Decisões e novas pessoas




(Cormac McLaggen, com algumas diferenças)

"Hermione, és uma rapariga."
(Ron Weasley, reacções pré-baile de Natal, 4º ano)

Ron Weasley tinha a plena consciência que aquela noite sem dormir era culpa dele. Não era culpa do cansaço derivado dos treinos intensivos, dos encontros com raparigas, dos gritos que insistiam em manter-se na sua cabeça gritando pelo seu nome. A culpa das insónias era dele. E de mais ninguém.

Mas ele não sabia que enquanto que a rapariga pela qual o seu coração chamava dias e noites sem cessar sofresse pelas suas atitudes, ele não teria uma noite de sono descansada. Uma noite que não fosse atribulada e marcada por constantes pesadelos, que envolviam na sua maioria uma Hermione desfeita pela dor e sofrimento.
E de quem era a culpa dessa dor e sofrimento?
Dele.


Foi com muita dificuldade e já perto do amanhecer que Ron cedeu ao sono. Um sono que não duraria muito tempo, mas que daria para disfarçar a falta dele.

Mas não era de dormir que Ron realmente precisava.
Mas ele não entendia isso.

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"É levi-ó-sa, não levi-o-sá!"
(Hermione Granger, primeira aula de Encantamentos, 1º ano)

Mais uma noite sem dormir para juntar a tantas outras.

Insónias, lágrimas e muitas dores de cabeça já eram uma rotina na vida de Hermione. E não eram os estudos ou os exames que o causavam. Não eram as quantidades extremas de trabalhos de casa, muito menos os imensos encantamentos para praticar.
A causa da dor de Hermione tinha um nome.
Ou melhor, três.

Ronald Bilius Weasley.


Hermione fora boa demais para Ron nos últimos anos. Havia-o ajudado, defendido e aguentado as suas paranóias. Perdoara-o sempre após discussões, cedendo à insistência de Harry e aos pedidos de Ron. Mas, isso iria acabar.
Teria que acabar.

- Foste tu quem pediu, Ronald. - Hermione sussurrou para si mesma, forte e decidida. Tomaste a tua decisão e levaste-me a tomar a minha, uma decisão que nunca pensei vir a tomar.

As coisas haviam mudado drasticamente, e Hermione sabia disso. E agora havia chegado a altura de mudar de estratégia. Ignorar Ron e a sua mudança não havia sido o suficiente. Acabara sempre por levar as suas atitudes muito a peito, o que terminava sempre em noites de choro intermináveis e memórias a invadir-lhe a mente.

Não, definitivamente ignorar Ron havia-lhe calhado mal. Não conseguia, por mais que tentasse. Ron nem sequer quisera estar com ela e Harry quando este a chamara. Ron havia apressado o passo e ignorado o facto da (ex)amiga se dirigir a eles. Havia tentado manter-se afastado de Hermione, como fazia sempre.
E conseguira, conseguira magoá-la e afectá-la! E Hermione admitia isso, contra a sua vontade, enquanto chorava na sua cama, de madrugada. Deu graças internamente por conhecer feitiços que permitiam que mantesse a sua privacidade e conseguisse fazer todo o barulho que necessitasse sem incomodar alguém.

Mas Hermione já sabia o que fazer.
Ron era algo que queria apagar da sua vida e esquecer que dela havia feito parte.

Estava na altura de aceitar o convite de Cormac McLaggen.

She would change everything,
Everything,
Just ask her.

Ela mudará tudo,
Tudo,
Pergunta-lhe simplesmente.


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No dormitório masculino, Cormac McLaggen tinha um sono atribulado. O seu subconsciente estava invadido por imagens de Ron a beijar Hermione, de uma maneira que ele nunca havia visto. Beijavam-se fervorosamente, com uma paixão que ele nunca conseguira dar a ninguém. Ron agarrava a cintura de Hermione firmemente, enquanto que esta colocava as mãos em volta do seu pescoço, correspondendo com a mesma intensidade aos seus beijos.
Ron Weasley, o famoso e glorioso, o rei da escola, beijava-a ali, na frente de todos, provocando lágrimas e muita raiva na maioria das raparigas. E Hermione sorria desdenhosamente perante as suas expressões.
E de repente tudo se desvaneceu, e McLaggen pode ouvir o canto dos pássaros que anunciavam a chegada do dia.

