.


 - Você devia começar a cuidar mais dos seus negócios – Vic alfinetou, e espiou-o.


 Teddy estava com os olhos azuis. Límpidos. Ah, bem, pelo menos ele estava sendo ele mesmo ali. Pelo menos nada. Vic estava se danando pra ele agora.


 - Ah, Victoire... você é tão mal agradecida – ele suspirou pesadamente – Quer saber? Não vou tentar te ajudar coisa nenhuma.


 Victoire deu um riso debochado.


 - Como se eu tivesse pedido a sua ajuda, de qualquer maneira.


 - Eu sei como isso afeta você, queridinha.


 - Uau, você anda evoluindo os apelidos melosos. Quem te ensinou este? Gessele pediu que a chamasse assim?


 - Eu não sei como não sai fogo da sua língua quando você fala. – Ted riu.


 Porque bem, aquele era Teddy. Ela podia lançar um milhão de impropérios sobre ele, a vida dele e os relacionamentos dele quando estava irritada que ele não considerava e até entendia. Irritantemente amigo.


 - Pode se acalmar? – ele perguntou, erguendo-se para olhá-la melhor.


 Vic deixou-se ser avaliada enquanto pensava sob aqueles olhos profundos. Ela ficou imaginando porque raios ele mudava tanto as cores deles quando eram tão perfeitos naturais. Ele sabia que ela gostava deles daquela forma, e talvez ele estivesse fazendo aquilo só para agradá-la. Mesmo que ela soubesse que Teddy não podia mudar a cor quando estava sendo sincero, preferiu pensar que ele estava tentando mimá-la.


 - Eu sou calma – disse docemente, sorrindo para ele.


 Ted estreitou os olhos.


 - Sim, um poço de serenidade.


 - Obrigada – Vic sorriu e tornou a olhar para o horizonte.


 - Quer falar sobre isso? – ele perguntou, jogando-se para trás de novo naquela maldita pose descontraída.


 Victoire franziu a testa levemente, e então começou a falar:


 - Por que você sempre me pergunta isso? Não há o que falar, Ted. Eu só não consigo ficar sem dizer a última palavra. Queria que essa porra de mania morresse dentro de mim como uma folha seca e eu me livrasse de uma vez dessa merda que me atormenta.


 - Sabe, quando você fala frases tão limpas, eu até penso que você é uma dama. – ele riu.


 - Não me enche.


 - Ok, continue.


 - Eu só não sei por que a vovó começou com isso também – ela bufou – Não é como se eu pudesse conversar com ela, agora. É irritante, sabe. Hoje, mesmo, a gente começou a dizer as últimas coisas e ficamos repetindo trinta vezes “É”, “Hum”, “Tudo bem”, blah. Estou me irritando e pensando seriamente em ir consultar qualquer doutor que me ajude.


 - Isso não pode ser tão difícil, Vic.


 - O que quer dizer?


 - Bem, é uma mania. É como roer as unhas. Você pode parar se quiser.


 Victoire olhou para ele com os olhos ardendo, dessa vez de raiva. Como ele ousava falar aquilo? Se ela conseguisse se livrar daquilo, seria feliz a vida inteira. Podia parecer um exagero, mas ela sinceramente achava isso. Era desesperador. Encontrar algum professor pelo corredor de Hogwarts e esperar até ele dizer boa-noite, para então responder e sair correndo, antes que ele dissesse mais alguma coisa. Terminar as conversas com as amigas sempre dizendo alguma coisa idiota que as fazia rir ou resmungando alguma coisa para si mesma. E hoje havia sido o pior, porque sua avó parecia tão fanática pela última palavra quanto seu cérebro.


 - Há um enxame de fadinhas lá, e eu não sei o que fazer com elas.


 - Tudo bem, vovó. Eu cuido delas.


 - Tente não deixar como da última vez em que Rose a ajudou, por favor.


 - Rose ficava me distraindo e contando piadas, vou fazer isso direito – Victoire riu, já saindo pela porta da cozinha.


 - Hãm, querida? – a avó estava chamando-a de volta.


 Vicky voltou.


 - Use o feitiço que seu pai lhe ensinou.


 - Pode deixar.


 - E faça... Faça isso agora.


 - É o que eu vou fazer, vó.


 - Bom trabalho, então.


 - Obrigada. – ela sorriu docemente. Sua avó estava ansiosa perto da pia, olhando para ela.


 Quando Vicky pensou em sair, ela começou de novo.


