A plataforma 9 1/2 e a chegada



Nome da fic: A bondade de seus corações

Autor: Magalud

Par: Severo/Personagem Original

Censura: R (violência, sexo implícito)

Gênero: Ação/Aventura, Romance

Spoilers: Livro 5, mas dá para entender.

Resumo: Snape volta do mundo trouxa, e Hogwarts não mais será a mesma escola. Continuação de A Lojinha da Esquina. Você não vai entender muito dessa fic se não ler a primeira.

Notas: Peço desculpas se alguns dos nomes estiverem no original e não na tradução brasileira. Eu não acredito em traduzir nomes, embora eu conscientemente acredite em alienígenas como um exercício de estatística.

Agradecimentos: Thá é minha beta, Ju deu uma segunda olhada, Elisa a minha companheira, a inspiração é toda do Snape.

Disclaimer: Todos esses personagens são de J.K. Rowling, Martha é minha. Não estou levando grana nenhuma, só satisfação.



A bondade de seus corações



Capítulo 1 - A Plataforma 9 ½ e a chegada em Hogwarts



Martha Scott ajeitou a bolsa mais para perto do corpo e olhou para o grande relógio da estação de trem em King's Cross. Eram 10h50min.



- Dez para as onze - disse ela em voz alta, nervosa, ao seu acompanhante.



- Não se preocupe. Temos bastante tempo para pegar o Expresso de Hogwarts na plataforma de onde ele sai.



O acompanhante de Martha era um homem magro, alto, de cabelos muito pretos que iam até o ombro, chamado Severo Snape. Eles haviam se conhecido há algumas semanas, e o mundo de Martha tinha virado de cabeça para baixo.



Há algumas semanas, Martha era uma pessoa comum, tão comum a ponto de ser enfadonha. Depois de ela conhecer Severo, ela soube da existência de um mundo mágico, de verdadeiras bruxas e bruxos, com feitiços, magia e poções. E agora ela tinha largado tudo em Londres e estava indo rumo àquele mundo com Severo, a quem ela descobriu amar muito e ser correspondida.



Quer dizer, ela estaria indo se achasse a plataforma correta para o embarque na estação de trem. Martha não via como eles achariam uma Plataforma 9 ½. Mas resolveu ficar calada, confiando em que Severo teria a solução.



Eles se dirigiram à Plataforma 9, e logo adiante estava a Plataforma 10, como Martha previra. Ela podia ouvir os alto-falantes chamando os passageiros a pegarem o trem das 11.



De repente, Severo se virou para ela:



- Você vai adorar isso. Pegue a minha mão. Basta não ter medo e seguir em frente, junto comigo. Pronta?



Em frente?



- Sim, estou pronta.



Ele a puxou pela mão direto para a coluna de pedra, e de tão surpresa, ela sequer gritou. De qualquer forma, não teria adiantado muito, porque Martha ficou sem voz porque ao invés de dar de cara com o tijolo sólido, como ela estava imaginando, ela tinha atravessado a coluna de pedra. Não só isso: daquele lado da coluna, estava a plataforma oculta, que tinha uma plaqueta indicando: "(9 ½)".



Nos trilhos, estava um trem a vapor preto em detalhes vermelhos, com indicativo dourado bem à mostra: "Expresso de Hogwarts". Havia poucas pessoas em volta, algumas delas com capas de viagem, outros com capas leves.



Martha observava tudo, boquiaberta. A voz de Severo a devolveu à realidade:



- Bem-vinda à Plataforma 9 ½. Um feitiço ajuda a desviar a atenção dos trouxas para a entrada.



Trouxa era o nome que os bruxos davam às pessoas não-mágicas, como a própria Martha. Várias vezes ela demonstrara irritação com o termo.



Mas, além da irritação, porém, o fato de Martha ser uma trouxa poderia ser fonte de grandes complicações para Severo. Ele havia alertado para os desafios que os dois enfrentariam com a ida dela ao mundo bruxo.



- Expresso de Hogwarts, todos a bordo! - gritou o encarregado da plataforma.



