Capítulo I













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Eu sei o que você está pensando: Você é louca, Lily, essa história não faz o menor sentido.


É claro que faz, só deixe-me explicar tudo.


Sirius Black é inteligente, lindo, rico e popular. Capitão do time de basquete. Tá bom ou quer mais?


Sirius é o namorado da Dorcas, por que o cara mais gato de Hogwarts merece a garota mais gostosa de Hogwarts.


Sirius Black é namorado de Marlene McKinnon por que alguém rico e que tira notas boas como ele merece a menina mais inteligente possível.


Sirius Black namora Emmeline Vance por que ele é popular e perfeito, merece também a garota mais popular e perfeita do momento.


Eu conheço todo o esquema do Sirius. Ele as leva pra jantar. No primeiro jantar, ele as impressiona, as beija e as fala coisas bonitas nos ouvidos.


No segundo encontro, ele as leva pra casa usando seu casaco para protegê-las do frio. Normalmente essas noites terminam com elas sem roupa nenhuma e eu tenho certeza disso quando eles não aparecem pra jantar outra vez.


Você deve estar de boca aberta pensando: “Meu Deus! Você é TÃO amiga de Sirius Black a ponto de ele te contar os segredos mais íntimos assim?!”


Aí eu começo a rir descontroladamente com sua inocência. Eu sou invisível, lembra-se? Sirius Black sequer imagina minha existência. Eu sei de tudo isso por que eu trabalho no Hard Rock Café que é aonde ele leva suas namoradas.


Terminei de me vestir e saí do vestiário equilibrando uma pilha instável de livros. Eu devia ser menos nerd, sabe? Se eu estudasse menos matérias, eu traria menos livros e conseqüentemente terias uma postura melhor e mais elegante. Nhá.


- Putz!


Esbarrei em alguém com força e derrubei os sete livros que eu levava. Uma das desvantagens de ser invisível e lesada é que eu vivo derrubando as coisas e ninguém nunca me ajuda.


Duvido que Emmeline Vance já tenha se abaixado sequer uma vez na vida. Alguém sempre apanha as coisas pra ela.


Mas não a Dorcas Meadowes. Todos os caras torciam pra ela derrubar alguma coisa pra dar uma boa olhada no decote dela ou na comissão de trás, se é que você me entende.


- Opa! Foi mal, gata. – disse uma voz acima de mim. Grave, suave. Estavam falando COMIGO? Ergui o olhar dos meus livros espalhados e dei com os olhos azuis de Sirius Black a centímetros do meu rosto. Meu Deus! Sirius Black me chamou de GATA! Ai, socorro! Estou tendo uma síncope.


- F... F... F... Er... – gaguejei, paralisada. De repente ele estendia meus livros pra mim. Corei. – O-ob-bri-g-gada.


- A gente se vê por aí, linda. – ele sorriu de leve e se afastou.


 Caramba.


Tive que parar, me encostar à parede e respirar. O que foi isso? Sirius Black falou comigo! Não passou direto!


Ah, que é? Por que você está olhando pra mim de cima a baixo com esse jeito desdenhoso? Sim, tenho uma queda muito grande por Sirius Black, algum problema?


Saí de lá que nem uma lesada tentando me lembrar pra qual aula tinha que ir. Minhas pernas estavam tão bambas que quando eu cheguei à sala de química, caí com força e derrubei todos os livros de novo.


Vermelha como um pimentão, comecei a juntá-los. Ouvi risadinhas ecoando pela sala e fiquei mais vermelha ainda. Droga, será que eu posso ser só um pouquinho mais estabanada?


- Ei, eu ajudo você. – veio uma voz atrás de mim.


O garoto que me ofereceu ajuda provavelmente queria ter o seu caminho desimpedido para entrar logo na sala.


- Ah, não precisa, eu já estou... – Catei três livros enquanto ele me estendia os outros quatro. Em nome de Jesus Cristo, QUEM É esse garoto? Hoje é o dia internacional dos gostosos que ajudam as loosers lesadas a catar livros? – Obrigada.


- Não por isso. – ele respondeu enquanto eu pegava meus livros. – Hm... Oi. Meu nome é James. James Potter.


Ele estendeu a mão pra mim.


- Lily Evans. – na pressa de apertar a mão dele, quase derrubei os livros outra vez.


Ele sorriu e tirou os livros dos meus braços. Andou na direção dos lugares vagos na bancada do meio da sala. Fiquei parada olhando até perceber alguém atrás de mim.


- Com licença, senhorita? Eu a deixaria parada aí até o fim da aula para que todos admirassem sua beleza, mas eu tenho que dar aula. – disse o professor.


Fiquei vermelha e corri pro lugar onde o James estava com os meus livros. Professor gordo maldito! Eu não tenho culpa se ele é gordo e não passa pela porta. Quer dizer... O James passou e nem precisou me pedir pra sair de lá!


- Você é um pouquinho distraída, não é mesmo? – James me perguntou. Ele puxou a cadeira pra mim. MEU DEUS, QUE FOFO!