 - Se quiser chamar o James, ou Albus...


 - Ahm, eles só me atrapalhariam. Bem, deixa eu começar antes do almoço senão isso vai até a tarde.


 - Ok, não se esqueça! O feitiço! E leve baldes para recolhê-las.


 - Já sei, vó.


 - Ok, querida. Faça.


 - Vou fazer.


 - Isso.


 - É.


 - Pode ir agora.


 - Fadinhas, aí vou eu!


 - Elas vão levar um susto. – riu a avó.


 - É, eu vou exterminá-las – Victoire começou a fraquejar. Não estava mais engraçado.


 - Sim, acabe com elas.


 - É, vó. Posso ir?


 - Claro, querida.


 - Ótimo.


 - Se eu tiver um tempinho aqui, eu vou ajudá-la.


 - Ahm, está tudo bem. Não se preocupe.


 - Ok, então eu não vou.


 - Ok. – Vic pensou em correr para fora, e foi o que estava fazendo, até que ouviu sua avó gritar de lá de dentro:


 - Cuidado com os duendes!


 - Vou tomar, vó!


 - Tudo bem, querida.


 Tudo bem. Vicky bufou, puxando os próprios cabelos na cabeça, e correu para trás do celeiro, jogando-se na grama muito verde, fervendo de raiva. Que merda de vida. As últimas palavras tinham que ser suas, porque alguém tentava competir e... “Eu me recuso a chorar”.


 - Que merda você está falando, Teddy? – ela se levantou quando a raiva voltou a tomar conta de si. Estava tão, tão irritada com o que havia acontecido, e agora Ted vinha e ficava falando que ela não precisava? Que ela, de alguma maneira, queria sentir aquilo? Idiota.


 - Estou falando, querida – ele falou calmamente, a voz de veludo dançando no ouvido de Vic – Que você pode tentar acabar com isso, se você realmente quiser.


 - Eu quero que acabe! – ela se levantou, irritada, e começou a caminhar sem rumo, pisando duro na direção do campo de margaridas amarelas.


 - Onde você está indo? – Ted se apressou a levantar e ir atrás dela.


 - Não te interessa!


 Victoire se enfiou no meio das flores que cresciam, umas muito juntas das outras, e foi abrindo caminho com os braços, raivosa, fazendo pétalas amarelas cumpridas voarem para todos os lados e a maioria das flores altas voltarem no rosto de Ted. Ele apertou o passo e segurou o braço dela.


 Vicky virou-se bruscamente para ele quando sentiu seu toque e estreitou os olhos. Estava sentindo as flores pinicando seu braço, e praguejou contra elas para si mesma. Puxou o braço da mão de Ted e começou a correr pelas flores, até encontrar-se em uma parte mais elevada do morro de flores, onde elas eram mais baixas e só atingiam seus joelhos, que estavam protegidos pela calça jeans. Passou as mãos nervosamente pelos cabelos loiros, irritando-se ainda mais contra as pétalas que haviam grudado em seu cabelo e os cortinhos novos que haviam em seus braços por causa da indelicadeza com que tratara as flores. “A vingança das margaridas”, ela bufou, chutando algumas delas. “Ótimo!”


 - Vic – Teddy apareceu bem do seu lado. Sim, tinha como tudo piorar. Ele tinha que persegui-la e irritá-la ainda mais – Pare com isso. Está ficando ridículo.


 - Eu sou ridícula pra você, não sou?


 - Eu só estava tentando conversar – Ted explicou, aproximando-se.


 Ele tirou umas pétalas que estavam na sua cabeça e Vic tentou olhar para qualquer lado que não fosse o rosto dele. Por que, de alguma maneira injusta e soberana, o olhar límpido e sincero dele a acalmava? Por que, Merlin, as coisas têm que ser tão patéticas?


 - Estava tentando te acalmar.


 - Não sei se você sabe, mas explicar para alguém delicadamente o quanto ela é idiota, não a acalmaria. Eu tenho vontade de te socar.


 Teddy riu baixinho.


 - Por que não tenta? Se isso te acalmaria, é claro.


 - Porque eu tenho dó de você só de pensar. – ela disse. E ergueu os olhos para ele, curiosa.


 Teddy estava com um sorriso insuportável no canto dos lábios, ainda perto demais, e segurava-se para não rir enquanto colocava uma mecha do cabelo de Vic atrás da orelha.


 - E não ousa rir, paspalho. Eu sei o lugar certo para chutar e você vai perder essa cara de canalha vencedor rapidinho.


