Possessão



Lian ficou novamente desesperado com a misteriosa mutação, escondendo as mãos. Novamente quando as descobriu, voltaram a normal.


A aula seguiu-se normal, com Hagrid passando o amasso de mão em mão. O felino sentia-se bem com alguns alunos, mas com outros, se recusava. Malfoy levou uma dentada do animal, mas não foi nada sério. Mesmo assim praguejou o pobre animal até alma, e com a promessa de machucá-lo, se aproximou. Hagrid não viu nada, pois estava colhendo material para a aula em sua cabana.


-Criatura estúpida!


Lian se pôs entre Malfoy e o animal.


-Não vou deixar que o machuque, Malfoy.


-Oh, o queridinho dos professores é valente! Pode vir destaque, não tenho medo de você!


Mas Lian não queria briga.


-Ah, amarelando? Aprendeu isso com o inútil do seu pai, ou com a vadia de sua mãe?


Lian não viu nem ouviu mais mais nada. Não suportava que falassem de sua família. Virou-se e disse:


-É melhor calar a boca, Malfoy. Não tenho medo de expulsão. Posso parecer gentil, mas não terei problema em arranjar outra escola, seu filhinho de papai. Cresça e apareça, inútil!


Mas havia algo diferente em Lian. Nunca havia agido assim. Não era de seu normal fazer uma coisa daquelas. Seus olhos estavam ficando vermelhos. Ele queria ao máximo sair dali, pois sentia algo tomando seu corpo e sua razão.


Virou-se e já ia andando, mas Malfoy lançou nele um feitiço:


-Rictumsempra!


Lian foi lançado longe. Com os olhos vermelhos, levantou-se e disse com toda a sua fúria:


-CONFRINGO!!


Houve uma explosão e Malfoy foi lançado muito mais longe que seu oponente. Estava machucado, mas Lian não ligava, e continuou avançando com a varinha em punho. Malfoy disse:


-Não! Me desculpe! Não foi minha intenção!


Lian avançou.


-Por favor!


Lian levantou a varinha. Seus olhos agora estavam cor -do-sangue. Não parecia humano.


-Pare, Lian! Ele não vale a pena!- disse Rouge, segurando sua mão.


O vermelho em seus olhos desapareceu, e ele desmaiou no mesmo instante.


 


Quando acordou, Lian estava na enfermaria. Nunca havia estado ali, mas sabia que era a enfermaria pelos objetos e remédios presentes.


Olhou pela janela. O sol estava se pondo. Quanto tempo se passara?


Olhou para o lado e viu Malfoy, todo arranhado e machucado. Quando seu olhar encontrou o de Malfoy, este virou o rosto.


O loiro tentou relembrar-se o que havia acabado de acontecer. Não conseguiu lembrar de nada depois que Malfoy xingou sua família. Tudo estava muito estranho. O que havia acontecido?


 


Naquele momento a enfermeira viu que ele havia acordado e saiu. Voltou minutos depois acompanhada de Dumbledore. Ele falou algo com ela e foi na direção de Lian.


-Deixe-nos a sós, por favor.


A enfermeira deixou a sala.


Dumbledore aproximou-se mais de Lian, e este ficava cada vez mais confuso.


-Olá senhor Boolevard. Pode me explicar o que aconteceu?


Lian falou-lhe tudo que se lembrava até a parte em que Malfoy xingou-lhe, e disse que não se lembrava de mais nada.


Dumbledore olhou-o por cima de seus oculozinhos meia-lua e disse:


-Então o caso é mais grave do que eu pensava...


Dumbledore levantou-se e saiu da sala deixando Lian e Malfoy sozinhos.


-Você está encrencado!- disse Malfoy.


-Malfoy, deixe-me explicar...


-Não quero saber! Meu pai ficará sabendo disso...


Lian estava arrependido. Como pudera fazer aquilo a Malfoy? Está bem que não era a pessoa que ele mais adorava no mundo, mas aquilo foi exagero. Mas o que de fato tinha acontecido era um mistério. Lian não conseguia se lembrar de nada.


Estava perdido em pensamentos quando Dumbledore voltou acompanhado de um homem com longas vestes negras, cabelos lisos e um enorme nariz.


-Então é este, diretor?- disse Snape.


-Sim Severo, é este. Seu nome é Lian Boolevard. Sr. Lian, este é Severo Snape, professor de poções.


-Olá.- disse Lian.


Snape não respondeu.


-Vejo que fez um belo estrago a um aluno de minha casa, Sr. Boolevard. Posso saber as razões?


-Nem eu mesmo sei, professor.


Neste momento, Snape pegou um frasco de dentro de suas vestes.


-Acho que não há necessidade, Snape...


-Há sim, Alvo. Precisamos saber se o garoto está falando a  verdade.


