Amor eterno
Naquela noite o jantar foi estranho, ninguém falou muito só tia Narcisa fazia perguntas sem muito fundamento a Ariel. Maya observava Lúcio o jantar inteiro, ele tinha uma expressão não muito amigável.
Foram todos dormir cedo. Mas Maya se virava na cama e não conseguia pegar no sono, resolveu se levantar e pegar um copo de água na cozinha. Os corredores estavam escuros e frios. O frio lhe subia pela espinha. Desceu as escadas pé ante pé, não queria que ninguém a ouvi-se. Passou pela sala e viu a luz do escritório de Lúcio acessa e a porta entre aberta, ficou curiosa, mas passou reto e foi pela cozinha.
Sentou-se em cima da mesa da cozinha com o copo de água na mão e ficou pensando... O que Lúcio estaria fazendo aquela hora no escritório?
Saiu da cozinha e passou de novo pela sala, olhou de novo para o escritório estava acesa a luz ainda. Resolveu dar uma espiada, novamente pé ante pé foi até a porta e espiou pela brecha da porta, não havia ninguém lá dentro, então Maya encorajou-se a entrar no escritório.
Nunca tinha estado ali sem ser convidada e aquilo a fazia se sentir estranha, observada, como se estivesse furtando algo. Talvez descobrindo segredos... Ficou olhando as grandes estantes de carvalho com muitos livros, a maior parte de capa escura, olhou em um canto uma poltrona de couro de dragão muito bonita, olhou a mesa feita também de carvalho, havia muitos papéis ali em cima, penas, livros abertos e um pequeno frasco. Maya se aproximou da mesa e pegou o frasco, havia um liquido laranja brilhante dentro, era realmente bonito.
Fez-se um barulho, Maya se assustou e largou o frasco na mesa. Os olhos azuis arregalados giraram pela sala até pararem na porta, ali estava Lúcio parado a olhando.
- Lú.. Lúcio. – a garota falou assustada – Vocês me assustou.
- O que você está fazendo aqui? Não deveria estar no quarto com seu querido noivinho? – perguntou irônico
- É verdade... Vou indo... – a garota foi até a porta com a intenção de sair mas Lúcio a barrou – Me deixe passar.
- Já que você veio até aqui está na hora de nós termos uma conversa, não acha? – ele falou a empurrando para dentro da sala e fechando a porta
- Acho que não temos nada para conversar. – ela falou forçando a saída novamente, e falhando
- Sente. – Lúcio ordenou, e Maya obedeceu sem relutar – Agora eu vou esclarecer as coisas para você. Esse garoto que você diz amar mas você não ama está estragando tudo Maya.
– Tudo o que Lúcio? – Maya perguntou incrédula – Tudo o que?
- Maya... – Lúcio falou se ajoelhando passando a mão no rosto da sobrinha
- Porque você faz isso? – ela perguntou com a voz fraca – Porque? Você não me quer, então me deixe ser feliz. Deixe eu me enganar! Deixe eu fingir que amo outra pessoa que não é você. Deixe eu viver! – Maya falou se levantando
- Eu não agüento mais isso. Não agüento ver você com aquele moleque! Não agüento mais a Narcisa! Não agüento sua irmã e nem agüento meu próprio filho! Por isso eu decidi que a vida não tem mais sentido para mim. – ele falou pegando o frasco em cima da mesa
- O que é isso? – Maya perguntou desconfiada – O que você vai fazer?
– Me matar, simples. – ele falou frio
– Não! – ela falou tirando o frasco da mão do tio – Você não pode.
- Me devolva isso menina. – ele falou ríspido - Deixe eu fazer uma vez na vida a coisa certa.
– A coisa certa? A coisa certa é se matar? – ela perguntou incrédula – Se você quer se matar, eu também quero.
– Se é assim, vamos precisar de mais de um frasco. – ele falou calmo abrindo um armário e tirando outro frasco igual.
– Mas... – Maya falou vacilante, se aproximou de Lúcio e o beijou
Subiram as escadas em silêncio, Maya entrou no quarto e deixou um bilhete em cima de seu travesseiro para Ariel e Sly. Lúcio foi até o quarto de hospedes e se deitou na cama, ficou olhando o teto. Depois de algum tempo Maya deitou-se ao seu lado e o abraçou.
Lúcio pegou o frasco na cabeceira e ofereceu a Maya, a ezitou mas pegou o frasco, o próprio Lúcio pegou o outro frasco e o abriu.
– Calma. – ela falou afastando o frasco da boca de Lúcio – Eu quero beber metade de cada frasco.
– Não. – Lúcio falou rapidamente engolindo todo o conteúdo do frasco
– Lúcio não! – Maya falou beijando-o e logo depois bebendo o conteúdo de seu frasco
– Você vai acordar amanhã, me ame para sempre. – Lúcio falou beijando-a – Pois eu te amei a vida toda.
– Lúcio não! – Maya falou, a voz abafada pelo choro.
Os dois adormeceram e por algum efeito do destino, os dois nunca mais acordaram. No outro dia um elfo encontrou-os abraçados na cama.
A casa entrou em luto, Narcisa xingava Maya e chorava por Lúcio, Sly e Ariel estavam inconsoláveis. Draco estava quieto em um canto com lágrima silenciosas nos olhos.
E foi assim que acabou a vida de Maya e Lúcio, não o amor, pois dizem que o amor que dura uma vida também dura uma morte, e talvez uma próxima vida.
Quanto a Sly, ficou pela mansão Malfoy e quando completou 18 anos foi para Moscou, se casou com Ariel, tiveram uma filha que chamaram de Maya. E viveram de mentiras e dor, mas no fundo eles se amavam pela simples lembrança de terem um dia amado a mesma pessoa, Maya. Era isso que eles viam toda noite antes de se deitarem um ao lado do outro.
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