E então, Cormac suspirou de alívio. Tudo passara de um pesadelo, ridículo demais para ser real, já que o Weasley deixara de querer saber de Hermione.

- Hermione. - Cormac sorriu. Se tu soubesses o quanto eu gosto de ti. Pode ser um amor impossível, mas vou lutar por ele até ter a certeza que não te amarei mais. Se bem que... - sorriu de novo, mas de forma desdenhosa - isso não irá acontecer tão cedo, enquanto vir a tua linda cara de sofrimento à espera de ser reconfortada.

Sim, Cormac McLaggen amava Hermione Granger desde que a vira no Baile de Natal com Victor Krum.
E amava-a ainda mais desde que aquele Weasley parvalhão havia decidido ignorá-la e ela sofrera muito com isso.
O otário não notava como a punha? Não se apercebia das olheiras que marcavam os seus lindos olhos, o que significava noites sem dormir?

- Weasley maldito. - Cormac dissera entre dentes, olhando com fúria para uma figura de cabelos ruivos metros de si que ressonava incrivelmente alto, parecendo profundamente desinteressado no sofrimento que causava à sua amiga.

"Idiota. Patético."

Cormac havia mudado. Já não era mais o rapaz alto e engraçado de Gryffindor que havia perdido o posto de keeper para Ron Weasley, apesar de ter ocupado a posição de chaser.

Além de ter crescido ligeiramente, o Verão fizera-lhe incrivelmente bem. A sua pele adquirira um tom moreno, que começava agora a desaparecer com a aproximação do Inverno, deixando-lhe um tom de pele bastante bonito e atraente. Os seus cabelos mantinham-se loiros, se bem que mais escuros e McLaggen deixara-os crescer, tendo abandonado o corte pequeno. Os cabelos estavam com um corte moderno, comprido, espetando ligeiramente dos lados, atrás e à frente (N/A: quem não consegue entender, cabelo como o que Daniel Radcliffe adoptou no quarto filme da saga, "O Cálice de Fogo", mas com repas ligeiramente maiores) o que levava a que tivesse que recorrer frequentemente a um movimento, que consistia numa espécie de "sacudir a cabeça para um lado" para o tirar da frente dos olhos incrivelmente azuis. O seu nariz era incrivelmente direito, sem alguma saliência. A sua cara terminava com uns lábios bonitos e um queixo perfeito. O Quidditch havia definido os seus abdominais e o seu corpo, deixando-lhe um aspecto espectacular.  Era incrivelmente bonito, e também alvo dos olhares e risinhos das raparigas.

Mas ele não era como
"o idiota irracional do Weasley".
Dispensava as insinuações das raparigas e não se envolvia com todas. Não ligava à fama, mantendo-se uniforme com a sua opinião.


Além disso, o seu coração chamava por Hermione Granger, que na sua opinião era especial e diferente, muito diferente das outras.


O som de vozes no dormitório e a falta de roncos despertou-o dos seus devaneios sobre Hermione. Ergueu os braços, pronto para se espreguiçar, o que levou a que estes estalassem, como "agradecimento" de uma boa noite de sono.
Olhou à sua volta e o seu olhar cruzou-se com o de Ron, que revirou os olhos perante a situação.

"Patético" - pensaram em simultâneo.


Aquele idiota com cabelos da cor do fogo não iria causar mais sofrimento à sua Hermione.
Não, ele não permitiria mais isso.

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Hermione acabara por adormecer a minutos de ser acordada. Dormia profundamente, com a marca das lágrimas ainda na face e uma expressão de cansaço e sofrimento. Manter-se-ia desta maneira se não a acordassem. 