 - Vic, você é tão ameaçadora quanto um gatinho furioso.


 Ela estreitou os olhos, fechando os punhos.


 - Sabe o que gatinhos têm? Unhas!


 - Oh, sim, unhas são armas letais. Por favor, senhorita dona de super unhas, não as use contra mim!


 - Quer calar a boca? – Vic riu.


 Sim, riu. Bem, ele conseguia mesmo acalmá-la, de qualquer maneira. Mesmo sob ameaças. Urght.


 - Não está mais aqui quem falou – ele ergueu as duas mãos para cima, como se fosse inocente.


 - Eu ainda sei o lugar onde chutar, Teddy. – ela sorriu torto, com um quê de malícia.


 - E eu ainda sei como fazer você sorrir, mesmo quando está brava. – ele sorriu de volta. - Deve ser esta a minha mania.


 E, de uma maneira que não sabia explicar, Victoire perdeu o riso nos lábios e seus pensamentos paralisaram idiotamente. Por que ele havia dito aquilo? “Eu sei fazer você sorrir”. Foi só o que ecoou na sua mente por alguns segundos, até que notou que estava fitando os olhos dele profundamente, sem razão alguma. Ele vivia flertando com ela. “Qual é, Victoire Weasley, ele é Ted Lupin e vive flertando com você! Mesmo que seja gentil algumas vezes, e mesmo que tenha esses olhos idiotamente fantásticos, e mesmo que o perfume dele esteja superando os das flores e... ah, peraí. Que raio eu estou pensando?”


 Teddy ainda sorria daquela maneira entorpecente. Victoire tentou se recompor, e estreitou os olhos, sentindo as bochechas arderem. Mas não conseguiu pensar em nada cínico demais para falar, nem fazer, além do que continuar a olhá-lo, e pensar em como ele estava lindo e... “Victoire!”, tentou parar, mas pareceu inútil. Era o que o seu cérebro parecia querer. Seus olhos desviaram para os braços dele, e por um segundo, imaginou-se ali, entre eles, quente. Invocou na lembrança o toque das mãos dele em sua cintura quando a abraçava e sentiu um calor subir-lhe por todo o corpo. Uma quentura muito estranha. Então seus olhos percorreram a barriga de Ted, e ela se lembrou de como era o corpo dele quando jogavam quadribol nas tardes quentes ou nadavam no lago. “Meu Deus, eu sou uma tarada”, foi o que pensou, divertida, quando seus olhos voltaram para cima, na curva do pescoço dele. Mordeu os lábios enquanto registrava o quanto ele estava bem demais naquela forma.


 - Vic? – ele a chamou com a voz macia.


 Victoire desprendeu os olhos dos lábios dele e piscou lentamente.


 - Quê?!


 - Já está bem?


 - Não. – conseguiu balbuciar – Eu quero que isso pare. Eu cansei dessa mania idiota de dizer a última palavra e...


 - Sabe, Vicky? – ela ergueu os olhos para ele. Teddy coçou a nuca folgadamente e começou a se aproximar mais – Eu vou dar um jeito de você não dizer a última palavra.


 E, antes que ela maquinasse alguma resposta, ou pensasse em qualquer coisa, Teddy segurou-a pelos braços e puxou-a para si. Tocando os lábios dela com os dele. Um choque louco percorreu o corpo de Vicky e ela estremeceu, sem saber que porra estava acontecendo. Até, bem, até sentir os braços dele contorná-la pela cintura e as mãos quentes em suas costas. Então ela sabia perfeitamente o que ele estava fazendo e correspondeu prontamente.


  Os lábios dele eram macios e iam contra os dela de uma maneira delicada. Vicky não suportou o calor e, enfiando as mãos por baixo da camiseta dele, sentindo os músculos bem definidos nas costas, entreabriu os lábios para aprofundar. Ted mordeu os seus inferiores e ela não conteve um gemido baixinho, porque uma onda louca de calor assolou cada uma de suas células. Que porra estava acontecendo? O que estava sentindo era estranho, mas deliciosamente bom. Ele sorriu no meio do beijo e ela apressou-se em descontar a mordida, mais forte, o ouvindo ganir baixinho.


