Planos



        Tom Riddle fitava com indignação o rosto de Lilá Brown, a jovem terminava seu relato sobre a cena que presenciara durante o casamento de Rony Weasley e Hermione Granger. A garota apresentava um divertimento na voz, como de alguém que descobre algo muito secreto e tem a chance de contar para outra pessoa e declarar como um grande feito o fato de que ela tenha descoberto. Mal sabia a menina que Riddle não compartilhava de sua diversão, o homem estava com tanta raiva que sua vontade era de esganar a jovem a sua frente para ter onde descontar seu ódio.


        Ao final do conto a menina colocou a mão na boca para abafar o riso. Estavam no gabinete Tom, Lilá e Severo Snape que não se pronunciou um momento se quer apenas observando as reações de seu mestre.


- Não é uma coisa engraçada? E eu que pensei que a Gina fosse uma idiota que não pensasse em nada que não fosse ela mesma e olha só o que descobri. – os olhos da menina irradiavam empolgação – Eu quero só ver o que a mãe dela e todos da cidade vão pensar quando descobrirem que ela está de namoro com um rapaz que não é o noivo dela e ainda pra piorar é com o filho dos Potter. – Lilá ria histericamente – Não me admira que a Gina enrole tanto com o casamento, ela quer se esbaldar antes de pertencer ao senhor Thomas.


- Alguém mais sabe de suas declarações? – Tom forçou um sorriso e Snape, ao contrário de Lilá, notou claramente que o homem se esforçava para manter a calma.


- Ainda não tive oportunidade de espelhar as novas, mas garanto ao senhor que ficarei feliz em lhe fazer esse agrado. Espero que tenha um belo presente para mim senhor Riddle, não se esqueça de que temos um trato e eu desejo... – A tagarelice de Lilá foi interrompida pelo estrondo de um peso atirado contra a parede, se a moça não estivesse iludida poderia jurar que o objeto passou a centímetros de acertar sua cabeça.


        Longe de seu universo fútil, Lilá pode finalmente notar os olhos furiosos de Riddle.


- Tenha mais cuidado em esvaziar sua raiva senhor Riddle, eu ficaria com terríveis seqüelas se isso me acertasse, ou pior... – Lilá preferiu deixar que a conclusão de que poderia ter morrido com o choque do objeto contra sua cabeça, pois algo na expressão de Riddle a fez se perguntar se essa não seria sua intenção.


- Acredite: uma seqüela em sua cabeça não alteraria em nada seu cérebro. – Lilá só conseguiu prender a respiração perante a ofensa – Não consegue por um segundo fechar essa sua boca enorme?


- Eu só fiz o que me pediu senhor Riddle. – a voz da menina vacilava com os possíveis choros que estavam por vir – O senhor mesmo pediu para que eu fosse amiga da Gina e a vigiasse, e além dos mais estou agindo como uma boa amiga indo avisar a mãe dela, Gina cairá em desgraça se continuar com atitudes tão rebeldes.


- Não, não, não... Você não é uma boa amiga. É uma traiçoeira e mentirosa, é mais deprimente que um rato, anda pelos cantos para aproveitar as sobras que os mais dignos descartam. – se não fosse por estar tão abismada, Lilá cairia em prantos – Veja só Severo esse ser desprezível, jamais vai alcançar um lugar de destaque, não tem inteligência para tal feito. – Tom deu uma pausa para rir – Suma da minha frente.


        A menina engoliu o orgulho e resolveu ir embora, porém antes de alcançar a porta ela foi detida por Tom que se aproximou por trás e agarrou sua face. Em outros momentos aquele toque teria um significado mais caloroso, mas com a ira que a jovem presenciou ela julgou o contato como medonho.


- Eu lhe darei um belo presente. – Tom sussurrou em seu ouvido – Espero que goste de rubis, encontrei um colar que ficará perfeito em você. – o homem beijou as bochechas já molhadas pelas lágrimas da menina, sua mão desceu do rosto para o pescoço da jovem onde apertou de leve – Não contará nada a ninguém. – ele continuou a sussurrar – Essa sua boquinha terá de se manter fechada ou eu serei obrigado a costurá-la. – os olhos de Lilá se arregalaram de espanto e ela balançou a cabeça indicando que guardaria segredo.


        Depois que Lilá saiu Tom voltou a se sentar e procurou drenar a raiva que sentia. Snape continuava imóvel, apenas observando seu amo.