Foi com repulsa que Parvati reparou que Hermione havia adormecido há relativamente pouco tempo, e que teria de acordá-la, para que não perdesse as aulas daquele dia. Quando viu as marcas de lágrimas na cara da rapariga, sentiu-se superior a ela, e foi com este mesmo ar que decidiu chamá-la. 

- Hermione. Hey, Granger. Acorda. 

Hermione resmungou e olhou para ver quem a tinha acordado. E foi com uma sensação de profunda raiva e nojo que viu que era Parvati.  
A imagem desta grudada aos beijos com Ron, atirando-se a ele de uma forma descarada, sem que ele se importasse realmente com isso, estav ainda demasiado nítida na sua cabeça. E foi com muito insatisfeita que falou.

- Obrigadinha.

- De nada. - Parvati mantinha o mesmo ar superior, virando as costas logo de seguida, pronta para dirigir-se ao chuveiro.

Hermione revirou os olhos e levantou-se, espreguiçando-se, apesar de ter dormido pouco tempo. Pegou nas coisas que precisava e foi para o chuveiro, tomando um banho relaxante e bastante bom.
Saiu de dentro do chuveiro sobre o olhar invejoso de Parvati sobre o aroma agradável dos seus cabelos e também do seu corpo. Aquela rapariga causava-lhe náuseas. Nojo.


"Enfim, galdérias."
Hermione ignorou o olhar de Parvati, que havia começado a segredar com Lavender e dirigiu-se à sua cama, onde o seu uniforme, sempre impecável, a esperava.

******************************************************

Ligeiramente mais abaixo, Harry e Ginny haviam-se encontrado na saída dos dormitórios em direcção à Sala Comum. Trocaram um olhar profundamente expressivo, o que causou um estranho clima entre os dois. Pareceu-lhes a ambos que a sala ficara de repente mais quente e a lareira estava extinta. Ginny corou ligeiramente e sentou-se numa poltrona. Harry fez o mesmo, sentando-se na poltrona mesmo em frente e decidiu quebrar o silêncio.

- Ainda é cedo. - falou.

- Pois é. Ainda devem estar todos a preparar-se. - Ginny respondeu à afirmação de Harry.

- Provavelmente. Vou esperar pelo Ron. - Harry olhou para a rapariga.

- E eu pela Hermione, já que aqueles dois não se dão agora. - Ginny proferiu a última parte, sorrindo ironicamente.

- Pois, o Ron ganhou com esta ideia e não a tira da cabeça. Não sei o que se passa dentro dela. - Harry revirou os olhos.

- Sinceramente, Harry? Não se deve passar nada dentro daquilo. - disse Ginny, trocando um olhar com Harry.

E de repente, os dois começaram a rir com o que Ginny havia dito. Riam, ao mesmo tempo, como uma orquestra. Riam sem parar, olhando um para o outro.

- Posso saber o que tem tanta piada? - a voz de Ron invadiu a sala.

- Nada, maninho. Eu e o Harry estávamos a conversar, enquanto esperávamos por vocês. - Ginny ainda ria.

- Nada, maninho? Conversar, hein? - Ron ria, fingindo ar de desconfiado.

- Bem, Ginny - Harry limpava as lágrimas dos olhos de tanto se ter rido - esperas pela Hermione, então?

- Já não é preciso, ela vem ali mesmo. - a ruiva apontou para a escada.

Foi instantâneo. Ron virou-se rapidamente, olhando para a figura que descia as escadas.
E mais uma vez apeteceu-lhe socar e destruir tudo o que estava à sua frente, ao ver que ela havia chorado mais uma vez. Ao encontrar o seu olhar com o dela, virou-se rapidamente para a frente, prestando atenção a Harry.

- Ginny, importas-te de seguir com o Harry para o Salão, para ele não ir sozinho? - perguntara Hermione, ironicamente, evitando olhar para Ron.

Ao ouvir isto, Ron fechara a cara.

"Para o Harry não ir sozinho. Já não sou ninguém para ela?"

- É que tenho de tratar de um assunto. - Hermione prosseguiu.

- Claro que não, amor. - Ginny sorriu amavelmente para a amiga. Vá, venham.