 Então, aquele era o beijo de Teddy. Quando a língua dele tocou a dela, Vicky teve a mais absoluta certeza de que nunca havia sentido aquilo em beijo algum. Ela franziu levemente a sobrancelha, concentrando-se em não perder nada, e levou uma das mãos na nuca dele, enterrando-se nos cabelos negros, ou qualquer que fossem as cores que estivessem agora. Teddy tentou puxá-la ainda mais contra si, e a pressão contra o corpo dele a fez gemer baixinho de novo no meio do beijo.


 Quando faltou oxigênio, Victoire praguejou, porque assim que ele (o oxigênio) voltou para o seu cérebro, ela pôde pensar no que havia acontecido. E ele (o seu cérebro) pifou. Afastou-se do beijo dele devagar e hesitante, até afastar a cabeça de maneira que encontrasse seus olhos, embora não tivesse descolado um milímetro sequer do corpo dele. E não era como se ela quisesse aquilo – as mãos dele estavam tão quentes em suas costas, e o corpo dele era tão... macio de tocar.


 - Ted – ela proferiu, rouca – Por que você fez isso?


 - Pra você não falar a última palavra – ele se explicou, os olhos azuis piscina atordoando-a.


 - O que, teoricamente, não deu certo – ela sussurrou, seus olhos traidores indo em direção aos lábios vermelhos e levemente inchados dele. Engoliu seco para continuar: - Porque nós não paramos de conversar.


 - Porque você não consegue calar a boca. – ele murmurou com aquela voz doentiamente macia, e foi a vez dele fitar seus lábios com desejo.


 Victoire mordeu os lábios inferiores devagar, sentindo o hálito maravilhoso dele em seu rosto. Então, era por isso que o perfume dele estava em toda parte?


 - Afinal de contas, você tem razão – ele estava sussurrando de novo, tirando a atenção de Vic de seus lábios para os seus olhos, não que isso fosse menos entorpecente – Não há nada que eu possa fazer para que você não diga nada.


 - Está me chamando de linguaruda? – ela estreitou os olhos levemente.


 - E você vai fazer o quê? Me arranhar? – ele provocou, acariciando as costas dela de uma maneira quente.


 Vic sorriu torto, e afundou as unhas nos ombros dele. Ted gemeu baixinho em reprovação, e moveu os lábios de uma maneira irresistível para ela.


 - Na verdade, eu estava pensando – Vic começou a se aproximar perigosamente – Eu posso morder para me vingar. – e, sorrindo maliciosamente, mordeu os lábios dele devagar.


 Ted fechou os olhos por um instante e suas mãos a puxaram mais contra si. Ahm, droga. Ela poderia se viciar naquilo.


 - Eu não sei se consideraria isso uma vingança muito macabra, sabe? – ele sussurrou quando ela se afastou.


 - Pode ir pensando nisso – ela respondeu – Até dar um jeito de terminar com a Groselha.


 - O nome é Gessele – ele roçou os lábios nos dela, mandando aqueles choques deliciosos por todo o seu corpo – E por que estamos falando nela agora, mesmo?


 - Porque ela é a sua namorada – Vic fechou os olhos quando Ted inclinou a cabeça para alcançar o seu pescoço com beijos calmos.


 - Ela não é nada. – ele murmurou, antes de sugar e morder algum ponto atrás de sua orelha, fazendo Vic enterrar as unhas nos ombros dele de novo, sem se conter.


 - Ela é, sim, Ted.


 - Então o que eu estou fazendo beijando você, hein? – ele perguntou com os lábios em seu ouvido.


 Victoire estremeceu quando ele beijou o lóbulo de sua orelha e o mordeu. Estava se danando para Gessele Adams, honestamente. Mas precisava atiçar.


 - Você tem problemas mentais, Ted. – ela esticou o pescoço, e ele mordeu ali antes de dar uma risada.


 Vic riu pelo nariz. Estava insanamente entorpecida pelos beijos, toque e perfume dele.


 - Eu e Gessele não estamos mais juntos, Vic – ele estava com a boca de novo em seu ouvido. Qual era o problema dele? – E já faz tempo, você devia ter reparado.


 - Ah, Teddy, você devia ouvir a sua voz suplicando por atenção. – ela riu baixinho.


 Ted ergueu a cabeça para encontrar os olhos dela, os próprios azuis e muito brilhantes estreitados, e um sorriso sedutor no canto dos lábios. Ela mordeu os lábios, esperando por uma resposta cínica que a faria rir, mas invés disso o sorriso dele desapareceu e suas mãos saíram de suas costas e pousaram em sua cintura. A expressão de Ted ficou impassível.