- É realmente uma sensação detestável quando as coisas não saem como planejadas, não concorda Severo? – Tom massageava as têmporas.


- O fato da senhorita Weasley se envolver com um dos Potter causará grandes estragos em seus planos meu senhor. – Tom apertou a poltrona que estava sentado – Mas diga-me Meu Lorde, o que pretende fazer?


- Farei desse tormento uma arma para minhas mãos. – disse Riddle.


- Contará para a senhora Weasley sobre o ocorrido?


- Sabe o que me difere de muitos amadores Severo? – Snape não respondeu, preferiu não dizer nada que mudasse o foco da raiva do amo para si – Eu sou muito mais esperto. – Tom não esperou a resposta – Um amador relataria o romance para a Molly, o que significa que provavelmente o casal não teria chance para esse amor, mas uma pessoa esperta, o que é o meu caso, iria preferir guardar o segredo para si até a oportunidade de poder usá-lo, entende o que estou falando Severo?


- Posso ter uma idéia meu senhor. – Snape respondeu acompanhando a linha de pensamento de Riddle, embora não demonstrasse a mesma emoção de Tom.


- Contar isso a Molly fará com que Gina me odeie, ela saberá que fui eu quem estragou a sua “felicidade” e então eu terei que esquecer de vez aqueles belos olhos, porém... – Tom saboreou os pensamentos antes de transmiti-los – Se eu for mais cauteloso e aguardar um momento seguro para trazer tudo isso a tona eu não serei responsabilizado, e com um plano bem arquitetado eu ganharei a confiança de Gina.


 - Quais são os planos de Meu senhor em relação a Harry Potter?


- Bom de uma coisa estou certo Severo: esse inseto com certeza vai ser de grande ajuda para descartarmos Dino Thomas, apesar de eu achar que eu não precise de tanto esforço, aquele palerma era peça morte antes mesmo desse romance se iniciar. – Tom acrescentou com a voz tediosa – Todavia o filho dos Potter é um perigo que precisa ser exterminando. – Tom esbanjou um grande sorriso - Recorda-se do grupo de bárbaros que atacou Hogwarts há muito tempo atrás?


- Sim, depois da derrota o rei poupou a vida dos sobreviventes com a condição de jamais voltarem para as terras de Hogwarts ou qualquer lugar próximo a elas. – Snape manifestou sua primeira expressão durante toda a conversa e mostrou o quanto o assunto o intrigava.


- Exato, agora imagine a fúria daqueles homens em relação a Hogwarts, eles fariam qualquer coisa por uma vingança. - Tom fitou bem os olhos confusos de Snape e seu sorriso se abriu mais – Com os meios certos e informações valiosas eles com certeza terão uma boa estratégia, imagine se alguém que já esteve bem próximo da realeza para conhecer bem as defesas de Hogwarts, alguém sedento de uma boa guerra os guiasse? – Tom apontou para si – Eles se multiplicaram e nossa rainha é fraca demais para estar no comando, afinal deveríamos ter um rei que governasse o reino, só aquele maldito do Jacob Potter acabou com meus planos. – Tom se enraiveceu ao lembrar-se da interferência do filho mais velho dos Potter em seus objetivos no poder de Hogwarts – Não podemos voltar o que já passou meu caro Severo, mas se eu não tenho o que quero então nada mais justo do que destruí-lo para que ninguém mais tenha. Esse belo lugar repleto de cidadãos estúpidos adoradores daquela rainha idiota está com os dias contados.


- Perdoe minha lentidão Meu Lorde, mas o que Harry Potter tem a ver com tudo isso?


- Harry Potter irá lutar em defesa de Hogwarts, é um bom guerreiro e com toda a clareza não o deixarão de fora. – Tom se acomodou melhor na cadeira antes de prosseguir – E agora será um alvo para os bárbaros.


        Snape calou-se e se lembrou de uma antiga guerra entre o reino de Hogwarts e os bárbaros que tentaram dominar o lugar, porém foram derrotados pelas tropas do reino junto com aliados que tinham problemas em comum com os rebeldes. Na época os bárbaros eram de quantidade pequena em relação às tropas de Hogwarts, mas nada impediu de que a batalha fosse complicada já que os inimigos eram bem fortes e treinados. Segundo o que lhe foi contado por um guerreiro sobrevivente, os adversários pareciam indiferentes aos horrores da guerra e os que saíram vivos se quer tiveram preocupação com o enterro de seus guerreiros mortos, seguiram seu destino para longe das terras de Hogwarts sem o menor pesar. Se tudo corresse como Riddle falava então provavelmente Hogwarts teria que ter muita sorte para lidar com essa nova batalha.