Foi com uma expressão carrancuda e mal-humorada que Ron seguiu os amigos para o Salão.
"Tratar de um assunto. Provavelmente escrever uma carta ao Vitinho querido." - Ron revirava os olhos, enquanto desciam as escadas.

Hermione sentou-se numa poltrona enquanto esperava. Desejou internamente que ele não houvesse descido já. Hermione nunca o admitira, mas sempre tivera uma atracção por Cormac.

Lançou um olhar à escada e viu que ele as descia, mexendo de uma maneira distraída no (lindo) cabelo loiro, que estava ainda húmido devido ao banho. Deixara de lado o pulover, optando por vestir nesse dia o casaco de malha repleto de botões, que também fazia parte do uniforme, que lhe ficava justo à barriga tonificada, dando-lhe um ar perfeito. A camisa estava ligeiramente à espreita por debaixo do casaco, o que lhe dava um ar rebelde. A gravata estava num nó não muito cuidadoso, mas que assentava impecavelmente no traje. Estava absolutamente perfeito, para um simples dia de aulas. 


Ao ver Hermione, Cormac sorriu. Ela estava linda, no seu ponto de vista, e estava ali, sozinha. Estaria à espera de alguém? O Weasley e o Potter já haviam descido há muito tempo.
E foi então que ela lhe sorriu de volta e levantou-se, na sua direcção.
Ela vinha falar com ele?

"Ela está a vir até aqui, será que...?" - a esperança nasceu.

- Olá, Cormac. - Hermione sorriu.

"Sim, ela veio falar COMIGO! E está a sorrir, oh meu Deus, que sorriso mais lindo e perfeito!


- Olá, Hermione. - devolveu o sorriso.


- Preciso de falar contigo. - Hermione mantinha o tom simpático e o seu sorriso.


- Podes começar. - Cormac aproximou-se de Hermione.


- Bem, estive a pensar no que me disseste. E aceito o teu convite para a festa de Halloween. - terminou com um sorriso sincero.

A festa de Halloween, que Dumbledore havia referido no banquete a que Hermione faltara. Segundo ele, cada aluno deveria ter um par, para as actividades que se iriam realizar nessa noite. Quando haviam informado Hermione, ela havia pensado em Harry, mas nesse momento Ginny irrompera pelo quarto a dizer que a Harry a tinha convidado. A sua única hipótese estava excluída, restava-lhe esperar que algum rapaz a convidasse.
E, esse rapaz aparecera mais cedo do que ela esperava. Não fora Ron, claro que não. Esse, tinha sofrido uma emboscada do clube de fãs à saída, e tinha acabado por aceitar o convte da Lisa Copperfield, uma rapariga dos Ravenclaw muito bonita.

Fora Cormac McLaggen, e Hermione, não querendo precipitar-se, dissera-lhe que iria pensar. Ele havia aceitado e não havia convidado mais ninguém, uma atitude que ela gostou muito. E então, havia decidido aceitar. Não só porque queria tomar uma atitude, mas também porque teria que ter um par, e Cormac era de facto lindo. E ela sempre tivera aquela atracçãozinha por ele.

- Que bom Hermione, nem sabes como fiquei feliz. - Cormac mostrou um sorriso sincero.

- Eu também, e era muito parva se não aceitasse. - Hermione corou ligeiramente, mostrando um sorriso equivalente.

- E eu muito parvo se não convidasse.

- Oh, obrigada. - Hermione corou, o que fez Cormac sorrir ainda mais. Como gostava daquela rapariga!

- Só verdades. Bem, vamos indo? Temos que ir tomar o pequeno-almoço.

- Ah, sim! Vamos. - Hermione sorriu e Cormac assentiu com a cabeça, sorrindo também, enquanto abandonavam a Sala Comum.