Severo ajudou Martha a subir no trem e os dois não demoraram a encontrar uma cabine vaga. Na verdade, o trem estava bem vazio. Ele explicou:



- O trem leva os estudantes a Hogwarts no final de agosto e os traz de volta em junho. Nas outras semanas do ano, ele só anda duas vezes por semana, e leva a uma pequena aldeia totalmente mágica chamada Hogsmeade.



Martha quis saber:


- Verdade que a viagem dura quase seis horas?



- Exato. Se você quiser ler ou dormir um pouco, eu...



- Não - ela interrompeu. - Fale-me mais sobre o lugar para onde estamos indo. Explique-me de novo isso sobre os fundadores de Hogwarts e as quatro casas.



Eles foram conversando nada menos do que toda a viagem, com a curiosidade de Martha gerando o insaciável. Fazia anos desde a última vez que Snape tomara o Expresso de Hogwarts, pois ele preferia aparatar nos arredores da escola. O trem certamente pouco mudara desde a época que Snape fora aluno.



Já tinha escurecido quando o trem parou na sua estação final, em Hogsmeade. Ajudando Martha a descer, Severo explicou:



- A entrada principal do Castelo de Hogwarts não é muito longe, mas devemos ir a pé. Você se importa?



- Vou adorar esticar as pernas depois dessa viagem.



Os dois percorreram o curto trajeto até as grandes portas de carvalho na entrada principal do castelo, Martha olhando o lago com admiração. Ao se ver diante da entrada, diante da porta que mudaria sua vida para sempre, Martha se virou para Severo e disse, como se fizesse um juramento:



- Severo, seja lá o que for que acontecer, não se esqueça de que tudo que eu disse é verdade. Eu amo você.



Snape sorriu para ela e apertou sua mão:



- Então confie nesse amor.



Ele bateu à porta imensa, que se abriu após alguns segundos. Martha entrou numa espécie de hall de entrada, feito todo de pedra, e viu-se frente a frente com um homem mal-encarado, parecendo ter saído diretamente de um filme de faroeste, recebê-los com caras de poucos amigos. Ele segurava um candelabro e tinha um gato de olhos vermelhos a seu lado.



- Prof. Snape - disse ele, numa voz sinistra -, o senhor trouxe mesmo um acompanhante.



Snape tinha arrumado todos os pertences que eles trouxeram (inclusive os encolhidos) numa pilha ao lado da porta e apresentou:



- Martha, esse é o Sr. Argo Filch, nosso zelador. Sr. Filch, a Srta. Martha Scott deverá se alojar nos meus aposentos. Ficaria agradecido se pudesse providenciar os arranjos.



Se os arranjos pareceram estranhos, Filch não demonstrou, porque ele simplesmente concordou:



- Claro, Professor. O Prof. Dumbledore pediu que fossem vê-los assim que chegassem.



- Agradecido, Sr. Filch.



O homem parecia satisfeito em ver Snape de volta, porque lançou um sorriso cheio de dentes escurecidos e desejou:



- Seja bem-vindo de volta, Prof. Snape. Ah, agora as detenções voltarão a ser que eram!



Ele saiu, parecendo feliz da vida consigo mesmo. Snape indicou a Martha o caminho:



- Melhor irmos por aqui para evitarmos alunos.



Dito e feito. Eles passaram por corredores iluminados por grandes tochas, Martha tentando acompanhar tudo o que via. Havia quadros na parede - e as figuras se mexiam! Algumas até acenaram para ela. Martha tentou acenar de volta.



No final do corredor, havia escadas e Snape explicou que as escadas gostavam se mexer, e que ela deveria tomar cuidado com isso!



Os dois foram até o final de um corredor e ficaram frente a frente com uma imensa gárgula de pedra, uma que era duas vezes o tamanho de Martha. Severo pronunciou:



- Jujubinhas!



A gárgula pareceu criar vida e pulou para o lado deixando os dois passarem. Martha quase gritou, mas se controlou a tempo, apenas agarrando o braço de Severo. Snape deve ter notado o susto dela porque tocou em sua mão, de maneira confortante:



- Calma, querida. Você vai conhecer o diretor de Hogwarts. Ele sim, pode ser assustador, não uma estátua.



Martha subiu as escadas em caracol, um tanto maravilhada, mas em nada se sentindo mais confortada.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.