 


 


 


        Gina finalmente conseguiu privacidade para descansar depois de um longo dia, passara a tarde em mais uma reunião que a mãe a arrastava com as amigas, era um ritual importante para Molly que se encontrava com algumas mulheres para tomar chá e confabular, coisa completamente irritante para Gina, pois tudo o que ouvia eram coisas banais e sem o menor interesse.


        A ruiva acomodou-se em sua cama e apreciou o silencio do grandioso quarto, “como é agradável ter espaço para os verdadeiros pensamentos”, pensou a jovem, havia se irritado com a Senhora Dursley que insistia em fazer comentários irritantes sobre o casamento da menina, “não deveria esperar tanto para que ela concretize o casamento com o Senhor Thomas Molly”, dizia a mulher, “com a demora ele pode até desistir de sua filha e uma mulher na idade dela vai ser difícil encontrar outro pretendente”. A mãe de Gina pareceu ficar desconfortável com o comentário e isso era fatal para Gina, pois poderia adiantar o casamento, o que não eram os planos da jovem já que seu coração pertencia à outra pessoa. Com um suspiro ela afundou em seu travesseiro, porém um barulho vindo da janela a fez levantar-se de súbito e ao notar o invasor um sorriso irradiou em seus lábios.


- Pensei que minha ama havia deixado bem claro que era perigoso escalar até minha janela senhor Potter. – Gina cumprimentou Harry. A garota escorregou da cama e correu para os braços do amado que já a aguardava com eles abertos.


- Sua ama terá que perdoar minha desobediência, acontece que percebi que não poderia dormir sem ver seus lindos olhos. – Harry acariciou as bochechas de Gina com o polegar.


- Eu o perdôo em lugar de minha ama, direi a ela que seus argumentos foram muito válidos. – Gina o puxou para um beijo onde na empolgação Harry a levantou e a rodopiou depositando-a em seguida no chão – Peço que não se incomode com meus trajes. – a moça prosseguiu eufórica com o pequeno exercício – Não estou acostumada com visitas noturnas em meu quarto.


- Não vejo o porquê de se preocupar com esse tipo de assunto, se não se recorda eu sou seu marido então vê-la em tão poucos trajes não me causa constrangimento. – o rosto de Gina assumiu uma tonalidade vermelha, é claro que notara o tom de brincadeira de Harry, mas ainda assim isso lhe causava vergonha – Perdoe-me por minha indiscrição, não queria causar-lhe rubor. – Harry acrescentou.


- Não se alarme meu amado, eu fui um pouco tola por me deixar corar por suas brincadeiras. – a menina mordeu o lábio em sinal de nervosismo – Veja ainda estou me deixando levar. – Gina esfregou as bochechas para conter o aquecimento.


- Ora essa! Como consegue ficar ainda linda mesmo parecendo uma pimenta de tão vermelha? – Harry riu e em seguida a beijou.


        Depois de separados eles passaram a se fitar, apenas pensando nas palavras que trocaram. Com uma atitude mais ousada Gina questionou:


- Eu não quero perder o respeito que tens por mim e nem parecer uma dessas mulheres sem escrúpulos, mas gostaria de lhe dizer uma coisa. – Gina abaixou a cabeça com vergonha – Creio que nossos votos nos jardins dos Granger foram verdadeiros. – a jovem levantou os olhos para aguardar a confirmação e em seguida os baixaram de novo – Casamentos se consumam não é mesmo?


        Ainda flutuando em seus pensamentos Harry respondeu um sim, levantou o rosto de Gina para ver o sentido de sua pergunta e assim que confirmou suas suspeitas ele a beijou, primeiro gentilmente e depois começou a pedir mais para que os lábios da menina se juntassem aos seus, suas mãos se encontraram no pescoço da jovem onde fica o primeiro botão da camisola de Gina e lentamente começou a abri-los.


        Se opondo a tudo e todos o casal consumou o amor que tanto custaram a negar, não tinham medos ou receios, os pensamentos se focaram apenas naquele momento e no quanto se amavam.


 


 


* Gente cadê os comentários???


* Fernanda vou aguardar a sua opinião...


* Bjusss


* Bye

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