 Victoire ergueu as sobrancelhas, tendo um súbito flash. E se ele tivesse caído na realidade do que estava acontecendo e não tivesse... Não estivesse gostando? Só o que sabia era que se sentia terrivelmente atraída por ele.


 - Ted? – ela chamou, baixinho.


 - Victoire – ele começou a falar ainda muito docemente. E quando falou daquele jeito acalmou os nervos dela, porque parecia que ainda a queria. Ele continuou: - O que... O que eles vão dizer?


 Ted ergueu as mãos para o rosto de Victoire, e acompanhou a linha do seu maxilar com o polegar. Ele não parecia assim tãão arrependido. Vic deu um sorriso torto, tentando acalmá-lo – e pensou no quanto era irônico ela estar tentando acalmá-lo no fim da tarde.


 - Eles quem, Ted?


 - Seus pais. O tio Harry e a tia Gina. Os seus avós. – os olhos dele foram tornando-se mais escuros a cada parente mencionado – O que eles vão pensar de mim?


 - Que você é o garoto gentil e garanhão que passou a ser mais íntimo meu do que de qualquer outra pessoa da família?


 - Nós fomos criados como primos. – ele explicou – Eles vão... Ah, isso vai ser tão...


 - Você não quer? – Vic perguntou cuidadosa.


 - Não quero o quê?


 - Continuar com isso. Ou dizer isso a eles.


 - E você vai aceitar qualquer coisa que eu disser?


 Victoire ficou desapontada.


 - Não sei. – disse baixinho, olhando para os lados.


 - Vic – Ted segurou seu queixo e a fez encarar seus olhos, de novo azuis. De novo, perfeitos para Vic. – Eu quero ficar com você do jeito certo, está me entendendo? Eu não sei você, mas tem alguma coisa acontecendo aqui e não é do tipo que se vá esquecer até o próximo verão.


 E ela se derreteu sob os olhos dele. Sentiu as pernas bambearem e as bochechas arderem de prazer pelas palavras que acabara de ouvir.


 - Tem razão – ela sorriu com os dentes brancos para ele, e jogou os braços pelo seu ombro, o trazendo para mais perto – Mas quer saber? Eu estou me danando para o que eles vão pensar – a sua boca estava muito próxima da dele, e Vic roçou seus lábios nos incrivelmente macios que estavam ali, perto demais, para continuar – E eu vou continuar com a minha vingança macabra aqui, bem quietinha – ela mordiscou o lábio inferior dele devagar – E você vai continuar me fazendo sorrir, mesmo quando eu estiver brava, certo?


 Ted riu, tendo o lábio inferior sugado por Vic.


 - E você vai continuar a dizer a última palavra sempre.


 - Bem – ela sorriu, maliciosa – Posso tentar substituir uma mania por outra...


 Ele ergueu uma sobrancelha, sorrindo maroto.


 - Posso saber no que está pensando?


 Victoire ficou na ponta dos pés para falar no ouvido dele:


 - Eu ficaria feliz se tivesse mania de você. – e terminou mordiscando o lóbulo da orelha dele e percebendo a pele se arrepiar em toda a extensão do pescoço.


 - Acho que eu posso te ajudar com isso, princesa. – Ted inclinou-se para abraçá-la de uma maneira ainda mais quente do que antes.


 E Victoire, pela primeira vez, não se rebelou por não ter dito a última palavra. Teoricamente funcionou, porque eles não tornaram a conversar por um longo tempo naquela tarde. E bem, ela ficou realmente satisfeita pela troca. De uma mania absolutamente ridícula por outra absolutamente mais gostosa...









n.a: é, eu já tô postando, porque eu estou meio desesperada. Não desesperada pra postar, mas porque eu deveria estar estudando pra &%$%#@ do vestibular e do enem que estão chegando e eu fico aqui escrevendo e atualizando e pãns. Juro que eu devo ter problemas mentais. Enfim, that's it! Mais uma VT pela qual eu me apaixonei :D Ah, francamente, esse Ted é coisa de louco.. hahaha e não sei mas, só depois que eu escrevi a segunda VT foi que eu percebi que em todas elas, a Victoire tem alguma coisa diferente. Primeiro a memória, e agora mania. Mas, bem, quem não tem manias, certo? Eu mesmo deveria tentar parar de escrever sem parar em n.as e IR ESTUDAR! Que tal? Dã. Agora eu vou, mesmo! Comentem, gente, comentários realmente fazem o dia mais feliz *--* Beijos!
 Nah Black.

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