E, antes que Dumbledore pudesse impedir, virou o frasco na boca de Lian.


-Engula.- disse Snape.


Lian engoliu, e assim que fez sentiu uma estranha sensação em seu corpo. Lian soube na mesma hora que aquilo era Veritasserum, o soro da verdade.  


-Só alguns minutos... - disse Snape.


Então Dumbledore e  Snape esperaram. Sentaram-se em cadeiras próximas aos leitos e esperaram alguns minutos. Nesse meio-tempo Malfoy não parava de olhar Lian com uma mescla de raiva e felicidade, esperando que aquilo fosse o fim da estada de Lian em Hogwarts.


Mas Lian estava seguro de si.


Snape virou-se para Lian e começou :


-Qual é seu nome?


-Lian Boolevard.


-Quantos anos tem?


-Quatorze.


-Qual é o nome de sua mãe?


-Laura Boolevard.


Snape deu um sorriso.


-Você atacou Draco Malfoy propositalmente?


Draco olhou furtivamente para Lian.


-Não.


-Tem certeza?


-Sim.


Desta vez Dumbledore deu um sorriso.


-Satisfeito, Snape?


-Espere. Você se lembra de ter agredido Draco Malfoy?


-Não.


-E do que se lembra?


-De Draco xingando a mim e minha família. Depois disso, nada.


-Acha que foi Legilimência? Ou possessão?


-Não sei.


-Se arrepende de ter agredido Draco Malfoy?


-Sim.


Snape deu-se por derrotado, franzindo o cenho de desprezo para Lian.


-Acho que acabei.


Dumbledore deu outro sorriso.


-O Sr. Lian não está ferido. Por favor venha a minha sala. Precisamos conversar.


Malfoy deu um sorriso vitorioso.


-E, quanto a Malfoy, acho que merece um castigo, não Snape?


-Está bem, outra detenção. E, menos 10 pontos para a Sonserina.- Disse Snape a contragosto.


-Vamos- disse Dumbledore a Lian.


 


Depois de ter virado alguns corredores e subido escadas, estavam em frente a uma estatua. Dumbledore disse: “delícias gasosas” e a estatua se virou revelando uma sala bem arrumada e cheia de objetos. Lian estava nervoso com o que o diretor queria falar com ele. Provavelmente iria descobrir seus dons e o expulsaria. 


 


-Sente-se- disse o diretor.


 


Lian sentou-se em umas das cadeiras da sala.


 


-Senhor Lian, pelo que vimos hoje, há coisas sobre o senhor que o senhor mesmo desconhece.


Lian limitou-se a assentir.


 


-Quero saber se está disposto a descobri-las.


-Como assim?


-Bem, eu posso lhe ajudar, Lian. Tenho recursos para isso.


-Humm...-disse Lian, sem entender.


-Sabe o que é uma penseira, senhor Lian?


-Sim. Um objeto mágico capaz de trazer lembranças há muito esquecidas dos bruxos.


-Exatamente.


-Mas não sei como isso pode ajudar, senhor. Desde pequeno eu sempre...- Lian percebeu o que estava fazendo e parou imediatamente.


-Continue.


-Eu, hã. Humm...


-Se quer ajuda, senhor Lian, preciso estar a par da situação.


-Está bem.


 


Lian então começou a contar para o diretor tudo sobre ele: seus dons, suas transmutações e até mesmo de seus pesadelos estranhos.


 


-Interessante...- disse Dumbledore.


-Devo pegar minhas coisas agora?


-Do que está falando, Lian?


-O senhor não vai me expulsar?


-E por que o faria?


Lian sentiu uma imensa felicidade.


 


-Sério? Muito obrigado!


-Sim, mas teremos de investigar estas “ocorrências”.


-Tudo bem, senhor!


-E acho que seria bom para você aulas de Oclumência...


-Não se preocupe senhor, eu sei Legilimência e Oclumência. Na verdade sou muito bom...


-Hum, deve ser por causa de seus dons. Ótimo, senhor Lian.


-Obrigado. Mas senhor, quem poderia ter feito isso contra mim?


Dumbledore ficou em silêncio por um tempo.


 


-Na verdade, senhor Lian, não estou sendo completamente sincero com você.


-Como assim?


-Eu sabia que essa hora chegaria. Mas não pensava ser tão cedo. Sei coisas sobre você que nem você mesmo imagina.


-E que coisas são essas?


-Não creio que seja a hora de revelá-las. Mas não se preocupe, quando for a hora, você saberá. Procure-me amanhã.


 


 


Minutos depois, já fora da sala de Dumbledore, Lian se encontrava com seus primos para jantar. Lhes contou tudo, desde a hora do ataque a Malfoy até o encontro com Dumbledore.


 


-Nossa, Lian!-disse Edward.- Eu disse que as coisas fugiriam do controle!