- Não dormi bem ontem. – respondi, corando ainda mais se é que isso era possível.


- Sei. E aí, você é boa em química? – ele perguntou do nada vestindo aquele avental branco esquisito que temos que usar durante as aulas práticas.


- Mais ou menos, por quê? – respondi vagamente.


- Bem... – James sorriu – Eu ia perguntar se aceitava ser a minha nova parceira de laboratório.


- Quem, eu? – arregalei os olhos – O que houve com o seu parceiro?


- Isso aí é um não? Tudo bem. – ele fez menção de se levantar.


- NÃO! Quer dizer... Só queria saber o que aconteceu com o seu parceiro.


- Era Peter Pettigrew. Eu falei pra ele “Peter, só vira água e sal depois que você adiciona o ácido, isso aí é amoníaco”, mas ele bebeu assim mesmo. – James suspirou – Eu achei que desde que você soubesse como neutralizar uma base, não haveria perigo em ser minha nova parceira. Tudo bem pra você?


- Seria demais. – balbuciei. Eu nunca tive um parceiro de laboratório antes – E eu sei fazer uma neutralização de base. É só adicionar o ácido correto.


- Aleluia! Sinto que a minha nota em química vai subir. – James brincou.


E o sorriso dele é daqueles arrasa quarteirão. Eu to sonhando, né?


 


 


Passei pelo estacionamento pra chegar ao ponto de ônibus. Meu cadarço estava desamarrado. Abaixei junto de um carro pra amarrá-lo. Com a minha sorte, eu cairia. Melhor prevenir que remediar certo?


- COMO ASSIM NÃO PODE VIR ME PEGAR? – berrou uma voz próxima a mim. – Não... Eu não vou, não! ... Por que eu não quero! Mamãe acorda, eu NÃO vou pra casa de ônibus! Não mesmo! Eu nunca entrei numa daquelas coisas pestilentas! E NUNCA entrarei. Não, mãe, eu nem sei que ônibus pegar, eu... Mãe? Mamãe? MÃE? Não acredito que ela desligou na minha cara!


Quando eu levantei, Emmeline Vance quase me atropelou. Pelo visto, era ela quem berrava no telefone. Ela me lançou um olhar de desprezo antes de caminhar com passos decididos para o ponto de ônibus. Segui-a até lá.


Ela sentou num dos bancos ao lado de Dorcas Meadowes que pegava ônibus ali todos os dias. Dorcas arregalou os olhos para Emmeline que continuou olhando pra frente de queixo erguido, desprendendo ondas de ódio e arrogância.


Segundo depois, Marlene McKinnon surgiu com sua amiga metida Narcisa. As duas conversavam em voz baixa e sentaram-se do outro lado de Emmeline. Estranho, Marlene não pega ônibus.


Por outro lado, Narcisa pega. Talvez só esteja esperando o ônibus com a amiga antes de ir pra casa no seu conversível azul escuro. Emmeline não tem carteira de motorista, acredito eu, ou já teria um carro melhor que o da Marlene.


Um vendedor de sorvete passou por ali e ofereceu sorvetes com descontos especiais para as garotas bonitas.


Emmeline comprou uma casquinha de chocolate diet. Segundo ela por que precisava recuperar-se de trauma de estar neste lugar nojento. Narcisa comprou um picolé de morango e eu comprei um picolé barato de chocolate. O vendedor não deu desconto pra mim.


PRECONCEITO!


Ah, qual é? Só por que eu não sou bonita? Não é justo.


- Ah, me conta Lene! Eu SEI que você estava com um cara ontem. Eu vi. Me diz quem era o cara, o que te custa? – pedia Narcisa em voz baixa.


- Não, Cisa! Ele me pediu pra não contar a ninguém! – gemeu Marlene


Eu tentei de verdade NÃO escutar o que elas diziam. Mas não havia nenhum outro ruído na rua deserta, de modo que eu não podia evitar ouvir a conversa claramente particular.


- E que tipo de pedido idiota é esse? – perguntou Narcisa irritada.


- Se o treinador descobrir que ele tem namorada, expulsa ele do time. – Explicou Marlene.


Emmeline se mexeu incomodada. Ela virou o rosto discretamente na direção de Marlene, tentando ouvir melhor.


Achei falta de educação da parte dela. Dorcas estava usando fones de ouvidos. Desejei ter fones de ouvido também.


Se Emmeline espalhasse os segredos de Marlene McKinnon, a fama de fofoqueira poderia muito bem cair em mim considerando a minha sorte nada sortuda.


Mas se bem que ninguém sabe que eu existo mesmo. Ninguém vai colocar fama de fofoqueira em alguém invisível.


Pra quem eu fofocaria?


- Eu sou sua melhor amiga! – resmungou Narcisa indignada. – Acha que eu vou contar o que ao treinador do seu namorado?


- Ok. – Marlene suspirou – Eu vou te dizer o nome dele. – ela baixou a voz para um sussurro.