Durante o percurso até ao Salão, Hermione percebeu que ele era uma companhia extremamente agradável. Apesar de toda a beleza que o caracterizava, não era nariz empinado, muito menos arrogante. Era modesto, simpático e parecia ser muito querido com as raparigas que gostasse verdadeiramente. Quando Cormac lhe dizia que não tinha tido muitos convites, apesar de Hermione não acreditar, os seus olhares cruzaram-se e ela pode ver como ele era incrivelmente, absurdamente e extremamente bonito. E sorria de uma maneira sincera, libertando suspiros pelas raparigas que passavam e que lançavam olhares de profundo ódio a Hermione, que conversava animadamente com ele.

- Oh, ela é tão nojentinha! Mal o Ronzinho lhe deu para trás, foi logo correr para o Cormac! Deve ter falta de alguma coisa. - as raparigas falavam e riam de Hermione.

Hermione baixou a cabeça ao ouvi-las. Não foi o comentário que a afectou. Foi o facto de todos reconhecerem que Ron livrara-se dela rapidamente.

- Hermione. - Cormac falou, colocando a mão no queixo de Hermione, levantando a sua cabeça lentamente. Não ligues. ELAS SÃO UM BANDO DE INVEJOSAS, MOSCAS MORTAS QUE NINGUÉM OLHA PARA ELAS, SEQUER. Cormac fez menção de dizer as últimas palavras mais alto, o que fez com que as raparigas ficassem chocadas e se abraçassem, a choramingar.

- Obrigada, Cormac, mas não era preciso. - Hermione ergueu o seu olhar para o loiro.

- Claro que era. Não é verdade. Tu não vieste a correr atrás de mim. Foi ao contrário, realmente. - o rapaz sorriu, marotamente.

- Oh, obrigada Cormac, a sério. Estou mesmo feliz por ter aceite o teu convite. - Hermione já esquecera o sucedido e sorria.

- Esquece isso. Vamos mas é comer, estou cheio de fome. E aposto que nem a melhor aluna do ano consegue raciocionar sem se alimentar, não é verdade? - elogiara Hermione, rindo-se para ela. 32 dentes, perfeitinhos e incrivelmente brancos.

- Acho que ninguém o consegue. Vamos, então.

E entraram juntos no Salão, rindo um com o outro, sobre os olhares de muitas raparigas, que sussurravam baixinho e olhavam odiosamente para Hermione.

Mas estes olhares não conseguiam sequer igualar o de Ron. Mágoa, raiva, ciúme, inveja.
Tudo de mau estava presente no simples olhar de Ron, que de repente sentiu vontade de destruir a cara do Cormac lindinho.

- Então é esta a ideia dela? - Ron perguntou, olhando-os desdenhosamente.

- DESCULPA? - Ginny espantou-se com o irmão. Primeiro fazes o que fazes, e ainda ficas irritado quando a Hermione fala com um rapaz? Tu estás bem, Ronald?

- EU NÃO ESTOU IRRITADO! - Ron explodiu.

- Então, meu? O que se passa? - Hary viu-se obrigado a intervir.

- Não se passa nada. E eu, já terminei. - Ron afastou o pequeno-almoço com força, entornando o sumo de abóbora e abandonando a mesa.

Cormac e Hermione despediram-se, pois Cormac disse que se ia sentar com os amigos e Hermione com Ginny.

Ao dirigir-se para a mesa, Hermione passou por Ron, que fez questão de se afastar, como se estivesse perante uma criatura viscosa. Já Hermione, encolheu os ombros e sentou-se no lugar anteriormente de Ron. Cormac fizera-lhe bem. Ron não a afectara!

- Bem, isso é que é fome! - Harry comentou a quantidade de comida que Hermione colocava no prato, rindo-se.

- Sabes como é, Harry. O meu estômago tem necessidades, digamos especiais. - Hermione riu-se também.

Harry e Ginny olharam um para o outro e sorriram. O que quer que Hermione houvesse resolvido na Sala Comum havia-lhe feito muito bem. Os seus olhos vermelhos e tristes davam agora lugar ao habitual tom castanho e alegre. A sua expressão facial, caracterizada por dor nos últimos dias, havia sido substituída por uma expressão serena e até feliz.

- Hermione, o que aconteceu? - Ginny perguntou, sorrindo.