-Mas isso nunca havia acontecido! Uma possessão, por Mérlin!!- defendeu-se o loiro.


-Devemos falar com os tios?- perguntou Edgar.


-Claro que não! Se meus pais sabem, vão ficar super preocupados! 


 


Então Lian avistou os irmãos.


-Ei! Lina! LÉO!


Eles se aproximaram.


-Lian! Oi! O que aconteceu? Está todo mundo falando...-começou Lina.


-Que você e Draco Malfoy... É verdade?-terminou Léo.


Lian assentiu.


-Porque você fez isso?- Perguntou Lina.


-Não fui exatamente EU Lina, é difícil explicar...


-Não tenho pressa.


Lian repetiu o que havia dito aos primos.


-Meu Deus! Lian, o que está havendo? Você se machucou?


-Não Lina, eu estou bem.


-Lian, estou muito preocupada. Seus poderes psíquicos nunca o levaram a isto. Há alguma coisa que deveríamos saber?


 


Então Lian lembrou-se do sonho que o estava perturbando.


-Bem, eu venho tendo um sonho...


-Que tipo de sonho?


Lian contou o sonho.


-Hum... pensou Lina.


-Muito estranho... disse Edward.


-Gente, se não formos agora, vamos perder o jantar... disse Léo, sendo repreendido por um olhar de censura de Lina.


-Hã, Lina, acho que Léo tem razão... além disso estou com fome...


sei que isso é algo muito sério e grave, e estou assustado com a violência, mas vou fazer Oclumência esta noite...


-Hum... faça isso.-disse Lina.- Vamos Léo.


 


Assim que Lina e Léo foram para a mesa da Corvinal, Lian foi para a da Grifinória junto dos primos. Sentou-se ao lado de Rouge, pois achou que devia-lhe uma explicação.


-Oi Rouge.


-Ah, oi Lian.


-Olhe, sobre hoje a tarde...


-Eu sei, você teve uma possessão.


-Como você sabe disso?


-Já estudei muito sobre possessões, Lian. Meu pai é, digamos assim, um fanático.


-Mas como você soube?


-Assim que vi seus olhos. Além disso, você parou quando gritei seu nome. Isso acontece com os que são possuídos: A pessoa perde a força de vontade até que uma pessoa que tenha um vínculo com ela a chame e ela desperte.


Lian corou.


-Como assim um vínculo?


-Ah, depende... A pessoa pode gostar muito da outra...- Rouge mudou imediatamente que Lian estava virando imediatamente.-Ou apenas se Familiarizar com a outra, por meio de amizade.


-Ah, sim.


-Infelizmente os outros não têm o mesmo conhecimento que tenho-disse Rouge, acenando as pessoas que estavam olhando.- Eles acham mesmo que você bateu em Malfoy.


-Ah, era tudo que eu precisava. Droga.


-Não se preocupe . Todos aprovaram. Na verdade, todos queriam ter sua sorte e dar uma boa surra em Malfoy- Ela riu.


Lian olhou em volta: a maioria das pessoas estavam olhando para ele. Sentiu o rosto arder.


-Aê Lian! Bela briga em! O Malfoy bem que mereceu!- Era Rony, gritando alto na mesa. Lian sentiu o rosto arder em chamas.


-Onde tem um buraco para eu enfiar a cara?


Rouge riu.


 


Mais tarde, depois do jantar, Lian foi visitar Blast no corujal.


-Blast!


A fênix materializou-se em seu braço, com uma língua de chamas ao seu redor.


-Blast! Que saudades!


A fênix aninhou-se em seu braço.


-Puxa, meu dia hoje foi horrível. Acredite que eu fui possuído!


A fênix olhou preocupada para ele.


-É! Estou tão preocupado, Blast! E com medo! Puxa, eu sempre tive esses poderes psíquicos, mas isto nunca aconteceu! Porque tinha de acontecer logo em Hogwarts?


A fênix sentiu sua tristeza e passou o bico em seu rosto.


As lágrimas rolaram no rosto de Lian.


Imediatamente a fênix começou a cantar. Um canto tão bom, tão feliz, que Lian esqueceu da tristeza e uma felicidade imensa o inundou. Estava tranquilo e em paz.


-Obrigado-ele murmurou baixinho para a fênix.


 


N/A: Yupiiii!!! Terceiro Cap! Confesso que fiz empurrando, mas consegui! No próximo Tem o mistério de Dumbledore e os estudos com a Mione!! Comentem se quiserem que eu poste, plix! hehe... bjs OBS: eu sei que tá suuuper curto, mas eu tive que correr a pedido de amigos(Melhor, amigas *_*). Bjus, amo vocês,Priscila, Thamiris e Thereza! Valeu pela força!!


*Crack*

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