Entrei em pânico. Marlene não pode dizer isso. Não ao lado de Dorcas e Emmeline! Eu sei de todo o esquema, é claro. Mas as namoradas dele descobrindo é outra história. Ela não vai dizer...


– Sirius Black.


Ela disse.


O Sorvete de Emmeline imediatamente estava no meio dos seios da Marlene. Ai, caramba. Marlene gritou e levantou-se, ultrajada.


- SUA DÉBIL MENTAL! – berrou Marlene – Qual é o seu problema, ser sem cérebro?


- Meu Deus, Lene! – gritou Narcisa – Fique aí, vou chamar o coordenador!


E Narcisa saiu correndo.


- Por que você fez isso, Vance? – perguntou Dorcas, tirando o fone de ouvido, chocada e olhando a blusa arruinada de Marlene.


- Repete o que você falou, vadia! – gritou Emmeline – Repete o que você falou a respeito do MEU namorado?


- Você ficou louca, Vance? – berrou Marlene tirando pedaços de casquinha de dentro do sutiã.


- Você acaba de mentir pra sua amiga! – acusou Emmeline enfiando o dedo na cara da Marlene – Acabou de dizer a ela que está namorando meu namorado.


- Eu não falei NADA do seu namorado! – Marlene empurrou o dedo de Emmeline – Eu estava falando do MEU namorado, sua retardada!


- Calma! – pediu Dorcas arregalando os olhos – Seja qual for o problema de vocês, podemos resolver isso pacificamente.


- O que você quer que eu faça, Meadowes? – rosnou Emmeline – Essa vaca fica dizendo que está namorando o MEU Sirius!


Dorcas meteu um tapa em Emmeline.


Ih, meleca.


- AI!  - berrou Emmeline enquanto Marlene ria maldosamente – Por que você fez isso, sua loira de farmácia?


- Por que você está falando do Sirius como seu! – sibilou Dorcas. – Ele é o meu namorado.


- Meninas, calma! – me intrometi – Tenho certeza de que isso é apenas um mal-entendido, Sirius Black...


- O que, você também é namorada do Sirius? – gritou Marlene.


- Ei, o que está havendo aqui? – perguntou uma voz. Virei-me e vi o James se aproximando, assustado com os gritos.


- Não sou namorada do Sirius. – falei para Marlene e em seguida para James: - Não é nada, James, só...


- Com certeza é um mal-entendido. – rosnou Dorcas – Essas duas aqui entenderam mal a receita do médico, estão tomando o remédio errado e por isso ACHAM que estão namorando Sirius Black.


James soltou uma exclamação de compreensão.


- Sirius é o MEU namorado! – gritou Emmeline – Você não vai querer se meter comigo, Meadowes, sei o que está fazendo. Está tentando me envenenar pra me fazer deixá-lo, não é? Quer que eu deixe o caminho livre.


- Acorda! – Marlene interveio – Sirius é meu, sua puta! Não adianta sonhar por que ele é m...


Emmeline acertou um murro na boca da Marlene. E de repente as três estavam se pegando. Ah, meu Deus!


- Ei, CALMA! – gritou James em pânico


- Parem com isso! – eu podia ficar parada pedindo que elas parassem.


Mas eu sou uma anta. Eu tinha que me meter na briga pra tentar acabá-la. Nota mental: Pra alguém tão magra, Marlene McKinnon tem um golpe de esquerda nada amistoso.


- Lily! – gritou James em algum ponto a minha esquerda.


Percebi então que ele é tão burro quando eu, por que também havia se envolvido na briga, na esperança de apartá-la.


- Mas que... PAREM COM ISSO IMEDIATAMENTE! – a Voz do coordenador soou trovejante.


A essa altura, nós estávamos no chão. Era uma cena muito digna de se ver, diga-se de passagem. Alguém estava em cima da minha bunda, desejei do fundo do coração que não fosse o James.


Mas ele levantou em seguida e o peso na minha bunda sumiu, então provavelmente era.


- Professor Ketelborn, há uma explicação perfeitamente plausível pra esta cena que o senhor presenciou e com certeza não é nada disso que o senhor está pensando.  – falou James muito sério.


- Pra diretoria. Os cinco. – rosnou o Professor Kettleburn, que o James por acaso confundira o nome. O professor Kettleburn por acaso odeia quando trocam o seu nome.


Nunca em toda a minha vida em havia ido pra diretoria.


Nunca.


Duas palavras: To. Fodida.


N/A: Bem gente... Resolvi postar o primeiro capítulo hoje por que... Bem, por que me deu na telha que eu ia postar agora =D Ok, o primeiro capítulo não ficou LÁÁÁÁ essas coisas, mas eu até que gostei dele. Espero que vocês gostem, eu não sei como estou me saindo então deixem comentários em nome do chapéu azul com estrelinhas de merlin. Vou responder os comentários de quem tem fic... E quem não tem não se preocupe por que no próximo capítulo eu vou começar a frescura de todas as outras fics que eu tenho, que é os personagens respondendo os comentários *___* Deixem comentários. Eles me motivam a postar mais rápido. Bjs ;***

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