- Nada amor, porquê? - Hermione sorriu também.

- Porque estamos a ver-te sorrir, pela primeira vez em dois meses. - interveio Harry.

- Oh, decidi que não devo dar importância a coisas inúteis e seguir a minha vida, sabem? - dito isto, voltou ao seu pequeno-almoço.

- Acho que é a melhor coisa que fazes, querida. - Ginny sorriu também.

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Nos jardins verdejantes de Hogwarts, era possível distinguir-se uma figura solitária de cabelos ruivos. Uma figura que representava muito para os estudantes daquela escola.

Ron Weasley andava pelos jardins, lentamente e sozinho.
Toda a sua alegria havia-se esvaído. Toda a sua fama e glória naquele momento não interessavam para nada. E então, ele desejou nunca ter fama. Nunca teria que se submeter a isto, e poderia, com Harry e Hermione gozar Cormac McLaggen, o bonitão da equipa, que era quem estaria no seu lugar.

Ao pensar neste nome, Ron gritou. Gritou, esvaindo tudo o que sentia.


- IDIOTA, ESTÚPIDO, MALDITO, ATIRADIÇO! E ELA, COMO PÔDE ELA FAZER-ME ISTO? ELA NÃO ENTENDE QUE ESTOU A FAZER ISTO PARA O BEM DE NÓS OS DOIS? ATÉ DE NÓS OS TRÊS! SE ESTE SENTIMENTO NUNCA TIVESSE APARECIDO, ESTARÍAMOS AGORA, SENTADOS À MESA A RIR! SE ESTA AMIZADE NÃO SE TIVESSE INTENSIFICADO, ESTARÍAMOS BEM! ELA ERA FELIZ À MANEIRA DELA E EU À MINHA! QUE RAIVA! - Ron deitou tudo para fora e agradeceu que ainda estivessem todos no Salão.

- Não vale a pena. Tens que continuar, Ron. Pode não ter sido nada do que pensas, acalma-te. - Ron bufou. És o Ronald Weasley, o grande keeper, tens as raparigas TODAS aos teus pés e és poderoso. Amanhã vais à festa com uma rapariga linda. Calma Ron, calma.

Já mais calmo, inspirou profundamente e voltou para dentro. Ele conseguiria. E futuramente, Hermione iria agradecer-lhe pelo que havia feito, apesar de tudo. E, voltou a entrar no Salão, sorrindo marotamente a todos os olhares ardentes e cheios de desejo de possessão que o fitavam.

Ele era um rei. Um conquistador.
Ele tinha tudo o que ela não tinha.

E ele sabia que faria sucesso na festa. Por muito que as raparigas tivessem par, elas acabariam todas por vir ter com ele.
Pensando isto, passou a mão pelo cabelo, movimentando a cabeça para afastar o cabelo que tinha ficado nos olhos, arrancando suspiros por parte de muitas raparigas.

Hermione olhava-o e não pode deixar de se rir. Ele conseguia ser arrogante quando queria. A forma desdenhosa como reagia aquilo tudo era no mínimo, engraçada. E por todos aqueles olhares que ela via, ela teve a certeza que, por muito que aquelas raparigas estivessem acompanhadas, elas acabariam todas por vir cair aos pés de Ron na festa do dia seguinte.
E, sem saber porquê, olhou para McLaggen e este também olhou. Trocaram um bonito olhar e sorriram.

Hermione não só ia à festa com um rapaz que arrancava suspiros em todos os lugares que passava, como também ia à festa com um rapaz que a fazia rir-se das atitudes de Ron, quando o que ela havia sempre feito fora chorar.
E, pensando isto, sorriu para si.

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N/A: 4º capítulo! espero que gostem :)
o cormac não tem nada a ver com o do filme, é um gato mesmo +.+

bem, espero que gostem deste capítulo :)

Sociedade Sul - obrigada pelo comentário e peço desculpa pela demora! Beijo :)

5º em breve, em breve mesmo!
BEIJO GRANDE PARA TODOS (L)

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